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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
15/10/2017
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Cheyenne Cochrane
Uma celebração
ao cabelo natural
Cheyenne Cochrane explora o papel que a textura do cabelo desempenhou na história de ser negra na nos Estados Unidos - dos produtos de alisamento térmico da era da pós-Guerra Civil para os milhares de mulheres hoje que decidiram parar de perseguir um padrão de beleza convencional e começaram a aceitar seus cabelos naturais.
"Isso não é sobre um penteado", diz Cochrane. "É sobre ser corajosa o suficiente para não se dobrar sob a pressão das expectativas dos outros".
HELENA GARRIDO
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O problema do excesso
IN "OBSERVADOR"
12/10/17
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O problema do excesso
de sucesso (na economia)
Há riscos no excesso de optimismo como no excesso de pessimismo. Um sublinhado do FMI que se aplica bem à economia portuguesa.
Tal como no caso das eleições autárquicas, o governo de António Costa
arrisca ser aprisionado pela prosperidade conjuntural da economia. A
confiança gerada pelo crescimento da economia, do emprego e
especialmente pelo discurso e pela política económica seguida criam um
sério risco de se gerar um novo “boom” de endividamento e especulação,
no nosso caso centrado no imobiliário.
Este era o momento certo para se concretizarem as já cansativas
reformas estruturais. É óbvio que as políticas que promovem a eficiência
e que em geral têm como consequência a redução do emprego e a moderação
do crescimento deviam ser realizadas nos tempos de prosperidade.
Infelizmente não existem condições políticas para se concretizarem essas
mudanças. Vivemos em permanente campanha eleitoral, com o Governo e os
partidos que o suportam no concurso do “quem dá mais”, na expectativa de
segurarem e aumentarem o seu eleitorado.
Os sinais estão aí embora ninguém os queira ver. Durante esta semana
foram divulgados os dados relativos à concessão de novo crédito que
mostram como o endividamento das famílias assume um novo dinamismo. No
conjunto do crédito bancário, concedido em Agosto, o financiamento às
famílias representou 37% do total, o mais elevado desde 2006 como se pode ler aqui. Também em Agosto os depósitos caíram historicamente.
Na ausência de condições políticas, corremos um sério risco de voltar
a ter de agravar a crise quando ela chegar, como aconteceu em 2011.
Estamos constantemente a aplicar políticas pró-cíclicas, a agravar as
recessões por falta de financiamento; a alimentar os “boom” por ausência
de condições ou coragem política. Com o resgate de 2011 é a terceira
vez que pomos mais recessão em cima de recessão. E as oportunidades de
crescimento que tivemos revelaram-se incapazes de melhorar
estruturalmente a economia na dimensão que precisávamos.
O sucesso da solução governativa conseguida por António Costa acaba
por ser uma séria ameaça ao nosso futuro económico e financeiro. Quanto
mais tempo durar esta solução governativa mais riscos corremos, como
vemos pelo que se vai conhecendo do Orçamento do Estado para 2018.
O cenário político que melhor garantia um futuro menos arriscado
seria aquele que inicialmente se antecipava para este Governo: eleições
antecipadas com uma maioria absoluta do PS. Mas mais uma vez excesso de
sucesso de António Costa parece inviabilizar essa possibilidade. Os
resultados das eleições autárquicas dão aos partidos que apoiam o PS
todas as razões para não quererem antecipar eleições.
No seu último relatório sobre a economia mundial o FMI anuncia uma
acentuada recuperação da economia, com especial relevo para a Zona Euro,
mas alerta igualmente para os riscos associados ao excesso de optimismo
num quadro em que mais cedo ou mais tarde as taxas de juro começarão a
subir. Era neste futuro, de uma subida das taxas de juro que deveríamos
estar a pensar, designadamente pela dimensão da dívida que temos. Mas ao
optimismo geral estamos a acrescentar optimismo, tal como no passado
somámos pessimismo ao pessimismo.
IN "OBSERVADOR"
12/10/17
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* Viagem extraordinária pelos tesouros da História de Portugal superiormente apresentados por Paula Moura Pinheiro.
Mais uma notável produção da RTP
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XXX-VISITA GUIADA
Ás quatro igrejas do
Centro Histórico de Faro/1
FARO - PORTUGAL
* Viagem extraordinária pelos tesouros da História de Portugal superiormente apresentados por Paula Moura Pinheiro.
