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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
24/01/2018
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Manto de espuma "dantesco" e
."assustador" no rio Tejo
."assustador" no rio Tejo
Denúncia do Movimento proTEJO, que gravou o fenómeno em vídeo
Um
manto de espuma branca com cerca de meio metro cobriu hoje o rio Tejo
na zona de Abrantes, junto à queda de água do açude insuflável, num
cenário descrito como "dantesco" pelo proTEJO e como "assustador" pelo
município.
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fonte vídeo: OBSERVADOR
fonte vídeo: OBSERVADOR
"Ando nisto há mais de três
anos e este é um cenário dantesco e nunca visto", disse à Lusa Arlindo
Marques, dirigente do Movimento pelo Tejo -- proTEJO, que neste período
tem registado e denunciado episódios de poluição no rio, partilhando-os
na internet.
O
ambientalista sublinhou que a "água castanha" e o "manto de espuma da
morte" que cobria esta manhã uma extensa parte das águas na zona de
Abrantes (distrito de Santarém) constituíam "um dos piores cenários"
jamais registados neste troço do maior rio ibérico.
"Parece
o cenário de um filme, tanta espuma que mal deixa ver a água",
sublinhou, lamentando a continuação de "gravíssimos problemas
ambientais, sociais e económicos".
O
ambientalista destacou "a indignação e o desespero dos pescadores" e de
outros setores de atividade, referindo que, com as águas nestas
condições, os peixes não vão entrar no estuário e subir o Tejo.
"Não
há peixe que sobreviva a isto e os pescadores, os restaurantes e outros
setores do turismo acumulam prejuízos e antecipam mais um desastre para
a época da desova que se avizinha", observou.
Contactado
pela Lusa, o vereador do Ambiente na Câmara de Abrantes, Manuel
Valamatos, disse ter sido surpreendido por um "nível de poluição visual
brutal", uma situação "assustadora" e "acima de todos os parâmetros" ali
registados.
"Não temos informação da
origem", observou, referindo que a Agência Portuguesa do Ambiente
"esteve esta manhã no local a recolher amostras da água", aguardando a
autarquia por mais informações das entidades competentes.
Também
contactado pela Lusa, o Ministério do Ambiente disse que a tutela está
consciente da situação e continua a acompanhar "de forma muito intensa
tudo o que se passa no rio Tejo".
Arlindo
Marques especificou, depois de percorrer outras zonas, que é da zona de
Vila Velha de Ródão (distrito de Castelo Branco) para sul que se nota
esta poluição: a montante dessa zona, referiu, as águas estão límpidas,
mas "para baixo [a jusante] das fábricas lá instaladas, a água vem
castanha e corre para Lisboa".
"Hoje é mais um dia negro para a história da poluição no rio Tejo", vincou o ambientalista.
O
dirigente do proTEJO disse ainda que "novas ações de protesto e
manifestações" poderão ocorrer, depois da reunião de trabalho que o
movimento ambientalista tem agendada para o dia 24 de fevereiro.
"Alguém
tem de pôr mão nisto, seja o Presidente da República, seja o Governo,
porque, por este caminho, qualquer dia não há vida no rio", apelou.
* Só os que lutam pela vida no Tejo estão isentos deste crime. Legisladores, executivo central e local e fiscalização são a almofada dos poluidores.
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
/DA MADEIRA"
Governo lança campanha “Água Segura
- Beba Água da Torneira”
O
Governo Regional da Madeira vai lançar no terreno, através da ARM -
Águas e Resíduos da Madeira, a campanha “Água segura – Beba Água da
Torneira”, com entrega a diversas entidades da Região Autónoma da
Madeira garrafas de vidro reutilizáveis.
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Na próxima sexta-feira,
dia 26 de Janeiro, pelas 11 horas, a Secretária Regional do Ambiente e
Recursos Naturais entregará, simbolicamente, uma garrafa ao Presidente
da Assembleia Legislativa Regional.
A campanha, com o mote “Água
Segura – Beba Água da Torneira”, pretende divulgar e valorizar “a
excelente qualidade da água que é fornecida destinada ao consumo humano,
mas também sensibilizar para a importância da redução da produção de
resíduos provenientes de embalagens e da sua reutilização, promovendo
assim a redução da pegada ecológica de cada um de nós”, explica um
comunicado da Secretaria Regional do Ambiente.
