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Mulheres com cancro da
mama metastático querem
continuar a ter uma vida normal
Matilde Salgado, assistente hospitalar de oncologia do Hospital Pedro Hispano e no Hospital da Luz Póvoa de Varzim, antecipa o Dia Nacional do Cancro da Mama.
O cancro da mama metastático é uma forma de doença com origem na mama
que se espalha para outros órgãos - pulmões, fígado, ossos, gânglios,
cérebro - e que não tem cura. No entanto, a tendência marcada pelos
progressos conseguidos no desenvolvimento de novas opções de tratamento
apontam para um futuro em que cada vez mais mulheres com cancro da mama
metastático/avançado tenham uma vida mais longa e com melhor qualidade
de vida.
Em Portugal, assim como noutros países desenvolvidos,
apenas 5% a 10% dos novos casos de cancro da mama avançado correspondem a
um primeiro diagnóstico, o que significa que a grande maioria se deve
ao seu reaparecimento. Trata-se de casos de pessoas que anteriormente já
tinham tido um diagnóstico de cancro da mama para o qual fizeram os
tratamentos indicados, no entanto, ao longo do tratamento ou após a sua
conclusão a doença reaparece - recidiva local ou metastização à
distância.
Apesar de este tipo de doentes se encontrar permanentemente
sob vigilância, quando as queixas deixam de ser habituais é necessário
recorrer ao médico para que possam ser realizados os exames necessários e
pertinentes.
Os novos casos de doença avançada atingem, muito
frequentemente, a faixa etária compreendida entre os 45 e os 55 anos de
idade, altura em que a maioria das mulheres ainda têm uma vida bastante
ativa e querem continuar a participar no mercado de trabalho durante e
após o tratamento.
Para muitas doentes o regresso ao trabalho com
sucesso significa levar uma vida normal, tal como tinham antes de tudo
acontecer. Mas nem sempre é simples e as mulheres deparam-se com novos
desafios como stress devido à falta de segurança no emprego ou
dificuldade em cumprir compromissos contratuais pois uma pessoa com esta
doença tem um tratamento contínuo e vai oscilando na forma como se
sente. É importante que exista a oportunidade para criar horários e
condições de trabalho adaptados, como por exemplo trabalhar alguns dias a
partir de casa.
No entanto, muitas mulheres com cancro da mama e
sobreviventes não estão aptas para regressar ao trabalho com sucesso,
independentemente da vontade de o fazerem.
* Assistente Hospitalar de Oncologia do Hospital Pedro Hispano e no Hospital da Luz Póvoa de Varzim
IN:
18/10/18
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