HOJE NO
"RECORD"
Nelson Oliveira vai a França para
trabalhar mas gostava de "fazer alguma coisa"
no contrarrelógio
no contrarrelógio
Ciente de que o intenso trabalho que terá numa Movistar recheada de líderes impede a formulação de objetivos pessoais
O ciclista Nelson Oliveira está ciente de que o intenso trabalho que
terá numa Movistar recheada de líderes impede a formulação de objetivos
pessoais na Volta a França, mas não o inibe de tentar "fazer alguma
coisa" no contrarrelógio.
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![Resultado de imagem para ciclista Nelson Oliveira](http://www.sulinformacao.pt/wp-content/uploads/N.-Oliveira-2.jpg)
Aos 30 anos, e após quatro temporadas na todo-poderosa formação
espanhola, o ciclista de Vilarinho do Bairro sabe que será ele um dos
'eleitos' preferenciais para trabalhar em nome da Movistar na frente do
pelotão: "é óbvio que o [Alejandro] Valverde já disse que não se vai
fazer à geral, que estará para ajudar o [Mikel] Landa e o [Nairo]
Quintana, mas quem tem de 'tirar' no pelotão sou eu, o Imanol [Erviti], o
Andrey [Amador] e o [Carlos] Verona, porque o resto...".
"Sem dúvida que vou ter muito trabalho. Já vim preparado para isso e
creio que estou aqui por causa disso. Penso que confiam no meu trabalho e
tenho vindo a fazer aquilo que sei fazer melhor, que é ajudar um líder.
Do meu ponto de vista, penso que os chefes e os corredores têm um certo
apreço por mim. Sempre tentei ser fiel à equipa e isso também ajuda",
completou.
A dois dias de concretizar o seu regresso à Volta a França, por si só um
objetivo muito desejado após duas edições de ausência, Oliveira
mostra-se feliz simplesmente por estar em Bruxelas, cidade-sede do
'Grand Départ' do 106.º Tour, e por ter conseguido conquistar um lugar
numa equipa na qual todos os outros sete ciclistas têm o castelhano como
língua materna, embora não esconda que gostava de "fazer alguma coisa"
no contrarrelógio individual da 13.ª etapa -- e o 13 até costuma ser
sinónimo de sorte, ou não fosse esse o número da tirada que venceu na
Volta a Espanha de 2015.
E terão sido precisamente as suas 'habilidades' na luta contra o
cronómetro que convenceram os dirigentes da Movistar a dar-lhe uma nova
oportunidade na 'Grande Boucle': "Se calhar a medalha [nos Jogos
Europeus] ajudou a que o chefe visse que eu estava bem de forma e isso
ajudou a que a coisa se concretizasse".
A prata de Minsk, confessou, tem um sabor ainda mais especial por ser a
primeira medalha por si conquistada enquanto profissional numa
competição internacional.
"Andava sempre a tentar e a bater na trave, a ser quarto, quinto ou
sétimo. Faltava aquele prémio, que com tanto trabalho não saía. Desta
vez saiu um segundo lugar, que é sempre melhor que um terceiro, mas pior
que o primeiro. Mas saiu alguma coisa e estou contente por isso.
Motivou-me para este Tour saber que estou numa condição boa", reconheceu
aquele que é o maior especialista de contrarrelógio na história do
ciclismo português.
Cumprido o sonho de uma medalha, 'Nelsinho', como é conhecido no
pelotão, não quer pensar a médio prazo, nomeadamente no contrarrelógio
dos Mundiais de ciclismo de estrada, que este ano decorrerão entre 22 e
29 de setembro, em Yorkshire, Reino Unido, preferindo centrar-se apenas
na prova francesa.
"Primeiro, há que concluir o Tour e logo penso no que aí vem", afirmou.
Companheiro de quarto de Nairo Quintana, o colombiano que já por três
vezes esteve no pódio final do Tour sem nunca vencer, o português espera
que, em 28 julho, quando o pelotão desfilar nos Campos Elíseos, a sua
equipa seja a 'dona' da amarela final.
"Para mim, um bom balanço seria a Movistar ganhar o Tour e eu chegar a
Paris, sem grandes percalços e saudável", resumiu Nelson Oliveira, que
concluiu as suas três participações anteriores (2014, 2015 e 2016).
* A Movistar está cheia de vedetas o que não é bom sinal, acrescem a arrogância do frustrado Valverde e a discrição de Oliveira e outros.
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