Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
13/10/2018
HELENA GARRIDO
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IN "OBSERVADOR"
11/10/18
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A máscara que caiu
com Ronaldo
Vivemos num país profundamente machista mascarado de defensor da
igualdade de género. Gastam-se energias a procurar o feminino das
palavras enquanto se encontram desculpas para uma violação.
Já muito se escreveu sobre a notícia da noite em Las Vegas, que
envolve Cristiano Ronaldo e a norte-americana Kathryn Mayorga, na altura
com 25 anos. O trabalho do Der Spiegel é uma investigação como
infelizmente hoje temos poucas. Quem quer conhecer a verdade
jornalística (a da justiça vai começar agora) pode e deve ler este texto em inglês ou este que é a tradução em português ou ainda esta sequência de um jornalista
dessa publicação. Era por aí que todos devíamos começar, antes de
emitir uma opinião. É uma investigação exemplar, difícil e corajosa,
porque envolve uma pessoa com o poder que lhe dá o dinheiro, a
popularidade e até o respeito pelo que conquistou a nível internacional
com trabalho e persistência.
Depois do espanto que a reportagem
naturalmente provocou, alguns de nós, em Portugal, enfrentou um violento
choque. Não, não foi o choque da notícia. Foi o choque de descobrir que
conhecíamos mal o país. Descobrimos que sobrevivem maneiras de pensar
que julgávamos erradicadas. Já não valia a pena estar a debater e a
tentar moderar os excessos desencadeados pelo movimento MeToo. O país
estava afinal na pré-história, nem sequer na pré-história do feminismo.
A
revelação daquela noite em Las Vegas mostrou-nos uma faceta
desconhecida dos valores de alguns portugueses (eu, pelo menos, não
conhecia). Estamos completamente enganados quando pensamos que vivemos
num país em que a maioria – ou pelos menos aqueles que têm acesso aos
jornais e às redes sociais – defende, com base em princípios, a
igualdade entre homens e mulheres. Estamos completamente enganados se
acreditamos que a maioria combate o abuso do poder de uma pessoa sobre
outra pessoa, venha ele de quem vier, de onde vier e como vier. Estamos
completamente enganados se consideramos que a maioria é contra a
violação sexual, ponto final, sem considerandos.
Razão tem Nuno
Garoupa, muitos anos a viver no estrangeiro, quando me disse numa
entrevista ao jornal Eco (perdoem-me a primeira pessoa do singular) que o
que mais o chocava em Portugal era a desigualdade de género.
Na altura fiquei admirada com a avaliação machista que fez da sociedade
portuguesa. Mais tarde Nuno Garoupa alertou-me para essa minha
admiração quando partilhou a entrevista ao Expresso de Ricardo Reis,
um outro economista também com uma longa carreira no estrangeiro. Diz
ali Ricardo Reis que, quando vem a Portugal, vê que as mulheres “têm de
se defrontar com um enorme sexismo e com atitudes estranhas”. Como têm
razão, como o caso de Ronaldo mostrou como nunca que viram o que quase
ninguém via (eu, pelo menos).
Vale a pena partilhar aqui alguns textos publicados sobre este tema com os quais todos devíamos concordar. João Miguel Tavares foi um dos primeiros – “Viva o #MeToo! (A não ser que atinja CR7)” –, seguindo-se outros como o de Ana Sá Lopes – “Santo Ronaldo e as prostitutas” –, Fernanda Câncio – “Aquela grande galdéria e o nosso Cristiano” –, Alexandre Homem Cristo – “Ronaldo acima do bem e do mal” — e Maria João Marques – “Este país não é para mulheres”.
E
não parece mesmo ser para mulheres. Os comentários que lemos e ouvimos,
ao trabalho do Der Spiegel, transportam-nos para um país de antes do 25
de Abril 1974. Como se o Estado Novo tivesse saído do país mas tivesse
ficado dentro nós, aprisionados por aqueles valores de heróis nacionais,
de mulheres que são sérias não têm ouvidos, não usam decotes ou saias
curtas, não dançam em discotecas, não se abraçam a homens, não saem
sozinhas com homens e muito menos à noite, não entram num quarto com um
homem. E estamos a falar da exigência mínima. Porque foi aí, tão baixo,
que chegámos. Já nem se está a falar em considerar que “não é não”, seja
em que situação for, e dito por quem quer que seja: uma mulher
desconhecida do parceiro, a mulher ao marido ou uma prostituta.
