31/03/2020

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HOJE  NA
"VISÃO"
Covid-19: 
Nobel da Química prevê fim da pandemia
 mais cedo do que o previsto

O cientista assume que apesar do aumento do número de mortos, existem recuperações e um abrandamento na taxa de mortalidade

Michael Levitt, bioquímico na Universidade de Standford e vencedor do Prémio Nobel da Química em 2013, contraria o que muitos epidemiologistas e cientistas prevêem – meses de perturbações sociais e milhares de mortos em todo o mundo. Levitt acredita que os dados não apresentam um cenário tão terrível como o descrito, em especial nas áreas onde são respeitadas as medidas de distanciamento social. “O que precisamos é de controlar o pânico”, disse ao Los Angeles Times. “Nós vamos ficar bem”.
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O cientista começou, em janeiro, a analisar o número de casos de Covid-19. Destes cálculos percebeu que a China passaria pela fase pior do surto numa data anterior à previsão que fizeram outros especialistas.

No dia 31 de janeiro, a China registou 46 novas mortes em comparação com as 42 assinaladas no dia anterior. Embora o número de mortes tenha continuado a aumentar, a taxa de mortalidade diminuiu. Ou seja, o número de mortos cresceu mas a percentagem desses mortos é menor do que a do dia anterior. “Isto sugere que a taxa do aumento no número de mortos diminuirá ainda mais durante a próxima semana”, declarou Levitt no relatório que enviou aos colegas no dia 1 de fevereiro, e que mais tarde foi partilhado nas redes sociais. Três semanas depois de ter escrito o relatório, o bioquímico calculou que a China tinha atingido o pico e que o país iria ter cerca de 80 mil casos confirmados e 3250 mortes. Essa previsão mostrou-se extremamente precisa: no 16 de março, o país contabilizou um total de 80 298 casos e 3 245 mortes. O número de pacientes recém-diagnosticados com o vírus desceu para cerca de 25 por dia.

O vencedor do prémio Nobel prevê um padrão semelhante noutros países: analisou 78 países que relataram mais de 50 novos casos de Covid-19 por dia e vê “sinais de recuperação” em muitos dos casos. O foco do cientista não é o número total de casos de um país, mas sim no número de casos identificados diariamente. “Os números ainda não são significativos mas existem sinais claros de um crescimento lento”.

Levitt concorda com as medidas de distanciamento social e reforça a ideia de que é importante estar vacinado contra a gripe, pois episódios de gripe durante o surto do coronavírus, para além de sobrecarregar os hospitais, aumentam as hipóteses de o novo vírus não ser detetado. O bioquímico assume que este pode ter sido um dos fatores que contribuiu para o estado atual da Itália, onde existe um forte movimento anti-vacinação.

O pânico causado pelos meios de comunicação, que se concentram no número de novos casos, destacando os casos de celebridades, é uma das preocupações de Levitt, assim como as medidas de proteção que colocam em causa a própria economia de cada país, podendo tornar-se numa catástrofe. 

Embora a taxa de mortalidade por causa do coronavírus seja maior do que a taxa de mortalidade da gripe, Levitt garante que “não é o fim do mundo”. “A situação não é tão terrível como parece”, diz.

* Alguém positivo sem ser optimista e a referir o alarme produzido por muita comunicação social.
Nunca é demais elogiar a dra. GRAÇA FREITAS pela postura serena quando nos comunica os números da tristeza, quando avisa sobre o futuro sem assustar.

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