23/05/2018

TERESA DAMÁSIO

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As lideranças e a ética

O comportamento do líder e a forma como se relaciona com a sua equipa e com os "stakeholders" será seguramente replicado por todos e melhorará a imagem de marca de toda e qualquer organização.

Na direção dos negócios, o papel das lideranças é essencial para a criação e consolidação dum ambiente societário onde impere a ética(1).

Como sabemos, há vários instrumentos legais e institucionais que visam prever e estatuir as relações laborais nas organizações empresariais.

Naturalmente, a existência do diálogo social através da existência do instrumento de negociação coletiva, conforme o previsto no artigo 2.º do Código do Trabalho(2), potencia o trabalho digno e boas condições de trabalho. Tal é, igualmente, promovido pelo regulamento interno de empresa(3), conforme o previsto no artigo 99.º do Código acima referido. Mais recentemente com a publicação da Lei n.º 73/2017, de 16 de agosto(4), em que o legislador pretendeu reforçar o ordenamento jurídico no que à prevenção da prática de assédio diz respeito, a defesa intransigente dos direitos humanos ficou novamente plasmada na lei laboral.

No entanto, sabemos que independentemente da existência de normas jurídicas e de regras institucionais, a prevaricação e a proliferação no meio laboral de condutas impróprias advém por vezes da ausência de referências éticas e deontológicas por parte das lideranças.

Assim, numa empresa, o líder deverá ser, numa linha contínua no tempo e no espaço, um referente no que diz respeito ao respeito pelos direitos de personalidade e pelos princípios e valores que norteiam a vida da organização.

Mas, de um líder espera-se mais e essa expetativa germina em primeira instância nas características que imprime à respetiva conduta e na forma como gere, quer interna quer externamente, a aplicação das normas e dos costumes que fazem parte da identidade da organização que lidera.

O comportamento do líder e a forma como se relaciona com a sua equipa e com os "stakeholders" será seguramente replicado por todos e melhorará a imagem de marca de toda e qualquer organização.

Aquilo que se pede ao líder é que seja leal, justo, equitativo, urbano, use e abuse da probidade e seja ambicioso ao querer que a sua organização se torne aquela de que todos quererão fazer parte!

(1)é·ti·ca. (latim ethica, -ae, do grego ethikê, feminino de ethikós, -ê, -ón, do grego éthos, -ous, costume, hábito) substantivo feminino. 1. [Filosofia] Parte da Filosofia que estuda os fundamentos da moral.

2. Conjunto de regras de conduta de um indivíduo ou de um grupo. "ética", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa https://www.priberam.pt/dlpo/%C3%A9tica

(2)Artigo 2.º - Instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho:

1. Os instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho podem ser negociais ou não negociais.

2. Os instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho negociais são a convenção coletiva, o acordo de adesão e a decisão arbitral em processo de arbitragem voluntária.

(3)Artigo 99.º - Regulamento interno de empresa:

1. O empregador pode elaborar regulamento interno de empresa sobreorganização e disciplina do trabalho.



* Administradora do ISG | Instituto Superior de Gestão e do Grupo Ensinus

IN "JORNAL DE NEGÓCIOS"
21/05/18

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