Que
país é este, em que afinal vivemos, que gasta energias a dar às
palavras o género feminino para depois entrar na lógica da “culpa foi
dela” num caso de violação sexual? (Não, não sabemos se é culpado, no
sentido jurídico, nem sabemos se é inocente, mas esse raciocínio é
válido para as duas partes). Que país é este, que não tem mundo
suficiente para perceber que uma violação é um choque tal, que se pode
estar anos sem querer falar disso, que o acto de se queixar é em si de
uma coragem extraordinária? Já tínhamos tido alguns sintomas desse país
nas decisões judiciais, a mais recente das quais com origem no Tribunal da Relação do Porto sobre a violação de uma mulher inconsciente numa discoteca em Gaia. Mas tínhamos condições para pensar que era coisa do conservadorismo dos juízes. Mas não é.
A
violação é um crime, quase tão grave como um assassínio. Há uma parte
da pessoa que morre, que mesmo com muito trabalho terapêutico não volta a
recompor-se, a renascer. A pessoa nunca mais voltará a ser a mesma. E
assim como ninguém desculpabiliza um assassino com argumento de que a
pessoa era terrível ou pôs-se a jeito, também não se pode
desculpabilizar uma violação. Nem que tenham passado 50 anos. Foi o
tempo que a vítima precisou para conseguir falar.
Mesmo
considerando que estamos na pré-história, o que parece ter acontecido é
pior do que isso, já que os violadores eram muito pior tratados nas
comunidades rurais, como nos conta Camille Paglia no livro “Mulheres
Livres, Homens Livres”. A violação, diz, “tem sido um problema horrível
com que as mulheres se debatem desde que há registos históricos”. Mas
recorda que no seu país de origem, a Itália, “ainda não há muito tempo
os violadores eram esfaqueados, castrados e pendurados numa corda”.
Hoje, em Portugal, são desculpabilizados.
O livro de Camille Paglia é uma compilação de artigos seus e pode ler-se aqui uma crítica de João Pedro Vala e aqui um artigo de Luís Aguiar-Conraria.
É uma feminista muito crítica dos novos movimentos feministas, opõe-se à
engenharia social que nega o peso da biologia e considera que esta é
uma era que não preparou as jovens mulheres para “a vida como ela
realmente é”. Porque, diz, “há coisas que não podemos mudar”, há “uma
quantidade enorme de aventuras individuais” em que uma mulher nunca
poderá participar e “as mulheres conhecem estas verdades sombrias desde
sempre”.
Podemos estar de acordo ou em desacordo com Camille Paglia
(pela minha parte penso que exagera no determinismo da biologia,
nomeadamente ao considerar que assim se explica o comportamento
descontrolado de alguns homens), mas o que nunca podemos justificar, por
muito arriscado que tenha sido o comportamento de uma mulher, que a
violação tem algum tipo de perdão ou justificação.
De qualquer
forma, no estádio em que estamos em matéria de igualdade de género,
falar sobre o que escreve Camille Paglia é como se estivéssemos a
discutir o direito das mulheres a votar no inicio do Estado Novo. Na
pré-história não se pode debater a internet.
Quando nos Estados
Unidos o feminismo passou para um patamar de conquista de espaço no
poder, nós por aqui ainda estamos na fase em que as mulheres lutam para
que as consideram como iguais. Foi isso que tristemente aprendemos com o
caso de Cristiano Ronaldo em Las Vegas, que vivemos num país
profundamente machista em que se finge ser muito moderno e igualitário a
debater palavras. As mulheres servem para trabalhar, ganhar também
dinheiro para a casa, mas desde que se portem como no início do século
XX, é assim que muita gente pensa. Ronaldo fez cair as máscaras da
igualdade e o que vemos atrás dessas máscaras é aterrador.
IN "OBSERVADOR"
11/10/18
* Somos há muitos anos leitores e admiradores de HELENA GARRIDO, pela clareza e coerência dos textos que publica.
O primeiro impulso dos pensionistas foi negar a veracidade das acusações a CR7 logo na primeira notícia. Não negámos por machismo, somos em teoria e na práctica absolutamente defensores da total igualdade de género, mas porque um símbolo vivo tão importante para os portugueses pudesse estar implicado num imbróglio destes. Já tínhamos lido todos os textos que a autora refere na peça e após cada leitura temos vindo a ficar cada vez mais tristes. Esperamos pela Justiça.
