12/08/2021

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ᙃᙃƮ

Ganhei milhões às pazadas

Mas nunca fico contente

Tenho tácticas danadas

E engano toda a gente


Finto o ministro, o banqueiro,

E o Banco de Portugal.

Mas sou um tipo porreiro

E ninguém me leva a mal



De governos fiz farinha

De investidores ainda mais

Tudo queria, tudo tinha

Era amado nos jornais


Em tudo era um sortudo

Tinha bancos, tinha ouro

De dinheiro um lavadouro

Era Dono Disto Tudo


E agora que o tribunal

Diz que me quer apanhar

Eu vou ser original

Pois vou ter de me safar


Meritíssimo Juiz:

Eu cá, estou muito doente

Meto os dedos no nariz

Sinal de que estou demente


Para ver que sorte a minha

(Não há mal que não me venha)

Ia à Quinta da Marinha

E fui parar à Sardenha!


Por isso, doutos senhores

Peço a vossa indulgência

Na espinhela tenho dores

E na cabeça demência


Ouçam vossos corações

Que não vos vão enganar

Restam-me muitos milhões

Deixem-mos lá ir gastar…


* Bem haja TÉTÉ por este achado.

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