Mais uma notável produção da RTP
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As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à
mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios
anteriores.
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I . O MUNDO SEM NINGUÉM
6- A vida depois das Pessoas
* Nesta nova época de "bloguices" que vai de Setembro a Julho do próximo ano, iremos reeditar algumas séries que de forma especial sensibilizaram os nossos visitadores alguns anos atrás, esta é uma delas.
** As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.
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** As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.
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JÁ SABE
O QUE O ESPERA?
O QUE O ESPERA?
20 medidas que vão mexer
no seu bolso em 2018
Há mudanças no Orçamento do
Estado de 2018 (OE2018), que deverá ser entregue esta sexta-feira no
Parlamento, que se prevê que afetem as finanças pessoais das famílias.
Destacamos 20 destas, que, segundo a versão preliminar do documento, que
entram em vigor no próximo ano.
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1. Aumento dos escalões do IRS
Os escalões de IRS deverão passar de cinco para sete no próximo ano,
sendo desdobrados os atuais segundo e terceiro escalões por forma a
beneficiar sobretudo os contribuintes destes níveis de rendimentos. A
solução passará por tributar a 14,5% quem ganha até 7.091 euros, a 23%
quem tem rendimentos anuais entre aquele valor e os 10.700 euros, a
28,5% os que auferem entre 10.700 e 20.261 euros, a 35% o intervalo de
rendimentos entre os 20.261 e os 25 mil euros e a 37% os entre os 25 mil
e os 36.856 euros. Os dois últimos escalões deverão manter-se com as
taxas já em vigor, de 45% e 48%, mas os limites de rendimento a que se
aplicam serão modelados para garantir que estes contribuintes não são
beneficiados.
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2. Carro fica mais caro
Comprar e usar carro vai voltar a ficar mais caro no próximo ano. O
governo pretende agravar o imposto sobre veículos (ISV) e o imposto de
circulação (IUC), o antigo “selo do carro”. O agravamento médio é de
1,4% para ambos. Ou seja, ao nível da inflação.
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3. Taxa da batata frita
Em 2018, batatas fritas, cereais e bolachas com elevado teor de sal vão
pagar mais imposto. A taxa será de 0,80 cêntimos por quilograma e vale
sempre que o sal seja superior a 1 grama por cada 100 gramas de produto.
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4. Bebidas alcoólicas
A proposta preliminar prevê um agravamento de 1,5% sobre cerveja,
bebidas espirituosas e os vinhos licorosos. Fica de fora o vinho. A
cerveja passa a pagar um imposto que vai dos 8,34 aos 29,30 euros por
hectolitro.
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5. IVA na restauração
O governo opta por adiar de novo as alterações, tal como fez no OE 2017.
Produtos como águas com gás, sumos, vinho ou cerveja continuam nos 23%.
Mas dá bónus: IVA sobre instrumentos musicais baixa para 13%.
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6. Taxa dos Refrigerantes
O imposto aplicado às bebidas com açúcar vai subir em 2018. O governo
propõe um aumento de 1,5% para as bebidas com menos de 80 gramas de
açúcar por litro e mais 1,4% nas bebidas com mais de 80 gramas por litro
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7. Horas extra repostas
Os cortes no valor das horas extraordinárias dos trabalhadores da
administração pública vão acabar a partir de 1 de janeiro, sem
faseamento. As horas extra passarão a ser pagas com um acréscimo de 25%
na primeira hora e de 37,5% nas seguintes.
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8. Subsídio de refeição
A garantia foi dada pelo Governo aos sindicatos da Administração Pública
e deverá constar da proposta de OE2018: no próximo ano o subsídio de
refeição dos trabalhadores da Administração Pública vai deixar de ser
tributado. O subsídio de refeição na Administração Pública aumentou 0,25
euros em janeiro deste ano e mais 0,25 euros em agosto, para 4,77 euros
por dia, mas este último aumento é, este ano, sujeito a descontos.
