Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
18/01/2019
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HOJE NO
"A BOLA"
TAD suspende castigo
ao Casa Pia e treinadores
O
TAD (Tribunal Arbitral do Desporto) decidiu suspender o castigo ao Casa
Pia em relação aos jogos à porta fechada e aos treinadores (Rúben
Amorim e Topé).
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Esta
decisão significa que o Casa Pia pode jogar em casa e os treinadores
regressarem ao banco, tal como tinha acontecido com o Alverca e A BOLA
referido.
A FPF não se opôs à suspensão do castigo decidido pelo TAD, que não decretou a suspensão da perda dos pontos.
* A FPF parece o Pôncio Pilatos.
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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Tesla vai despedir 3000 trabalhadores
O
presidente executivo da Tesla afirmou esta sexta-feira que a empresa vai
suprimir cerca de 3000 empregos e alertou para o "caminho muito difícil
que tem pela frente" para produzir carros elétricos do Modelo 3
acessíveis aos consumidores.
Numa
mensagem hoje enviada por 'email' aos trabalhadores da empresa cuja
sede é em Paulo Alto, na Califórnia, nos Estados Unidos, Elon Musk,
disse que a Tesla vai "eliminar 7% da sua força de trabalho", cerca de
3000 postos de trabalho, por causa das dificuldades para produzir as
variantes mais baratas do Modelo 3 e conseguir "economias de escala" no
seu fabrico.
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Elon
Musk referiu ainda que a empresa se vê obrigada a "reter apenas os
trabalhadores contratados a prazo e com contrato a tempo inteiro" que
sejam fundamentais.
Em junho do ano
passado, Musk já tinha anunciado o despedimento de 9% dos trabalhados da
sua unidade de produção, medida que afetou cerca de 4.100 empregados.
"A
Tesla precisa de fazer cortes e ao mesmo tempo aumentar, nos próximos
meses, o ritmo de produção e efetuar muitas melhorias" no seu processo
produtivo, realçou o fundador da empresa.
E
prosseguiu: "Um maior volume e um melhor processo de fabrico são
cruciais para que a Tesla atinja as economias de escala necessárias para
fabricar o Modelo 3, com uma autonomia de 350 quilómetros, um interior
'standard' e um preço de 35.000 dólares [30.814 euros], uma vez que
somos uma empresa viável".
Desde há
mais de um ano que a Tesla não tem conseguido de cumprir as previsões de
produção para o Modelo 3, o veículo que Musk quer que seja o carro da
empresa para o maior número de clientes, e que atualmente está associado
aos veículos elétricos de luxo.
Quando
a Tesla anunciou o modelo Model 3, a empresa disse que o veículo
custaria 35 mil dólares, um preço competitivo face aos veículos a
combustão (gasolina e gasóleo).
Mas, até agora, a Tesla produziu apenas as versões mais caras do Modelo 3, a um preço de 44 mil dólares (38.736 euros).
Os
analistas financeiros do setor disseram em diversas ocasiões que "a
empresa pode ficar sem liquidez nos próximos meses" devido "à
incapacidade de gerar lucros de forma consistente".
A Tesla só registou lucros no terceiro trimestre de 2018, quando alcançou 311,5 milhões de dólares (274,2 milhões de euros).
Musk
disse também aos trabalhadores que os resultados do último trimestre de
2018 "serão inferiorres ao do terceiro trimestre do ano passado" e que,
em 2018, a Tesla "terá novamente prejuízos".
* Já andámos num Tesla e ficámos completamente satisfeitos, só falta conduzi-lo, temos esperança. Lamentamos que a empresa esteja mal porque julgamos ser o conceito de vanguarda.
* Já andámos num Tesla e ficámos completamente satisfeitos, só falta conduzi-lo, temos esperança. Lamentamos que a empresa esteja mal porque julgamos ser o conceito de vanguarda.
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HOJE NO
"DINHEIRO VIVO"
"DINHEIRO VIVO"
Há uma centena de estrangeiros interessados em
investir no património português
investir no património português
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O apetite dos investidores pelo património imobiliário nacional está a crescer. No âmbito do Revive, programa que dá uma segunda vida a património devoluto, mais de quatro centenas de investidores contactaram o governo a pedir informações. Hoje é assinado o contrato para o Castelo de Cerveira.
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São antigos mosteiros, conventos, castelos e
fortes. A maioria tem séculos de vida. Em comum têm também o facto de
estarem devolutos. E de estarem a captar cada vez o interesse de
centenas de investidores, portugueses e estrangeiros.
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No âmbito do Revive – programa lançado em
2016 que tem como missão promover e agilizar os processos de
rentabilização e preservação de património público devoluto, tornando-o
apto para a atividade turística – o governo já recebeu contactos de
“cerca de 440 interessados nos vários imóveis, dos quais 100 são
estrangeiros”, revelou a secretária de Estado do Turismo ao Dinheiro
Vivo.
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“Sentimos que há uma crescente procura à medida que o programa se
vai desenvolvendo e estamos cada vez mais a divulgá-lo ao nível
internacional”, acrescentou Ana Mendes Godinho.
O interesse pelo Revive, cujo 15.º concurso é lançado esta sexta-feira e
que procura quem queira requalificar no Castelo de Vila Nova de
Cerveira, não se fica pelo investimento. Há outros países que o vêm como
um caso de estudo.
“Portugal é um exemplo de um país que conseguiu implementar este
programa de reconversão do património não usado em ativos económicos
para as regiões onde se insere. Vou a Madrid, na próxima semana, porque
fomos convidados a apresentar este modelo do Revive a investidores
internacionais. Fui também convidada para estar no maior evento de
investidores internacionais de turismo, que será em Berlim, para
apresentá-lo porque cada vez mais investidores estão despertos para o
programa e querem ter mais informação”.