* Excelente medida.
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5-DIRTY PICTURES
O documentário “Dirty Pictures” (2010) acompanha o farmacologista,
químico e herói alternativo Alexander "Sasha" Shulgin e a sua mulher Ann
Shulgin durante as suas viagens a festivais e conferências para
discutirem as qualidades psicológicas de inúmeras substancias
psicoativas. Sasha, que entrou em Harvard aos 15 anos, ficou conhecido
pela redescoberta do MDMA (Ecstasy) e pela criação de mais de 200
substâncias químicas psicoativas, descritas nos livros TIHKAL e PIHKAL, o
que o levou a ganhar a alcunha de “Padrinho dos Psicadélicos” e a
reputação como um dos maiores químicos do século XX.
Alexander
começou a sua carreira como químico de pesquisas sénior na empresa
multinacional de produtos químicos Dow. Em 1965 Shulgin deixou a Dow
para prosseguir com os seus interesses próprios, e tornou-se consultor
privado.
Através do seu amigo Bob Sager, presidente dos
laboratórios da costa oeste da DEA (administração americana para a
aplicação das drogas), Shulgin desenvolveu uma relação com a mesma e
começou a organizar seminários farmacológicos para os agentes,
fornecendo-lhes amostras de vários compostos e dando ocasionalmente
testemunhos especializados em tribunal. Também foi autor de um livro de
referência para a aplicação das leis às substâncias controladas, e
recebeu vários prémios da DEA.
Em 1967 Shulgin foi apresentado ao
MDMA (ecstasy) por Merrie Kleinman, uma estudante graduada de um grupo
de estudantes de química médica que ele aconselhou na Universidade
Estatal de São Francisco. O MDMA foi sintetizado em 1912 nos
laboratórios da Merck, na Alemanha, e patenteado em 1914 como subproduto
de outra síntese, mas considerado inútil e nunca investigado. Shulgin
continuou a desenvolver um novo método de síntese, e em 1976 introduziu a
substância química ao psicólogo Leo Zeff. Zeff usou a substância no seu
consultório, em pequenas doses, como ajuda à terapia verbal. Zeff
introduziu a substância a centenas de psicólogos por todo o país,
incluindo Ann Shulgin, que Alexander Shulgin conheceu em 1979, e com
quem casou em 1981.
Em 1994, dois anos após a publicação de
PIHKAL, a DEA invadiu o laboratório de Shulgin. Alegando ter encontrado
problemas com a sua arquivação de produtos, a agência requeriu que
Shulgin devolvesse a sua licença por violação dos termos da mesma, e
multou-o em 25 mil dólares por posse de amostras anónimas que lhe haviam
sido enviadas para controlo de qualidade. Nos 15 anos seguintes à
publicação de PIHKAL, dois relatórios planeados falharam na apresentação
de quaisquer irregularidades.
Richard Meyer, porta-voz da
divisão de São Francisco da DEA, afirmou que “É nossa opinião que esses
livros são em grande parte livros de receitas para a preparação de
drogas ilegais. Os nossos agentes relataram que nos laboratórios
clandestinos que invadiram encontraram cópias desses livros”, sugerindo a
muitos que a publicação de PIHKAL e a cancelação da licença de Shulgin
estavam relacionadas.
Numa entrevista, o realizador Etienne
Sauret fala da relação que desenvolveu com os Shulgins durante os 5 anos
que passou com eles a filmar “Dirty Pictures”. Num extracto da
entrevista conta-nos o que o levou a realizar o documentário:
Em
2005, um amigo que dirige um centro de prevenção contra drogas no Reino
Unido queria trazer Sasha até Londres para falar numa conferência. Como
Sasha não pode vir, fomos à Califórnia e fizemos uma pequena metragem
para a conferência. Durante as filmagens, achei Sasha e a sua mulher Ann
verdadeiramente diferentes e amáveis. Mais tarde, quando estava editar
as imagens, os meus colegas de escritório estavam sempre a passar por
mim e a perguntar-me “Mas afinal quem é este tipo?”. Nunca pensei que
Sasha, um senhor de cabelos grisalhos, grandes sobrancelhas brancas e um
sorriso de criança, seria tão apelativo a pessoas entre os 20 e os 30
anos, e achei que se Sasha conseguia despertar a atenção deles valeria a
pena realizar um filme mais longo sobre ele e a sua mulher Ann.
