Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
27/09/2018
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Este calor é normal para esta época do ano?
Em entrevista ao Observador, a meteorologista Patrícia Gomes, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, confirma que o calor dos últimos dias não é normal para esta época do ano. O mês de setembro é um mês de transição porque “nos primeiros dez dias ou na primeira quinzena as temperaturas costumam ser mais elevadas e mais próximas das do verão, mas na segunda semana costumam ser mais baixas e amenizam”.
Porque é que está tanto calor?
Até quando vai durar este calor?
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HOJE NO
"OBSERVADOR"
"OBSERVADOR"
Temperaturas de setembro estão até 7ºC mais altas do que a média. Porquê?
Não, este calor em setembro não é normal. As temperaturas dos últimos
dias estão entre 4ºC e 7ºC acima da média calculada nos últimos 30 anos.
E a culpa não é apenas do anticiclone dos Açores.
Há uma semana que o hemisfério norte do planeta entrou no outono e
com ele deviam ter chegado as temperaturas gradualmente mais baixas. É o
que dizem os meteorologistas, explicam os professores e sugerem os
manuais científicos há centenas de anos: desde o primeiro dia de verão
até ao primeiro dia de inverno, a inclinação dos raios que chegam à
Terra aumenta, com ela aumenta a distância percorrida e também a área
por onde se distribuem. Consequência: está mais frio. Ou pelo menos
devia estar. Então, porque é que não está?
Apesar dos alertas de
trovoada emitidos para o interior norte do país — em Vila Real o granizo
até já está a provocar estragos — a verdade é que o mercúrio dos
termómetros continua a atingir valores estranhos para a época. Os
índices de risco de incêndio mais baixos são os amarelos para Lisboa e
Évora: Faro, Bragança e Castelo Branco até estão com índices vermelhos. E
enquanto a chuva provoca inundações e derrocadas nos Açores, em
território continental há cidades a chegar aos 36ºC de temperatura
máxima às portas de outubro.
De quem é a culpa? A resposta é a do costume: do anticiclone dos Açores. Mas não só.
Este calor é normal para esta época do ano?
Não. De norte a sul do país, a tendência em setembro tem sido sempre a
mesma: as temperaturas registadas em 2018 estão entre quatro graus e
sete graus acima do que era expectável para este mês, tendo em conta a
média calculada pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera nas
últimas décadas. E tanto as temperaturas máximas como as mínimas estão
acima do normal para o final do mês de setembro.
Em entrevista ao Observador, a meteorologista Patrícia Gomes, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, confirma que o calor dos últimos dias não é normal para esta época do ano. O mês de setembro é um mês de transição porque “nos primeiros dez dias ou na primeira quinzena as temperaturas costumam ser mais elevadas e mais próximas das do verão, mas na segunda semana costumam ser mais baixas e amenizam”.
Não é o que está a
acontecer: as temperaturas dos últimos dias são mais elevadas do que é a
média de valores registados nos últimos trinta anos pelo Instituto
Português do Mar e da Atmosfera — uma média que, apesar de tudo, “não é
muito elevada”. Alguns exemplos: no Porto, a média de temperaturas
registadas é de 23,4ºC mas na quarta-feira o mercúrio dos termómetros
subiu até aos 30ºC. Em Santarém, a média de temperaturas em setembro é
de 28,9ºC mas registaram-se valores a rondar os 36ºC na quarta-feira. E
em Lisboa, a média de setembro é 26,7ºC mas a capital chegou aos 33,7ºC
na quarta-feira.
Porque é que está tanto calor?
Este calor está a atingir Portugal Continental porque o anticiclone
dos Açores, um grande centro de altas pressões atmosféricas perto
do arquipélago, “não está na posição habitual para esta época do ano”,
explicou Patrícia Gomes.