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O Executivo acredita que esta estratégia para a requalificação de
património público – através da concessão dos imóveis a privados por um
período que pode ir entre 30 a 50 anos – está a ser bem sucedida e quer
exportá-la para outras geografias onde o português é a língua dominante.
“Estamos a desenvolver a internacionalização do Revive, atendendo à
procura e sucesso que tem tido, nomeadamente, desenvolvendo o programa
em imóveis que têm um histórico de património português nos países da
CPLP”.
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Revive Natureza
A aposta do governo na requalificação do património nacional não se fica
apenas pelos monumentos em mau estado. Na agenda estão também espaços
ligados à natureza, que possam ser reabilitados para fins ligados ao
turismo e que permitam potenciar Portugal como um destino turístico de
Natureza.
“Vamos já passar para uma segunda fase do programa que será a do Revive
Natureza. Terá uma componente diferente porque será para requalificação
de unidades mais pequenas.
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Estamos a falar, por exemplo, de antigas
casas de guardas florestais, que já não estão a ser usadas nem são
precisas”, explica Ana Mendes Godinho. Em articulação com os ministérios
da Agricultura e do Ambiente, foram identificados os imóveis que podem
ser integrados neste conceito e “contamos, diria, no primeiro trimestre
lançar o Revive Natureza”.
* Esta é uma das maneiras fáceis de diminuir o défice português. É também a evidência da enorme preguiça dos governantes que em vez de pegarem e reabilitarem este património degradado o entregam a terceiros que não sabemos o que vão fazer com os monumentos.
Como é possível a sra. ministra dizer que as casas dos guardas florestais não são mais precisas?
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PATRÍCIA VIEGAS
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IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
16/01/18
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Faltam 72 dias para o Brexit.
Ou não?
Uma coisa que anos a escrever sobre a União Europeia ensina é: as
crises formam-se à vista de toda a gente, primeiro subestimam-se, depois
arranjam-se soluções ad hoc, elaboram-se planos, normalmente
rejeitados pelos cidadãos de um ou mais Estados membros, grita-se que
não há plano B, que é assim ou não é, depois apanha-se mais uns choques,
apregoa-se quase o apocalipse e, in extremis, eis que alguém,
em algum sítio, em alguma circunstância, aparece com uma solução. Foi
assim na crise da Constituição Europeia, do Tratado de Lisboa, o seu
herdeiro, na crise das dívidas soberanas e do euro, da falência da
Grécia e a sua quase saída da moeda única, com um referendo pelo meio
também. Isto só para dar alguns exemplos.
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Ninguém consegue prever,
por agora, de onde virá a solução para este caos em que o Reino Unido
se automergulhou - que, descontadas as responsabilidades de Theresa May,
foi herdado pela líder conservadora do seu antecessor no n.º 10 de
Downing Street, David Cameron (mas também do parceiro de coligação
deste, o liberal-democrata Nick Clegg, que em 2008 se lembrou de
defender um referendo sobre a permanência do Reino Unido na UE em pleno
debate sobre um referendo ao Tratado de Lisboa e, em 2010, incluiu a
ideia no seu programa eleitoral).
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Nos termos do Fixed-Term
Parliament Act (mais uma criação de Clegg no tempo em que foi
vice-primeiro-ministro de Cameron no governo de coligação entre 2010 e
2015), a Câmara dos Comuns vai nesta quarta-feira debater e votar a
moção de censura que o líder do Labour, Jeremy Corbyn, submeteu contra a
primeira-ministra May depois de esta sofrer uma derrota histórica na
votação do acordo do Brexit: 432 deputados votaram contra, 118 dos quais
conservadores. O backstop para a Irlanda do Norte foi o grande
ponto de discórdia. May espera ir falar de novo com a UE e obter aí
concessões. Prevendo dar conta do ponto da situação na segunda-feira.
Quer ganhe ou perca a moção de censura.
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Em princípio, deve ganhar,
com o apoio até mesmo dos rebeldes conservadores e do DUP da Irlanda do
Norte. Mas, se alguns judas conservadores aparecerem à última hora e
ela perder, tem 14 dias para tentar formar um novo governo. Se não
conseguir, poderá haver eleições. Corbyn prefere a solução de eleições
antecipadas a um segundo referendo sobre o Brexit. Ainda nesta
terça-feira o disse de novo em Westminster. Por isso, enquanto o líder
trabalhista parece disposto a ir apresentando moções atrás de moções
contra May (pois não existe um limite), alguns trabalhistas - 100,
segundo a Sky News - querem pressioná-lo a ter o segundo referendo como
plano B para tirar da cartola.
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Eleições antecipadas ou um segundo
referendo poderiam requerer uma extensão do Artigo 50.º, ou seja, o
Reino Unido poderia já não sair na data prevista de 29 de março da UE.
Tal extensão está prevista no Tratado de Lisboa, mas requer unanimidade
entre todos os Estados membros da UE para ir para a frente. Portugal,
segundo admitiu na sexta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros,
Augusto Santos Silva, está disponível para viabilizar uma extensão do
artigo. Esta hipótese foi adiantada nesta noite, por analistas da City,
como altamente provável. A Reuters avança que três ministros de May
avisaram o mundo dos negócios de que "está a ser preparada uma moção
para estender o Artigo 50.