Apercebi-me rapidamente de que a história tinha muito mais interesse do
que eu imaginara inicialmente.
FONTE:
Penso, logo Sou! - Laboratório de Investigação da Consciência
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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Merkel pede resposta europeia
.ao corte de impostos de Trump
Em Davos, a chanceler alemã alertou que os países da União Europeia devem "responder com reformas" fiscais às mudanças americanas. E avisou o Reino Unido que o mercado único pressupõe a livre de circulação de pessoas.
Angela Merkel alertou esta quarta-feira, 24 de Janeiro, que os países
europeus vão ter de lidar com um ambiente fiscal mais competitivo, a
propósito da reforma fiscal recentemente aprovada nos Estados Unidos,
lembrando os esforços que estão a ser feitos pela Alemanha e pela França
para criar um regime comum em relação aos impostos que são pagos pelas empresas.
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Durante uma intervenção no segundo dia do Fórum Económico Mundial, em que a directora-geral do FMI, Christine Lagarde, destacou Portugal como "excelente exemplo",
a chanceler alemã sustentou, citada pela Reuters, que a Europa não deve
ficar a lamentar-se quando outros países mexem nos impostos que cobram,
devendo antes "responder com reformas" nos seus próprios regimes
fiscais.
Aquela que é considerada a maior reforma fiscal das últimas décadas nos Estados Unidos,
com um custo orçamental na ordem dos 1,2 biliões de euros, baixa de 35%
para 21% a taxa de imposto sobre os lucros (o equivalente ao nosso IRC)
e elimina a "alternative minimum tax", uma espécie de travão que
obrigava as empresas a terem uma tributação mínima de 20%. O sector
financeiro e o imobiliário são apontados como os maiores beneficiários
no curto prazo.
As alterações nas regras e nos estímulos
fiscais que Donald Trump conseguiu fazer passar no Senado terão efeitos
na maior economia do mundo, mas também nos seus parceiros comerciais, em
especial no Canadá e México, durante este período. Isso mesmo foi
estimado há dois dias pelo FMI, que no "World Economic Outlook Update"
escreveu que esta reforma fiscal contribui para cerca de metade da revisão em alta, para 3,9%, do crescimento global em 2018 e 2019.
Em
Davos, onde falou na véspera da chegada do líder norte-americano,
Angela Merkel assinalou que, em termos de política externa, a União
Europeia "deve tomar o destino nas suas próprias mãos". E ao mesmo tempo
que disse "lamentar muito" a saída do Reino Unido (Brexit), fez questão
de avisar que a pertença ao mercado único pressupõe as suas próprias
liberdades, incluindo de movimento dos cidadãos. Precisamente um dos
pontos-críticos para os britânicos nas negociações com Bruxelas.
Numa sessão plenária em que referiu que a decisão do Brexit deu à
União Europeia a "coragem para seguir em frente" com o projecto europeu e
que o mercado único digital deve ser uma prioridade, a líder germânica
assinalou ainda a importância do multilateralismo na cena internacional,
dramatizando que o mundo parece não ter aprendido as lições da
história, numa altura em que se assinala o centenário do fim da I Guerra
Mundial.
"Aprendemos as lições da história? Realmente
não", resumiu Merkel, sublinhando que o multiculturalismo que
reconstruiu a Europa e ergueu as instituições internacionais depois da
II Guerra Mundial está agora sob ameaça. E deixou um aviso sério sobre
as consequências das crescentes políticas isolacionistas. "Fecharmo-nos e
isolarmo-nos não conduzirá a um bom futuro. O proteccionismo não é a
resposta", concluiu Merkel, que está neste momento a negociar a formação de um governo de coligação com o SPD, liderado por Martin Schulz.
* Muito inteligente esta senhora, está a anos luz dos restantes dirigentes europeus.
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HUGO SÉNECA
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Quando a FCT perdeu o veto
Associação que gere endereços .pt
foi criada com um sócio que não existe,
dinheiro do Estado e sem concurso
Em 2013, Luísa Gueifão, diretora da DNS.pt, apresentou-se como representante da IANA para criar a associação que gere o .pt, apesar de não haver representante da IANA em Portugal. Entre 2013 e 2016, foram investidos mais de 246 mil euros em fundos de pensões para os 16 funcionários.