De acordo com a meteorologista, “neste
momento há um núcleo desse anticiclone por cima da Europa Central e
outro a oeste nas Ilhas Britânicas”. Entre esses dois núcleos do
anticiclone dos Açores apontados por Patrícia Gomes, o que está a oeste
das Ilhas Britânicas é o que mais está a influenciar o estado do tempo
em Portugal Continental, porque está “numa posição de bloqueio” que
impede as perturbações frontais vindas do norte da Europa de chegar ao
país. Essas são as perturbações que costumam trazer temperaturas mais
baixas, vento mais húmido e nebulosidade de entre 50% e 60% no final de
setembro.
Além de o país estar resguardado do tempo mais fresco vindo do norte
da Europa, há mais dois aspetos que também justificam porque é que está
tanto calor, uma semana depois de o outono ter chegado ao hemisfério
norte. O primeiro aspeto é o facto de Portugal Continental estar na rota
de uma massa de ar quente e seco vindo do norte de África e de algum ar
quente vindo do interior da Europa.
O segundo aspeto é que a
crista do anticiclone dos Açores — uma região alongada de altas pressões
atmosférica onde o ar fica mais seco, há menos humidade e, portanto,
menos formação de nuvens que possam dar origem à chuva — estende-se até
ao espaço entre o arquipélago dos Açores e o da Madeira. Por isso, a
humidade relativa do ar trazida do mar não é muito elevada. E como a
brisa marítima, que já devia soprar com mais intensidade nesta altura do
ano, continua fraca, a sensação de calor ainda se acentua mais.
Até quando vai durar este calor?
Ainda esta quinta-feira pode haver alguma chuva e trovoada no
interior norte e centro de Portugal Continental até pelo menos às dez da
noite. Desta noite para a frente também pode haver algumas nuvens, mais
vento no litoral oeste e uma brisa marítima mais forte. Mas embora seja
difícil fazer previsões meteorológicas a partir de segunda-feira, o
calor deve continuar por cá pelo menos até ao fim de semana ou início da
próxima semana.
E a culpa disso, desta vez, não é apenas do
anticiclone dos Açores. É de um ciclone pós-tropical “com alguma
atividade” que “desagravou, mas que agora está outra vez a agravar” e
que, neste momento, está a passar a oeste dos Açores, alertou a
meteorologista: chama-se depressão Leslie, tem “uma grande dimensão” e
entrou num jogo de forças com o anticiclone dos Açores. Esse tipo de
depressões são normais para a época do ano em que estamos: o período de
ciclones tropicais começam em junho, terminam a 30 de novembro e
acentua-se na última metade de agosto e durante o mês de setembro. Mas
este é especial porque está numa luta de poder com o anticiclone dos
Açores.
Enquanto assim for, uma brisa mais fria pode chegar a
Portugal Continental e aliviar o calor. Só que o resultado dessa batalha
entre a depressão Leslie e o anticiclone dos Açores já é conhecido: o
anticiclone vai levar a melhor. De acordo com o Instituto Português do
Mar e da Atmosfera, o Leslie vai começar a encaminhar-se mais para oeste
deixando de influenciar tanto o tempo em Portugal Continental. E não só
o anticiclone vai deixar de ter concorrência, como até se vai
intensificar. E, com isso, o calor vai continuar por cá.
* Está explicado porque devemos ter cuidado.
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HOJE NO
"RECORD"
João Paulo Rebelo confirma que
enviou mensagem com número
de advogado do Benfica
Secretário de Estado da Juventude e do Desporto contesta acusações de Augusto Baganha
O secretário de Estado da Juventude e Desporto assumiu esta quinta-feira
que enviou uma mensagem a um membro do Instituto Português do Desporto e
da Juventude (IPDJ) com o número de um advogado do Benfica, mas negou
pressão.
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João Paulo Rebelo disse, perante a Comissão de Cultura, Comunicação,
Juventude e Desporto da Assembleia da República, que em momento algum
favoreceu o Benfica e contestou as acusações de que foi alvo por parte
do ex-presidente do IPDJ, Augusto Baganha.
"Sim, enviei a mensagem", começou por dizer o membro do governo perante
os deputados, para depois explicar que o fez após uma reunião com um
representante do Benfica, uma entre tantas outras que tem com várias
entidades desportivas.
"Foi-me pedida uma reunião por um representante do agente desportivo.
