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“Nenhuma bandeira é só um pano”
CDS-PP e o projeto de lei que pretende limitar a exibição de bandeiras
de carácter ideológico: uma estratégia de desvio político face aos
problemas reais da sociedade.
O CDS-PP deu entrada nos serviços da Assembleia da República a um projeto de lei que visa proibir o hasteamento de bandeiras “ideológicas” ou “reivindicativas”. O partido argumenta que apenas as bandeiras institucionais devem ser exibidas nos mastros públicos como forma de preservar “a identidade representativa institucional, a imparcialidade política e o respeito pelos símbolos do Estado.”
A verdade é que o tempo passa e o CDS-PP continua o mesmo partido que já conhecemos. Após perderem o apoio do eleitorado e consequentemente o seu assento parlamentar na Assembleia da República, retornam a este órgão enquanto partido reboque do PSD, mas desta vez, enquanto coligação AD. No entanto, há coisas que nunca mudam, nomeadamente os discursos fundamentalistas e discriminatórios que já lhe são típicos.
Estas bandeiras com que o CDS-PP está tão preocupado servem como forma de integração, são uma forma clara dos municípios e instituições demonstrarem a sua solidariedade e dar visibilidade, muitas das vezes, a causas sociais.
Nos últimos tempos temos vindo a assistir a uma direita cuja estratégia política passa por desviar as atenções. Usam temas controversos para instaurar a polémica e o mediatismo como forma de esconder a realidade.
Querem que fechemos os olhos ao novo pacote laboral que representa um claro retrocesso nos direitos fundamentais dos trabalhadores. Querem limitar o acesso dos sindicatos aos locais de trabalho. Querem flexibilizar os despedimentos, permitindo que as empresas não reintegrem trabalhadores injustamente despedidos. Querem permitir que os trabalhadores façam até mais duas horas extra, por dia, de forma imposta, sem verdadeiro poder de recusa. Querem restringir direitos de parentalidade e retroceder em direitos de amamentação.
Aquilo que a direita quer, no fundo, é destruir décadas de conquistas sindicais e de proteção dos trabalhadores.
Mas não se deixem tapar por bandeiras ou burkas.
Para a direita, tudo serve para distrair do essencial. Usar grupos minoritários e marginalizados como desvio de atenção e bode expiatório tem sido o seu maior recurso.
No fundo é simples: tiram-te direitos, mas prometem-te uma bandeira de Portugal para abanar enquanto isso.
* Estudante de Línguas Estrangeiras. Modelo. Ativista política, feminista e LGBTQIA+
IN "ESQUERDA" - 24/10/25
NR: Esta senhora feminista que escreve numa página de esquerda deveria ter juízo. Ela que olhe para a miséria franciscana que grassa na rua da Palma e aprenda que a crítica só pode ser feita porque quem sabe fazer autocrítica. Por acaso ela sabe que o 'CDS' tem só o dobro dos deputados do 'BE', é ridículo mas é real, não é o triplicanço do repugnante ventura nas autárquicas.
Não queremos bater na desgraçadinha pedimos que ouça quem sabe muito no 'BE', aprenda com a dignidade de Mariana Mortágua e não seja escrevinhadora de trottoir

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