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ESTA SEMANA NO
"O JORNAL ECONÓMICO"
"O JORNAL ECONÓMICO"
Consumo da carne terá que ser reduzido em 90% para evitar “colapso climático”
Cada cidadão deverá reduzir 75% do seu consumo de carne de vaca, 90% de carne de porco, comer metade da quantidade de ovos e triplicar o consumo de frutos secos e sementes.
O consumo de carne teria de descer em 90% nos países
ocidentais, de forma a evitar mudanças perigosas no ambiente. Esta é uma
das medidas defendidas num estudo publicado na revista científica
”Nature” esta quinta feira, 11 de outubro.
“Estamos mesmo
a arriscar a sustentabilidade de todo o sistema. Se estamos
interessados em que as pessoas consigam comer e produzir, temos mesmo de
reduzir o consumo de carne”, disse, o investigador e professor na
Universidade de Oxford que liderou o estudo, Marco Springmann ao jornal
inglês The Guardian.
A solução passa por diminuir drasticamente o consumo de carne e
substituir a proteína animal, optando por consumir legumes e
leguminosas, por exemplo. De acordo com o estudo, cada cidadão deveria,
em média, reduzir 75% do seu consumo de carne de vaca, 90% de carne de
porco e comer metade da quantidade de ovos. Já o consumo de leguminosas
deveria triplicar, enquanto o consumo de frutos secos e sementes deveria
quadruplicar.
De acordo com a investigação, que surge à luz do mais recente relatório sobre o ambiente das Nações Unidas,
a indústria agropecuária é a que causa mais estragos a nível ambiental,
devido à emissão de gases de efeito estufa, à desflorestação, às
quantidades de água que são utilizadas e à contaminação de aquíferos
subterrâneos.
Apesar desta informação não ser propriamente
novidade, este estudo apresenta a previsão de que se não houver uma
intervenção, tudo pode ficar muito pior visto que se prevê que a
população cresça em 2,3 mil milhões em 2050, alcançando os 9,8 mil
milhões de habitantes.
O crescimento da população está a fazer com
que a criação de animais para consumo humano comece a tornar-se
impossível, sendo que muitas das dietas dos países ocidentais vão tem
como base produtos agropecuários.
Os investigadores defendem que a
diminuição do consumo de carne passa pelos governos, através das
políticas de educação, da criação de taxas sobre os alimentos, a
concessão de subsídios para a produção de alimentos sustentável. Além da
promoção de mudanças nas ementas das instituições escolares e
hospitalares.
“Alimentar uma população mundial de dez mil milhões
de pessoas é possível, mas só se mudarmos a forma como comemos e
produzimos os nossos alimentos”, afirmou o professor
do Instituto Potsdam para o Estudo do Impacto Ambiental (Alemanha),
Johan Rockström.
Isto significa que, para além da produção de
gado, é necessário ter cuidado com os produtos de origem agrícola. A
diminuição do uso de fertilizantes, a estimulação da agricultura em
regiões do mundo que são mais pobres e o aumento das reservas de água
universais são algumas das medidas fundamentais para que a agricultura
se torne mais amiga do ambiente.
“Acho que conseguimos mudar, mas
temos de ter governos mais proativos”, disse Springmann. “As pessoas
podem contribuir para a mudança se alterarem a sua alimentação, mas
também se procurarem os seus políticos para lhes dizerem que precisam de
ter melhores leis ambientais. Isso é muito importante”, acrescentou.
* Mas ainda há muito estúpido nos governos de todo o mundo que pensam ir a tragédia passar-lhes ao lado.
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ESTA SEMANA NA
"VISÃO"
'Vistos gold' em Portugal permitem uso "abusivo" por criminosos e corruptos
O programa de 'vistos gold' em Portugal apresenta um sério risco de ser usado de forma "abusiva" por corruptos ou criminosos, por carecer de "critérios claros", segundo um relatório da Transparência Internacional
O relatório, divulgado esta quarta-feira
em Bruxelas e denominado "Escapadela Europeia - Dentro do Obscuro Mundo
dos 'Vistos Gold', salienta que devido à falta de "critérios claros" e
"requisitos de diligência devida", o programa apresenta "um maior risco
de ser usado de forma abusiva por corruptos ou por indivíduos que possam
estar a investir o produto de um crime ou a esconder-se da justiça".
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"Uma pobre gestão operacional e a falta de controlos internos podem incrementar as oportunidades para a corrupção em Portugal, permitindo que agentes públicos peçam subornos em troca de uma conclusão bem-sucedida do processo de aplicação", pode ler-se no texto resultante da investigação conjunta com a organização não-governamental Global Witness.