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Entre os eurocéticos conservadores,
uns, como o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Boris Johnson, dizem
que May tem apenas de ir a Bruxelas convencer a UE a 27 a riscar do
acordo o ponto do backstop e já está. Não é preciso estender o
Artigo 50.º e, até 29 de março, há mais do que tempo suficiente para
renegociar o acordo e fazê-lo passar no Parlamento britânico. Outros,
como Jacob Rees-Mogg, que apresentou e perdeu a moção de desconfiança
contra May em dezembro a nível interno no Partido Conservador,
consideram que não há mal nenhum em o Reino Unido sair a 29 de março,
como previsto, sim, mas sem qualquer acordo de enquadramento.
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Essa
é a hipótese para que muitos países se preparam, com a República da
Irlanda à cabeça, que nesta terça-feira acelerou o processo legislativo
para um tal cenário de No Deal Brexit. Para Dublin - apoiada pela UE - o
backstop é a garantia de que a Irlanda do Norte e a República
da Irlanda continuam sem uma fronteira física a dividi-las depois de o
Reino Unido deixar a União a que aderiu em 1973 (fruto do resultado do
referendo de 23 de junho de 2016). E também de que o Acordo de Sexta
Feira Santa, que pôs fim a décadas de conflito sangrento entre
unionistas e republicanos na Irlanda do Norte, continua a ser
respeitado, sem que o processo de paz trema.
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Comissão Europeia,
Estados membros e o próprio Reino Unido têm apresentado os seus planos
de contingência para um cenário de Brexit sem acordo a 29 de março.
Ainda agora Portugal apresentou o resto do seu plano, destinado à
economia e às empresas. E o tema será debatido na Assembleia da
República na quinta-feira. Os britânicos até têm feito ensaios. Mas
alguns analistas questionam-se se, no final, tudo não terá servido
apenas para um mero efeito de dissuasão.
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Mais radical seria a
opção de um cancelamento do Brexit, ou seja, o Reino Unido desistiria de
acionar o Artigo 50.º do Tratado de Lisboa. Poderá fazê-lo
unilateralmente, sem precisar do aval da UE a 27, conforme esclareceu no
mês passado o Tribunal de Justiça da União Europeia. Nesta terça-feira,
no Twitter, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, insinuou
isso mesmo: "Se um acordo é impossível, se ninguém quer uma saída sem
acordo, então quem é que vai, finalmente, ter a coragem de dizer qual é a
única solução possível?", escreveu o polaco, na sua conta naquela rede
social.
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O tempo esgota-se, lembrou, por seu lado, o presidente da
Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. Pelas contas, nesta quarta-feira
faltam 72 dias para o Brexit. Ou não? A resposta está na solução que
alguém, em algum sítio, em alguma circunstância, vai arranjar.
IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
16/01/18
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HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
"Testes do Pezinho" indicam aumento de nascimentos em Portugal em 2018
Perto de 87 mil crianças nasceram em
Portugal em 2018, um ligeiro aumento face a 2017, segundo dados do
Instituto Nacional Ricardo Jorge baseados no rastreio neonatal “Teste do
Pezinho”, que cobre quase a totalidade de nascimentos.
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Em
2018, foram estudados no âmbito Programa Nacional de Diagnóstico
Precoce 86.827 recém-nascidos, mais 674 do que em 2017, ano em que foram
realizados 86.180 testes, adiantam os dados divulgados, esta sexta-feira, pelo
Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA).
“Trata-se de um aumento ligeiro, mas nos últimos cinco anos apenas em 2016 foram estudados mais bebés (87.577)”, refere o INSA.
O
maior número de testes foi realizado no distrito de Lisboa (25.672),
seguido pelo Porto, com 15.699 testes, e Braga, com 6.692.
Os distritos com menos testes feitos foram Bragança (596), Portalegre (681) e Guarda (770).
Agosto foi o mês que registou o maior número de exames feito (8.044), enquanto fevereiro foi o que teve menos registos (6.199).
Em 2017, foram estudados 86.180 recém-nascidos, menos 1.397 do que em
2016, uma diminuição que ocorreu após três anos consecutivos de aumento
de nascimentos, segundo os “testes do pezinho” então realizados.
O
“teste do pezinho” é realizado a partir do terceiro dia de vida do
recém-nascido, através da recolha de umas gotículas de sangue no pé da
criança, e permite diagnosticar algumas doenças graves que clinicamente
são muito difíceis de diagnosticar nas primeiras semanas de vida e que
mais tarde podem provocar atraso mental, alterações neurológicas graves,
alterações hepáticas ou até situações de coma.
Coordenado
pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, através da sua
Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética, o Programa
Nacional de Diagnóstico Precoce cobre a quase totalidade de nascimentos,
sendo um indicador relativo à natalidade em Portugal, embora o teste
não seja obrigatório.
* Sejam bem vindos a este país e façam tudo para eliminar a corrupção.
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HOJE NO
"DESTAK"
Presidente de Angola considera "perigosa" situação na RCA
O Presidente angolano considerou hoje "injusta e perigosa" a atual situação na República Centro- Africana (RCA), cujo Governo está impedido pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas de equipar o exército para fazer face às investidas rebeldes.
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João Lourenço, que falava na cerimónia de cumprimentos de Ano Novo do corpo diplomático em Angola, lembrou que, na RCA, as forças rebeldes têm registado avanços preocupantes no terreno militar, onde Portugal participa na missão das Nações Unidas (Minusca).
"Este facto preocupa-nos bastante, porque o Governo da RCA está condicionado e limitado na sua ação de defesa do território nacional, segurança e proteção do seu país pelo Conselho de Segurança da ONU, que o impede de equipar o exército com os meios necessários para fazer face às investidas dos grupos rebeldes que atuam no país", referiu.
