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ESTA SEMANA NO
"SOL"
“O discurso de ódio já está presente
em Portugal", diz o diretor da
Amnistia Internacional Portugal
Pedro Neto alertou ainda para a necessidade de as pessoas estarem "muito atentas para não se deixarem enganar"
O diretor da Amnistia Internacional Portugal, Pedro Neto, alertou em
entrevista à agência Lusa que o "discurso de ódio já está presente em
Portugal" e que "já há laivos de populismo". "Já cá está e é preciso que
as pessoas estejam muito atentas para não se deixarem enganar",
avisou.
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A Declaração Universal dos Direitos Humanos fará 70 anos
desde a sua ratificação pelos Estados signatários a 10 de dezembro e
desde essa altura que os direitos humanos fizeram uma "evolução imensa"
em Portugal e no mundo. No que a Portugal diz respeito, Neto considera
que os portugueses têm "muita consciência" da importância destes
direitos, mas alertou que o discurso de ódio e os populismos não
acontecem apenas nos outros países, como Estados Unidos, Rússia ou
Brasil.
"As pessoas já têm consciência de que os direitos humanos são
assuntos de todos, todos os dias, mas há interesses que procuram
maniplar a opinião pública e conseguem fazê-lo muito rapidamente através
das redes sociais. Isso é preocupante. Há interesses não condizentes
com os direitos humanos a quem interessa demonizar os direitos humanos",
disse o diretor.
O ativista pelos direitos humanos não tem dúvidas de que a eleição de
Donald Trump para a Casa Branca foi um marco no crescimento do discurso
de ódio e da mentira como manipulação mediática. "A eleição de Donald
Trump marca o tempo a seguir no ataque às pessoas, na discriminação
generalizada a grupos mais vulneráveis e no recurso à mentira e à
manipulação medíatica", afirmou.
"A sua forma de estar, a retórica de
ódio, de conflito, de ir muito à simplificação dos assuntos e dos
problemas, um discurso que demoniza as outras pessoas. É uma forma muito
concreta de dar azo à discriminação".
Se os direitos humanos já fizeram um longo percurso, os desafios que
têm à frente num contexto em que os populismos e a extrema-direita
ganham força não são poucos. Entre os principais, Neto inclui o combate à
discriminação e a falta de direitos económicos: "Numa altura em que o
mundo pode ser próspero e em que é matematicamente possível que não
morra ninguém de fome, que toda a gente tenha um teto para viver e onde
dormir, que toda a gente tenha acesso a cuidados básicos de saúde, a
questão da pobreza extrema e da pobreza em geal é o outro grande mal".
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Já em Portugal um dos maiores desafios que Neto destaca é a falta de
habitação. "A questão da habitação afeta muitas pessoas, já não apenas
pessoas pobres, mas pessoas de classe média ou até pessoas com empregos
que não pagam apenas o salário mínimo", explicou. "Em determinadas
situações, essas pessoas já têm dificuldades no acesso a uma habitação
condigna, principalmente nos grandes centros urbanos".
* O que Pedro Neto diz é tudo verdade.
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