18/02/2019

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Jornalista defende em livro que Igreja é "maciçamente homossexual"

O jornalista francês Frédéric Martel considera a Igreja "uma estrutura maciçamente homossexual", no livro "No armário do Vaticano", que será lançado na quinta-feira e que já levantou polémica antes de chegar às livrarias.

"A homossexualidade é a explicação para a maioria dos problemas da Igreja desde há 50 anos. A homofobia da Igreja é explicada pelo alto nível de homossexualidade no clero", diz Frédéric Martel em entrevista à agência noticiosa Efe num café no distrito "gay" de Paris, Le Marais, onde vive.
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Para este jornalista e sociólogo, autor de títulos como "global gay" ou "Smart", este trabalho só poderia ser escrito por um homossexual - "temos de saber os códigos" - que não trabalha na Itália ou é vaticanista, para não ter medo de perder o seu emprego.

Durante quatro anos, Martel entrevistou mais de mil pessoas, viajou para 30 países e esteve durante algum tempo em Roma, onde afirma ter as suas melhores fontes.

Uma dessas fontes, um ex-membro da Igreja, diz no livro que a comunidade homossexual representa 80% do Vaticano.

"Os padres homossexuais e cardeais são os que estão mais interessados em defender o celibato. A posição contra os preservativos ou evitar sexo antes do casamento também é explicado pela questão homossexual", diz Martel.

O lançamento do livro na quinta-feira em 20 países em simultâneo, incluindo Portugal, coincide com a reunião dos Presidentes das Conferências Episcopais para discutir a prevenção de abuso de crianças por parte do clero, uma questão que, na opinião de Martel, também encontra as suas raízes na homossexualidade.

Este investigador acredita que o interesse do bispo que protege o padre, sabendo que este pode conhecer as suas preferências, é tentar evitar o escândalo em torno da sua própria pessoa.

O livro "No armário do Vaticano" (título em Portugal), que tem como titulo original "Sodoma", dedica um capítulo ao chileno Angelo Sodano, núncio no Chile durante o regime de Pinochet, cujos documentos oficiais consultados por Martel colocam a probabilidade de este ter estado bem informado sobre os abusos do padre Fernando Karadima.

Na publicação, Martel faz também uma ligação entre a homossexualidade e a saída de Bento XVI, indicando que este se sentia atraído por homens.

Agora que o Papa Francisco parece disposto a "descobrir as razões e as estruturas que permitiram" o abuso infantil, Martel, que deu ao Papa uma cópia de "Sodoma", afirmou com orgulho: "O meu livro fornece a chave nas estruturas e as raízes do fenómeno. A Igreja está condenada a mudar".

* Acreditamos na investigação do jornalista que tem o seu lado de paradoxal. O clero não deve ser heterossexual ou homossexual, a imposição de abstinência devia torná-los seres assexuados, como tal todo e qualquer aroma de orientação sexual deveria ser pulverizado com veneno. 
Se os membros do clero têm  orientação sexual o espírito de missão é uma grande vigarice.

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