.
HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
/DA MADEIRA"
Marcelo agradece a
Joana Marques Vidal mas diz que
.instituições ficam e pessoas passam
O
Presidente da República agradeceu hoje à procuradora-geral da República
cessante “o empenho e humilde sentido do bem comum”, mas disse também
que “a riqueza da democracia” é que as instituições ficam e as pessoas
passam.
Marcelo Rebelo de Sousa falava no encerramento da
conferência internacional “Combate à corrupção: perspectivas de futuro”,
organizada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), na Torre do
Tombo, em Lisboa.
.
Dirigindo-se a Joana Marques Vidal, o chefe de
Estado agradeceu-lhe “o empenho de uma carreira e, nela, de uma missão
particularmente relevante nos últimos anos” como procuradora-geral da
República, bem como a sua “humildade no serviço do bem comum, também no
sentido colectivo do desempenho, na preocupação com a ‘res publica’, na
diferença, sempre explicitada, entre as instituições que ficam e as
pessoas que passam”.
“Sabemos bem, senhora procuradora-geral da
República, que é essa a riqueza da democracia. Nós, seus servidores,
tudo devemos fazer para valorizar, prestigiar, fortalecer, credibilizar
as instituições.
Mas, somos passageiros titulares de cargos, de funções,
que recebemos de outros e a outros transmitindo, assim permitindo a
renovação nas ideias, nos estilos, nas iniciativas - ainda que devam
permanecer os valores, os princípios e as prioridades
institucionalizadas”, acrescentou.
Marcelo Rebelo de Sousa fez
ainda “uma menção à forma leal, pessoal e institucionalmente leal”, como
a procuradora-geral da República “se relacionou com o Presidente da
República nos últimos dois anos e meio”, declarando: “Fica aqui
registado para memória futura”.
O Presidente da República
considerou que a “humildade coerente e constante” de Joana Marques Vidal
e o seu “dedicado, inteligente e pertinaz serviço do bem comum” devem
ser reconhecidos e prometeu que “o Estado português, em tempo devido,
formalmente assinalará” esse agradecimento.
O chefe de Estado,
que na quinta-feira nomeou Lucília Gago procuradora-geral da República,
com efeitos a partir de 12 de Outubro, sob proposta do Governo, foi
recebido à chegada a esta conferência pela titular cessante deste cargo,
Joana Marques Vidal.
Os dois cumprimentaram-se à porta da Torre
do Tombo e Joana Marques Vidal agradeceu ao chefe de Estado a sua
presença nesta iniciativa.
“Por amor de Deus, então, está
combinado há tanto tempo”, respondeu Marcelo Rebelo de Sousa. “É
verdade”, disse a procuradora-geral da República, que termina o seu
mandato de seis anos no dia 12 de Outubro.
Depois, no início da
sessão de encerramento desta conferência, Joana Marques Vidal quis
deixar “uma palavra especial para agradecer a presença do senhor
Presidente nesta sessão e para lhe agradecer também sempre todo o apoio
institucional que tem dado ao Ministério Público de Portugal”.
Na
sua intervenção, o Presidente da República sustentou que, assim como as
instituições prevalecem sobre as pessoas, o combate à corrupção “não é
um combate só de uma pessoa, só de um grupo, só de uma facção, só de uma
instituição”, mas sim “um combate de um povo, de um Estado, de uma
Constituição”.
Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que esse combate
“é urgente, é desafiante e é decisivo” para a democracia, constituindo
uma “prioridade nacional” que deve envolver todos “num verdadeiro e
permanente desafio pedagógico”.
“Porque a corrupção se combate,
desde logo, na prevenção, na cultura cívica de condenar o que é
condenável, de substituir o laxismo, o facilitismo, a condescendência, o
favor, compadrio, pela verdade, pela transparência, pela exigência,
pela responsabilidade”, argumentou.