08/06/2020

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Banco Mundial vê economia da zona euro cair 9,1%. Recessão mundial de 5,2%

O Banco Mundial prevê queda de 9,1% da economia da zona euro em 2020. Economia mundial terá recessão de 5,2%, a mais profunda em oito décadas.

O Banco Mundial (BM) prevê uma queda de 9,1% da economia da zona euro em 2020, recuperando em 2021 para um crescimento de 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no bloco, segundo as Previsões Económicas Mundiais hoje divulgadas.
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Já no caso da economia global, a instituição prevê uma recessão mundial de 5,2% em 2020, a mais profunda em oito décadas, “apesar das políticas sem precedentes” de mitigação do impacto da covid-19. “Esta seria a recessão mundial mais profunda desde a II Guerra Mundial, e quase três vezes tão acentuada como a recessão global de 2009”, caso as projeções se confirmem, pode ler-se no documento hoje conhecido, que aponta para uma queda de quase 8% num cenário mais adverso, e superior a 3% num mais otimista – pode ler mais aqui sobre a questão mundial.

No caso da previsão europeia, num cenário base que inclui uma previsão de recessão de 5,2% da economia mundial, a zona euro compara negativamente com as quedas esperadas para o agregado das economias avançadas (7,0%), com os Estados Unidos (6,1%) e com o Japão (6,1%), em 2020. No entanto, em 2021, a zona euro deverá retomar o crescimento com um aumento de 4,5% do PIB e, desta vez, acima da economia mundial (4,2%), das economias avançadas (3,9%), dos Estados Unidos (4,0%) e do Japão. As previsões hoje divulgadas pelo Banco Mundial para 2020 são mais pessimistas do que as do Fundo Monetário Internacional (FMI), que prevê uma quebra de 7,5% para a zona euro.

O padrão repete-se face às estimativas das instituições europeias, já que a Comissão Europeia estimou uma contração económica de 7,7% do PIB para a zona euro, e o Banco Central Europeu (BCE) prevê uma queda de 8,7%. No documento hoje conhecido, o Banco Mundial assinalou que os governos da zona euro “impuseram várias medidas de mitigação como confinamentos nacionais, fechos alargados das escolas e restrições nas fronteiras”, o que causou disrupções na atividade económica.

“Muitos países da zona euro são altamente dependentes do turismo, um setor que virtualmente fechou devido às medidas dos governos, e particularmente suscetível a recuperações lentas”, pode ler-se no documento, que destaca, por outro lado, que, “em contraste com os Estados Unidos, o aumento do desemprego tem sido modesto até agora”, devido às medidas de apoio ao emprego de curto prazo. 

O Banco Mundial assinala ainda que o BCE “ofereceu baixas taxas de juro aos bancos, aumentou significativamente a compra de ativos, e aliviou medos de falências de Estados-membros ao levantar restrições de distribuição do seu programa de compras”.

 A instituição sediada em Washington referiu também as medidas tomadas a nível nacional, como um estímulo alemão de 4,5% do PIB — “cerca do dobro do apoio providenciado em 2009” –, juntamente com um “envelope de mais de 20% do PIB em garantias de crédito ao setor empresarial”. 

 “A Itália, apesar de constrangida pelos níveis de dívida elevados existentes, anunciou estímulos orçamentais de mais de 4% do PIB”, refere o BM, realçando também que os maiores Estados-membros estão a avançar com o plano de recuperação ao nível da União Europeia, “incluindo subvenções para as economias mais afetadas pela crise”.

* Uma radiografia bem feita.

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