22/07/2017

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XXXV-SEM VERGONHA

PERGUNTA DE RUA/1

O que aprendeu com
a sua mãe sobre sexo



ATÉ AO PRÓXIMO SÁBADO

A NOSSA FICÇÃO
A MÓNICA MOREIRA LIMA, jornalista de profissão não chegavam as notícias comezinhas do quotidiano, nem que fosse uma bomba de neutrões.
Pensou, pensou, engendrou equipa tão louca como ela, baratinou os maiorais da TV GUARÁ e "amadrinhou"o "SEM VERGONHA" programa despudorado tão ao nosso gosto, cheio de pimenta por todo o lado, sem qualquer grosseria e divertido.
Ela só pode ser inteligente e boa!

O QUE DIZ A AUTORA
O Sem Vergonha é o programa mais polémico e irreverente da TV brasileira. Já rendeu vídeos para os quadros Top Five do CQC e Passou na TV do Agora é Tarde, ambos da BAND. Foi tema de uma matéria de duas páginas na maior revista de circulação nacional, a VEJA. E culminou com uma entrevista antológica ao Rafinha Bastos, no Agora é Tarde. Todos os programas estão disponíveis no blog e no YouTube. Não recomendo sua exibição para menores de 18 (anos ou cm) para evitar traumas futuros. Falo de sexo sem pudor, sem frescuras, sem meias palavras, sem eufemismos e com muito bom humor. Advertimos que o Sem Vergonha pode provocar ereções involuntárias e uma vontade irreprimível de dar, sem restrições de orifícios.


FONTE: TV GUARÁ
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Papa Festivais


FONTE: PROGRAMA "Donos Disto Tudo"  RTP/1
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1- COLESTEROL
A GRANDE FARSA



* Trabalho extraordinário exibido na RTP1, a 16/07/17. Conclui no próximo sábado.


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SENHORES VISITADORES

Desde ontem à noite que há perturbações graves no visionamentos dos vídeos com downloads e uploads por nós editados. 
A responsabilidade desta anomalia no editor de vídeos pertence ao gestor internacional dos blogues que, pensamos, deve estar a tentar reparar a avaria.
Apesar de não sermos responsáveis apresentamos-vos desculpas.

OS PENSIONISTAS



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COMPUTAÇÃO GRÁFICA



 FONTE: NERDOLOGIA

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CARLOS FIOLHAIS

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Que é feito do 
“perfil do aluno”?

Não existe ainda o “Perfil” revisto de acordo com os pareceres recebidos. O ministério queria alterar a educação a seu bel-prazer, mas parece que o princípio da realidade se impôs ao do prazer.

Em 13 de Março passado terminou a discussão pública, suscitada pelo Ministério da Educação, de um documento com o pomposo título “Perfil do Aluno para o Século XXI”. Escrevi sobre ele uma crónica no Público (“O novo PREC”), na qual chamava a atenção para o perigo de mais uma reforma educativa, que era, ao fim e ao cabo, o que estava a ser congeminado sob a égide do tal documento. Defendi que deviam acabar as reformas educativas sempre que o ministro mudava. Alunos, professores e escolas precisam acima de tudo de estabilidade.

Uma sólida preparação de base nas disciplinas em que o saber humano está desde há séculos distribuído, como o Português, a Matemática, a História ou a Física, era o que eu esperaria para os alunos no final do 12.º ano, que desejavelmente iriam seguir para estudos superiores. Ora o dito “Perfil” não reconhece a relevância dos saberes disciplinares, pretendendo substituí-los por “competências”, definidas de forma vaga como “combinações complexas de conhecimentos, capacidades e atitudes” (p. 12). Temendo que os leitores não entendam, o documento ilustra as “competências” com um boneco a cores, vindo da OCDE, que faz lembrar uma trança. A palavra “competências” está omnipresente, aparecendo 54 vezes ao longo das 14 páginas do texto. As competências preferidas são as “competências-chave”, que são dez como no Decálogo.

