29/05/2011


ESTARREJA
Distrito: AVEIRO






Estarreja é uma cidade portuguesa, localizada no Distrito de Aveiro, na Região Centro e sub-região do Baixo Vouga, com cerca de 4 261 habitantes.
É sede de um município com 108,16 km² de área, 28 195 habitantes (2008) [1] e densidade populacional de 261 habitantes/km², estando subdividido em 7 freguesias. É limitado a norte pelo município de Ovar, a nordeste por Oliveira de Azeméis, a sudeste por Albergaria-a-Velha e a oeste pela Murtosa.


Estarreja situa-se na freguesia de Beduído, na margem direita do Rio Antuã, próximo da Ria de Aveiro. Foi elevada a cidade em 9 de Dezembro de 2004, sendo a única localidade do município com essa categoria.
O Foral do Antuã (antigo nome de Estarreja) foi atribuído por D. Manuel I, em Évora, a 15 de Novembro de 1519.
Actualmente, o Presidente da Câmara Municipal de Estarreja é José Eduardo de Matos eleito pela coligação PPD/PSD.CDS-PP.


No distrito de Aveiro, o concelho de Estarreja dista da sede distrital aproximadamente 30,28 quilómetros, e apresenta-se com uma área de cerca de 108.1 Km2, divididos por sete freguesias: Beduído, freguesia que não é vila, apenas acolhe a maior parte da Vila de Estarreja, sede de concelho; Canelas, Fermelã, Pardilhó, Salreu, Veiros, e a Vila de Avanca.

Com uma excelente localização geográfica, o concelho de Estarreja, é limitado pelos concelhos de Ovar, Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha e Murtosa

Assenta na sub-região do Baixo Vouga e integra-se na Ria de Aveiro, caracterizando-se pela existência de estreitos e canais em todas as suas freguesias. Todo o concelho é bastante recortado por linhas de água, sendo o mais importante o rio Antuã, com cerca de 30 quilómetros de extensão (nasce no extremo Norte do concelho de Oliveira de Azeméis e desagua na Ria de Aveiro, entre os esteiros de Salreu e Estarreja) dando à paisagem um encanto surpreendente, pelas represas e azenhas ao longo do seu curso.

 HISTÓRIA

"Estarreja" é nome de origem incerta, mas ao qual alguns autores arriscam em atribuir-lhe raízes ibéricas.
A história de Estarreja tem as suas origens na freguesia de Beduído, à qual pertenceu enquanto a mesma era vila e sede de concelho. "Beduído" é topónimo onde são referidas algumas proveniências, sendo a mais conhecida a palavra árabe "Bedaui" (Beduído), que significa "homem do campo", daqui tirando conclusões, alguns autores, quando afirmam que este local foi sempre habitado por camponeses. 

A freguesia de Beduído aparece referida em textos medievais, com a designação de "Villa Antoan" (hoje Antuã), conhecendo-se a sua primeira alusão nos excertos das actas do Concílio de Lugo, do ano de 569. Antuã, não só designa a vila rústica que englobava a freguesia de Beduído e parte da de Salreu, mas também o Rio que atravessa e desagua na Ria de Aveiro.

Segundo alguns historiadores, os limites da antiga "villa Antuã", vieram a constituir a área do seu couto e julgado, no século XI, altura em que se ia formando o "primitivo núcleo rural e gregário de Avanca". É também da opinião de alguns autores que Estarreja teria herdado os foros de Antuã, que no século XIII passava de senhorio civil para o Mosteiro de Arouca - facto devidamente confirmado na Carta passada por D. Afonso III a 25 de Outubro de 1257, em Coimbra, a doar os Coutos de Antuã e Avanca ao referido Mosteiro em troca do Couto de Bouças (este, anteriormente doado ao Mosteiro por sua tia D. Mafalda, que o recebeu por testamento de seu pai, D. Sancho I).

O Couto de Antuã e Avanca abrangia as freguesias de Avanca, Beduído e parte de Salreu, a que D. Manuel I deu foral a 15 de Novembro de 1519. A sede do referido couto, pelo menos no século XVI, era no "lugar" de Estarreja.