A Transparência Internacional (TI) insta o Governo português a permitir o escrutínio público do processo de atribuição de 'vistos gold' e a aumentar "a transparência e a responsabilização na gestão do programa, a informação sobre as Autorização de Residência para a Atividade de Investimento [ARI] - incluindo, pelo menos, o número de pedidos recebidos (e os países de origem), os concedidos e os recusados", publicando informações numa base regular.
"O Governo também deveria considerar publicar os nomes daqueles cuja candidatura foi bem-sucedida", acrescenta.
A investigação, que incidiu sobre os programas de Chipre, Malta e Portugal no espetro da União Europeia (UE), revela que a Transparência e Integridade, a representação em Portugal da TI, pediu acesso à informação sobre os pedidos de ARI "às autoridades competentes", para esclarecer dúvidas, mas "as autoridades portuguesas responderam que toda a informação disponível sobre o programa já tinha sido publicada".
A organização alerta ainda que, desde a última revisão do programa, em 2017, não foram feitos esforços "significativos" para dar resposta aos problemas identificados no relatório hoje divulgado, elencando uma série de falhas.
"Os candidatos têm apenas de apresentar uma certidão de registo criminal do país de origem ou, caso já não residam neste, do país onde residiram por mais de um ano. Tal significa que quando o candidato deixa o seu país após ter sido condenado por um crime, pode facilmente providenciar um certificado do país de residência de modo a que as autoridades portuguesas não tomem conhecimento do seu registo criminal", nota.
A TI aponta ainda como lacunas do programa português a falta de independência na verificação dos documentos e informação apresentadas pelos candidatos, a possibilidade de o solicitante principal servir como "cavalo de Troia" para outros membros da família que teriam mais dificuldade em "passar a inspeção", e a ausência de investigação quanto à fonte de riqueza ou aos fundos usados para investimento no país.
"É responsabilidade do Estado verificar o 'backgroud' e a fonte de riqueza dos candidatos e dos seus dependentes de acordo com os critérios predefinidos", defende o relatório.
Desde a criação do programa de ARI, em outubro de 2012, e agosto deste ano, já foram atribuídas 6.498 autorizações de residência, 3.936 dos quais a cidadãos chineses, segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
De acordo com os dados do SEF, os 'vistos gold' já renderam aos cofres do Estado 3,967 mil milhões de euros, com cerca de 3,600 mil milhões a resultarem da aquisição de bens imóveis, e pouco mais de 370 mil de transferência de capital.
* A corrupção é uma actividade bem quista em Portugal pela classe política, banca e grandes "empreendedores". É por isso que o combate tem resultados assim, assim.
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"Uma pobre gestão operacional e a falta de controlos internos podem incrementar as oportunidades para a corrupção em Portugal, permitindo que agentes públicos peçam subornos em troca de uma conclusão bem-sucedida do processo de aplicação", pode ler-se no texto resultante da investigação conjunta com a organização não-governamental Global Witness.
A Transparência Internacional (TI) insta o Governo português a permitir o escrutínio público do processo de atribuição de 'vistos gold' e a aumentar "a transparência e a responsabilização na gestão do programa, a informação sobre as Autorização de Residência para a Atividade de Investimento [ARI] - incluindo, pelo menos, o número de pedidos recebidos (e os países de origem), os concedidos e os recusados", publicando informações numa base regular.
"O Governo também deveria considerar publicar os nomes daqueles cuja candidatura foi bem-sucedida", acrescenta.
A investigação, que incidiu sobre os programas de Chipre, Malta e Portugal no espetro da União Europeia (UE), revela que a Transparência e Integridade, a representação em Portugal da TI, pediu acesso à informação sobre os pedidos de ARI "às autoridades competentes", para esclarecer dúvidas, mas "as autoridades portuguesas responderam que toda a informação disponível sobre o programa já tinha sido publicada".
A organização alerta ainda que, desde a última revisão do programa, em 2017, não foram feitos esforços "significativos" para dar resposta aos problemas identificados no relatório hoje divulgado, elencando uma série de falhas.
"Os candidatos têm apenas de apresentar uma certidão de registo criminal do país de origem ou, caso já não residam neste, do país onde residiram por mais de um ano. Tal significa que quando o candidato deixa o seu país após ter sido condenado por um crime, pode facilmente providenciar um certificado do país de residência de modo a que as autoridades portuguesas não tomem conhecimento do seu registo criminal", nota.
