02/12/2018

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Comer por dois na gravidez? 
Nada disso

É uma fase especial da vida e há regras a cumprir. Um regime alimentar saudável e variado é fundamental neste estado de graça. O que evitar? Os suspeitos do costume.

A barriga cresce, o bebé precisa de alimentos, a mãe tem de estar atenta às necessidades nutricionais em cada etapa da gravidez. A alimentação é sempre um momento importante em qualquer altura da vida, mas na gravidez merece uma atenção especial. Várias refeições ao dia, pelo menos cinco, e muita água.
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Ao longo da gravidez, as recomendações alimentares variam de acordo com o aumento das necessidades nutricionais e calóricas e seguem a nova roda dos alimentos. “Esta é uma altura em que as necessidades energéticas e nutricionais aumentam para proteger o crescimento do bebé. Tal não significa que se deva ‘comer por dois’, mas sim adotar um regime alimentar saudável e variado, tendo em conta algumas regras que ajudam a garantir a saúde da mãe e do seu bebé”, refere Dina Velez, farmacêutica.

No primeiro trimestre, recomenda-se a ingestão diária do equivalente a duas ou três chávenas de legumes e hortaliças, três peças de fruta e três porções de laticínios e seus derivados. No segundo e terceiro trimestres, as necessidades proteicas e calóricas aumentam consideravelmente. A farmacêutica Sandra Santos aconselha o reforço na “ingestão de alimentos ricos em proteínas e hidratos de carbono – cereais, preferencialmente integrais, e derivados, leguminosas, carne, peixe e ovos, respeitando o máximo de dois a três ovos por semana.”

Além disso, é fundamental a ingestão de alimentos ricos em ómega 3 e 6, importantes no desenvolvimento do cérebro e da visão, que estão presentes no azeite e no peixe gordo. O que evitar à mesa? Os alimentos do costume: carnes vermelhas, gordura animal, fritos, produtos refinados e com alto teor de açúcar e sal.

E tão importante como o conteúdo nutricional dos alimentos é a sua preparação. Tudo porque existem alguns parasitas e bactérias que podem ser ingeridos pela mãe e transmitidos ao bebé. Por isso, evite-se o consumo de laticínios não pasteurizados e de carne e peixe crus ou mal cozinhados. Legumes e frutas consumidos crus devem ser muito bem lavados e os alimentos crus devem estar sempre separados dos alimentos cozinhados.

Dietas vegetarianas e veganas, probióticos e prebióticos. Há várias opções à mesa. Os alimentos probióticos e prebióticos melhoram a flora intestinal da mãe e do bebé, o que se traduz numa melhor redução do peso depois do parto da mãe e num menor risco de doenças intestinais no bebé. “As dietas vegetarianas são seguras desde que as refeições sejam bem planeadas, de forma a garantir o fornecimento de todos os nutrientes e calorias necessários”, adianta Sandra Santos.

Há ainda os nutrientes essenciais na gravidez. Começando pelo ácido fólico que está presente nos vegetais verdes, na laranja, no ovo, nos produtos lácteos fermentados e nos cereais e feijão. É um nutriente essencial na formação do sistema nervoso do bebé. Há também o ferro que é fundamental no desenvolvimento do sistema nervoso e na formação dos glóbulos vermelhos, tanto da mãe como do bebé, para garantir o transporte de oxigénio. Este nutriente está presente em grandes quantidades nas carnes vermelhas e nos vegetais de folhas verdes escuras.

O iodo não pode ser esquecido, deve haver um reforço nas refeições, para garantir o bom funcionamento da tiroide da mãe e o desenvolvimento cerebral do bebé. “Este nutriente está presente essencialmente no peixe e crustáceos. Embora estes nutrientes estejam presentes nos alimentos referidos, a dieta não é suficiente para suprir as necessidades e, por isso, é recomendada a suplementação. Para além destes, é importante incluir na alimentação fontes de magnésio, cálcio, vitamina D e zinco”, adianta Catarina Silva, também farmacêutica.

A par destas coisas da alimentação, também o peso da grávida é importante. Tanto o excesso de peso como um peso reduzido podem trazer complicações. O aumento de peso durante a gravidez é normal mas deve ser controlado. O ganho na balança deverá ficar num intervalo entre 11,5 e 16 quilos.

* Ser mãe tem de começar assim.

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