Não há entidade ligada ao desporto e juventude que procure reunir com o
secretário de Estado e não tenha uma audiência. Nessa reunião, foram-me
transmitidas preocupações e o que eu fiz foi encaminhar para o IPDJ, que
é quem tinha a competência para tratar do assunto", explicou João Paulo
Rebelo.
Em questão estava a interdição do Estádio da Luz, uma vez que o IPDJ
tinha considerado nulo o plano de segurança do recinto, o que impedia o
Benfica de receber jogos no seu estádio até que esta situação fosse
retificada. No seguimento deste esclarecimento perante a comissão, o
secretário de Estado explicou que depois da reunião falou com Lídia
Praça, vogal do Conselho Diretivo do IPDJ, e que esta se mostrou
solicita em resolver o assunto.
"Eu telefonei à vogal a dizer que tinha recebido o representante desta
entidade, que me tinha falado deste problema. E ela respondeu-me: 'Temos
todo o interesse em resolver e vou até marcar uma reunião. O senhor
secretário de Estado tem o contacto?' Eu respondo que sim e enviei-o",
concluiu o dirigente político.
Perante as insistentes perguntas dos vários grupos parlamentares sobre
este episódio, João Paulo Rebelo foi perentório: "Onde é que há um
problema nisto? A reunião não foi num vão de escada ou num café. Foi no
meu gabinete e está na minha agenda. Isto faz parte das minhas ações."
Já relativamente à demissão de Augusto Baganha do cargo de presidente do
IPDJ, a um ano do fim do seu mandato, o secretário de Estado da
Juventude e Desporto repetiu as suas declarações anteriores, referindo
que a sua decisão se baseia numa nova orientação estratégica para o
Instituto e que o governo tomou esta decisão no estrito cumprimento da
lei.
João Paulo Rebelo considerou ainda que os argumentos utilizados pelo
ex-presidente para descredibilizar o seu despacho na audição parlamentar
da passada terça-feira são "um vazio" e um conjunto de "incoerências de
quem levanta suspeitas, mas não as concretiza". Sobre o estado atual do
IPDJ, o membro do governo referiu que o organismo, presidido agora por
Vítor Pataco, está "em paz com a solução encontrada".
Depois da audição e quando confrontado com as perguntas dos jornalistas,
João Paulo Rebelo voltou a negar qualquer pressão, quer da sua parte
quer da parte do Benfica para resolver a questão da interdição do
Estádio da Luz, estando por isso de consciência tranquila em todo este
processo.
"Não há qualquer favorecimento, pelo contrário, há uma defesa
intransigente da lei e o garantir que todos estão no cumprimento dessa
lei, que era o que não acontecia no passado", concluiu.
* Uma grande caldeirada, alguém idóneo que resolva.
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Não existem pessoas heterossexuais,
diz a ciência
Quando muito, maioritariamente heterossexuais, segundo um estudo que garante que preto e branco é coisa que não se aplica à sexualidade humana. Isso e que somos todos mais fogosos na cama do que alguma vez pensámos.
Romances cor-de-rosa e comédias românticas, com mais ou menos
erotismo, têm todos a mesma fórmula. Um homem e uma mulher, uma atração
irresistível, as mais variadas contrariedades, o clímax, e, enfim,
felizes para sempre.
Tudo muito bonito, não fosse pelo facto de a ciência vir dizer que
não há pessoas heterossexuais, o que pressupõe outros enredos bem mais
interessantes. Para elas e para eles.
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É pelo menos esta a conclusão de uma pesquisa publicada no Journal of Personality and Social Psychology (Jornal de Personalidade e Psicologia Social),
segundo a qual a sexualidade humana é complexa, fluida, impossível de
conter nas típicas convenções sociais e culturais de género que definem
alguém como sendo heterossexual, gay, bissexual ou outro rótulo qualquer.
«Estamos a tentar chegar ao que as pessoas realmente são e não fiquei nada surpreendido», revela à revista canadiana Vice
Ritch Savin-Williams, um dos autores do estudo que dirige também o
Laboratório de Sexo e Género no Departamento de Desenvolvimento Humano
da Universidade Cornell, em Nova Iorque. «Por vezes parece que vão num
sentido, embora acreditem ter de mostrar que caminham noutro diferente, o
que não é bom», diz.