O “Perfil” repete uma mão cheia de lugares comuns, alguns importados da OCDE e outros nem isso. O que há de novo, ou sequer de substantivo, em frases nada claras como, por exemplo, esta: “A educação permite fazer conexões entre o passado e o futuro, entre o indivíduo e a sociedade, entre o desenvolvimento de competências e a formação de identidades” (p. 7)? Ou estoutra: “a flexibilidade é instrumental para se dar a oportunidade a cada um de atingir o perfil proposto, de forma coerente, garantindo a todos o acesso às aprendizagens” (p. 8)? Entre os chavões recorrentes estão, além das “competências” e do “perfil”, o “desenvolvimento”/ “desenvolver” (40 vezes), a “consciência”/ “consciente” (17 vezes), a “sustentabilidade”/ “sustentável” (12 vezes) e a “criatividade”/ “criativo” (12 vezes). Em contraste, a palavra “exigência” só aparece três vezes enquanto a palavra “disciplinas” surge uma única vez.

Mas o documento não se limita a repetir ideias feitas. Propõe-se mudar o ensino. O Conselho Nacional da Educação salientou que o “Perfil” implicava uma mudança curricular. O que se pretende fazer, embora de forma encapotada, é reorganizar o currículo, isto é, mudar os conteúdos e práticas lectivas.

Não é por acaso que a “aprendizagem” (13 vezes) domina o “ensino” (5 vezes). E também não é por acaso que a “tecnologia” (20 vezes) domina a “ciência” (11 vezes). O “Perfil” quer “organizar o ensino prevendo a experimentação de técnicas, instrumentos e formas de trabalho diversificados, promovendo intencionalmente, na sala de aula ou fora dela, actividades de observação, questionamento da realidade e integração de saberes” (p. 18). Eu tenho pena dos alunos que, se o documento vinga, vão ter de experimentar “técnicas, instrumentos e formas de trabalho”. E tenho também pena dos professores que, mesmo estando seguros de técnicas que praticaram ao longo da vida e comprovadamente funcionam, como o “ensino directo”, vão ter de experimentar o que não funciona bem, pelo menos de forma generalizada, como “projectos”.

Para concretizar o novo modelo educativo o Ministério criou um grupo de trabalho multidisciplinar (do qual excluiu a Sociedade Portuguesa de Matemática, que acaba de ganhar o Prémio Gulbenkian Conhecimento, pela promoção do sucesso escolar), solicitando-lhe que reduzisse o currículo ao essencial do essencial. Chama-se “emagrecimento curricular”. A ideia não é “encolher os miúdos”, mas sim encolher o que os miúdos aprendem.

Qual é o ponto da situação? Temendo um alvoroço nas escolas por altura das autárquicas, o primeiro-ministro mandou reduzir a grandiloquente reforma a um ensaio controlado: a mudança deveria ser experimentada num grupo de escolas que se voluntariariam para o efeito. Esteve bem António Costa, ao limitar os danos. Mas o novo ano lectivo está à porta e desconhece-se a lista das escolas-piloto, o que vão ensinar e como vão ensinar. Sabe-se apenas que serão criadas duas novas disciplinas (“Cidadania e Desenvolvimento” e “Tecnologias da Comunicação e Informação”) e que as escolas poderão gerir até 25% da carga horária. Não existe ainda o “Perfil” revisto de acordo com os pareceres recebidos nem existem as conclusões do grupo do “emagrecimento curricular”. O ministério da Educação queria alterar a educação a seu bel-prazer, mas parece que o princípio da realidade se impôs ao princípio do prazer.

*Professor de Física da Universidade de Coimbra e divulgador científico

IN "OBSERVADOR"
20/07/17

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O MEDO DOS CRENTES



FONTE: Razão ConsCiência

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XVII-VIDA SELVAGEM
4- A Minha Vida
Com os Gorilas

* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.

