09/04/2020

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"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Após críticas dos artistas, 
Governo suspende TV Fest

O TV Fest, Iniciativa do Ministério da Cultura para apoiar a música nacional, sofreu críticas do setor e vai ser suspenso e "repensado"

"Como o setor reagiu tão rapidamente, com críticas, dúvidas e questões, nós vamos suspender [o TV Fest], ia estrear hoje, será suspenso hoje. Vamos repensar e perceber exatamente como manter este nosso objetivo de apoiar o setor da música e os técnicos e, ao mesmo tempo, dar a possibilidade de as pessoas receberem em sua casa música portuguesa", afirmou hoje a ministra da Cultura, Graça Fonseca, em declarações à Lusa.

De acordo com a ministra, seriam abrangidos "160 músicos", "de todos os estilos musicais", a quem era pedido que "envolvessem sempre equipas técnicas", o que significaria o envolvimento de "cerca de 700 técnicos", ao longo dos vários programas.
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Graça Fonseca explicou que estavam já gravados quatro programas e que "suspender o projeto para repensar não significa não retribuir aos 12 músicos que já trabalharam".

A intenção seria dar um palco num canal de TV criado para o efeito, aproveitando as atuações que têm feito em casa. O evento tinha um orçamento de um milhão de euros, a ser distribuído pelos músicos e pelos técnicos.

Os primeiros artistas a atuar foram escolhidos por Júlio Isidro e os seguintes seriam selecionados pelo último a atuar. Estavam previstos concertos de 120 músicos, bandas e cantores.
Mas ontem, ao final da noite, uma petição que pedia o cancelamento do TV Fest começou a ganhar apoios.

"A realização do TV Fest, no presente estado de emergência, constitui uma ameaça ao ecossistema cultural português que elimina curadores, diretores artísticos, músicos, técnicos e os demais, operando através de um jogo em corrente exclusivo, e de círculo fechado, aos seus participantes artísticos, que desclassifica a participação, representatividade e diversidade de um sector, constituindo uma medida antidemocrática e não inclusiva", dizia o texto que suportava o abaixo-assinado, que conta já com mais de 18 mil subscrições.

Não há data para o regresso
Graça Fonseca explicou que estavam já gravados três programas e que "suspender o projeto para repensar não significa não retribuir aos 12 músicos que já gravaram". "Este nosso repensar é envolvendo evidentemente aqueles que já o fizeram", afirmou.

Agora, não há previsões de quando o programa começará a ser exibido.

"Nós fomos rápidos com vários parceiros a montar um projeto. Por vezes somos acusados se sermos lentos e burocráticos, neste caso essa parte ninguém pode dizer que fomos. O setor também foi rápido a reagir, e nós agora, para não sermos rápidos, vamos suspender, vamos repensar e depois para a semana, veremos", referiu Graça Fonseca.

O Governo destinou um milhão de euros para o projeto TV Fest, valor que, de acordo com a ministra da Cultura se trata de "um reforço" conseguido no Orçamento do Estado.

O projeto, sublinhou, "não é uma parceria com a RTP nem para financiar a RTP". A verba em causa "é destinada a pagar músicos e técnicos".

"Esta verba foi planeada para pagar o trabalho dos artistas que o têm feito de forma não remunerada", afirmou, referindo-se aos concertos que vários músicos têm dado nas últimas semanas em direto através das suas páginas nas redes sociais.

O TV Fest surgiu da constatação que "os músicos e os técnicos são os mais fora dos diferentes apoios disponíveis na fase de emergência, tanto de entidades públicas como privadas".
Graça Fonseca salientou que o TV Fest é um projeto que tem "apenas objetivos públicos".

"Foi assumido como um projeto de política pública, que reconhece a importância da música em geral, muito em particular neste momento, que, neste momento também, da parte do Governo, há uma preocupação e uma vontade de ir ter com as pessoas que estão em casa e terem algo que continue a mantê-las ligadas à música", disse.

O TV Fest chegaria "a casa de pelo menos 90% das famílias portuguesas", através de um canal "que as quatro operadoras iam abrir para todos".

"O quanto seria mais difícil passarmos por isto, estarmos em casa sem termos música, sem ler um livro, sem a televisão nos dar uma peça de teatro?", questionou.

A ministra reiterou que o Governo pensou "numa iniciativa inédita para um tempo inédito", mas "como não foi assim compreendido e perante as reações", o TV Fest será "suspenso e reavaliado". "Agora já não com tanta rapidez como quando montámos o projeto", disse.

"Foi assumido como um projecto de política pública, que reconhece a importância da música em geral, muito em particular neste momento, que, neste momento também, da parte do Governo, há uma preocupação e uma vontade de ir ter com as pessoas que estão em casa e terem algo que continue a mantê-las ligadas à música", disse.

O TV Fest chegaria "a casa de pelo menos 90% das famílias portuguesas", através de um canal "que as quatro operadoras iam abrir para todos".

"O quanto seria mais difícil passarmos por isto, estarmos em casa sem termos música, sem ler um livro, sem a televisão nos dar uma peça de teatro?", questionou.

A ministra reiterou que o Governo pensou "numa iniciativa inédita para um tempo inédito", mas "como não foi assim compreendido e perante as reações", o TV Fest será "suspenso e reavaliado". "Agora já não com tanta rapidez como quando montámos o projeto", disse.

* Não percebemos o que é o ecossistema cultural português, deve ser um ataque de diarreia mental, de alguns intelectuais que não foram escolhidos para o festival.
Muito inteligente a atitude da ministra que não deixará de defender o seu projecto talvez com alterações.

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