Não é bom e não admira, à luz de uma sociedade ainda aferrada à ideia
de que o indivíduo tem de poder encaixar numa ou noutra orientação, não
há cá misturas. Isto quando, na prática, ao medir os efeitos
fisiológicos da pornografia em mulheres e homens, a investigação de Savin-Williams apurou que os corpos delas – tal como os deles – reagem positivamente quer ao sexo heterossexual, quer ao homossexual.
«Tem tudo a ver com energia erótica, com a pessoa sentir-se livre
para ser ativada por um ou outro género, apreciando a consciência do
prazer», explica a psicóloga e sexóloga Cristina Mira Santos. Porque
insistimos à força numa compartimentação, nós e os outros? «Se sou
mulher e gostei do toque de outra mulher, porque não encarar essa
experiência como qualquer outra com alguém do sexo oposto?»
E eles também, óbvio, sublinha Cristina Mira Santos. A lógica que
impera é a de que o sexo serve para procriar, contudo ter prazer e fazer
filhos são coisas diferentes: «Se concebermos a separação entre
aparelho reprodutor e sexual, com órgãos comuns mas funções distintas,
porque é que um homem também não há de poder sentir-se atraído por
alguém do mesmo sexo só por prazer?»
Uma questão que cruza diretamente com os resultados, no mínimo
inesperados, de uma sondagem levado a cabo pela Victoria Milan, a
plataforma de encontros para casais que procuram casos discretos: a
avaliar pelos números, obtidos numa amostra de 1300 entrevistados de
ambos os sexos em vários países do mundo, 87 por cento dos homens
admitem que algumas das fantasias sexuais mais comuns incluem os seus
melhores amigos do sexo masculino .
Para o professor de desenvolvimento humano de Cornell, o facto de os
homens se retraírem tanto comparativamente às mulheres deve-se a uma
inclinação geral da sociedade para rotulá-los, julgá-los e tratá-los com
particular dureza, às vezes a raiar a repugnância. Daí continuar a
trabalhar numa formulação a que chama de «maioritariamente
heterossexual», no sentido de desbloquear mentalidades.
«Sempre reconhecemos a existência de mulheres maioritariamente
heterossexuais, isto é, mulheres que são sobretudo hetero, mas caso a
mulher certa surja talvez experimentem também com ela», traduz
Savin-Williams. Não sendo um fenómeno exclusivamente feminino – a sua
própria pesquisa encarregou-se de lho mostrar –, que sentido faria
deixar os homens de fora?
«Também eu penso que, numa sociedade mais aberta, muitos de nós se
sentirão atraídos por pessoas de ambos os sexos», admite o psiquiatra e
sexólogo Júlio Machado Vaz ressalvando, desde logo, a diferença entre
isso e dizer que somos necessariamente bissexuais, ou poderíamos andar
todos a saltitar entre fases mais hetero, gay ou bi – não é verdade.
«Ao longo dos anos, ouvi inúmeros homossexuais lamentarem o fracasso
de tentativas desesperadas para se manterem ao abrigo do preconceito»,
justifica o especialista, sabendo que nem no meio da maior homofobia
social, por necessidade, conseguiam que essa alegada capacidade latente
viesse ao de cima para lhes facilitar a vida.
A psicóloga Cristina Mira Santos explica a evidência com processos
inconscientes de substituição: «Num casal de lésbicas, por exemplo, há
muitas vezes um membro com uma energia mais yin, feminina, e outro mais yang, que por escolher o papel masculino se torna reativo a gostar de homens.»
O mesmo sucede num casal de dois homens, diz Mira Santos: à partida, o yang estará mais aberto ao erotismo com mulheres do que o parceiro yin, que se identifica com elas e, como tal, não se sente ativado por um corpo feminino.