Os últimos dois anos da DNS.pt ficaram marcados por uma forte
tendência de investimento: Além da aplicação de 302 mil euros em
Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável do Estado Português, a
associação que explora, sem fins lucrativos, o domínio de topo de
Portugal (.pt) aplicou dois milhões de euros na compra de uma nova sede,
numa das zonas mais caras de Lisboa, com mais de 800 m2 para
albergar 16 funcionários. A Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT),
que representa o Estado dentro da Associação, votou a favor, mas, mesmo
que estivesse contra, apenas poderia travar os investimentos, caso
garantisse a maioria absoluta com os votos da associação de consumidores
DECO, da Associação do Comércio Eletrónico e da Publicidade Interativa
(ACEPI), ou de um representante «designado» pela entidade que gere os
domínios a nível internacional que há quem garanta não existir, mas que
consta nos estatutos a fechar o lote de associados que formaram a
DNS.pt. A associação foi criada em 2013 com o propósito de gerir e
explorar os endereços terminados em .pt, sem concurso público e
beneficiando de um investimento de mais de 1,4 milhões de euros
provenientes do erário público.
O investimento na nova sede
desencadeou algumas vozes críticas no meio tecnológico pelo facto de a
esmagadora maioria dos serviços da DNS.pt ser prestada remotamente pela
Internet, e alegadamente não se justificar a compra de um espaço situado
em zona nobre com uma média superior a 50 m2 por pessoa (a
título ilustrativo: a Exame Informática, a Exame, o Jornal de Letras e a
Visão têm cerca de 70 pessoas em cerca de 500 m2). Apesar
destes argumentos, a FCT considera que a decisão de compra é acertada:
«Relativamente à localização, a operação justifica-se na perspetiva de
ser um investimento com grande potencial de valorização, garantindo
assim uma reserva patrimonial para a associação e permitindo ao mesmo
tempo a redução dos custos operacionais do atual aluguer».
A direção da DNS.pt, atualmente liderada por Luísa Gueifão, reitera que o investimento está dentro da legalidade: «A
aquisição cumpriu integralmente os estatutos, tendo obtido parecer
favorável do Conselho Fiscal e sido deliberada de forma unânime pela
Assembleia Geral. A escolha da localização teve como critério óbvio a
valorização do imóvel».
Em contrapartida, o Capítulo Português da
Internet Society (ISOC Portugal) apresenta uma versão completamente
dissonante de FCT e DNS.pt num relatório que foi enviado em jeito de
denúncia para o Governo, grupos parlamentares e FCT. «O Estado Português
não tem acesso às contas da DNS.pt, mas os representantes dos registrars,
que revendem endereços, têm acesso às contas e podem discutir os preços
praticados pela DNS.pt, porque fazem parte da associação», denuncia
José Legatheaux Martins, um dos pioneiros da Internet em Portugal e
presidente da ISOC Portugal, num comentário que pretende resumir várias
das críticas lançadas contra a atual direção da Associação.
Nos
relatórios e contas da DNS.pt há também um número que confirma que a
Associação trata os respetivos funcionários com algumas regalias que nem
sempre abundam no mercado laboral português: entre 2014 e 2016, a
associação investiu mais de 246 mil euros num fundo de pensões para os
funcionários (o relatório e contas de 2017 não é conhecido ainda). Sem
indicar os valores totais despendidos, a DNS.pt limita-se a referir que,
«no quadro da gestão rigorosa e sustentável da Associação, inclui-se
naturalmente a valorização dos recursos humanos, que a DNS.PT considera
um capital essencial».
A FCT não se
pronuncia sobre a razoabilidade ou a legitimidade dos fundos de pensões,
eventualmente, aplicados junto de um banco para funcionarem como um
complemento de reforma – mas também só poderia travar este investimento,
se conseguisse garantir a maioria absoluta dos votos dos associados.
Contactado
pela Exame Informática, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior (MCTES) remeteu as respostas a este assunto para a FCT.
