25/02/2018

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SÁBADO NO 
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
PCP não abdica de ser comunista 
e está orgulhoso do seu papel

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, garantiu, este sábado, que o partido não abdica de ser comunista e está "consciente e orgulhoso do seu papel", considerando que a "superação do capitalismo" precisa de um PCP "forte e reforçado".

Na abertura da conferência do "II Centenário do Nascimento de Karl Marx", que decorre até domingo, em Lisboa, Jerónimo de Sousa defendeu que comemorar esta data é "erguer todas as capacidades para cumprir as tarefas da luta" que travam "em defesa dos interesses dos trabalhadores.
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"Foi no processo mundial de alargamento da difusão do marxismo que, em 1921, foi fundado o Partido Comunista Português. Um Partido Comunista que não abdica de o ser, consciente e orgulhoso do seu papel, firme no seu ideal e na afirmação do seu projeto transformador e revolucionário de luta pela construção do socialismo e do comunismo", enfatizou.

A "superação do capitalismo", que na opinião do líder comunista se assume com crescente importância, "precisa de um Partido Comunista forte e permanentemente reforçado, assumindo o seu papel de vanguarda em estreita ligação à classe operária, aos trabalhadores e ao povo".

Jerónimo de Sousa citou por diversas vezes Karl Marx ao longo do seu discurso de quase meia hora, considerando que, como o filósofo anteviu, o capitalismo refinou "a sua natureza exploradora, opressiva, agressiva e predadora".

Para o secretário-geral do PCP, este refinamento está claro "na última grande crise cíclica do sistema capitalista, desencadeada em 2007, 2008 e que estende até ao presente".

"Uma crise que se traduziu num pesado fardo de programas de ajustamento para as costas dos trabalhadores e dos pobres, no agravamento das condições de exploração do trabalho, ao mesmo tempo que se ofereciam recursos abissais ao grande capital, particularmente para o sistema financeiro", voltou a criticar.

O capitalismo, criticou Jerónimo de Sousa, tenta "contrariar os efeitos da crise estrutural através da baixa salarial, da redefinição do trabalho no sistema produtivo e da liquidação dos direitos económicos, sociais e culturais".

O líder do PCP citou Marx e Engels para deixar um aviso claro sobre o presente: "os comunistas são, na prática, o setor mais decidido, sempre impulsionador, dos partidos operários de todos os países".
"O proletariado, mesmo constituindo a grande massa da população do planeta, só terá condições de levar a cabo o seu papel histórico elevando a sua organização", alertou.

Jerónimo de Sousa voltou a usar a história para referir que "aqueles que, perante as trágicas derrotas do socialismo no findar do século XX, procuram descredibilizar o marxismo-leninismo e o próprio Marx deveriam saber que o pensamento marxista sempre se desenvolveu tirando lições das experiências positivas e negativas do movimento operário, das vitórias e derrotas da luta emancipadora dos trabalhadores e dos povos".

"Os comunistas não têm medo da verdade por mais dura que seja", afirmou, considerando que "o marxismo é uma teoria que, afastada da realidade social e desligada das massas," definha.

O líder do PCP referiu ainda que aqueles que veem "nos clássicos um catálogo de respostas prontas a usar para os problemas concretos da luta revolucionária" estão enganados, uma vez que esta "só pode ser encontrada na análise concreta da realidade de cada país".

* Não nos apetece confundir Jerónimo de Sousa homem íntegro e generoso com o líder que defende o capitalismo monopolista de estado, as ditaduras chinesa e norte-coreana, as ditaduras em África, a ditadura venezuelana.

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