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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
10/10/2020
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FONTE:
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9 - O SUAVE "SANTO OFÍCIO"
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9-Iɴqυιѕιçα̃o ɴα Aмérιcα Lαтιɴα
*A história mais negra da Igreja Católica chegou à América Latina,
perseguindo e torturando tanto a cultura indígena existente quanto os
judeus expulsos da Europa e os opositores ao poder religioso, marcando o
continente para sempre.
FONTE:
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INÊS CARDOSO
A oportunidade para pedófilos
O Tribunal de Coimbra decidiu, esta semana, dar "uma oportunidade" a um homem da Figueira da Foz que abusou reiteradamente, ao longo de três anos, da enteada com menos de 10. Aplicou-lhe três anos e meio de prisão, com pena suspensa, valorizando a falta de cadastro e a "vida organizada do arguido".
O código penal prevê penas de um a oito anos para abuso sexual de menores de 14
anos, agravados para três a dez quando há violação ou outros atos
físicos de relevo, sendo que a pena pode ser suspensa quando é inferior a
cinco anos de cadeia. Não é fácil perceber os motivos que levam a
aplicar praticamente pena mínima e não efetiva, num crime tão grave,
cometido por repetidas vezes e que deixa marcas para a vida numa
criança.
É difícil, contudo, avaliar se esta decisão é uma exceção ou se se enquadra num padrão e perceção generalizada deste tipo de crimes por parte dos tribunais. As estatísticas de Justiça disponibilizadas no país são deficientes e pecam não só por escassas como por apenas excecionalmente serem alvo de tratamento e análise. À falta de informação sobre as penas, acresce a falta de estruturas para acompanhamento específico destes arguidos, que poderia justificar a opção de substituir a prisão por outros métodos de tratamento e reinserção.
Não sendo o caso, sobra margem para a dúvida e uma sensação de total incapacidade em dissuadir a criminalidade e prevenir a reincidência. E essa desconfiança em relação aos tribunais é terreno fértil para os populismos e propostas aberrantes como a de castração de pedófilos. É urgente que a Justiça comece a avaliar-se a si própria, criando mais estruturas de autoanálise e apostando em maior transparência na comunicação com os cidadãos. Se não cumprir a sua missão crucial, alguém vai tentar substituí-la.
IN "JORNAL DE NOTÍCIAS" - 10/10/20
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