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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Enfermeira sem emprego em Portugal ganha prémio no Reino Unido
Silvia Nunes, 33 anos, emigrou em 2014 por não encontrar trabalho em Portugal e ganhou um dos prémios de melhor enfermeira do ano na região leste do Reino Unido
Uma enfermeira portuguesa venceu um dos prémios de enfermeiros do ano
da região leste do Reino Unido. Silvia Nunes foi distinguida com o "The
Good Nurse Award". Natural de Vila do Conde, Silvia emigrou em 2014
depois de não conseguir encontrar um emprego na sua área em Portugal.
Agora é uma referência no lar de idosos onde trabalha em Thetford, uma
localidade 140 quilómetros a nordeste de Londres.
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A mensagem incluída na atribuição dos prémios
é muito elogiosa para a portuguesa. "A Silvia é apaixonada pelos
cuidados de alta qualidade e fornece suporte a cada residente como um
indivíduo. Ela lidera e envolve a equipa, até trabalha no chão para
compartilhar seu próprio conhecimento e experiência. Moradores e
famílias acham que ela é uma pessoa excepcional."
Agora, pode
ainda ser finalista a nível nacional, cujos vencedores serão conhecidos
em março de 2019. O lar Ford Place, onde Sílvia Nunes trabalha, também
está nomeado para a categoria de "Care Home of the Year" [Lar de Idosos
do Ano] dos National Care Awards, atribuídos pela publicação Care Times,
sendo os vencedores anunciados em 30 de novembro em Londres.
Atualmente
a estudar para ser diretora de lares de idosos, Sílvia Nunes, de 33
anos, teve uma ascensão rápida tendo em conta que mal falava inglês e
não estava habilitada a trabalhar como enfermeira quando chegou ao Reino
Unido, em 2014.
Natural de Vila do Conde, saiu de
Portugal frustrada com a dificuldade em encontrar emprego após a
licenciatura na Escola Superior de Saúde do Vale do Ave, em 2013.
"Fui
entregar o currículo a vários sítios à procura de trabalho, mas
disseram-me sempre que não empregavam a enfermeiros qualificados há
menos de um ano e nenhum hospital me chamou para concursos. Trabalhei
num apoio domiciliário em Vila do Conde e era voluntária dos Bombeiros
Voluntários, mas não era suficiente para sobreviver e pagar contas",
contou à Lusa.
Em vez de seguir a via do recrutamento através de
agências, como centenas de outros enfermeiros portugueses que trabalham
em hospitais no Reino Unido nos últimos anos, Sílvia Nunes decidiu
"entrar numa aventura" pelos seus meios.
"O meu inglês era
fraco, quase inexistente, tive de aprender cá. Consegui trabalho num
lar enquanto esperava o meu PIN [cartão profissional] para exercer
através da Ordem dos Enfermeiros de cá, que demorou 10 meses", contou.
Em
dezembro de 2015, sete meses depois de trabalhar como enfermeira, foi
promovida a diretora clínica e em setembro de 2016 a vice-diretora,
tendo contribuído para melhorar o funcionamento ao nível do pessoal, mas
também da assistência aos residentes.
No documento de nomeação
para o prémio são referidas várias ações atribuídas a Sílvia Nunes, como
a introdução de um reforço de nutrição, como doses reforçadas de
laticínios, fruta ou mel, para compensar o corte do financiamento
público dos suplementos alimentares.
Noutros casos, sugeriu
alterações na alimentação ou medicação para melhorar o bem-estar, o
aumento de peso ou que ajudaram no tratamento de feridas.
"A
Sílvia tem um cuidado especial com os meus pés e pernas e não tem
problema nenhum em ficar de joelhos para ter certeza de que eles são bem
tratados e não me causam problemas. Eu tive uma ferida teimosa no meu
pé que demorou muito a cicatrizar e beneficiou enormemente por ter a
Sílvia a acompanhá-la com muita atenção", descreveu a residente
identificada apenas como IC, num documento de apoio à nomeação para os
prémios.
* Apenas uma das portuguesas que Passos Coelho mandou emigrar. Os nossos parabéns para ela, claro!
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