Gentílico Estarrejense
Área 108,16 km²
População 28 195 hab. (2008)
Densidade populacional 261 hab./km²
N.º de freguesias 7
Presidente da
Câmara Municipal
Não disponível
Fundação do município
(ou foral)
1519
Região (NUTS II) Centro
Sub-região (NUTS III) Baixo Vouga
Distrito Aveiro
Antiga província Beira Litoral
Orago Santo António
Feriado municipal 13 de Junho
Código postal 3864-001 Estarreja
Endereço dos
Paços do Concelho
Não disponível
Sítio oficial Não disponível
Endereço de
correio electrónico
As Invasões Francesas (1820) também aqui deixaram trágicos vestígios de roubos e violências; mas também ficaram nomes, alguns deles lendários, de coragem e audácia, ao enfrentar os invasores e vencê-los.

No século XVIII, a freguesia de Beduído enquadrava-se na sub-região da Beira Baixa, bispado do Porto, comarca de Esgueira, termo da Vila de Estarreja e pertencia ainda ao Mosteiro de Arouca.


Estarreja aparece em 1832, como sede de comarca, com nove freguesias. Em 1835 torna-se sede de julgado e em 1842 era concelho do Distrito de Aveiro, com 7 freguesias: Avanca, Beduído, Bunheiro, Murtosa, Pardilhó, Veiros e Salreu (esta última desanexada, em 1835, do concelho da Bemposta). Actualmente, o concelho de Estarreja mantém o mesmo número de freguesias, com ligeira alteração na sua composição: foram integradas as freguesias de Canelas e Fermelã (ambas tinham pertencido ao extinto concelho da Bemposta) e saíram as do Bunheiro e da Murtosa em 30 de Dezembro de 1926 para formar o actual concelho da Murtosa.



É ainda de se lembrar que no início do século XX, tal como no resto da Europa, também Portugal sofreu uma grave crise ao nível da alimentação infantil. Ciente destas dificuldades, o Professor Egas Moniz, personalidade notável natural de Estarreja, impulsionou a indústria leiteira do nosso país, criando a primeira fábrica de leite em pó, na freguesia de Avanca, no ano de 1923 - a Sociedade de Produtos Lácteos, Lda. - que viria a ser o berço da NESTLÉ em Portugal. A Fábrica de Avanca foi muito bem aceite por pediatras e dietistas que acolheram da melhor forma possível estas inovações tecnológicas. Com o apoio permanente do Professor Egas Moniz, a Sociedade de Produtos Lácteos, Lda. obteve em 1933 o exclusivo de fabricação e venda dos produtos Nestlé.
 .

Património

Natural e Edificado Esteiro da Aldeia

Designação: Esteiro da Aldeia
Localização: Freguesia de Pardilhó
Classificação: Reserva Ecológica Nacional - Reserva Agrícola Nacional

Descrição e espécies naturais

O Esteiro da Aldeia possui um extenso cais com um comprimento aproximado de 150 m, associado a um espelho de água situado numa zona de transição entre o canal e o cais.
No Esteiro da Aldeia fruto da vizinhança com a Ria, predomina o biótopo de Sapal. Esta área é importante pelo papel preponderante que exerce na depuração das águas e na diminuição do nível de eutrofização, ou seja de matéria orgânica em suspensão, constituindo, além do mais, um excelente habitat para diversas espécies vegetais e animais características de zonas húmidas com estas características.

As plantas que sobrevivem nestes meios salobros são denominadas de halófitas. Este tipo de vegetação possui a particularidade de tolerar a elevada concentração salina que se verifica nesta área.
As espécies de aves mais comuns nesta zona são o Pato-real (Anas platyrhynchos), a Galinha-de-água (Gallinula chloropus), o Galeirão-comum (Fulica atra), a Águia-sapeira (Circus aeruginosus), o Milhafre-preto (Milvus migrans) e a Garça-vermelha (Ardea purpurea). Estas duas últimas espécies só ocorrem na época estival, sendo as restantes residentes, ou seja observam-se ao longo de todo o ano. 