A TI aponta ainda como lacunas do programa português a falta de independência na verificação dos documentos e informação apresentadas pelos candidatos, a possibilidade de o solicitante principal servir como "cavalo de Troia" para outros membros da família que teriam mais dificuldade em "passar a inspeção", e a ausência de investigação quanto à fonte de riqueza ou aos fundos usados para investimento no país.
"É responsabilidade do Estado verificar o 'backgroud' e a fonte de riqueza dos candidatos e dos seus dependentes de acordo com os critérios predefinidos", defende o relatório.
Desde a criação do programa de ARI, em outubro de 2012, e agosto deste ano, já foram atribuídas 6.498 autorizações de residência, 3.936 dos quais a cidadãos chineses, segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
De acordo com os dados do SEF, os 'vistos gold' já renderam aos cofres do Estado 3,967 mil milhões de euros, com cerca de 3,600 mil milhões a resultarem da aquisição de bens imóveis, e pouco mais de 370 mil de transferência de capital.
* A corrupção é uma actividade bem quista em Portugal pela classe política, banca e grandes "empreendedores". É por isso que o combate tem resultados assim, assim.
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ESTA SEMANA NO
"@ VERDADE"
Estado moçambicano continua na iminência de perder milhões dos custos “recuperáveis”
.da ENI e Anadarko
.da ENI e Anadarko
O Estado moçambicano continua na iminência de perder milhões em
receitas fiscais dos custos recuperáveis declarados em 2015 pelas
multinacionais ENI e Anadarko cujo prazo de certificação termina este
ano porque o Instituto Nacional de Petróleos (INP) ainda não concluiu as respectivas auditorias.
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É
prática comum das multinacionais que operam na indústria extractiva
encontrar formas de evitar o pagamento de impostos através da
extrapolação dos custos de produção e operação declarando milhões de
dólares como como custos “recuperáveis”, ao abrigo da legislação
moçambicana.
Para se evitar essa fuga ao fisco os custos
declarados recuperáveis devem ser alvo de certificação por parte das
autoridades moçambicanas e, no sector do gás e petróleo, o INP é a
entidade responsável por auditar as contas desses empresas num prazo
máximo de 3 anos sob pena dos mesmos serem considerados válidos.
Desde
2015 que o Tribunal Administrativo tem alertado para a inércia do
Instituto Nacional de Petróleos e apresenta inúmeras disparidades nos
valores declarados pela ENI e a Anadarko relativamente as suas operações
nas Áreas 1 e 4, da Bacia do Rovuma.
Em Fevereiro Carlos
Zacarias, o Presidente do Conselho de Administração do INP, passado
disse ao @Verdade que “a certificação de custos é um processo complexo”
no entanto estava agendada para Abril.
Na passada segunda-feira
(08) o @Verdade questionou novamente ao INP se pelo menos a certificação
das contas de 2015, que automaticamente ficam fechadas a 31 de Dezembro
deste ano, estava concluída.
“A Auditoria aos custos recuperáveis
tanto da Área 1 tanto da Área 4 é uma actividade que o INP, em conjunto
com a Autoridade Tributária e outros representantes, já está a
executar. Até final deste ano vamos ter um relatório de como os
auditores vêm os custos que foram ocorridos”, afirmou Carlos Zacarias.
* E assim vai a inércia.
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HOJE NO
"RECORD"
Catarina Costa medalha de prata
no GP de Cancun
A judoca portuguesa Catarina Costa, quinta nos Mundiais de Baku,
conquistou esta sexta-feira a medalha de prata na categoria de -48kg do
Grande Prémio de Cancun, no México, ao cair apenas na final, face à
argentina Paula Pareto.
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Após três triunfos, perante a mexicana Edna Carrillo e a romena Monica
Ungureanu, na fase de grupos, e a sérvia Milica Nikolic, nas
meias-finais, sempre por waza-ari, a judoca lusa não pôde com a campeã
olímpica de 2016, que ganhou por ippon, em 1.27 minutos.
Paula Pareto, que antes havia eliminado a portuguesa Joana Diogo --
perdeu por ippon ao segundo combate, após o triunfo sobre a
norte-americana Anne Suzuki, também por ippon -, já tinha 'roubado' a
Catarina Costa o bronze nos Mundiais.
As medalhas de bronze foram conquistadas pela sérvia Milica Nikolic e a espanhola Julia Figueroa.
