29/09/2018

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HOJE NO 
"O JORNAL  ECONÓMICO"
Cavaco sai de cerimónia de 
inauguração de ‘campus’ da Nova
 antes de Marcelo discursar

Menos de dez minutos depois da entrada do chefe de Estado, Cavaco Silva deixou o local e, à saída, questionado pelos jornalistas se iria sair sem ouvir Marcelo Rebelo de Sousa, justificou: “Vou para uma festa familiar a que não posso faltar”.

O ex-Presidente da República Cavaco Silva marcou este sábado presença na cerimónia de inauguração do ‘campus’ de Carcavelos da Universidade Nova de Lisboa, mas deixou o local antes do discurso do chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa.
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COMPLETAMENTE BAÇO
Marcelo Rebelo de Sousa chegou pelas 19:15, quinze minutos antes da hora prevista, e fez questão de cumprimentar o seu antecessor, Cavaco Silva, sentado, desde as 18:30, numa das pontas da primeira fila, uma vez que já planeava sair antes do fim da cerimónia.

À chegada, o Presidente da República foi efusivamente aplaudido pela plateia.

Menos de dez minutos depois da entrada do chefe de Estado, Cavaco Silva deixou o local e, à saída, questionado pelos jornalistas se iria sair sem ouvir Marcelo Rebelo de Sousa, justificou: “Vou para uma festa familiar a que não posso faltar”.

Nos últimos dias, o atual e o anterior chefes de Estado envolveram-se numa troca de palavras a propósito da não recondução da atual procuradora-geral da República (PGR), Joana Marques Vidal, que será substituída por Lucília Gago.

Na quarta-feira, Cavaco Silva considerou que a não recondução da PGR foi a decisão “mais estranha do Governo que geralmente é conhecido como gerigonça”.

Cavaco Silva, que falou à margem de um congresso da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), classificou a não recondução de Joana Marques Vidal como algo “muito estranho, estranhíssimo, tendo em atenção a forma competente como exerceu as suas funções e o seu contributo decisivo para a credibilização do Ministério Público”.

Um dia depois, Marcelo Rebelo de Sousa salientou que é ao Presidente da República e não ao Governo a quem cabe nomear a PGR, dizendo que “por uma questão de cortesia e de sentido de Estado” não comentaria as palavras de Cavaco Silva.

“O que me está a dizer é que o presidente Cavaco Silva, no fundo, disse que era a mais estranha decisão do meu mandato. Perante isso, tenho sempre o mesmo comportamento: entendo que, desde que exerço estas funções, não devo comentar nem ex-Presidentes, nem amanhã quando o deixar de o ser, futuros presidentes, por uma questão de cortesia e de sentido de Estado, e não me vou afastar dessa orientação”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, à margem da IV Cimeira do Turismo, organizada pela Confederação do Turismo de Portugal.

Hoje, em declarações à RTP antes da cerimónia de inauguração e questionado sobre esta troca de palavras, Cavaco Silva invocou a sua experiência política, sem dar uma resposta direta.
“Eu tenho uma experiência de dez anos de primeiro-ministro e dez anos de Presidente da República e também um ano de ministro das Finanças. Sei bem aquilo que se passa no mundo da política. Mas, evito fazer comentários e raramente os faço”, afirmou.

Na semana passada, o Presidente da República nomeou Lucília Gago procuradora-geral da República, com efeitos a partir de 12 de outubro, sob proposta do Governo.

Lucília Gago irá suceder no cargo a Joana Marques Vidal, que termina o seu mandato de seis anos nessa data.

Na cerimónia de inauguração do novo ‘campus’ da Nova, onde ficará instalada a Faculdade de Economia, marcaram presença os ministros da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e o do Ensino Superior, Manuel Heitor, o ex-Presidente da República Cavaco Silva, a líder do CDS-PP, Assunção Cristas, e o seu antecessor, Paulo Portas.

Os ex-ministros Miguel Poiares Maduro (PSD), Luís Amado (PS), Pedro Mota Soares (CDS-PP), Maria de Belém Roseira(PS), o presidente da EDP António Mexia e o presidente e vice-presidentes da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras e Miguel Pinto Luz, bem como a conselheira de Estado Leonor Beleza foram algumas das muitas figuras do mundo político, académico e económico que marcaram presença em Carcavelos.

* O verniz é de contrabando, estala depressa.

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