Atualmente,
a DNS.pt gere o domínio de topo de Portugal, determinando os preços que
servem de referência para as empresas especializadas na revenda de
endereços da Internet terminados em .pt. Em 2017, a DNS.pt anunciou
haver mais de 976 mil endereços registados em .pt – e enalteceu o ano
passado «como um dos melhores de sempre», com mais de 100 mil endereços
registados e a ascensão aos primeiros lugares dos países que mais
cresceram no registo de endereços na Europa. Em 2016, a Associação
faturou mais de 2,5 milhões de euros. Nesse mesmo ano, as remunerações ilíquidas (antes da contribuição para a segurança social e impostos) dos três membros executivos do Conselho
Diretivo ascenderam a 151.738 euros. No total, remunerações, prémios e
compensações com pessoal superaram os 720 mil euros em 2016.
Quando a FCT perdeu o veto
Foi em janeiro de 2014 que a FCT perdeu o poder de vetar a aplicação de
receitas ou a dissolução da DNS.pt, devido a uma retificação de
estatutos ordenada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) que,
segundo a Exame Informática apurou, terá decorrido do facto de a DNS.pt
ser uma entidade de direito privado – e por isso não poder ter
associados com um direito de voto que suplante as decisões de outros
associados. E nem o facto de gerir um bem que pertence ao Estado
Português (o .pt) terá sido suficiente para evitar a perda do direito de
veto da FCT pela via legal.
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Luísa Gueifão, líder da DNS.pt, apresentou-se como representante da IANA aquando da constituição da associação |
O .pt nem sempre foi explorado por uma entidade privada: entre a
década de 1990 e 2013, o domínio de topo de Portugal foi gerido pela
Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN). A mudança ocorreu
quando o governo liderado por Passos Coelho decidiu integrar na FCT
todas as competências da FCCN – com exceção da gestão do domínio de topo
de Portugal, que foi entregue a uma associação de direito privado,
dando sequência a uma estratégia de emagrecimento da administração
pública.
Aquando da constituição da DNS.pt, a FCT, que aplicou na
associação 1,4 milhões de euros para suprir «todas as responsabilidades
contratuais existentes, que implicavam despesas da mesma ordem de
grandeza», detinha o poder de veto sobre a dissolução da associação, a
aplicação de resultados ou sobre o orçamento e o plano de atividades. Os
restantes associados não tinham poder de veto, mas também não lhes terá
sido solicitada qualquer verba para participar na associação. Com a
alteração de estatutos ordenada pela PGR, a intervenção do Estado passou
a estar limitada ao número de votos do representante da FCT.
Rita
Trabulo, advogada que coordena o Departamento de Corporate da CCA
Ontier, admite que a designação «sem fins lucrativos» poderá induzir em
erro os leigos ao dar a entender que uma associação não pode ter lucros –
mas logo explica que essa classificação apenas significa que o «lucro não é distribuído aos seus associados». Rita Trabulo recorda ainda que nas sociedades sem fins lucrativos «o
lucro anual deve ser aplicado para a prossecução dos fins definidos nos
estatutos», mas também chama a atenção para o 11º artigo desses mesmos estatutos
da DNS.pt, que dá à associação a possibilidade de gerar receitas com
«os rendimentos dos bens próprios, incluindo depósitos e aplicações
financeiras e fundos de reserva». É devido à presença deste artigo nos
estatutos que a advogada admite como potencialmente legal o investimento
em mais de 300 mil euros nas obrigações emitidas pelo Estado Português.
Sobre o fundo de pensões, a advogada da CCA Ontier
considera: «É igualmente lícito que uma associação sem fins lucrativos
subscreva fundos de pensões para os respetivos funcionários».
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Legatheaux Martins, presidente da ISOC Portugal: O Estado Português pode tirar o .pt à DNS.pt mas não tira de lá o dinheiro que já investiu |
Apesar da possível legalidade dos investimentos, Rita Trabulo
recorda que é necessário não perder de vista o acordo entre FCT/Estado
Português e a DNS.pt. «O facto de a associação ter como objeto a
exploração (gestão, operação e manutenção) de um bem do Estado, poderá
ter implicações na aplicação desses lucros, caso tal esteja definido no
acordo que titula essa exploração, que poderá implicar determinadas
obrigações para a associação. Não tendo sido definidos limites ou
obrigações, a associação reger-se-á pelas regras gerais quanto à
aplicação do resultado positivo do exercício», acrescenta a advogada.