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RECORDANDO

Marlene Dietrich

Sag mir, wo die Blumen sind



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  HOJE NO 
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"

Henrique Neto abandona PS com críticas
 à atuação de António Costa

"António Costa é um bom executante da política à portuguesa e um erro de 'casting' como estadista e primeiro-ministro", defende Henrique Neto O antigo deputado e dirigente socialista Henrique Neto vai abandonar o Partido Socialista, uma saída anunciada num artigo de opinião hoje publicado no jornal Expresso. "É para mim óbvio que só me resta a decisão de me demitir de militante do Partido Socialista", escreve Henrique Neto, depois de desfiar várias críticas à atuação do primeiro-ministro, António Costa. O antigo candidato à Presidência da República começa o texto com críticas à atuação política no caso dos incêndios que há mais de um mês causaram a morte a 64 pessoas. 
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"A responsabilidade pela morte de 64 pessoas inocentes, famílias inteiras, não pode continuar a ser uma questão alienada pela propaganda política. Pessoalmente, tenho de afirmar o que me parece óbvio: António Costa tem a maior carga de responsabilidade pelo que fez e pelo que não fez", lê-se no texto de Henrique Neto.

Quanto ao caso do roubo de armamento em Tancos, o antigo deputado socialista considera que António Costa colocou "a sua cultura propagandística à frente do seu papel de primeiro-ministro".
Para Henrique Neto, a "recusa em esclarecer os portugueses" tem sido uma "forte carcaterística" do atual Governo, com implicações em casos como o Banif, Montepio, Novo Banco ou Caixa Geral de Depósitos.

"António Costa é um bom executante da política à portuguesa e um erro de 'casting' como estadista e primeiro-ministro", escreve ainda o candidato à Presidência da República em 2016.

Henrique Neto, empresário de 81 anos, aderiu ao PS em 1993, convidado pelo então secretário-geral Jorge Sampaio. Antes, tinha sido militante do PCP, entre 1968 e 1975, tinha participado na campanha de Humberto Delgado em 1958 e foi, em 1969, candidato às eleições legislativas da Oposição Democrática pelo distrito de Leiria .

* Da mesma maneira que consideramos intocável a honra de Henrique Neto, sentimos que António Costa não é responsável por nenhuma morte nos incêndios de Pedrógão Grande e áreas vizinhas. Para começar devia fazer-se o levantamento das pessoas proprietárias e afectadas pelo fogo que cumpriam a lei da  protecção das florestas e bens imóveis em zonas rurais.. O Estado sabemos, também é responsável por autorizar árvores explosivas em coma de estradas nacionais, essa responsabilidade cabe  a quem tutela as florestas e  à Protecção Civil.
Nunca votámos em António Costa mas consideramos as críticas de Henrique Neto  destemperadas.

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A MULHER INVISÍVEL



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  HOJE NO 
"RECORD"
Froome é 3.º no contrarrelógio
 mas assegura triunfo final

Maciej Bodnar venceu o contrarrelógio individual da 20.ª etapa da Volta a França, mas o grande vencedor do dia foi o britânico Chris Froome, que terminou o 'crono' no 3.º posto, a seis segundos do polaco, e assegurou virtualmente o triunfo final no Tour deste ano. Ao líder da Sky basta apenas chegar a Paris este domingo, na habitual etapa de consagração, para festejar a quarta vitória na prova francesa.
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Com início e final no estádio Vélodrome, o contrarrelógio de 22,5 km ditou ainda a queda do francês Romain Bardet do 2.º para o 3.º lugar da classificação geral, por troca com o colombiano Rigoberto Urán. O ciclista da Ag2R-La Mondiale não conseguiu acompanhar o ritmo do chefe-de-fila da Cannondale e está agora a 2.20 minutos de Froome. Já Urán ficou a 54 segundos do camisola amarela.

