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"O JORNAL ECONÓMICO"
PJ detém a colecionadora de arte Angela Gulbenkian para ser extraditada
Em comunicado hoje divulgado, a PJ adianta que se trata de uma mulher de 38 anos, “negociante em obras de arte, suspeita da prática do crime de burla no valor de milhares de euros”, residente na região de Lisboa.
A corretora e colecionadora de arte Angela Gulbenkian foi detida pela
Polícia Judiciária no cumprimento de um Mandado de Detenção Europeu
(MDE) emitido pelo Reino Unido e encontra-se em prisão preventiva até
ser extraditada.
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"BERDADEIRA ARTISTA" |
Em comunicado hoje divulgado, a PJ
adianta que se trata de uma mulher de 38 anos, “negociante em obras de
arte, suspeita da prática do crime de burla no valor de milhares de
euros”, residente na região de Lisboa.
Após
ter sido detida Angela Gulbenkian foi presente ao Tribunal da Relação
de Lisboa e aguarda em prisão preventiva o processo de extradição para o
Reino Unido.
Em fevereiro, um tribunal britânico tinha emitido um
mandado de detenção contra a corretora e colecionadora de arte, acusada
de furto e de usar indevidamente o nome da Fundação Calouste
Gulbenkian.
O mandado foi emitido pelo Tribunal da Coroa de Southwark para Angela Gulbenkian por esta ter faltado a uma audiência judicial.
A
26 de junho de 2019 já tinha sido emitido pelo Tribunal de Magistrados
de Westminster um outro MDE contra a alemã, casada com um
sobrinho-bisneto do empresário arménio Calouste Gulbenkian, que está a
responder na justiça por alegadamente ter desviado 1,2 milhões de euros
que se destinavam a comprar uma escultura da autoria do artista japonês
Yayoi Kusama.
Contudo, o advogado Christopher Marinello, que
representa o francês Mathieu Ticolat – que pagou a escultura, mas terá
ficado sem o dinheiro e sem a obra de arte -, sublinhou que a alemã
conseguiu ‘fintar’ o mandado inicial ao convencer o tribunal de que
estava a ser alvo de uma cirurgia na Alemanha.
Na origem das duas
acusações de crime de furto está a venda de uma escultura de Yayoi
Kusama por 1,2 milhões de euros que nunca foi entregue ao comprador, um
conselheiro de arte radicado em Hong Kong, Mathieu Ticolat, que
processou Angela Gulbenkian civil e criminalmente.
Em maio de
2019, o advogado de Ticolat garantiu à agência Lusa que Angela
Gulbenkian sempre utilizou o nome da Fundação Calouste Gulbenkian para
se credibilizar durante o processo negocial para venda da escultura.
Em
agosto de 2018, questionada também pela Lusa, a negociadora de arte
negou a acusação: “Sou casada com um Gulbenkian. Nunca disse que fazia
parte da Fundação. Nunca disse que queria pertencer à Fundação. Nunca
disse que queria ou ia fazer parte do Museu. Se alguma vez tivesse dito
isso, por que é que não foram ao ‘site’ da Fundação verificar as
equipas? Toda a gente sabe que não estou lá. É do conhecimento geral que
não faço parte da Fundação ou do Museu”.
Duarte Gulbenkian, o seu
marido, é neto de Roberto Gulbenkian, que trabalhou com a Fundação
desde 1956, tendo sido responsável pelo Departamento das Comunidades
Arménias.
Angela Gulbenkian viu mesmo uma das suas contas congeladas por decisão de um tribunal no Reino Unido.
* Mais uma intérprete de "A fraude como Arte", em Portugal são mais que as mães.
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