Ainda
que permitida pelos estatutos, a rentabilidade alcançada através de
investimentos em produtos financeiros não figura como objetivo a
alcançar pela associação. E essa é uma das provas que levam a ISOC
Portugal a concluir que o Governo Português fracassou ao não definir uma
estratégia nem objetivos financeiros para a DNS.pt. José Legatheaux
Martins dá como exemplos da falta de limites estratégicos o alegado
patrocínio aos congressos da ACEPI, associado que representa os
revendedores de endereços da Internet dentro da DNS.pt, e também aponta o
dedo à participação no selo de garantia Confio.pt, que se destina a
sites de comércio eletrónico e que não lhe merece grande confiança do
ponto de vista técnico ou de segurança.
«Sim, o
Estado Português pode retirar o domínio .pt da DNS.pt , mas não retira o
dinheiro que lá colocou (aquando da criação da associação, em 2013)»,
refere o presidente da ISOC Portugal.
No relatório
que publicou no final de Dezembro, a ISOC Portugal denuncia ainda o
potencial conflito de interesses causado pela admissão da ACEPI como
associada da DNS.pt. Em causa está a possibilidade de os registrars
debaterem e votarem o processo de formulação de preços dos endereços de
Internet terminados em .pt. «Haveria que definir qual a política de
preços dos endereços (terminados em .pt) praticados pela DNS.pt, tendo
em conta a concorrência. Só com uma estratégia definida e uma análise de
custos, a Associação deveria ter o poder de determinar os preços»,
refere Legatheaux Martins.
Sobre o potencial
conflito de interesses, a direção da FCT limita-se a recordar que o
modelo de gestão em vigor foi definido durante a legislatura do anterior
governo (de Passos Coelho).
A direção da DNS.pt desvaloriza o potencial conflito de interesses e lembra que, desde 2013,
nunca houve qualquer alteração de preços, «o que significa que o preço e
a estrutura de preçário atualmente praticada foi definida pelo registry anterior (a FCCN), pelo que a questão não se coloca».
Apesar de nunca o ter feito, a DNS.pt não enjeita alterar os preços dos domínios – e dá como prova de «independência
e autonomia» face à ACEPI e às empresas de revenda de endereços de
maior envergadura o lançamento de «um processo de alteração do modelo de
preços praticados, de forma a acabar com um sistema de descontos que
tem por base o número de registos realizados».
A
ISOC Portugal questiona ainda o facto de a DNS.pt ter como únicos
associados a FCT, a ACEPI e a DECO, recomenda a integração de mais
associados, e dá como exemplo a seguir o Comitê de Gestão de Internet,
do Brasil. A direção da DNS.pt opta por não responder sobre a
disponibilidade para aceitar a entrada de novos sócios, que atualmente
está limitada à propostas dos atuais associados: «Os órgãos
sociais da DNS.pt defendem um modelo de multistakeholders, estando nos
seus estatutos previstos todos os mecanismos que definem a eventual
entrada de novos associados», refere a Associação.
A IANA não está em Portugal
A alegada falta de representatividade dos atuais associados da
DNS.pt ganha contornos de controvérsia quando a análise incide sobre os
artigos dos estatutos da Associação que elencam como um dos associados
«o representante designado pela IANA – Internet Assigned Numbers
Authority como responsável pela delegação do ccTLD.pt».
A
IANA é uma unidade recentemente integrada na ICANN, entidade sedeada em
Los Angeles, EUA, que supervisiona a Internet no mundo. A delegação do
ccTLD.pt é uma denominação usada na gíria quando alguém do meio
tecnológico se refere ao representante do Estado Português na IANA e na
ICANN.
A ISOC Portugal não hesita pôr em causa a
lisura dos estatutos da DNS.pt, recordando que a IANA e a ICANN não têm
qualquer representante em Portugal. «Quanto muito é o governo português
que tem um representante na ICANN ou na IANA», esclarece Legatheaux
Martins.
Contactado pela Exame Informática, Andrea
Becalli, responsável da ICANN para o Sul da Europa, confirma que não há
um representante da IANA em Portugal, até porque «esse cargo não
existe».
Atualmente, o alegado representante
«designado pela IANA» é assegurado pela FCT. Ana Neves, profissional da
FCT com currículo na promoção da sociedade da informação em Portugal, é a
pessoa que detém essa função de representar o governo português na IANA
e na ICANN e que, à luz dos estatutos da DNS.pt, assume a cadeira de
associado com poder de voto DNS.pt.
