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IN "PÚBLICO"
16/12/19
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O orçamento mais difícil
de toda a legislatura
O que quer que aconteça este ano pode desbloquear negociações futuras, se as condições orçamentais, económicas e financeiras do país não se alterarem substancialmente.
Foi entregue nesta segunda-feira no Parlamento o Orçamento do Estado para
2020. Que é também, em muitos casos, uma parte do Orçamento do Estado
para 2021, 2022 ou até 2023. O Governo optou por inscrever no documento
que foi aprovado no último sábado, numa reunião do Conselho de Ministros
que durou dez horas, pistas do que vai acontecer até ao final da
legislatura. E se este orçamento for aprovado, então é muito provável
que os seguintes sejam muito mais fáceis de gerir, porque há
compromissos que, uma vez assumidos agora, podem ter reflexos em
negociações futuras.
Taxas moderadoras. Este é um dos casos que vão arrastar-se até 2023.
Tal como decorre da Lei de Bases da Saúde, a sua eliminação vai ser
gradual, a começar já em 2020, nos cuidados de saúde primários - não se
sabe exactamente em que mês do ano a medida arranca, nem quais são os
cuidados de saúde que vão ser abrangidos, mas tudo indica que o
faseamento seja feito por tipologia dos actos clínicos (consultas, meios
de diagnóstico, tratamentos). Esta era uma exigência da esquerda que
causou alguns desacertos na “geringonça” na recta final da passada
legislatura.
Investimentos plurianuais na saúde. Também esta semana
ficámos a saber pela ministra Marta Temido que algum do dinheiro que foi
posto em cima da mesa para aplicar no sector da saúde não é válido só
para o Orçamento que agora se fecha. O caso dos 190 milhões para apostar na requalificação e modernização da rede de hospitais e centros de saúde
é um exemplo de investimento plurianual, válido para os anos de 2020 e
2021. Também esta era uma medida prioritária para a oposição, incluindo
PCP e BE, mas também PSD e CDS.
Salário mínimo nacional. O compromisso de aumento do salário mínimo foi já assumido a quatro anos. Perante a Concertação Social, o Governo propôs que o valor subisse para 635 euros em 2020,
com o objectivo de chegar aos 750 euros no final da legislatura. Não
esperou por nenhum acordo entre os parceiros sociais que não se
entendiam quanto aos valores de partida (2020) e de chegada (2023) e
decretou o aumento.
IN "PÚBLICO"
16/12/19
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