09/04/2019

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HOJE NO 
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Fabiana Rosales, mulher de Guaidó, 
é o novo rosto feminino da oposição
 na Venezuela

A "primeira-dama" venezuelana, como foi tratada quando foi recebida na Casa Branca a mulher de Juan Guaidó, está a assumir o protagonismo que a mulher de Leopoldo López teve depois de o seu marido ter sido preso.

Casa Branca, 27 de março. Fabiana Rosales, mulher de Juan Guaidó, foi recebida na Sala Oval pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e pela filha dele, Ivanka, já depois de ter reunido com o vice-presidente Mike Pence. "Ela passou por algo muito difícil", disse Trump ao receber a "primeira-dama" venezuelana, como foi tratada durante a viagem.
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Há um ano, a 15 de fevereiro de 2017, tinha sido Lilian Tintori, mulher de outro líder opositor venezuelano, Leopoldo López, a ser recebida por Trump. Depois de anos como o principal rosto feminino da oposição, Tintori perde protagonismo para uma cada vez mais presente Fabiana Rosales.

Mas Tintori, de quem Rosales é amiga, ainda continua a ser rainha nas redes sociais. Tem 3,2 milhões de seguidores no Twitter e 3,3 milhões no Instagram, frente aos 132 mil e 705 mil da "primeira-dama", nessas mesmas redes sociais.

Antes dos EUA, onde também se encontrou com Melania em Mar-a-Lago antes de seguir para Miami, a mulher de Guaidó esteve no Chile e no Peru. A mensagem que passou no estrangeiro foi dirigida aos venezuelanos que tiveram que sair do país por causa da crise económica e política. Disse-lhes que "o momento de regressar a casa" e de "recuperar a democracia" está próximo.

"Não vamos descansar. Estamos aqui para salvar vidas e para devolver a liberdade", disse Rosales na Casa Branca.

Mas as viagens repetem-se também no interior da Venezuela, onde se assume como mais uma voz da oposição, apelando diretamente às mulheres, mães ou filhas de militares para que se ponham de lado de Guaidó, denunciando as condições em que vivem os venezuelanos e reunindo multidões por onde quer que passe, mesmo sem o marido.

Juan Guaidó, líder da Assembleia Nacional venezuelana, invocou a Constituição para assumir a presidência interina da Venezuela a 23 de janeiro e é reconhecido como tal pelos EUA e por cinco dezenas de outros países, incluindo Portugal. Mas o presidente Nicolás Maduro, cuja reeleição não foi reconhecida por grande parte da comunidade, não está disponível para ceder. Guaidó é alvo de uma tentativa de destituição e de perda de direitos políticos por parte da justiça venezuelana, que a oposição diz ser controlada por Maduro.

Mais do que mulher de Guaidó
Fabiana Rosales, de 26 anos, não é apenas a mulher de Guaidó. Nascida em Mérida e licenciada em Comunicação Social pela Universidade Rafael Belloso Chacín de Maracaibo, foi dirigente da juventude do partido Vontade Popular. Foi aí que aos 18 anos conheceu Guaidó, nove anos mais velho do que ela, que também se tinha destacado enquanto dirigente dos protestos dos estudantes universitários contra Chávez. O seu irmão, Golfredo Morett, também pertence ao partido.

O Vontade Popular é liderado por Leopoldo López, que foi um dos mentores de Guaidó. É casado com Lilian Tintori, tendo sido detido a 18 de fevereiro de 2014 (desde agosto de 2017 em prisão domiciliária), depois de ser acusado de incitar à violência nos protestos que resultaram na morte quase meia centena de pessoas.

Envolvida desde cedo na política, trabalhou como assessora de imprensa na Assembleia Nacional e participou em várias ações relacionadas com direitos humanos, segundo o El Universal. "Ser jornalista em tempos de ditadura, onde dizer a verdade ou pensar diferente é um crime, não é nada simples, mas ser jornalista e saber que estamos do lado correto da história para conseguir uma melhor Venezuela é tão gratificante que espanta todos os medos", terá dito publicamente, de acordo com a mesma fonte.

Numa entrevista ao El Nacional, ainda em fevereiro, contou como deixou de lado a sua carreira política para apoiar o marido. "Quando estamos com uma pessoa e é essa pessoa que assume o cargo político, dizemos que o melhor é talvez que as nossas aspirações fiquem um pouco de lado, porque queremos acompanhá-lo e quero que juntos possamos construir algo. E foram existindo situações em que talvez pudesse ter dado o salto para a política, mas queria acompanhá-lo e ser a sua companhia, porque me sentia muito satisfeita com o que estávamos a conseguir", disse. "Porque não era um triunfo só dele, era um triunfo que partilhávamos. O triunfo dele é o meu", acrescentou.

Na mesma entrevista, conta o momento em que o pai morreu, depois de ter tido uma crise de hipertensão e de não haver forma de o salvar, apesar de ter percorrido vários hospitais. "Isso gera muita impotência. Mas essa dor tentei transformá-la, para que me desse mais vontade de seguir em frente, Segundo a BBC, que cita amigos e próximos de Fabiana Rosales, isso reafirmou o compromisso político da mulher de Guaidó.

Rosales e Guaidó casaram em 2013 e têm uma filha, que fará dois anos a 17 de maio, chamada Miranda Eugenia, que é vista com os pais em várias cerimónias religiosas. Uma vez, quando discursava, Guaidó denunciou que havia polícias a tentar entrar em sua casa, onde estava a filha, apontando o dedo a Maduro caso acontecesse algo.

*  Oxalá Rosales e Guaidó consigam provocar eleições na Venezuela para Maduro cair de pôdre.

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