* Um barril de pólvora.
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Foi confirmada a presença da bactéria
“Xylella fastidiosa” em Portugal, mais concretamente nas plantas de
lavanda existentes no jardim de um ‘zoo’ em Vila Nova de Gaia, Porto. As
autoridades portuguesas já comunicaram oficialmente a presença da
infeção em solo nacional. .
Segundo fonte comunitária, citada pela Lusa, a bactéria foi
detetada “em 41 plantas de lavanda num jardim de um ‘zoo’ – ou seja, não
numa zona agrícola – em Vila Nova de Gaia”
A bactéria “Xylella fastidiosa” ataca espécies como oliveiras, amendoeiras, cerejeiras, ameixeiras, sobreiros, figueiras e plantas ornamentais de flor espontânea. Não existe uma cura conhecida para a infeção.
Depois de ter sido identificada, e para evitar a propagação da infeção, foi estabelecida uma área demarcada com 100 metros da zona infetada – incluindo duas plantações e sete centros de jardinagem – e uma zona tampão circundante de cinco quilómetros, ambas sob forte vigilância. As autoridades estão também a investigar a origem da bactéria.
As plantas infetadas com “Xylella fastidiosa” foram destruídas e a circulação a todos os operadores nas áreas demarcadas foi restringida.
As autoridades portuguesas estão em contacto com a Comissão Europeia que está a acompanhar a situação, garante a mesma fonte. Várias subespécies da bactéria têm sido detetadas países europeus – como França, Espanha e Itália – desde 2015.
* Agricultores, Alerta!
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HOJE NO
"i"
Bactéria “Xylella fastidiosa”
chegou a Portugal
A zona afetada pela bactéria está sob forte vigilância enquanto as autoridades investigam a origem da infeção
A bactéria “Xylella fastidiosa” ataca espécies como oliveiras, amendoeiras, cerejeiras, ameixeiras, sobreiros, figueiras e plantas ornamentais de flor espontânea. Não existe uma cura conhecida para a infeção.
Depois de ter sido identificada, e para evitar a propagação da infeção, foi estabelecida uma área demarcada com 100 metros da zona infetada – incluindo duas plantações e sete centros de jardinagem – e uma zona tampão circundante de cinco quilómetros, ambas sob forte vigilância. As autoridades estão também a investigar a origem da bactéria.
As plantas infetadas com “Xylella fastidiosa” foram destruídas e a circulação a todos os operadores nas áreas demarcadas foi restringida.
As autoridades portuguesas estão em contacto com a Comissão Europeia que está a acompanhar a situação, garante a mesma fonte. Várias subespécies da bactéria têm sido detetadas países europeus – como França, Espanha e Itália – desde 2015.
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“Ode Triunfal”
de Álvaro de Campos
À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.Escrevo rangendo os dentes, fera
para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.
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Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
Em fúria fora e dentro de mim,
Por todos os meus nervos dissecados fora,
Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!
Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,
De vos ouvir demasiadamente de perto,
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso
De expressão de todas as minhas sensações,
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!
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Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical —
Grandes trópicos humanos de ferro e fogo e força —
Canto, e canto o presente, e também o passado e o futuro,
Porque o presente é todo o passado e todo o futuro
E há Platão e Virgílio dentro das máquinas e das luzes eléctricas
Só porque houve outrora e foram humanos Virgílio e Platão,
E pedaços do Alexandre Magno do século talvez cinquenta,
Átomos que hão-de ir ter febre para o cérebro do Ésquilo do século cem,
Andam por estas correias de transmissão e por estes êmbolos e por estes volantes,
Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando,
Fazendo-me um acesso de carícias ao corpo numa só carícia à alma.
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Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime!
Ser completo como uma máquina!
Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo!
Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto,
Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento
A todos os perfumes de óleos e calores e carvões
Desta flora estupenda, negra, artificial e insaciável!
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Fraternidade com todas as dinâmicas!
Promíscua fúria de ser parte-agente
Do rodar férreo e cosmopolita
Dos comboios estrénuos,
Da faina transportadora-de-cargas dos navios,
Do giro lúbrico e lento dos guindastes,
Do tumulto disciplinado das fábricas,
E do quase-silêncio ciciante e monótono das correias de transmissão!
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Horas europeias, produtoras, entaladas
Entre maquinismos e afazeres úteis!
Grandes cidades paradas nos cafés,
Nos cafés — oásis de inutilidades ruidosas
Onde se cristalizam e se precipitam
Os rumores e os gestos do Útil
E as rodas, e as rodas-dentadas e as chumaceiras do Progressivo!
Nova Minerva sem-alma dos cais e das gares!
Novos entusiasmos de estatura do Momento!
Quilhas de chapas de ferro sorrindo encostadas às docas,
Ou a seco, erguidas, nos planos-inclinados dos portos!
Actividade internacional, transatlântica, Canadian-Pacific!
Luzes e febris perdas de tempo nos bares, nos hotéis,
Nos Longchamps e nos Derbies e nos Ascots,
E Piccadillies e Avenues de L’Opéra que entram
Pela minh’alma dentro!
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Hé-lá as ruas, hé-lá as praças, hé-lá-hô la foule!
Tudo o que passa, tudo o que pára às montras!
Comerciantes; vários; escrocs exageradamente bem-vestidos;
Membros evidentes de clubes aristocráticos;
Esquálidas figuras dúbias; chefes de família vagamente felizes
E paternais até na corrente de oiro que atravessa o colete
De algibeira a algibeira!
Tudo o que passa, tudo o que passa e nunca passa!
Presença demasiadamente acentuada das cocotes
Banalidade interessante (e quem sabe o quê por dentro?)
Das burguesinhas, mãe e filha geralmente,
Que andam na rua com um fim qualquer;
A graça feminil e falsa dos pederastas que passam, lentos;
E toda a gente simplesmente elegante que passeia e se mostra
E afinal tem alma lá dentro!
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(Ah, como eu desejaria ser o souteneur disto tudo!)
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A maravilhosa beleza das corrupções políticas,
Deliciosos escândalos financeiros e diplomáticos,
Agressões políticas nas ruas,
E de vez em quando o cometa dum regicídio
Que ilumina de Prodígio e Fanfarra os céus
Usuais e lúcidos da Civilização quotidiana!
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Notícias desmentidas dos jornais,
Artigos políticos insinceramente sinceros,
Notícias passez à-la-caisse, grandes crimes —
Duas colunas deles passando para a segunda página!
O cheiro fresco a tinta de tipografia!
Os cartazes postos há pouco, molhados!
Vients-de-paraître amarelos como uma cinta branca!
Como eu vos amo a todos, a todos, a todos,
Como eu vos amo de todas as maneiras,
Com os olhos e com os ouvidos e com o olfacto
E com o tacto (o que palpar-vos representa para mim!)
E com a inteligência como uma antena que fazeis vibrar!
Ah, como todos os meus sentidos têm cio de vós!
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Adubos, debulhadoras a vapor, progressos da agricultura!
Química agrícola, e o comércio quase uma ciência!
Ó mostruários dos caixeiros-viajantes,
Dos caixeiros-viajantes, cavaleiros-andantes da Indústria,
Prolongamentos humanos das fábricas e dos calmos escritórios!
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Ó fazendas nas montras! Ó manequins! Ó últimos figurinos!
Ó artigos inúteis que toda a gente quer comprar!
Olá grandes armazéns com várias secções!
Olá anúncios eléctricos que vêm e estão e desaparecem!
Olá tudo com que hoje se constrói, com que hoje se é diferente de ontem!
Eh, cimento armado, beton de cimento, novos processos!
Progressos dos armamentos gloriosamente mortíferos!
Couraças, canhões, metralhadoras, submarinos, aeroplanos!
Amo-vos a todos, a tudo, como uma fera.
Amo-vos carnivoramente.
Pervertidamente e enroscando a minha vista
Em vós, ó coisas grandes, banais, úteis, inúteis,
Ó coisas todas modernas,
Ó minhas contemporâneas, forma actual e próxima
Do sistema imediato do Universo!
Nova Revelação metálica e dinâmica de Deus!
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Ó fábricas, ó laboratórios, ó music-halls, ó Luna-Parks,
Ó couraçados, ó pontes, ó docas flutuantes —
Na minha mente turbulenta e encandescida
Possuo-vos como a uma mulher bela,
Completamente vos possuo como a uma mulher bela que não se ama,
Que se encontra casualmente e se acha interessantíssima.
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Eh-lá-hô fachadas das grandes lojas!
Eh-lá-hô elevadores dos grandes edifícios!
Eh-lá-hô recomposições ministeriais!
Parlamentos, políticas, relatores de orçamentos,
Orçamentos falsificados!
(Um orçamento é tão natural como uma árvore
E um parlamento tão belo como uma borboleta).
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Eh-lá o interesse por tudo na vida,
Porque tudo é a vida, desde os brilhantes nas montras
Até à noite ponte misteriosa entre os astros
E o mar antigo e solene, lavando as costas
E sendo misericordiosamente o mesmo
Que era quando Platão era realmente Platão
Na sua presença real e na sua carne com a alma dentro,
E falava com Aristóteles, que havia de não ser discípulo dele.
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Eu podia morrer triturado por um motor
Com o sentimento de deliciosa entrega duma mulher possuída.
Atirem-me para dentro das fornalhas!
Metam-me debaixo dos comboios!
Espanquem-me a bordo de navios!
Masoquismo através de maquinismos!
Sadismo de não sei quê moderno e eu e barulho!
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Up-lá hô jockey que ganhaste o Derby,
Morder entre dentes o teu cap de duas cores!
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(Ser tão alto que não pudesse entrar por nenhuma porta!
Ah, olhar é em mim uma perversão sexual!)
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Eh-lá, eh-lá, eh-lá, catedrais!
Deixai-me partir a cabeça de encontro às vossas esquinas.
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E ser levado da rua cheio de sangue
Sem ninguém saber quem eu sou!
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Ó tramways, funiculares, metropolitanos,
Roçai-vos por mim até ao espasmo!
Hilla! hilla! hilla-hô!
Dai-me gargalhadas em plena cara,
Ó automóveis apinhados de pândegos e de putas,
Ó multidões quotidianas nem alegres nem tristes das ruas,
Rio multicolor anónimo e onde eu me posso banhar como quereria!
Ah, que vidas complexas, que coisas lá pelas casas de tudo isto!
Ah, saber-lhes as vidas a todos, as dificuldades de dinheiro,
As dissensões domésticas, os deboches que não se suspeitam,
Os pensamentos que cada um tem a sós consigo no seu quarto
E os gestos que faz quando ninguém pode ver!
Não saber tudo isto é ignorar tudo, ó raiva,
Ó raiva que como uma febre e um cio e uma fome
Me põe a magro o rosto e me agita às vezes as mãos
Em crispações absurdas em pleno meio das turbas
Nas ruas cheias de encontrões!
