.
SE O GENOCÍDIO LHE INTERESSAR...SIRVA-SE
4218
Senso d'hoje
FRANCESCA ALBANESE
JURISTA E PROFESSORA
ESPECIALIZADA EM:
DIREITO INTERNACIONAL
DIREITOS HUMANOS
RELATORA ESPECIAL DA ONU PARA OS TERRITÓRIOS
PALESTINOS OCUPADOS
CIDADÃ ITALIANA
ÀNGELS BARCELÓ
APRESENTADORA E
RADIALISTA CATALÃ
ESCRITORA
"Teremos vergonha do que
Israel fez em Gaza, mas
será tarde demais"
* A Relatora Especial da ONU para a Palestina, Francesca Albanese, de Itália, compareceu esta terça-feira no programa Hoy por Hoy para denunciar o genocídio que Israel está a cometer em Gaza, "violando o direito internacional" com total "impunidade". Albanese foi bastante mordaz ao afirmar que "Israel está a escrever uma das páginas mais horríveis da história". "Tenho a certeza de que, quando compreendermos tudo o que Israel fez aos palestinianos, teremos vergonha, mas será tarde demais."
Albanese abordou também o que está a acontecer nas alegadas distribuições de ajuda através de uma organização apoiada por Israel e pelos EUA. Pelo menos 15 palestinianos foram mortos por disparos israelitas esta segunda-feira, enquanto esperavam em pontos de distribuição de alimentos em Gaza, depois de outras cinco pessoas terem sido mortas por soldados israelitas enquanto esperavam para receber alimentos a oeste de Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza.
Estes pontos de distribuição são geridos pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF) e, apesar das críticas da organização de que estes ataques são "acusações falsas", tornaram-se ocorrências quase diárias, matando pelo menos 450 pessoas desde o final de maio e ferindo mais de 3.400.
"É uma das experiências mais cruéis que já vi. Os palestinianos chamam-lhe Jogos da Fome", acrescentou. "Não é ajuda humanitária. Estão a matar pessoas que estão a morrer de fome."
Para Albanese, há uma solução clara: "Os Estados devem romper o bloqueio. Devemos enviar ajuda humanitária com os nossos navios. Essa é a nossa responsabilidade: impedir o genocídio."
"Todos os dias tenho de confrontar um Estado que viola o direito internacional desde a sua criação", observou Francesca Albanese. "Hoje enfrentamos o resultado de quase meio século de impunidade. Israel está habituado a violar o direito internacional humanitário. Fá-lo porque quer a terra."
"Há agora um consenso muito forte sobre o genocídio", afirmou. "Fui a primeira a denunciar o genocídio porque sou a pessoa que observa o que acontece nos territórios ocupados 24 horas por dia: aquilo a que chamavam palestinianos, animais humanos. A marca do genocídio é precisamente a destruição de um grupo humano."
"Os Estados não me ouviram, e o resultado está diante de nós", insistiu. "Tenho provas de que, se o genocídio não parou até hoje, é porque é uma atividade muito lucrativa para muitos. Somos prisioneiros de um sistema que é um capitalismo sem regras."
Francesca Albanese elogiou a posição de Espanha neste conflito: "Entre os ministros e a sociedade civil, sinto-me sempre recebida com muito respeito porque há uma população informada sobre o que se passa na Palestina."
"Ver um problema é metade da solução", acrescentou. "Precisamos de uma mudança bastante radical. O que Espanha está a fazer é sem precedentes. Mas outros países também precisam de o fazer. Há uma fome de liderança, de princípios. Precisamos de fazer uma revolução de valores e de princípios."
Além disso, a relatora especial da ONU acredita que "o ataque ao Irão tem dois objetivos: romper o diálogo do Irão com os EUA e criar uma distração em relação a Gaza".
"O Estado de Israel constitui uma ameaça à segurança global", explicou. "A melhor forma de proteger os israelitas é travar Israel. Precisamos de regressar a uma ordem global com regras".
"Não é só Netanyahu. O genocídio é um processo", observou. "É um Estado que é responsável por este genocídio. É apoiado por 80% do Estado israelita."
Albanese acredita que "Trump não ajudou". "Mas este genocídio não começou com Trump", esclarece. "Isto começou em 1967, porque é que nunca parámos? Agora temos de dizer: é isto. A realidade que Trump revelou é que os EUA fazem parte de Israel como um todo. Há uma agenda colonialista. Por detrás de Israel estão os EUA."
NR: E temos partidos pindéricos portugueses a votarem contra o reconhecimento do Estado Palestino, a apresentarem-se como SUBSERVIENTES de trump, PSD, CDS, IL e chega.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário