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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
28/07/2021
UMA GRAÇA PARA O FIM DO DIA
ANA SÁ LOPES
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Já que o nosso Presidente da República em funções se sente mais à vontade a elogiar Marcelino da Mata do que a prestar homenagem a Otelo Saraiva de Carvalho, é fundamental agradecer ao antigo Presidente Ramalho Eanes ter vindo lembrar duas coisas básicas: “A ele [Otelo] a pátria deve a liberdade e a democracia. E esta é dívida que nada, nem ninguém, tem o direito de recusar.” Depois do texto confuso com que Marcelo decidiu “evocar” Otelo Saraiva de Carvalho no dia da sua morte, é um bálsamo saber que há um ex-Presidente da República, que abandonou as funções em 1986, capaz de sentido de Estado no momento da morte de um homem decisivo para a nossa liberdade. É evidente que Ramalho Eanes é um homem do 25 de Abril e Marcelo Rebelo de Sousa não é – talvez isto também ajude a explicar que o “filho do governador colonial” esteja mais à vontade para fazer a homenagem a Marcelino de Mata do que para “evocar” Otelo.
Ramalho Eanes não silencia o papel de Otelo nas FP-25 e é claro a condenar os “desvios políticos perversos, de nefastas consequências”. Por esses “desvios políticos perversos”, Otelo passou cinco anos em prisão preventiva. Sim, Mário Soares pressionou PS e PSD a aprovarem a amnistia – mas também tinha sido Mário Soares a pressionar para o regresso de António Spínola a Portugal (esteve exilado no Brasil e em Madrid), outro cabecilha de uma organização terrorista, o MDLP, só que neste caso era terrorismo de extrema-direita. Quando morreu, em 1996, o homem do MDLP teve direito a luto nacional. Otelo, parece que por vontade expressa do primeiro-ministro imediatamente aceite pelo Presidente da República, segundo diz o Expresso, não terá.
A direita gosta muito de se insurgir contra os alegados “donos” do 25 de Abril. O problema – e agora veio ao de cima mais uma vez na morte de Otelo Saraiva de Carvalho – é que demasiadas pessoas de direita nunca se sentiram à-vontade com o 25 de Abril (e passaram o sentimento aos filhos). O facto de muitos dirigentes políticos de direita, incluindo Cavaco Silva, se recusarem a utilizar o cravo na lapela – o símbolo popular do 25 de Abril – é todo um tratado de semiótica.
Quem se espanta com a violência verbal que anda no Twitter devia conhecer o meu “liceu” nos anos 80: a fractura dos defensores do 25 de Abril contra aqueles que apenas aprenderam a “viver habitualmente” com o 25 de Abril estava tão exposta naquela época como hoje. Na verdade, a única novidade é a existência de redes sociais.
Devemos agradecer profundamente a Otelo o 25 de Abril. Mas também devemos estar gratos às várias lideranças dos partidos de direita pelo facto de terem conseguido “integrar” muitos dos desolados do 25 de Abril na democracia. São dívidas históricas.
* Directora-adjunta do "PÚBLICO"
IN "PÚBLICO" - 26/07/21
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2-A Histσ́ɾiɑ ɗɑ Aɾte cσɳtɑɗɑ pɑɾɑ Aɾtistɑs
por RAFA SOUSA
* 𝕰𝖘𝖙𝖆 𝕳𝖎𝖘𝖙𝖔́𝖗𝖎𝖆 𝖙𝖊𝖒 𝖙𝖆𝖓𝖙𝖔 𝖉𝖊 𝖉𝖎𝖋𝖊𝖗𝖊𝖓𝖙𝖊 𝖈𝖔𝖒𝖔 𝖉𝖊 𝖈𝖆𝖙𝖎𝖛𝖆𝖓𝖙𝖊, 𝖔 𝖕𝖗𝖔𝖋𝖊𝖘𝖘𝖔𝖗 𝖊́ 𝖋𝖆𝖓𝖙𝖆́𝖘𝖙𝖎𝖈𝖔 𝖊 𝖓𝖔́𝖘 𝖈𝖔𝖓𝖘𝖎𝖉𝖊𝖗𝖆𝖒𝖔𝖘 𝖖𝖚𝖊 𝖆 𝖓𝖆𝖗𝖗𝖆𝖙𝖎𝖛𝖆 𝖊́ 𝖎𝖒𝖕𝖊𝖗𝖉𝖎́𝖛𝖊𝖑.