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Ah, e a gente ordinária e suja, que parece sempre a mesma,
Que emprega palavrões como palavras usuais,
Cujos filhos roubam às portas das mercearias
E cujas filhas aos oito anos — e eu acho isto belo e amo-o! .
Masturbam homens de aspecto decente nos vãos de escada.
A gentalha que anda pelos andaimes e que vai para casa
Por vielas quase irreais de estreiteza e podridão.
Maravilhosamente gente humana que vive como os cães
Que está abaixo de todos os sistemas morais,
Para quem nenhuma religião foi feita,
Nenhuma arte criada,
Nenhuma política destinada para eles!
Como eu vos amo a todos, porque sois assim,
Nem imorais de tão baixos que sois, nem bons nem maus,
Inatingíveis por todos os progressos,
Fauna maravilhosa do fundo do mar da vida!
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(Na nora do quintal da minha casa
O burro anda à roda, anda à roda,
E o mistério do mundo é do tamanho disto.
Limpa o suor com o braço, trabalhador descontente.
A luz do sol abafa o silêncio das esferas
E havemos todos de morrer,
Ó pinheirais sombrios ao crepúsculo,
Pinheirais onde a minha infância era outra coisa
Do que eu sou hoje...)
.
Mas, ah outra vez a raiva mecânica constante!
Outra vez a obsessão movimentada dos ónibus.
E outra vez a fúria de estar indo ao mesmo tempo dentro de todos os comboios
De todas as partes do mundo,
De estar dizendo adeus de bordo de todos os navios,
Que a estas horas estão levantando ferro ou afastando-se das docas.
Ó ferro, ó aço, ó alumínio, ó chapas de ferro ondulado!
Ó cais, ó portos, ó comboios, ó guindastes, ó rebocadores!
.
Eh-lá grandes desastres de comboios!
Eh-lá desabamentos de galerias de minas!
Eh-lá naufrágios deliciosos dos grandes transatlânticos!
Eh-lá-hô revoluções aqui, ali, acolá,
Alterações de constituições, guerras, tratados, invasões,
Ruído, injustiças, violências, e talvez para breve o fim,
A grande invasão dos bárbaros amarelos pela Europa,
E outro Sol no novo Horizonte!
.
Que importa tudo isto, mas que importa tudo isto
Ao fúlgido e rubro ruído contemporâneo,
Ao ruído cruel e delicioso da civilização de hoje?
Tudo isso apaga tudo, salvo o Momento,
O Momento de tronco nu e quente como um fogueiro,
O Momento estridentemente ruidoso e mecânico,
O Momento dinâmico passagem de todas as bacantes
Do ferro e do bronze e da bebedeira dos metais.
.
Eia comboios, eia pontes, eia hotéis à hora do jantar,
Eia aparelhos de todas as espécies, férreos, brutos, mínimos, Instrumentos de precisão, aparelhos de triturar, de cavar,
Engenhos brocas, máquinas rotativas!
.
Eia! eia! eia!
Eia electricidade, nervos doentes da Matéria!
Eia telegrafia-sem-fios, simpatia metálica do Inconsciente!
Eia túneis, eia canais, Panamá, Kiel, Suez!
Eia todo o passado dentro do presente!
Eia todo o futuro já dentro de nós! eia!
Eia! eia! eia!
Frutos de ferro e útil da árvore-fábrica cosmopolita!
Eia! eia! eia! eia-hô-ô-ô!
Nem sei que existo para dentro. Giro, rodeio, engenho-me.
Engatam-me em todos os comboios.
Içam-me em todos os cais.
Giro dentro das hélices de todos os navios.
Eia! eia-hô! eia!
Eia! sou o calor mecânico e a electricidade!
.
Eia! e os rails e as casas de máquinas e a Europa!
Eia e hurrah por mim-tudo e tudo, máquinas a trabalhar, eia!
.
Galgar com tudo por cima de tudo! Hup-lá!
Hup-lá, hup-lá, hup-lá-hô, hup-lá!
Hé-la! He-hô! H-o-o-o-o!
Z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z!
.
Ah não ser eu toda a gente e toda a parte!
* Obrigada ACR pelo envio.
.
Tenho febre e escrevo.Escrevo rangendo os dentes, fera
para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.
.
Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
Em fúria fora e dentro de mim,
Por todos os meus nervos dissecados fora,
Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!
Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,
De vos ouvir demasiadamente de perto,
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso
De expressão de todas as minhas sensações,
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!
.
Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical —
Grandes trópicos humanos de ferro e fogo e força —
Canto, e canto o presente, e também o passado e o futuro,
Porque o presente é todo o passado e todo o futuro
E há Platão e Virgílio dentro das máquinas e das luzes eléctricas
Só porque houve outrora e foram humanos Virgílio e Platão,
E pedaços do Alexandre Magno do século talvez cinquenta,
Átomos que hão-de ir ter febre para o cérebro do Ésquilo do século cem,
Andam por estas correias de transmissão e por estes êmbolos e por estes volantes,
Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando,
Fazendo-me um acesso de carícias ao corpo numa só carícia à alma.
.
Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime!
Ser completo como uma máquina!
Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo!
Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto,
Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento
A todos os perfumes de óleos e calores e carvões
Desta flora estupenda, negra, artificial e insaciável!
.
Fraternidade com todas as dinâmicas!
Promíscua fúria de ser parte-agente
Do rodar férreo e cosmopolita
Dos comboios estrénuos,
Da faina transportadora-de-cargas dos navios,
Do giro lúbrico e lento dos guindastes,
Do tumulto disciplinado das fábricas,
E do quase-silêncio ciciante e monótono das correias de transmissão!
.