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9. Aumento do mínimo de existência
O valor do mínimo de existência deverá passar a ser calculado em função
do IAS, correspondendo a 1,5 vezes o valor do IAS (atualmente nos 421,32
euros) pago 14 vezes por ano. Por esta fórmula o mínimo de existência,
que determina o nível de rendimento até ao qual trabalhadores e
pensionistas ficam isentos de IRS, deveria ser de 8.847,72 euros. No
entanto, o IAS deverá ser atualizado em 2018 ao nível a inflação, pelo
que este valor poderá ser ainda superior.
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10. Pensões
Todas as pensões vão aumentar no ano que vem. O aumento extraordinário
chega em agosto e será de 6 euros para as pensões mínimas que foram
atualizadas ao longo deste ano e de 10 euros para as restantes.
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11. ‘Bike’ e ‘car sharing’
O IVA pago com a aquisição de serviços de mobilidade partilhada, como o
‘bike’ e o ‘car sharing’ deverá ser totalmente dedutível no IRS. Com
esta alteração legislativa, o Governo pretende que, tal como acontece
com alojamento, restauração, reparação automóvel, cabeleireiros,
veterinários e os passes mensais, os contribuintes possam deduzir,
mediante fatura, a totalidade do IVA suportado com os serviços de
mobilidade partilhada até um limite total de 250 euros.
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12. Habitação
Os proprietários de habitações mais antigas - com mais de 30 anos - ou
localizadas em "áreas de reabilitação urbana", como zonas históricas das
cidades, podem vir a ficar isentos do pagamento de imposto municipal
sobre imóveis (IMI) durante três anos, ou até durante oito anos. Em
certos casos, também pode haver isenção de imposto sobre as transmissões
onerosas (IMT) num prazo máximo de três anos a contar da data da compra
do imóvel no caso de casas reabilitadas.
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13. Sigilo bancário
O Fisco deverá passar a ter acesso a informação de clientes bancários,
quebrando o sigilo bancário quando o Ministério Público ou a Polícia
Judiciária tenham suspeitas de operações relacionadas com terrorismo e
branqueamento de capitais, segundo uma proposta orçamental preliminar.
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14. Crédito ao consumo
As taxas de imposto de selo aplicáveis às operações de crédito ao
consumo voltam a subir em diversos prazos em que os financiamentos podem
ser feitos. O agravamento será de 14% e segue-se ao acréscimo de 50%
criado com o OE2016.
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15. Descongelamento das progressões em três
fases até 2019
Os funcionários públicos deverão receber no próximo ano um terço do
valor da progressão na carreira, sendo que o restante acréscimo no
salário que decorre do descongelamento de carreiras só acontecerá em
2019 e em dois momentos.
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16. Cheque mobilidade
As despesas com transportes públicos também vão poder ser apoiadas pelos
vales sociais atribuídos pelas empresas aos seus funcionários.
Juntam-se, assim, aos “vales infância” e “vales educação”, a partir de 1
de janeiro.
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17. Sacos reutilizados
O Governo quer que os supermercados passem a fazer as entregas ao
domicílio com embalagens reutilizáveis. Esta nova restrição vem
complementar as regras que impuserem a cobrança de oito cêntimos sobre
os sacos de plástico leves.
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18. Subsídio de Natal
No próximo ano, o subsídio de Natal será pago na íntegra aos
funcionários públicos e pensionistas, pela primeira vez desde 2012. De
acordo com o Orçamento do Estado para 2017, “a partir de 2018, o
subsídio de Natal é pago integralmente, nos termos da lei”. Este ano, os
funcionários públicos e pensionistas recebem 50% do subsídio de Natal
em novembro e os restantes em duodécimos.
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19. Desempregados
Desempregados e beneficiários de apoios ao emprego vão ser ainda mais
controlados pelos centros de emprego (IEFP) e serviços de Segurança
Social. O Governo quer fazer cruzamento de dados. Além disso, no
parlamento, o primeiro-ministro, António Costa, admitiu o fim do corte
de 10% no subsídio de desemprego após os primeiros seis meses de apoio
em 2018, uma medida que deve custar 40 milhões de euros.
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20. Professores
O BE garantiu ontem que no seguimento de negociações com o Governo para o
OE2018 serão vinculados mais 3500 professores no próximo ano. Os
professores estão fora do processo de regularização de precários da
administração pública.
* As primeiras 20 medidas de mais alguns lotes de outras tantas que aí virão, AMANHEMO-NOS.
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1398
Senso d'hoje
MARGARIDA ALVES
DOENTE COM CANCRO
CORAJOSA
"Não sei o que me vai acontecer.