As explicações
FCT também não permitem tirar todas as dúvidas. Por e-mail, a Fundação
responsável pela atribuição de bolsas e apoios a projetos científicos
limita-se a negar que os estatutos refiram que a IANA designou um
representante para Portugal e reitera: «quem é associado fundador é o “representante designado pela IANA – Internet Assigned Numbers Authority” como responsável pela delegação do ccTLD.pt”, e não a IANA», garante a FCT.
A
DNS.pt não dá explicações quanto ao facto de os estatutos referirem um
suposto representante designado pela IANA» quando a IANA não designa
ninguém como representante para Portugal, e apenas afirma que é «incorreto referir que a IANA é associada da DNS.pt».
Que
a IANA não tem um representante em Portugal não existem sequer dúvidas –
mas isso não impediu Luísa Gueifão, jurista que hoje lidera a DNS.pt e
que, durante vários anos, assumiu a pasta da gestão do domínio .pt
dentro da extinta FCCN, de se apresentar, em maio de 2013, num cartório
notarial de Lisboa como «designada pela IANA – Internet Assigned Number
Authority», a fim de assinar a constituição da DNS.pt. O que confirma
que, antes de ser eleita como diretora da DNS.pt, a jurista assumiu
funções como associada.
No documento de constituição da
associação constam ainda as assinaturas de Alexandre Nilo da Fonseca
como presidente da ACEPI, e Vasco Colaço e Alberto Regueira na qualidade
de presidente e vice-presidente da Deco, respetivamente. Nessa altura, o
Estado Português ainda tinha a pretensão de poder exercer a supervisão
sobre a DNS.pt. E é por isso que o documento da constituição da DNS.pt
conta igualmente com a assinatura de Miguel Seabra, que à data era
presidente da FCT.
NOTA da REDAÇÃO: O valor recebido pela DNS.pt
foi atualizado com informação referida pela associação. Na versão
anterior deste texto é referido apenas o montante máximo (1,9 milhões de
euros) que a DNS.pt podia receber do erário público, ao abrigo de um
decreto-lei publicado para o efeito. Por seu turno, a FCT esclareceu
ainda que o investimento de 1,4 milhões de euros que foi efetuado
aquando da constituição da DNS.pt tinha como objetivo cobrir todas as
responsabilidades da associação.
IN "EXAME INFORMÁTICA"
17/01/18
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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
Descobertos manuscritos ocultos
em manto de Nossa Senhora
da Basílica de Mafra
A imagem de Nossa Senhora da Soledade, da Basílica de Mafra, ocultava documentos no interior do manto, que foram descobertos na sequência dos trabalhos de restauro, anunciou a Real e Venerável Irmandade do Santíssimo Sacramento de Mafra (RVISSM).
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"Surgiram sete documentos manuscritos no interior do manto de seda, bordado a ouro, que reveste a imagem de Nossa Senhora da Soledade, da Basílica de Mafra, imagem que sai por ocasião das cerimónias da Quaresma", afirma a RVISSM em comunicado enviado hoje à agência Lusa.
"Os documentos, presume-se que datem da segunda metade do século XIX, e a sua existência era inteiramente ignorada. Os documentos estão dobrados em quatro partes, e cosidos aos bordados do manto. Por esse motivo se justifica que por fora não se suspeitasse de nada", adianta a irmandade. "O conteúdo é inteiramente ignorado de momento, pois a decisão da sua retirada ainda não foi definitiva.
A leitura será efetuada na basílica, em data a determinar", segundo a irmandade, que adiantou "suspeitar-se de que possam ser pedidos a Nossa Senhora ou algo do género, mas são meras suposições". "A informação do que possam conter ainda não foi averiguada, pois os trabalhos de conservação do manto ainda decorrem. Porém é evidente que foram ali ocultados por algum motivo particular", refere a RVISSM.
"O número é que torna o achado notável, pois é habitual encontrar inscrições neste tipo de peças, mas sete documentos, e de mãos diferentes, isso sim, torna o caso verdadeiramente notável". A imagem, datada de 1773, sai habitualmente na procissão do Senhor Jesus dos Passos, pelas ruas de Mafra, que se realiza no dia 25 de fevereiro, e na procissão do enterro, na Sexta-Feira Santa, que este ano acontecerá a 30 de março. Segundo a mesma fonte, este ano "a imagem voltará a sair e a exibir o rico manto de seda bordado a ouro".