Esteiro da Tabuada

Designação: Esteiro da Tabuada
Localização: Freguesia de Pardilhó
Classificação: Reserva Ecológica Nacional - Reserva Agrícola Nacional

Descrição e espécies naturais

No Esteiro da Tabuada e como seria de esperar pelo estreito convívio com a Ria, também é o Sapal o biótopo dominante Este ecossistema é caracterizado por nele habitarem e serem facilmente observadas, duas espécies de aves de rapina típicas deste tipo de sistemas: a Águia-sapeira (Circus aeruginosus) e o Milhafre-preto (Milvus migrans), este último apenas durante a estação quente, que possuem nesta área geográfica dois importantes núcleos populacionais.



Assim, enquanto a mais discreta Águia-sapeira prefere as zonas pantanosas do Sapal, afastadas dos núcleos urbanos, o Milhafre-preto, mais sociável, prefere terrenos próximos das margens dos esteiros e dos aglomerados urbanos.
Em termos da distribuição das áreas de nidificação, estas duas espécies não se sobrepõem, no entanto, nas áreas de caça verifica-se essa sobreposição, não só entre ambas, mas também entre estas e o Peneireiro-de-dorso-malhado (Falco tinnunculus), o Falcão-tagarote (Falco subutteo) e a Águia-de-asa-redonda (Buteo buteo), entre outras que frequentemente são avistadas nas redondezas, embora sem competição feroz visto em condições normais existir alimento para todas.

Esteiro de Salreu

Designação: Esteiro de Salreu
Localização: Freguesia de Salreu, Localidade Travisqueira
Classificação: Reserva Ecológica Nacional - Reserva Agrícola Nacional

Descrição e espécies naturais

No Esteiro de Salreu predomina o biótopo de Sapal com parte significativa ocupada por um dos habitats mais típicos desta região, denominado de Caniçal.
Esta área constitui morada de eleição para muitas espécies animais, nomeadamente as várias famílias de aves aquáticas. 

É local de nidificação e alimentação, entre numerosas outras espécies, da Garça-vermelha (Ardea purpurea), da Águia-sapeira (Circus aeruginosus) e do Milhafre-preto (Milvus migrans). Nas imediações deste local estão situados os maiores núcleos populacionais destas espécies, no concelho de Estarreja, e no caso da Garça-vermelha é mesmo a maior colónia do país da espécie.
Algumas destas espécies, encontram-se ameaçadas e apresentam-se classificadas em termos de conservação. A Garça-vermelha é considerada como “em perigo” e a Águia-sapeira como “vulnerável”, de acordo com o recentemente revisto Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. Enquanto a primeira procura alimento nas valas, arrozais e campos alagados, ingerindo pequenos peixes e anfíbios, bem como roedores e répteis que consiga capturar, no caso da segunda procura em campo aberto fundamentalmente pequenas aves, roedores e anfíbios.
Na zona de sapal envolvente, é também possível observar o Pato-real (Anas platyrhynchos), a Galinha-de-água (Gallinula chloropus), o Perna-longa (Himanthopus himanthopus), a Garça-cinzenta (Ardea cinerea), a Garça-branca-pequena (Egretta garzetta), o Guincho-comum (Larus ridibundus), diversas espécies de limícolas nas suas passagens migratórias, várias espécies de passeriformes, alguns residentes, outros nidificantes e outros ainda, invernantes na região.

Esteiro do Nacinho

Designação: Esteiro do Nacinho
Localização: Freguesia de Pardilhó, Localidade Nancinho
Classificação: Reserva Ecológica Nacional - Reserva Agrícola Nacional

Descrição e espécies naturais

No esteiro do Nacinho, para além do Sapal salgado caracterizado por extensas praias de vasa e lodos, predominam também outros característicos habitats da zona: o Caniçal e os Terrenos Agrícolas.
Estes habitats constituem um local naturalmente privilegiado para várias espécies ornitológicas, funcionando quer como sua residência, quer como local de alimentação de eleição para muitas delas, nomeadamente o Milhafre-preto (Milvus migrans) e a Águia-sapeira (Circus aeruginosus), que possuem neste local dois importantes núcleos populacionais.
As áreas envolventes ao esteiro, denominadas por Terrenos Agrícolas, possuem zonas de cultivo propriamente dito, nomeadamente de milho e forragens além de várias zonas de vegetação herbácea, arbustiva e arbórea que contribuem para a rica biodiversidade existente.
Os habitats deste biótopo possuem aves características, como o Cuco-canoro (Cuculus canorus) e o Rouxinol-pequeno-dos-caniços (Acrocephalus scirpaceus), característicos do Caniçal, o Guincho-comum (Larus ridibundus) e várias aves limícolas, típicas das praias de vasa e lodos a Gralha-preta (Corvus corone corone), a Garça-boieira (Bubulcus ibis) e diversos passeriformes, comuns em terrenos agrícolas. Os anfíbios aqui existentes servem de alimento aos predadores (mamíferos carnívoros e aves de rapina).