E ao que parece os olhos são mesmo o espelho da alma em matéria de
prazer, garantem os cientistas da Universidade Cornell. «Basicamente, o
que fizemos neste estudo foi avaliar a orientação sexual de alguém vendo
se os seus olhos dilatavam ou não, algo que não podemos controlar»,
conta Savin-Williams. É a derradeira missão do projeto: determinar a
sexualidade sem se fiar no que cada um diz de si. Palavras só
atrapalham.
«Outro modo de fazê-lo era analisar a resposta genital ao estímulo,
mas seria um pouco invasivo», acrescenta o especialista norte-americano,
dando razão a Shakespeare quando dizia que há mais coisas entre o céu e
a terra – neste caso entre normas de género – do que sonha a nossa vã
filosofia. Uma coisa é certa: a sexualidade humana acabou de se tornar
muito menos aborrecida.
* E prontos, eu a pensar que era hetérico.
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MARIA JOÃO MARQUES
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Podem violar, desde que
IN "OBSERVADOR"
26/09/18
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Podem violar, desde que
tenham emprego e falta
de antecedentes criminais
Cabe ao poder político agir para que os tribunais não atuem de forma a promover a insegurança das mulheres e a retirar-nos o direito e a liberdade de movimentação no espaço público.
Começo este texto pelo ponto mais óbvio: todas as mulheres
portuguesas deviam agradecer aos juízes do Tribunal da Relação do Porto,
Maria Dolores da Silva e Sousa e Manuel Soares, o nosso país um local
consideravelmente mais perigoso. Pelo menos as que se atrevem a essa
atividade que é sair de casa sem estarem acompanhadas de um elemento
familiar do sexo masculino.
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Uma mulher foi violada, enquanto
inconsciente, numa casa de banho de uma discoteca de Gaia por dois
homens. Tanto como resposta a este crime concreto, como por uma questão
de prevenção de futuras violações (mesmo aquelas que cabem no conceito
legal eufemístico de ‘abuso sexual’), a pena aplicada aos violadores
deveria ser exemplar. Como qualquer pessoa com neurónios funcionais
percebe, sanções levíssimas como um ralhete tíbio do tribunal levam a
que potenciais violadores se sintam impelidos a violar. Afinal, se o
pior que lhes pode acontecer é uma pena suspensa, não correm grandes
riscos, vamos lá forçar sexo.
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Mas o tribunal de primeira instância
não entendeu assim, sentenciando pena suspensa. E o Tribunal da Relação
do Porto veio reafirma-lo, ademais usando as magníficas tiradas a que
já nos acostumou. A sonsice e a hipocrisia são tais que os dois juízes
da Relação, enquanto agiam deliberadamente para colocar em perigo as
mulheres portuguesas e incentivar futuros violadores – ao recusar dar
uma pena pesada que tornasse o custo de violar uma mulher algo que os
agressores não quisessem arriscar –, referem a necessidade de ‘prevenção
geral’ deste tipo de crimes. Estranhamente não lhes ocorreu que a
prevenção mais eficaz passa por punir devidamente os crimes sexuais que
ocorrem.
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Vejamos parte do acórdão.
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‘Os
factos demonstram que os arguidos estão perfeitamente integrados,
profissional, familiar e socialmente e dão-nos conta de, pelo menos,
grande constrangimento dos arguidos perante a situação que criaram.
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Os arguidos não têm qualquer percurso criminal.
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A leitura dos factos espelha personalidades com escassíssimo pendor para a reincidência.
A culpa dos arguidos [embora nesta sede a culpa já não seja chamada ao
caso] situa-se na mediania, ao fim de uma noite com muita bebida
alcoólica, ambiente de sedução mútua, ocasionalidade (não premeditação),
na prática dos factos.
A ilicitude não é elevada. Não há danos físicos [ou são diminutos] nem
violência [o abuso da inconsciência faz parte do tipo]. […]
As finalidades da punição poderão ser alcançadas com a simples ameaça de prisão e a censura do facto.
Resumindo:
- Os criminosos têm uma vida constituída, nunca tinham cometido crimes, pobrezinhos até se arrependeram. Não se vai estragar a vida de dois homens só por serem uns violadores, pois não? Portanto, rapaziada, desde que estudem, tenham emprego e seja a primeira vez que prevaricam, violem à vontade que nada de grave vos acontece.