𝕿𝖔𝖉𝖆𝖘 𝖆𝖘 𝖖𝖚𝖆𝖗𝖙𝖆𝖘-𝖋𝖊𝖎𝖗𝖆 𝖆̀𝖘 𝟏𝟕 𝖍𝖔𝖗𝖆𝖘, 𝖉𝖚𝖗𝖆𝖓𝖙𝖊 𝖓𝖔𝖛𝖊 𝖘𝖊𝖒𝖆𝖓𝖆𝖘 𝖓𝖔 𝖇𝖑𝖔𝖌 𝖖𝖚𝖊 𝖊́ 𝖈𝖆𝖕𝖆𝖟 𝖉𝖊 𝖑𝖍𝖊 𝖊𝖓𝖘𝖎𝖓𝖆𝖗 𝖚𝖒 𝖕𝖔𝖚𝖈𝖔 𝖉𝖊 𝖙𝖚𝖉𝖔 𝖒𝖊𝖓𝖔𝖘 𝖈𝖔𝖗𝖗𝖚𝖕𝖈̧𝖆̃𝖔 𝖊 𝖘𝖆𝖇𝖚𝖏𝖎𝖈𝖊
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MANUEL ALEGRE
Queria luto nacional por Otelo
Socialista argumenta que “basta” o que Otelo fez no 25 de Abril para “ter um lugar na História” - e que se Soares fosse vivo e tivesse poder a homenagem ao militar seria mesmo feita.
A decisão sobre a declaração de luto nacional, assim como a sua duração e âmbito, compete ao Governo e tem que ser promulgada pelo Presidente da República. Mas ambos, além das declarações de lamento sobre o desaparecimento de Otelo, neste domingo, aos 84 anos, não se pronunciaram sobre luto nacional.
Ao jornal, Manuel Alegre disse que domingo foi um “dia de luto para todos os portugueses que se reconhecem na liberdade e no 25 de Abril” e, apesar de toda a controvérsia em torno de Otelo, acusado de liderar as Forças Populares 25 de Abril (FP-25), o socialista defende que “basta o que o Otelo fez naquele dia, 25 de Abril, para ter um lugar na História”. E insiste: “Otelo é o homem do 25 de Abril”, rematando com um “Estou-te grato, pá!”, num trejeito que era um cunho vincado do militar.
Depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter salientado que “ainda é cedo para a história o apreciar com a devida distância”, Manuel Alegre contrapôs que para reconhecer o papel que Otelo desempenhou na libertação do país “não é preciso distanciamento nenhum. Quem se identifica com o 25 de Abril, quem gosta da liberdade sabe que o Otelo rima com esse dia, com o dia 25 de Abril, e rima com liberdade”, declarou o poeta à Agência Lusa
O país deve-lhe a liberdade. Esse é o bem mais precioso. O país deve-lhe, a ele e a todos os que participaram no 25 de Abril, mas a ele como coordenador operacional do movimento do 25 de Abril, e como símbolo que ele foi nesse dia do próprio 25 de Abril, deve-lhe a liberdade e deve-lhe aquilo que se seguiu que foi a democracia e a paz”, acrescentou o histórico socialista.
IN "PÚBLICO" - 26/07/21
A DEMOCRACIA TEM "PORRAS"
MARCELO REBELO DE SOUSA E ANTÓNIO COSTA
PRÓXIMOS DE CAVACO SILVA?
A questão não é iluminada, não se trata de qualquer "anunciação" angelical nem de anátema filosófico, é pergunta e é simples.
O sr. Presidente que em Fevereiro deste ano esteve presente numa homenagem ao militar Marcelino da Mata, descarta a homenagem a Otelo Saraiva de Carvalho por não ter havido homenagem a Salgueiro Maia, Melo Antunes e outros capitães de Abril, então porque homenageou o tenente-coronel Mata.
Nós compreendemos porque o anterior PR e PM fugia em marcha forçada da cultura e patriotismo, a confirmar basta recordar os benefícios concedidos a torturadores da ex-PIDE/DGS e o ataque feroz a José Saramago ao qual na 26ª edição da Feira do Livro de Bogotá, Colômbia, após citar Camões se esqueceu de mencionar o único Prémio Nobel da literatura portuguesa. Também condecorou Sousa Lara essa espécie de amiba política que fez parte do seu governo. Nhurro hem!
Agora o actual PR justificar a ausência de homenagem a OTELO, porque SALGUEIRO MAIA também não o foi, cretinice justifica repetição?
Já agora e também o sr. Primeiro-ministro fica mal na fotografia ao dizer que há várias formas de homenagear, não, não há, quem libertou Portugal da ditadura salazarenta foram as forças militares lideradas por OTELO, ele foi o líder da libertação, a homenagem deve ser nacional.
Por isso dizemos que os senhores Aníbal, Marcelo e António estão muito próximos politicamente em procedimentos e justificações prosaicas.
Muito longe, mesmo muito longe deles está o cidadão ANTÓNIO RAMALHO EANES!
A REDACÇÃO
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112-CINEMA