28/10/2019

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"Senti-me enganada". 
Rosa Mota não vai à reabertura
 de pavilhão em protesto

A atleta Rosa Mota não vai marcar presença, esta segunda-feira, na reabertura do pavilhão em sua honra no Palácio de Cristal, no Porto, como forma de protesto.

"Senti-me enganada". Rosa Mota não vai à reabertura de pavilhão em protesto

A atleta está indignada com o facto de o pavilhão ter também associado o nome do patrocinador das obras no espaço, a marca de cervejas Super Bock.

O espaço que reabre nesta segunda-feira, depois de ter passado por obras de reabilitação, vai passar a chamar-se Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota.
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De acordo com a TSF, a atleta não aceita que o seu nome esteja associado a uma marca de cervejas.
Numa carta dirigida à Câmara do Porto, Rosa Mota diz sentir-se enganada e alega que o seu nome foi subalternizado para ser dado destaque a uma marca de bebidas alcoólicas.

"Quando recebi o convite do senhor presidente da Câmara para a reabertura do Pavilhão, e no qual está escrito 'Super Bock Arena Pavilhão Rosa Mota' senti-me definitiva e claramente enganada", afirmou Rosa Mota, que estava convencida de que o nome do espaço seria "Pavilhão Rosa Mota - Super Bock Arena".

E mais a atleta fez saber na dita carta: "Comunico a todos os vereadores, em primeira mão, que não dou a minha anuência a algo que parece estar definitivamente estabelecido e que não foi o que foi acordado".

Os vereadores da oposição na Câmara do Porto anunciaram também que vão faltar à inauguração do renovado pavilhão no Palácio de Cristal por estarem contra a "menorização" do nome da atleta Rosa Mota.

Na reunião do executivo desta manhã, os vereadores do PS, PSD e CDU lamentaram que o nome do pavilhão seja agora "Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota", reiterando a posição que tinham assumido em novembro do ano passado, aquando da aprovação da proposta de acrescentar ao nome Pavilhão Rosa Mota a designação daquela marca de cervejas.

Através de um comunicado, a Câmara do Porto já reagiu à polémica afirmando que o nome da atleta vai ficar, pela primeira vez, inscrito sobre a entrada principal do pavilhão e também em vários locais do seu interior, sendo apenas acrescentado o nome da empresa acrescentando o patrocinador da empresa concessionária.

Da mesma forma, o Município refere que o investimento da reabilitação do pavilhão "foi totalmente suportado por privados, que encontraram a forma de financiamento adequada".

"Pediram, esses mesmos privados, para mudar o nome ao equipamento, o que foi recusado pelo presidente da Câmara. Foi, contudo admitido que pudessem colocar um patrocinador, que ajudasse a suportar os elevados custos de reabilitação", pode ler-se ainda no comunicado da autarquia.

No mesmo documento é ainda explicado que nesse processo "ficou assegurado que ninguém poderia retirar o nome da atleta da designação formal, mas que também no uso comercial o seu nome teria sempre que estar presente. E estes dados foram fornecidos à atleta, que com eles concordou e se congratulou há mais de um ano".

A Câmara do Porto faz também saber que "a atleta e o seu representante terão entrado em negociações com o patrocinador e em conversações com o concessionário", desconhecendo o Município "o que estava em jogo, o que negociaram as partes e que tipo de contrapartidas incluía tal negociação".

Em suma, a Câmara considera "que o nome da atleta está mais do que nunca protegido, não compreendendo que alguém se possa considerar mais respeitado dando nome a um edifício em pré-ruína e sem uso, do que num moderno centro e congressos onde a sua designação está claramente inscrita. E não tem preconceitos quanto à existência de patrocinadores comerciais que, como noutros equipamentos semelhantes noutras cidades, ajudam à concretização de objetivos de interesse público não onerando os impostos dos cidadãos".

Já sobre a ausência prevista da atleta, na tarde desta segunda-feira, na reabertura do espaço, a Câmara do Porto escusou-se a comentar, remetendo a sua posição para o comunicado já emitido.
Também a Super Bock, contactada pelo JN, preferiu não tecer qualquer comentário.

O JN contactou também Jorge Lopes, do consórcio Porto 100%, que vai gerir o equipamento nos próximos 20 anos, mas ainda não obteve resposta.

* A Rosa Mota que nos perdoe mas todo o seu historial é passado, a dignidade mantém-se mas não é relevante para quem quer vender "bjecas" nem para a maioria dos portugueses. Ressalve-se a grande queda para as parcerias do sr. presidente da Câmara do Porto.
Nós queremos ver as instituições desportivas candidatas à utilização do pavilhão a recusarem-se a usá-lo enquanto não for devidamente respeitado o nome de Rosa Mota.

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