15/06/2020

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Senso d'hoje
LUCA ARGEL
 MÚSICO
INÊS BARBOSA
 DOUTORADA EM SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
CARMEN MATOS
 ADVOGADA
RUI AZEVEDO
 CENÓGRAFO
CAROLINA ALMEIDA
 TRABALHADORA PRECÁRIA
SUELEN MASIERO
 COZINHEIRA
OS ROSTOS DA CRISE


Luca Argel é músico, vive no Porto e todos os concertos e compromissos profissionais que tinha agendados até setembro foram desmarcados. 


 Inês Barbosa é doutorada em Sociologia da Educação mas, como há muito poucas bolsas de pós doutoramento nessa área, tem sido contratada com bolas de mestrado, umas atrás das outras. Tem 36 anos e uma filha. No final da última bolsa, enquanto esperava a próxima, foi contratada a recibos verdes e assim estava quando surgiu a pandemia. Como os bolseiros não têm direito a subsídio de desemprego e ela ainda aguarda a deliberação da Segurança Social do seu pedido de apoio à família, está sem qualquer rendimento desde março. 


Com a pandemia da Covid-19 os tribunais encerraram e os advogados tiveram uma brutal quebra de rendimentos. Foi o que aconteceu com Carmen Matos que apesar disso continuou, tal como todos os advogados e solicitadores, obrigada a contribuir mensalmente com 251€ para a sua caixa de previdência própria deste profissionais, a CPAS, que não lhes fornece qualquer proteção social.


 Rui Azevedo é cenógrafo e tem uma pequena empresa na qual é sócio-gerente. Com a pandemia, todos os trabalhos que tinham marcados foram cancelados. Rui está desde março sem qualquer rendimento, apesar de sempre ter contribuído para a Segurança Social


Carolina trabalhava há oito meses num armazém de uma importante empresa, a falsos recibos verdes. A 13 de março foi despedida. Como estava no ano de isenção de pagamentos à Segurança Social, de início não teve direito a nenhum apoio. Com a pressão dos movimentos sociais, o governo emitiu um decreto que passou a permitir às pessoas na sua circunstância pedirem apoio à Segurança Social, relativo ao mês de maio. Para os meses de março e abril, não houve qualquer apoio. Carolina entregou o seu pedido, está a aguardar resposta e desde 13 de março que está sem rendimentos.


 Suelen Masiero é cozinheira. Vive em Portugal há um ano e meio e sempre trabalhou com contratos. Como é muito comum na restauração, sempre que mudou de restaurante, contrataram-na à experiência durante um período no qual o empregador não descontou para a Segurança Social.

No início da pandemia, foi despedida. Os seus descontos não eram suficientes para lhe dar acesso a qualquer apoio, está sem rendimentos desde então. 

FONTE:  EsquerdaNet
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