* Os nossos jovens atletas merecem-nos todo o respeito pelo trabalho e determinação que revelam.
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Joana Marques Vidal
Resposta política à corrupção
"não é eficaz"
Ex- Procuradora-Geral da República diz que "não há uma estratégia nacional contra a corrupção"
Joana Marques Vidal considera que o problema da corrupção, em Portugal, "tem uma dimensão que é urgente atacar", isto num contexto em que "não há uma estratégia nacional contra a corrupção". Em entrevista à SIC e ao Expresso,
a ex-Procuradora-Geral da República, que ontem deixou o cargo, diz ter
ficado surpreendida com a dimensão do fenómeno da corrupção em Portugal.
E acrescenta que a resposta política a este problema "não é eficaz, tem
sido muito superficial".
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"Não há uma estratégia nacional contra a
corrupção. Não só na resposta judiciária, estou a falar da dimensão
cultural e da rejeição que deveria haver de todos. A questão coloca-se
nos pequenos negócios, no dia a dia e na capacidade de haver uma
rejeição total. Se nós repararmos o que foram os programas políticos das
últimas eleições, a corrupção aparece lá numa linha. E aparece sempre
relacionada com o judiciário. Ora, a luta contra a corrupção é uma luta
pela transparência", diz Joana Marques Vidal, que volta a defender uma
lei do enriquecimento ilícito. "Defendo que seria útil, mas não
imprescindível, um tipo legal que permitisse ao Ministério Público e a
outras entidades públicas iniciar um processo de inquérito quando se
verificasse que existe um enriquecimento não justificado. Não defendo a
inversão do ónus da prova", defende Marques Vidal.
Operação Marquês tem uma "boa acusação"
A
ex-Procuradora, que ontem passou o testemunho a Lucília Gago, fala
também da Operação Marquês - que envolve o ex-primeiro-ministro, José
Sócrates - para afirmar que o processo tem "uma boa acusação".
Marques
Vidal revela que foi "informada pelo titular do processo e pelo seu
superior hierárquico que pretendiam efetuar a prisão preventiva" do
ex-primeiro-ministro. Questionada sobre se deu a sua
concordância, afirma que um PGR não tem que a dar "porque os magistrados
têm autonomia nos seus processos" - "A minha preocupação foi perguntar:
têm fundamentos suficientes, indícios aprofundados, em termos jurídicos
e factuais? Têm verificada a situação que leva a essa decisão
processual? "Temos"". "Claro que é um momento grave", diz a ex-PGR, que
diz ter acompanhado de perto a Operação Marquês, tal como outros
processos complexos.
* Os portugueses devem guardar boa memória da ex-PGR e desejar que a actual PGR não nos faça sentir saudades da sua antecessora.
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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
"CORREIO DA MANHÃ"
Gravações provam assassinato
de jornalista saudita
Governo turco informou os EUA sobre gravações de áudio e de vídeo que alegadamente mostram que Khashoggi foi morto.
O governo da Turquia comunicou aos EUA que tem gravações de áudio e de vídeo que provam que o jornalista saudita Jamal Khashoggi foi torturado e morto no interior do consulado da Arábia Saudita, em Istambul. A informação foi revelada pelo jornal ‘The Washington Post’, para o qual escrevia o jornalista saudita, desaparecido a 2 de outubro.
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"As gravações de voz do interior do consulado revelam o que aconteceu", referiu uma fonte anónima ao jornal, dizendo que as gravações de voz são as mais claras: "Pode ouvir-se como foi interrogado, torturado e depois assassinado".
O governo turco não admitiu oficialmente possuir gravações do interior da embaixada, pois isso seria revelar como vigia os diplomatas estrangeiros. Mas o conteúdo das gravações terá sido comunicado aos EUA, que apoiam a Turquia na exigência de esclarecimento do caso.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, reiterou esta sexta-feira o desafio à Arábia Saudita para que prove a sua versão dos factos, segundo a qual Khashoggi deixou o edifício "após alguns minutos ou uma hora". Erdogan diz que, nesse caso, os sauditas devem mostrar as imagens do momento da saída.
Ao jornal ‘Hurriyet’, disse mesmo: "Se um pássaro voasse, ou um mosquito aparecesse, os sistemas captavam isso; eles [os sauditas] têm os sistemas mais avançados".
* Como é possível países com regimes democráticos consolidados entre os quais Portugal, mantêm relações diplomáticas com ditaduras assassinas? O dinheiro é a grande fé do mundo!
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