- Não há grande culpa dos dois violadores. A culpa já nem interessava, dizem os dois juízes, mas mesmo assim ambos quiseram manifestar que é mediana e não há ilicitude elevada em dois homens violarem uma mulher inconsciente. Da parte que me toca, muito obrigada, Maria Dolores Silva e Sousa e Manuel Soares.
- E a vítima? Interessa para alguma coisa a estes dois juízes? Absolutamente nada. Para além de se mostrarem favoráveis à atribuição de uma indemnização à vítima (certamente não muito grande, afinal os atos não foram graves por aí além), nem uma palavra para as consequências que uma violação dupla terá tido naquela mulher.
Nem uma palavra? Minto. Os dois juízes consideram que os danos
físicos foram diminutos ou inexistentes. Ficamos com a sensação que os
juízes supõem que, para violadores, os dois homens até são simpáticos e
cavalheiros.
Bom, aqui chegados importa chamar ignorantes a estes
dois juízes (e uso de muita contenção). As violações são a causa mais
frequente de stress pós-traumático nas mulheres. É uma doença
debilitante, que não raro leva ao suicídio. A violação terá tido com
certeza consequências graves na saúde e na vida da vítima, mas tal ficou
ausente do acórdão. Se os dois juízes não sabem que os efeitos de um
crime destes na vítima não se ficam pelos danos físicos, deviam
aposentar-se de imediato e de seguida frequentar um curso onde
aprendessem que os seres humanos não são rácios financeiros.
E permitam-me que cite Freud em Para Além do Princípio do Prazer:
‘o facto de alguma ferida ou lesão físicas ser sofrida ao mesmo tempo
[do evento traumático], tal geralmente inibia o desenvolvimento da
neurose [traumática]’. E também Lacan em Os Quatro Conceitos Fundamentais da Psicanálise,
que chama poeticamente ao trauma ‘um encontro perdido [com o real]’. Em
suma, não ter existido dano físico (não foi preciso) ou a vítima estar
inconsciente não só não diminuem as consequências da violação na vítima
como podem até agir para as aprofundar.
Se os dois juízes se
tivessem dado ao trabalho de se informar sobre aquilo que estavam a
julgar, em vez de apenas saberem de Direito, talvez tivessem produzido
um acórdão decente. Porém, como se viu, neste caso a (in)justiça foi
produzida tendo em conta os interesses dos criminosos mas não os da
vítima. As perspetivas de futuro dos criminosos foram importantes para
os juízes; o sofrimento da vítima para o resto da vida foi irrelevante.
Já
disse e repeti que estas sentenças absurdas com que temos sido
confrontados são um problema político. Cabe aos políticos garantirem às
mulheres portuguesas uma das primordiais funções de qualquer estado: a
segurança dos cidadãos. Cabe também ao poder político agir para que os
tribunais não atuem de forma a promover a insegurança das mulheres e a
retirar-nos o direito e a liberdade de movimentação no espaço público
(ou de acesso público). Uma sentença como esta atenta contra os direitos
de todas.
Sugiro que comecem por aumentar as penas mínimas dos
crimes sexuais que tenham incluído penetração ou todos os que envolvam
crianças. Já percebemos que não podemos deixar ao bom senso e sentido de
justiça dos tribunais aplicar a estes crimes a não-punição de penas
suspensas.
IN "OBSERVADOR"
26/09/18
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
/DA MADEIRA"
Infarmed manda suspender venda
de creme de rosto para bebés
O
Infarmed analisou e detectou que o produto cosmético ‘Barral
BabyProtect Creme de Rosto’ não cumpre com a legislação em vigor, pelo
que foi ordenada “a suspensão imediata da comercialização e a retirada
de todas as unidades existentes no mercado”.
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De acordo com a
ARAE, “o Infarmed detectou que o produto cosmético Barral BabyProtect
Creme de Rosto não cumpre com o Regulamento (CE) n.º 1223/2009, de 30 de
novembro, devido à identificação laboratorial de Phenoxyethanol não
declarado na lista de ingredientes, bem como à utilização de
conservantes não autorizados”.