Ainda assim, Bardet evitou a saída do pódio, que ficou seguro apenas por... um segundo. Mikel Landa (Sky) recuperou terreno em relação ao francês e a última etapa, a disputar este domingo entre Montgeron e Paris - com o tradicional final nos Campos Elíseos -, ainda poderá ditar a mudança no 3.º posto, face à reduzida diferença entre os dois ciclistas.

Classificação da 20.ª etapa
1. Maciej Bodnar (Polónia/BORA-hansgrohe), 28:15"
2. Michal Kwiatkowski (Polónia/Team Sky), +1"
3. Chris Froome (Grã-Bretanha/Team Sky), +6"
4. Tony Martin (Alemanha/Katusha-Alpecin), +14"
5. Daryl Impey (África do Sul/Orica-Scott), +20"
6. Alberto Contador (Espanha/Trek-Segafredo), +21"
7. Nikias Arndt (Alemanha/Team Sunweb), +28"
8. Rigoberto Uran (Colômbia/Cannondale-Drapac), +31"
9. Stefan Kueng (Suíça/BMC Racing Team), +34"
10. Sylvain Chavanel (França/Direct Energie), +37"

Classificação geral
1. Chris Froome (Grã-Bretanha/Team Sky), 83:55:16"
2. Rigoberto Urán (Colômbia/Cannondale-Drapac), +54"
3. Romain Bardet (França/AG2R La Mondiale), +2:20"
4. Mikel Landa (Espanha/Team Sky), +2:21"
5. Fabio Aru (Itália/Astana), +3:05"
6. Daniel Martin (Irlanda/Quick-Step Floors), +4:42"
7. Simon Yates (Grã-Bretanha/Orica-Scott), +6:14"
8. Louis Meintjes (África do Sul/UAE Team Emirates), +8:20"
9. Alberto Contador (Espanha/Trek-Segafredo), +8:49"
10. Warren Barguil (França/Team Sunweb), +9:25"

* Seguimos o contra relógio dos dez primeiros, Froome muito seguro e Bardet complicado, tem apenas menos um segundo do que o 4º classificado, um mínimo precalço na última etapa e perde o pódio.

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O FUMADOR




enviado por C. DIOGO

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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
‘Patrão’ saca 170 mil euros 
na net a funcionários

Burlão de 30 anos entra no sistema de empresas e finge ser presidente das mesmas, exigindo dinheiro aos funcionários.

Com o apoio de uma rede internacional bem organizada, o estrangeiro de 30 anos, residente em Portugal, conseguiu aceder a dados de colaboradores de diversas empresas europeias. Selecionou várias vítimas e, fazendo-se passar por CEO (Presidente Executivo) de algumas empresas, conseguiu burlar funcionários dessas mesmas firmas, pedindo-lhes dinheiro para movimentos empresariais. 
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Arrecadou cerca de 170 mil euros com este esquema, até ser preso pela Polícia Judiciária (PJ). A Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e ao Crime Tecnológico (UNC3T) da PJ investigou o imigrante nigeriano durante cerca de um ano e recolheu prova que o liga, e à rede para a qual trabalha, à ‘CEO Fraud’. Trata-se de um esquema criminoso que, apesar de recente, já está difundido por todo o mundo. As vítimas das burlas recebem, normalmente através de email, pedidos de transferências bancárias de alegados CEO (daí o nome da fraude). 

Quando os pagamentos são efetuados, via online, entra em cena um outro crime: o de branqueamento de capitais. O dinheiro desviado, normalmente depositado em contas de empresas, é novamente desviado, pelos burlões para contas próprias, e depois levantado em dependências bancárias. O nigeriano agora intercetado pela UNC3T agiu desta forma, consecutivamente, durante pelo menos um ano. Foi possível apurar que o mesmo manipulou documentação bancária e empresarial, conseguindo assim acesso aos servidores informáticos de correio eletrónico das empresas lesadas. 

A investigação da PJ, desencadeada por alertas que chegaram a Portugal vindos das empresas lesadas, permitiu apreender todo o equipamento informático usado para consumar as burlas. Preso na quinta-feira, o burlão estava, ontem à tarde, a ser presente ao juiz. 