Não vou massacrar-me de que
o fim está próximo”
Em Agosto de 2004, Margarida Alves, na altura com 40 anos, estava
particularmente feliz. Ia de férias com a família e tinha sido
promovida. De repente, de um momento para o outro, tudo mudou.
"Fui
fazer uma mamografia de rotina e apareceu uma coisinha muito pequenina
com três milímetros e foi aí que eu soube que tinha cancro da mama.
Estava praticamente de férias, ia estar com a minha família, pela
primeira vez, por três semanas e estava feliz.
Foi um choque muito grande. Saí da clínica e durante três horas
andei a conduzir por Lisboa a chorar. Lembro-me perfeitamente de que as
pessoas olhavam para mim nos semáforos e deviam estar a pensar:
‘Coitada, ou se separou ou o marido pediu o divórcio.
Foi
muito difícil aceitar que estava doente. Tive receio que a minha vida
nunca mais seria a mesma. O meu marido, o meu irmão e os meus pais
ficaram incrédulos, deram-me todo o seu apoio, mas ninguém estava ciente
do que era ter um cancro da mama. A única coisa que sabia na altura é
que tinha de ser operada.
Fui operada no dia 7 de
Setembro de 2004. Retiraram o nódulo, um carcinoma encapsulado que já
tinha crescido um centímetro, e fizeram um esvaziamento axilar [remoção
dos gânglios linfáticos].
Durante o mês seguinte fiz
radioterapia e tomei o tamoxifen [ medicamento que trata e previne o
cancro da mama] durante cinco anos.
Empresas não recebem bem os trabalhadores com cancro
No
início, na empresa onde trabalhava como gestora de produto deram-me
todo o apoio. Mas quando regressei ao escritório o cargo de chefia que
me tinham oferecido já estava ocupado.
Foi muito difícil
fazer o tratamento enquanto trabalhava. A radioterapia demorava muitas
horas, porque tinha de esperar pela minha vez, e tive de fazer a
radioterapia à noite. Trabalhava até às 20h00, 21h00 e, quando as
auxiliares da clínica me ligavam a avisar de que estava quase a chegar a
minha vez, saia do escritório.
Rapidamente o
começar devagar e com calma prometido na empresa passou para ‘estamos
com um projecto muito apertado’. As empresas não são flexíveis para
aquilo que as pessoas com cancro precisam.
Festejar o segundo aniversário
Eu
queria que o tratamento fosse muito rápido. Fazia tudo o que me pediam,
punha pomada, mas um dia cheguei a casa e tinha o peito em sangue. Fui
obrigada a parar o tratamento durante uma semana.
Ao fim de
cinco anos recebi alta. Achei que era uma mulher livre de cancro, igual a
qualquer outra pessoa. Poderia ter outro cancro noutro sítio qualquer,
mas ali já não teria nada.
O regresso do cancro
Durante
vários anos festejei a data da operação como um segundo aniversário -
até ao dia em que soube que tinha seis metástases ósseas.
Foi
pior saber que tinha metástases do que saber que tinha cancro da mama.
Soube no Verão de 2012, um dia depois do meu aniversário e passei a
noite a chorar.
Foi a primeira vez que tive um
marcador positivo nas análises. Entrei em pânico, não sabia o que fazer e
o médico estava convencido que era um falso positivo.
Fiz
vários exames até descobrir as metástases e comecei a quimioterapia no
dia seguinte. Foi um Verão muito complicado. O meu marido, Fernando,
reagiu muito mal. Alheou-se de tudo, não sabia como lidar com a doença.
Mas tornou-se no meu maior apoio e conforto.
Dessa
vez, não contei à minha família. Achei que era demasiado duro. Os meus
pais tinham problemas de insuficiência cardíaca e resolvi protege-los.
Não foi fácil, porque protege-los significou perder o seu suporte. Mas
agora sabem de tudo.
Cancro afastou os amigos
Achei
que o diagnóstico era uma sentença de morte. Mas mudei de ideias.
Lembro-me que perguntei apenas uma vez quanto tempo tinha de vida. Foi
em Outubro de 2012, quando detectaram vários micronódulos na pleura
[pulmões], que acabaram por não ser malignos.
