14/05/2020

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 HOJE NO
"OBSERVADOR"
Um inverno para nosso descontentamento e uma vacina que pode demorar: 
as previsões de um imunologista no
.Senado dos EUA

Se nada se alterar, pode estar próximo "o mais sombrio inverno da história moderna". Vacina até ao verão? Talvez seja otimista. Um imunologista americano foi ao Senado levar más notícias.

Ainda estamos em maio, mas os Estados Unidos da América e os países que reagirem à pandemia como os EUA estão a reagir podem estar a aproximar-se do “mais sombrio inverno da história moderna”. Tal só não acontecerá se os líderes agirem de forma decisiva, para impedir um novo surto do novo coronavírus nos últimos meses de 2020.
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A previstão foi feita por um imunologista norte-americano, Richard Bright, que foi recentemente removido do seu posto como chefe da Autoridade Biomédica de Investigação e Desenvolvimento, depois de ter alertado para falhas do governo federal no combate à pandemia de Covid-19. O especialista repetiu os avisos de alarme esta quinta-feira, perante o Comité de Energia da Câmara de Representantes, expressando preocupação:
Sem um planeamento claro das etapas que eu e outros especialistas delineamos, o inverno de 2020 será o mais sombrio da história moderna. A nossa janela de oportunidade está a fechar-se”, disse o especialista, que prevê um novo surto de Covid-19 já em outubro.
Durante a sua audição no Congresso dos EUA, o imunologista norte-americano reforçou as críticas à resposta à pandemia pela administração de Donald Trump, referindo que esta não foi capaz de implementar “um plano coordenado, centralizado e com práticas generalizadas” para tentar conter globalmente o contágio pelo novo coronavírus em todos os Estados norte-americanos.

Ricard Bright alertou ainda que se os EUA não conseguirem “desenvolver uma resposta coordenada nacional, baseada na ciência”, há o risco de que a pandemia “piore muito e seja prolongada no tempo, causando doenças e mortes sem precedentes”, explicou o imunologista.

O alerta de Bright acontece depois de, na terça-feira, o principal conselheiro da Casa Branca para o combate à pandemia, Anthony Fauci, ter avisado o Senado dos EUA que um fim demasiado rápido do confinamento pode fazer regressar a crise sanitária a níveis alarmantes, “causando sofrimento e morte desnecessários”.

Durante a sua audição, o imunologista defendeu também que a previsão de que possa existir uma vacina disponível até meados do verão do próximo ano poderá ser otimista. O calendário previsto, apontou, é “agressivo” e acarreta um problema: “A minha preocupação é: se nos apressarmos em demasia, e equacionarmos retirar da equação passos críticos [para o desenvolvimento e aprovação de uma vacina realmente eficaz], podemos não ter uma garantia absoluta da segurança dessa vacina. Portanto, ainda deverá demorar algum tempo“, referiu, citado pela estação norte-americana CNN.

Trump reage: é só “um funcionário insatisfeito”, diz

Horas depois do aviso de Bright, o Presidente Donald Trump usou a sua conta pessoal da rede social Twitter para desvalorizar as recomendações de Bright, atribuindo-as a “um funcionário insatisfeito, não apreciado nem respeitado pelas pessoas com quem falei e que, com a sua atitude, não deveria sequer estar a trabalhar para o nosso governo”.

Donald Trump tem insistido na necessidade de reabrir rapidamente a economia dos EUA e tem pedido aos governadores estaduais para estabelecerem regras para o fim do confinamento, apesar dos receios de parte da população no regresso à normalidade.

No depoimento no Congresso, Bright alertou para os perigos futuros decorrentes da falta de cuidados no fim do confinamento.
É um facto inegável que haverá um ressurgimento (do novo coronavírus) neste outono, agravando muito os desafios da gripe sazonal e colocando uma enorme pressão no nosso sistema de saúde”, disse.
Bright, que tem um doutoramento em imunologia, traçou o caminho a seguir, numa altura em que os investigadores ainda procuram uma vacina eficaz para o novo coronavírus. O plano inclui uma estratégia nacional de testes, um maior nível de comunicação pública sobre medidas básicas de segurança, o aumento da produção de equipamentos de saúde essenciais e um sistema de distribuição eficaz desses equipamentos.

Os Estados Unidos da América são um dos países mais afetados pela pandemia de Covid-19 em termos absolutos, com cerca de 1,4 milhões de casos de contaminação e mais de 84.000 mortes.

* Estava claro que o imunologista seria despedido pela administração Trump, não é o tipo de pessoa que o presidente norte-americano prefere, quem não é yess man da loura besta não presta, aguardamos que Trump beba lixívia para combater todos os vírus duma maneira eficaz.

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