Horas europeias, produtoras, entaladas
Entre maquinismos e afazeres úteis!
Grandes cidades paradas nos cafés,
Nos cafés — oásis de inutilidades ruidosas
Onde se cristalizam e se precipitam
Os rumores e os gestos do Útil
E as rodas, e as rodas-dentadas e as chumaceiras do Progressivo!
Nova Minerva sem-alma dos cais e das gares!
Novos entusiasmos de estatura do Momento!
Quilhas de chapas de ferro sorrindo encostadas às docas,
Ou a seco, erguidas, nos planos-inclinados dos portos!
Actividade internacional, transatlântica, Canadian-Pacific!
Luzes e febris perdas de tempo nos bares, nos hotéis,
Nos Longchamps e nos Derbies e nos Ascots,
E Piccadillies e Avenues de L’Opéra que entram
Pela minh’alma dentro!
.
Hé-lá as ruas, hé-lá as praças, hé-lá-hô la foule!
Tudo o que passa, tudo o que pára às montras!
Comerciantes; vários; escrocs exageradamente bem-vestidos;
Membros evidentes de clubes aristocráticos;
Esquálidas figuras dúbias; chefes de família vagamente felizes
E paternais até na corrente de oiro que atravessa o colete
De algibeira a algibeira!
Tudo o que passa, tudo o que passa e nunca passa!
Presença demasiadamente acentuada das cocotes
Banalidade interessante (e quem sabe o quê por dentro?)
Das burguesinhas, mãe e filha geralmente,
Que andam na rua com um fim qualquer;
A graça feminil e falsa dos pederastas que passam, lentos;
E toda a gente simplesmente elegante que passeia e se mostra
E afinal tem alma lá dentro!
.
(Ah, como eu desejaria ser o souteneur disto tudo!)
.
A maravilhosa beleza das corrupções políticas,
Deliciosos escândalos financeiros e diplomáticos,
Agressões políticas nas ruas,
E de vez em quando o cometa dum regicídio
Que ilumina de Prodígio e Fanfarra os céus
Usuais e lúcidos da Civilização quotidiana!
.
Notícias desmentidas dos jornais,
Artigos políticos insinceramente sinceros,
Notícias passez à-la-caisse, grandes crimes —
Duas colunas deles passando para a segunda página!
O cheiro fresco a tinta de tipografia!
Os cartazes postos há pouco, molhados!
Vients-de-paraître amarelos como uma cinta branca!
Como eu vos amo a todos, a todos, a todos,
Como eu vos amo de todas as maneiras,
Com os olhos e com os ouvidos e com o olfacto
E com o tacto (o que palpar-vos representa para mim!)
E com a inteligência como uma antena que fazeis vibrar!
Ah, como todos os meus sentidos têm cio de vós!
.
Adubos, debulhadoras a vapor, progressos da agricultura!
Química agrícola, e o comércio quase uma ciência!
Ó mostruários dos caixeiros-viajantes,
Dos caixeiros-viajantes, cavaleiros-andantes da Indústria,
Prolongamentos humanos das fábricas e dos calmos escritórios!
.
Ó fazendas nas montras! Ó manequins! Ó últimos figurinos!
Ó artigos inúteis que toda a gente quer comprar!
Olá grandes armazéns com várias secções!
Olá anúncios eléctricos que vêm e estão e desaparecem!
Olá tudo com que hoje se constrói, com que hoje se é diferente de ontem!
Eh, cimento armado, beton de cimento, novos processos!
Progressos dos armamentos gloriosamente mortíferos!
Couraças, canhões, metralhadoras, submarinos, aeroplanos!
Amo-vos a todos, a tudo, como uma fera.
Amo-vos carnivoramente.
Pervertidamente e enroscando a minha vista
Em vós, ó coisas grandes, banais, úteis, inúteis,
Ó coisas todas modernas,
Ó minhas contemporâneas, forma actual e próxima
Do sistema imediato do Universo!
Nova Revelação metálica e dinâmica de Deus!
.
Ó fábricas, ó laboratórios, ó music-halls, ó Luna-Parks,
Ó couraçados, ó pontes, ó docas flutuantes —
Na minha mente turbulenta e encandescida
Possuo-vos como a uma mulher bela,
Completamente vos possuo como a uma mulher bela que não se ama,
Que se encontra casualmente e se acha interessantíssima.
.
Eh-lá-hô fachadas das grandes lojas!
Eh-lá-hô elevadores dos grandes edifícios!
Eh-lá-hô recomposições ministeriais!
Parlamentos, políticas, relatores de orçamentos,
Orçamentos falsificados!
(Um orçamento é tão natural como uma árvore
E um parlamento tão belo como uma borboleta).
.
Eh-lá o interesse por tudo na vida,
Porque tudo é a vida, desde os brilhantes nas montras
Até à noite ponte misteriosa entre os astros
E o mar antigo e solene, lavando as costas
E sendo misericordiosamente o mesmo
Que era quando Platão era realmente Platão
Na sua presença real e na sua carne com a alma dentro,
E falava com Aristóteles, que havia de não ser discípulo dele.
.
Eu podia morrer triturado por um motor
Com o sentimento de deliciosa entrega duma mulher possuída.
Atirem-me para dentro das fornalhas!
Metam-me debaixo dos comboios!
Espanquem-me a bordo de navios!
Masoquismo através de maquinismos!
Sadismo de não sei quê moderno e eu e barulho!
.
Up-lá hô jockey que ganhaste o Derby,
Morder entre dentes o teu cap de duas cores!
.
(Ser tão alto que não pudesse entrar por nenhuma porta!
