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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
/DA MADEIRA"
Plano de contingência do ‘Brexit’ prevê consulados portugueses abertos mais horas e ao sábado
Os
consulados de Portugal no Reino Unido vão funcionar com horários
alargados e abrir ao sábado para enfrentar o aumento de procura devido
ao ‘Brexit’, revelou hoje, em Manchester, o secretário de Estado das
Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro.
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“Há muitos
portugueses que estão muito afastados dos postos consulares e a
possibilidade de alargarmos o horário do atendimento à semana e de
abrirmos também aos sábados permitirá garantir atendimento e apoio
aqueles que, de outra forma, dificilmente o poderiam obter”, disse o
governante, à agência Lusa, após uma visita ao consulado naquela cidade
do norte de Inglaterra.
A ideia foi bem recebida pelos
funcionários deste consulado, mas o Governo ainda aguarda a resposta dos
funcionários do consulado de Londres à proposta, que pretende chegar
também a portugueses que têm dificuldade em deslocar-se durante o
período de trabalho ou de aulas.
A medida faz parte do plano de
contingência que será acionado no caso de uma saída sem acordo do Reino
Unido da União Europeia (UE) a 29 de março, o qual foi chumbado esta
semana no parlamento britânico e que previa um período de transição em
que a liberdade de circulação e legislação europeia se mantinham.
Na
situação de ausência de acordo, os cidadãos europeus, incluindo
portugueses, terão menos seis meses do que o previsto para se
candidatarem ao estatuto de residente, até 31 de dezembro de 2020.
O
registo será feito através de um sistema eletrónico do ministério do
Interior britânico, que está ainda em fase de testes, que vai ter uma
aplicação móvel para ler o passaporte e uma forma de cruzar a informação
pessoal com as bases de dados tributária e da segurança social
britânicas.
Sobre este processo, José Luís Carneiro enfatizou a
necessidade de os portugueses “garantirem que têm condições para
provarem a sua residência no Reino Unido” até 29 de março, incluindo
juntando contratos de arrendamento de casa, fatura de eletricidade ou
gás, extratos bancários ou mesmo certificados de inscrição consular.
Uma
utente do consulado, Jirleide Duarte, confessou estar na expectativa
quanto ao que vai acontecer, ao mesmo tempo que está a tratar de
documentos, incluindo do filho recém-nascido.
“Estou fazendo
esses documentos, mas qualquer coisa, é voltar para Portugal, com o
maior orgulho”, disse, apesar de estar há quase quatro anos em
Manchester.
Há menos tempo no país, Teresa Tenreiro usou o
consulado para atualizar a morada no cartão do cidadão e transferir a
inscrição consular de Londres para Manchester, que agora cobre a área
onde vive, Coventry, a cerca de 169 quilómetros, correspondentes a uma
viagem de duas horas.
A viver no Reino Unido há dois anos e meio,
aproveitou a deslocação ao consulado para colocar as “imensas dúvidas”
que tinha sobre o ‘Brexit’, nomeadamente sobre os documentos necessários
e o processo de candidatura à residência, mas a funcionária consular
“explicou e esclareceu”.
O aumento do número de deslocações de
equipas de funcionários a localidades mais afastadas, levando
equipamento que pode recolher os dados biométricos e pessoais para a
emissão do cartão do cidadão ou do passaporte, ou realizando outros atos
consulares, como registos de nascimento, casamento ou inscrições
consulares, é outra das medidas do plano de contingência.
Em 2019
estão previstas 35 “permanências consulares” em todo o Reino Unido,
equivalentes a 93 dias, com estreias em Aberdeen, na Escócia, St.
Helier, na ilha de Jersey, Ilha de Man e em Hamilton, nas Bermudas, um
aumento de 13% face às 31 de 2018.
Porém, face às preocupações
mostradas esta tarde por dirigentes associativos num encontro, o
secretário de Estado trocou mensagens por telemóvel com o ministro da
tutela, Augusto Santos Silva, o qual lhe deu “luz verde” para ampliar
aquele número e oferecer um serviço de “proximidade”.
O
secretário de Estado já tinha anunciado na segunda-feira, em Londres,
após uma visita ao ‘Mayor’ da capital britânica, Sadiq Khan, um reforço
de meios humanos e de técnicos, e o lançamento de uma linha telefónica
dedicada ‘Brexit+’, com um centro de atendimento em Lisboa.
Este
serviço, que está a ser desenvolvido para estar em funcionamento em
abril, é baseado numa experiência feita em Espanha, em parceria com o
Ministério da Presidência e da Modernização Administrativa, e prevê não
só o esclarecimento de dúvidas como a possibilidade de agendar atos
consulares nos postos em Londres e Manchester.
A medida, acredita
o governante, vai permitir a “preparação atempada e um acompanhamento
prévio do atendimento, garantindo uma maior agilidade e celeridade”.
Nos
serviços consulares portugueses no Reino Unido estão registados 302 mil
cidadãos, 245 mil dos quais na área de jurisdição do consulado-geral em
Londres e 57 mil na área de jurisdição do consulado-geral de Portugal
em Manchester.
* A medida que serve os portugueses emigrados.
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