Licença para matar
Havia todos os motivos para tirar a arma a António Oliveira – o reformado da PSP que na terça-feira acertou com três tiros num cabo da GNR.
Há pelo menos um ano que António Oliveira dava sinais de ter um fraquinho por sacar do revólver e puxar o gatilho – espécie de demência que faz dele um perigo público: um tipo instável e conflituoso, como aconselham as regras do bom senso e a prudência, não pode andar armado.
A PSP, que licencia e fiscaliza o uso e porte de arma, não reparou que António Oliveira era um fanfarrão com uma perigosa fé no seu revólver – tanto que ameaçou dois militares da GNR na sequência de um vulgar acidente de trânsito. O caso chegou a tribunal. António Oliveira foi condenado por injúrias e agressões aos militares da Guarda. Também a Justiça, lida a sentença, não se interessou por saber se ele tinha licença de uso e porte de arma de defesa – e o ‘cowboy’ continuou alegremente autorizado a andar armado. Até que fez uso do revólver. Agiu por ódio e vingança. Só não matou por sorte. Por negligência da PSP e do tribunal tinha licença para matar.
IN "CORREIO DA MANHÃ"
21/07/11
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