Ah, olhar é em mim uma perversão sexual!)
.
Eh-lá, eh-lá, eh-lá, catedrais!
Deixai-me partir a cabeça de encontro às vossas esquinas.
.
E ser levado da rua cheio de sangue
Sem ninguém saber quem eu sou!
.
Ó tramways, funiculares, metropolitanos,
Roçai-vos por mim até ao espasmo!
Hilla! hilla! hilla-hô!
Dai-me gargalhadas em plena cara,
Ó automóveis apinhados de pândegos e de putas,
Ó multidões quotidianas nem alegres nem tristes das ruas,
Rio multicolor anónimo e onde eu me posso banhar como quereria!
Ah, que vidas complexas, que coisas lá pelas casas de tudo isto!
Ah, saber-lhes as vidas a todos, as dificuldades de dinheiro,
As dissensões domésticas, os deboches que não se suspeitam,
Os pensamentos que cada um tem a sós consigo no seu quarto
E os gestos que faz quando ninguém pode ver!
Não saber tudo isto é ignorar tudo, ó raiva,
Ó raiva que como uma febre e um cio e uma fome
Me põe a magro o rosto e me agita às vezes as mãos
Em crispações absurdas em pleno meio das turbas
Nas ruas cheias de encontrões!
.
Ah, e a gente ordinária e suja, que parece sempre a mesma,
Que emprega palavrões como palavras usuais,
Cujos filhos roubam às portas das mercearias
E cujas filhas aos oito anos — e eu acho isto belo e amo-o! .
Masturbam homens de aspecto decente nos vãos de escada.
A gentalha que anda pelos andaimes e que vai para casa
Por vielas quase irreais de estreiteza e podridão.
Maravilhosamente gente humana que vive como os cães
Que está abaixo de todos os sistemas morais,
Para quem nenhuma religião foi feita,
Nenhuma arte criada,
Nenhuma política destinada para eles!
Como eu vos amo a todos, porque sois assim,
Nem imorais de tão baixos que sois, nem bons nem maus,
Inatingíveis por todos os progressos,
Fauna maravilhosa do fundo do mar da vida!
.
(Na nora do quintal da minha casa
O burro anda à roda, anda à roda,
E o mistério do mundo é do tamanho disto.
Limpa o suor com o braço, trabalhador descontente.
A luz do sol abafa o silêncio das esferas
E havemos todos de morrer,
Ó pinheirais sombrios ao crepúsculo,
Pinheirais onde a minha infância era outra coisa
Do que eu sou hoje...)
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Mas, ah outra vez a raiva mecânica constante!
Outra vez a obsessão movimentada dos ónibus.
E outra vez a fúria de estar indo ao mesmo tempo dentro de todos os comboios
De todas as partes do mundo,
De estar dizendo adeus de bordo de todos os navios,
Que a estas horas estão levantando ferro ou afastando-se das docas.
Ó ferro, ó aço, ó alumínio, ó chapas de ferro ondulado!
Ó cais, ó portos, ó comboios, ó guindastes, ó rebocadores!
.
Eh-lá grandes desastres de comboios!
Eh-lá desabamentos de galerias de minas!
Eh-lá naufrágios deliciosos dos grandes transatlânticos!
Eh-lá-hô revoluções aqui, ali, acolá,
Alterações de constituições, guerras, tratados, invasões,
Ruído, injustiças, violências, e talvez para breve o fim,
A grande invasão dos bárbaros amarelos pela Europa,
E outro Sol no novo Horizonte!
.
Que importa tudo isto, mas que importa tudo isto
Ao fúlgido e rubro ruído contemporâneo,
Ao ruído cruel e delicioso da civilização de hoje?
Tudo isso apaga tudo, salvo o Momento,
O Momento de tronco nu e quente como um fogueiro,
O Momento estridentemente ruidoso e mecânico,
O Momento dinâmico passagem de todas as bacantes
Do ferro e do bronze e da bebedeira dos metais.
.
Eia comboios, eia pontes, eia hotéis à hora do jantar,
Eia aparelhos de todas as espécies, férreos, brutos, mínimos, Instrumentos de precisão, aparelhos de triturar, de cavar,
Engenhos brocas, máquinas rotativas!
.
Eia! eia! eia!
Eia electricidade, nervos doentes da Matéria!
Eia telegrafia-sem-fios, simpatia metálica do Inconsciente!
Eia túneis, eia canais, Panamá, Kiel, Suez!
Eia todo o passado dentro do presente!
Eia todo o futuro já dentro de nós! eia!
Eia! eia! eia!
Frutos de ferro e útil da árvore-fábrica cosmopolita!
Eia! eia! eia! eia-hô-ô-ô!
Nem sei que existo para dentro. Giro, rodeio, engenho-me.
Engatam-me em todos os comboios.
Içam-me em todos os cais.
Giro dentro das hélices de todos os navios.
Eia! eia-hô! eia!
Eia! sou o calor mecânico e a electricidade!
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Eia! e os rails e as casas de máquinas e a Europa!
Eia e hurrah por mim-tudo e tudo, máquinas a trabalhar, eia!
.
Galgar com tudo por cima de tudo! Hup-lá!
Hup-lá, hup-lá, hup-lá-hô, hup-lá!
Hé-la! He-hô! H-o-o-o-o!
Z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z!
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Ah não ser eu toda a gente e toda a parte!
* Os versos amputados pelas inteligências pudorentas da Porto Editora estão a bold. Este magnífico poema foi integrado no manual escolar "ENCONTROS" destinado a alunos do 12º ano
* Obrigada ACR pelo envio.
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