* Esclarecimento importante.
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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Operadores criticam entrada
"a pés juntos" da Anacom
A Nos fala num regulador "irritado" que "está contra os operadores". A Vodafone numa entrada a pés juntos. E a dona da Meo disse que estão "preocupados" com a posição que têm visto da Anacom.
Apesar de rivais, as três principais operadoras
em Portugal uniram-se para criticar, e lamentar, a posição da Anacom
manifestada pelo presidente do regulador no Congresso das Comunicações.
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No
debate do Estado da Nação das Comunicações, o mais aguardado do
simpósio, os líderes da Altice Portugal, Nos e Vodafone não esconderam a
crispação com o presidente da Anacom. Alexandre Fonseca, que se estreou
no Congresso enquanto CEO da dona Meo, foi o primeiro a ter a palavra.
"Em relação ao ‘fair play’ (entre operadores) penso que a nossa posição é
pública. É a posição que temos sentido do regulador que nos preocupa",
começou por sublinhar.
"Aquilo a que assistimos hoje aqui também nos deixa igualmente preocupados. O regulador representa o Estado. E o Estado exige uma posição séria e de dignidade", acrescentou. Um comentário que mereceu um forte aplauso dos presentes no auditório.
Alexandre Fonseca referia-se à intervenção feita minutos antes pelo presidente do regulador, na qual, por exemplo, criticou o facto de os operadores dizerem que não tiveram conhecimento de determinada decisão ou anúncio quando foram chamados a participar no processo. "Diálogo não é um monólogo", atirou Alexandre Fonseca. "Quando falo em diálogo é aquilo que o regulador nos habitou no passado", acrescentou.
Já o CEO da Vodafone Portugal, Mário Vaz, disse em tom de brincadeira: "Ainda bem que o regulador nos elogiou (aos operadores). Ainda bem. Caso contrário, que faria se não nos tivesse elogiado", disse, referindo-se aos elogios da Anacom sobre o desenvolvimento do sector.
"O sector das comunicações é muito mais do que a regulação. A regulação não pode ser o centro do debate do sector". E rematou, olhando para o presidente da Anacom: "Fiquei surpreendido com esta sua entrada a pés juntos, usando uma expressão futebolística".
Por sua vez, Miguel Almeida, CEO da Nos, aproveitou para destacar que era necessário que não restassem "dúvidas quanto à nossa leitura de importância do regulador neste sector, que tem um papel importante para o seu desenvolvimento do sector". "Ainda não nos tínhamos sentado aqui e vi um regulador irritado", lamentou.
"O regulador está claramente contra os operadores. São acusações atrás de acusações. Provocações, como disse na sua intervenção. É difícil de entender. Não me aprece que seja o papel institucional que se espera do regulador. Mas não vou repetir o que o Mário (Vaz) e o Alexandre (Fonseca) disseram de forma apaixonada.
E nem do presidente dos CTT Cadete de Matos escapou às críticas, com Francisco de Lacerda a criticar as decisões da Anacom.
* Até nos lamentos as operadoras parecem fazer cartel.
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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
Marcelo responde a Cavaco sobre
.polémica da PGR a falar de
.polémica da PGR a falar de
"cortesia e de sentido de Estado"
Presidente lembra que quem decide nomeações é o Presidente e não o Governo.
O Presidente da República lembrou esta quinta-feira que a decisão de nomear a nova procuradora-geral da República (PGR) foi dele e não do Governo, escusando-se a comentar a crítica de Cavaco Silva sobre o assunto.
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"Todos sabemos que quem nomeia as procuradoras-gerais da República são os Presidentes, não são os governos. Portanto, a nomeação da procuradora-geral da República foi minha e de mais ninguém", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas à margem da IV Cimeira do Turismo, organizada pela Confederação do Turismo de Portugal, que decorreu hoje em Lisboa.