* Isto de o folclore religioso ter o alto patrocínio duma real e venerável irmandade é muito à frente.
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HOJE NO
"OBSERVADOR"
"OBSERVADOR"
“Clube dos Presidentes” à beira
do fim depois de jantar polémico
Jornalista do Financial Times infiltrou-se no jantar anual do "Clube dos Presidentes" e revelou o comportamento inapropriado de muitos dos presentes. Agora, o Clube pode acabar.
Era exclusivamente para homens — dos negócios aos da televisão –,
angariava fundos para um hospital de crianças londrino, e agora pode
acabar. O “Clube dos Presidentes” anunciou que está a separar-se, depois
das denúncias de assédio sexual e conduta imprópria para com as hospedeiras no último jantar de angariação de fundos. A notícia está a ser avançada pela CNN.
Existia há 33 anos e anualmente tinha um jantar de angariação de fundos para o Hospital de Crianças Great Ormond Street,
em Londres. O “Clube dos Presidentes” anuncia o fim menos de 24h depois
de o Financial Times ter publicado uma reportagem em que são detalhados
os comportamentos de vários homens,e tendo também por base os
depoimentos de três jornalistas que se conseguiram “infiltrar” no
jantar.
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A revelação de vários nomes que marcaram presença no jantar, homens
que ocupam cargos importantes na política, economia e na televisão
inglesa, e os testemunhos de várias hospedeiras presentes no jantar,
surgem no momento em que o assunto “assédio sexual” está a ser difundido
mundialmente, com numerosas denúncias, especialmente na indústria do
cinema.
O comediante David Walliams, que estava no jantar, diz estar em choque com a reportagem publicada esta quarta-feita pelo Financial Times.
O
dinheiro angariado no jantar para o Hospital londrino foi devolvido e
David Meller, presidente do Clube, resignou ao cargo que tinha no
Ministério de Educação inglês, adianta o The Independent.
O
secretário de Estado para as Crianças e Famílias, Nadhim Zahawi, que
também esteve no jantar, disse que nunca mais aceitaria qualquer convite
para organizações, como o “Clube dos Presidentes”, que contam
unicamente com homens.
“Eu condeno totalmente este tipo de comportamento. A reportagem é absolutamente chocante”, acrescentou Zahawi, citado pela CNN.
* Porque a gente fina e caridosa é tão sórdida?
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HOJE NO
"RECORD"
João Silva nomeado para a Comissão
de atletas olímpicos europeus
João Silva foi nomeado oficialmente para a Comissão de Atletas dos
Comités Olímpicos Europeus (COE), na sequência da reunião da Comissão
Executiva dos COE, que tomou a decisão por unanimidade, em Lausanne,
Suíça. O mandato é válido no período 2018-2021.
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"Esta
nomeação é um grande orgulho e implica uma grande responsabilidade na
representação dos atletas olímpicos, sendo também o reconhecimento
internacional do bom trabalho que a Comissão de Atletas Olímpicos tem
realizado em Portugal", sublinha João Silva citado no site oficial do
Comité Olímpico de Portugal.
* Prestígio para o desporto nacional.
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60-CINEMA
Data de lançamento:
23 de setembro de 1988 (Portugal)
WIKIPEDIA
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60-CINEMA
FORA "D'ORAS"
VII-A ÚLTIMA TENTAÇÃO
DE CRISTO
Baseado
no romance de Nikos Kazantzakis, o filme traz Jesus Cristo como um
homem comum, encarnado num Messias contraditório, frágil e perturbado,
que se autoproclama filho de Deus. As suas pregações na Judeia, então
colônia romana, chocam e incomodam o governo, que decide livrar-se dele.
Na cruz, imagina como seria a vida se, ao
invés de assumir o peso da salvação dos homens, tivesse levado uma vida
comum com mulher e filhos.
Data de lançamento:
Direção: Martin Scorsese
Música composta por: Peter Gabriel
Roteiro: Paul Schrader
ELENCO - Willem Dafoe como Jesus Cristo, Harvey Keitel como Judas Iscariotes, Barbara Hershey como Maria Madalena, David Bowie como Pôncio Pilatos, e Harry Dean Stanton como Paulo. O filme foi inteiramente rodado em Marrocos
WIKIPEDIA
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