Nesse dia,
fazia anos de casada, e o médico chamou o meu marido que estava na sala
de espera do Centro Clínico Champalimaud. ‘A sua mulher perguntou-me
quanto tempo tem de vida e eu não tenho uma boa notícia para si, é que
eu não sei.’
Na altura, a Dra. Fátima Cardoso
disse-me que cada pessoa reagia de forma diferente ao tratamento. Podia
desistir ou então pensar que era mais forte e que seria capaz de acabar
com a doença. Foi isso que fiz.
Acredito que nós
temos força para ir mais além e acredito que as coisas não terão o
desfecho pior. Ao fim de um ano as metástases desapareceram.
O
tratamento implicou entrar na menopausa e fiz tratamento aos ósseos.
Mas não perdi o cabelo, nem tive as más disposições comuns. Em 2015, com
a quimioterapia oral, até engordei dez quilos. Estava sempre cheia de
fome.
Mas o cancro trouxe outras mudanças – muitos
amigos desapareceram. Não souberam lidar com o que me estava a
acontecer. Acho que têm medo e não sabem o que hão-de dizer.
Uma
colega pediu-me desculpas por ter deixado de ligar por essa mesma
razão. Eu disse-lhe: ‘dizes o que costumas dizer a toda a gente, olá,
estás bem, como tem sido a tua vida …
Até o meu
melhor amigo deixou-me de falar durante quatro meses. Quando melhorei,
voltou, pediu desculpas e disse que não tinha conseguido encarar a
possibilidade de me acontecer algo de mau.
Aceitar o cancro e viver apesar dele
Entretanto, as metástases voltaram a surgir dois anos mais tarde, desapareceram outra vez, ressurgiram e estão em processo de ser erradicadas.
Todos
os dias lembro-me que tenho cancro, mas a minha vida não se reduz a
isso. Estou a fazer um curso de naturopatia, fiz teatro durante dez
anos, tirei um curso de jóias e fiz um ateliê de chapéus. Agora estou a
aprender pergamano, que é trabalhar o papel como renda.
É
uma boa ideia ter outros interesses que nos distraiam dos pensamentos
mais negativos. Tenho tanto que estudar que não tenho tempo para pensar
no que me vai acontecer ou não.
Não sei o que me vai
acontecer. Mas não posso estar a massacrar-me de que o fim está perto.
Não estou preocupada com o que me vai acontecer daqui a seis meses, nem
daqui por dois anos. Acho que sou demasiado nova para estar a fazer
planos negativos.
Muitas vezes perguntam-se como
consigo sair de casa. Respondo sempre da mesma forma: ‘Eu tenho cancro,
mas há muita gente que não tem cancro e não sai de uma cadeira de
rodas.’
É preciso aceitar a doença, respeitá-la e viver com cancro, apesar dele."
FONTE: "SÁBADO"
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56-CINEMA
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56-CINEMA
FORA "D'ORAS"
VII-A CANÇÃO
DE LISBOA
A Canção de Lisboa é um filme português do género comédia, realizado e escrito por Pedro Varela e uma refilmagem do filme homónimo de 1933, do realizador Cottinelli Telmo. Estreou-se em Portugal a 14 de julho de 2016. Foi o terceiro filme da trilogia intitulada Novos Clássicos, produzida por Leonel Vieira, seguido pelos filmes O Pátio das Cantigas e O Leão da Estrela de 2015.
ELENCO
César Mourão como Vasco
Luana Martau como Alice
Marcus Majella como Murilo
São José Lapa como Margot
Miguel Guilherme como José Caetano
Maria Vieira como Maria José
Dinarte de Freitas como Rui
Carla Vasconcelos como Sónia
Dimitry Bogomolov como Ivan
Jani Zhao como aluna
Nuno Markl como ele mesmo
Ruy de Carvalho como Professor Mata
FONTE: Filmes PT
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ELENCO
César Mourão como Vasco
Luana Martau como Alice
Marcus Majella como Murilo
São José Lapa como Margot
Miguel Guilherme como José Caetano
Maria Vieira como Maria José
Dinarte de Freitas como Rui
Carla Vasconcelos como Sónia
Dimitry Bogomolov como Ivan
Jani Zhao como aluna
Nuno Markl como ele mesmo
Ruy de Carvalho como Professor Mata
FONTE: Filmes PT
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