Segundo a imprensa, o ex-Presidente da República Cavaco Silva considerou, na quarta-feira, que a não recondução da PGR, Joana Marques Vidal, foi a decisão "mais estranha do Governo que geralmente é conhecido como gerigonça". Cavaco Silva, que falou à margem de um congresso da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), disse ainda que a não recondução de Joana Marques Vidal é algo "muito estranho, estranhíssimo, tendo em atenção a forma competente como exerceu as suas funções e o seu contributo decisivo para a credibilização do Ministério Público".
"O que me está a dizer é que o presidente Cavaco Silva, no fundo, disse que era a mais estranha decisão do meu mandato. Perante isso, tenho sempre o mesmo comportamento: entendo que, desde que exerço estas funções, não devo comentar nem ex-Presidentes, nem amanhã quando o deixar de o ser, futuros presidentes, por uma questão de cortesia e de sentido de Estado, e não me vou afastar dessa orientação", acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.
Na semana passada, o chefe de Estado nomeou Lucília Gago procuradora-geral da República, com efeitos a partir de 12 de outubro, sob proposta do Governo. Lucília Gago irá suceder no cargo a Joana Marques Vidal, que termina o seu mandato de seis anos
* Excelente resposta, o sr.Aníbal mereceu-a.
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O documentário apresenta a história de uma suposta organização sacerdotal hermética, pertencente à escola de mistérios conhecida como Olho de Hórus. Esta escola teria sido responsável pela orientação espiritual e a direcção dos destinos do povo egípcio durante milhares de anos.
O documentário original está dividido em 10 capítulos:
Capítulo 1: A Escola dos Mistérios.
Capítulo 2: O Senhor da Reencarnação.
Capítulo 3: A Esfinge, Guardiã do Horizonte.
Capítulo 4: A Flor da Vida.
Capítulo 5: O Complexo de Cristal.
Capítulo 6: A Máquina Quântica.
Capítulo 7: O Amanhecer da Astronomia.
Capítulo 8: O Caminho da Compreensão.
Capítulo 9: O Portal da Liberdade.
Capítulo 10: O Princípio Feminino.
..
X-OLHO DE
3-PHILAE
HÓRUS
3-PHILAE
O PRINCÍPIO FEMININO
ÚLTIMO EPISÓDIO
O documentário apresenta a história de uma suposta organização sacerdotal hermética, pertencente à escola de mistérios conhecida como Olho de Hórus. Esta escola teria sido responsável pela orientação espiritual e a direcção dos destinos do povo egípcio durante milhares de anos.
Seu
objectivo
principal teria sido o de promover a elevação do nível de consciência
dos egípcios através, principalmente, da construção de diversos templos
sagrados ao longo das margens do rio Nilo. Além disso, os sacerdotes
eram os zelosos guardiões da sabedoria acumulada desde tempos
imemoriais, quando ainda "existia" o continente perdido da Atlântida.
A
série foi baseada nas investigações do egiptólogo e matemático R. A.
Schwaller de Lubicz e nas realizações da escola Olho de Hórus.
Para os antigos egípcios, havia um plano divino
baseado na reencarnação destinado a que o homem experimentasse em sua
própria carne as leis que determinam o funcionamento do universo.
Vivendo um processo evolutivo através da acumulação de experiências ao
longo de 700 "reencarnações", o ser humano, inicialmente um ser
instintivo, ignorante, inocente e primitivo, poder-se-ia transformar
num super-homem, um sábio imortal.
Assim se produzia uma iluminação temporal do discípulo, durante a qual podia viajar conscientemente pelo tempo e pelo espaço.
O documentário original está dividido em 10 capítulos:
Capítulo 1: A Escola dos Mistérios.
Capítulo 2: O Senhor da Reencarnação.
Capítulo 3: A Esfinge, Guardiã do Horizonte.
Capítulo 4: A Flor da Vida.
Capítulo 5: O Complexo de Cristal.
Capítulo 6: A Máquina Quântica.
Capítulo 7: O Amanhecer da Astronomia.
Capítulo 8: O Caminho da Compreensão.
Capítulo 9: O Portal da Liberdade.
Capítulo 10: O Princípio Feminino.
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