Sobreiro Centenário

Designação: Sobreiro Centenário
Localização: Freguesia de Veiros, Localidade S. Geraldo
Classificação: Interesse Público

Descrição

Cientificamente designado por Quercus suber L. , pertence à família das FAGACEAE. É característico pela folha persistente e pela sua casca, a cortiça. A cortiça protege o Sobreiro dos fogos e serve de abrigo a várias espécies animais (sobretudo insectos) e, vegetais (musgos, liquenes e algas).


Floresce de Abril a Maio caindo as bolotas durante o Outono, sendo a casca renovada de nove em nove anos.Este Sobreiro encontra-se no Largo de São Geraldo e, é propriedade da Paróquia da freguesia de Veiros, possuindo um elevado valor paisagístico.Foi classificado nos termos do Decreto-Lei n.º 28 468, de 15 de Fevereiro de 1938 e do Decreto-Lei n.º 100/93 de 2 de Abril de 1993 como de Interesse Público.
Actualmente os Sobreiros são protegidos por legislação especifica que proíbe o seu abate e a sua substituição por outras espécies. No domínio cultural são várias as referências aos Sobreiros: na literatura, na poesia, na pintura, na arquitectura, na fotografia, na azulejaria na tapeçaria e artesanato e até na toponímia local. 

BIORIA

Parte integrante da Ria de Aveiro, a região do Baixo Vouga Lagunar abrange uma área de cerca de 4600 hectares abrangendo os Concelhos de Aveiro, Estarreja e Albergaria-a-Velha. Esta área foi desde cedo explorada e modelada pelo homem que, atraído pelos seus inúmeros recursos naturais, aí se fixou. 
Como resultado desta secular relação, a área adquiriu uma enorme diversidade de habitats que acolhem uma valiosa comunidade faunística e florística, tornando-se detentora de um inestimável Património Natural. 

Com vista à sua protecção e divulgação, implementou-se, ao longo das marinhas e do Esteiro de Salreu, no Concelho de Estarreja, o primeiro de uma série de percursos de Natureza, o Percurso de Salreu, desenhado de modo a que possa explorar de forma prática e divertida os segredos da vida selvagem.
Percursos
Percurso de Salreu
Percurso do Rio Jardim | Canelas
Percurso do Bocage | Canelas/Salreu
Percurso do Rio Antuã | Beduído/Salreu

Gastronomia e Artesanato

Avanca

Artesanato: Cangas Pintadas
Gastronomia:
Caldeirada de Enguias, Queijo, Rojões, Vinho, Carne Assada e Regueifa doce 

Beduído

Artesanato: Trabalho em ferro de utensílios ligados à Agricultura
Gastronomia: Carne Assada, Broa de Milho, Dobrada e Regueifa Doce

Canelas

Gastronomia: Padas

 

Fermelã

Gastronomia: Vinho Verde

Pardilhó

Artesanato: Barcos Moliceiros, Mantas e Tapetes de Trapo, Rodilhas, Vassouras de Junco e Galrichos para a pesca das Enguias
Gastronomia: Padas, Sopa de Enguias, Enguias Fritas, Caldeirada de Enguias

Salreu

Artesanato: Tanoaria e Miniaturas em Madeira
Gastronomia: Rojões, Vitela Assada e Pão de Ló

Veiros 

Artesanato: Esteiras de Bunho (espécie de junco) - característico das zonas ribeirinhas e apresenta-se como uma variante do trabalho de costura. 


IN:
* WIKIPÉDIA
** SITE DO MUNICÍPIO DE ESTARREJA

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