* Felizmente que há uma instituição chamada Polícia Judiciária.

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Diferenças quando um branco e um negro 
forçam a abertura da porta do carro




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HOJE NO 
"O JORNAL  ECONÓMICO"
Venezuelanas prostituem-se 
na Colômbia para sobreviverem

"Os pesos colombianos valem alguma coisa," ao contrário dos bolívares venezuelanos, "cada vez mais desvalorizados", salienta Barbara. Tem 27 anos de idade e era proprietária de um salão de cabeleireiro e estética em Caracas, Venezuela. Mas entretanto fugiu para Medellín, Colômbia, onde trabalha como prostituta. “Aqui pelo menos podemos comer pequeno-almoço e almoço.”

Estima-se que cerca de 4.500 prostitutas venezuelanas estejam a trabalhar atualmente na Colômbia, por causa da grave crise económica, social e política que assola o seu país de origem. A prostituição é uma atividade legal em ambos os países, mas a polícia colombiana, até há alguns meses, costumava deportar as prostitutas venezuelanas recorrentemente, através de autocarros. Entretanto, em meados de abril de 2017, o Tribunal Constitucional da Colômbia decretou que as “trabalhadoras do sexo” venezuelanas têm direito a obter vistos de trabalho e as deportações cessaram. 
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A revista “The Economist” descreve alguns casos concretos, nomeadamente as primas Barbara e Sophia que procuram clientes no Parque Poblado em Medellín, Colômbia, durante a noite. “Elas esperam fazer dinheiro suficiente a vender sexo para viverem decentemente, após terem fugido da Venezuela, onde a sobrevivência é uma luta,” lê-se na reportagem em causa, publicada na edição de 20 de julho. Em apenas uma hora, na Colômbia, um “trabalhador do sexo” pode ganhar o equivalente a um salário mínimo mensal da Venezuela. 

A referida Barbara tem 27 anos de idade e era proprietária de um salão de cabeleireiro e estética em Caracas, Venezuela. Com o agravamento da crise económica tornou-se tão difícil encontrar produtos para os cabelos e unhas como alimentos e medicamentos, pelo que encerrou o negócio e fugiu para Medellín. “Os pesos colombianos valem alguma coisa,” ao contrário dos bolívares venezuelanos, “cada vez mais desvalorizados”, salienta Barbara. “Aqui pelo menos podemos comer pequeno-almoço e almoço.”

* Esta situação que constrange mulheres venezuelanas deve-se à barbaridade de Maduro e seus sequazes.

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Holanda 
Prevenção das inundações são negócio



FONTE: EURONEWS

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ESTA SEMANA NA 
"VISÃO"
A portuguesa que pode mudar o mundo

A promessa de um planeta mais sustentável tem ADN nacional. Helena Braga descobriu a fórmula que a comunidade científica perseguia há duas décadas, para multiplicar a capacidade de armazenar energia em baterias. Quem é a física do Porto no centro da investigação americana que pretende colocar o sol e o vento no lugar do petróleo e conseguir que os carros elétricos dominem o mercado mundial?

Helena Braga ignorou o conselho de Andrew Murchison para não apresentar os resultados daquela experiência. “Ele vai pensar que és maluca”, avisou-a o americano, parceiro de investigação no Texas. “É desta que te manda de vez para Portugal.”
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“Paciência”, pensou a física portuguesa, professora na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. “Não vou estar aqui a mostrar só o que é normal.” As viagens de uma semana aos Estados Unidos eram já uma rotina naquele ano de 2015 e, como disse um dia Isaac Newton, “nenhuma grande descoberta foi alguma vez feita sem um palpite ousado”. Aquele que a cientista se preparava para partilhar, em nova reunião de trabalho com John Goodenough, na Universidade de Austin, era só o mais recente. “Esses resultados acabaram por ser os primeiros que publicámos num artigo em conjunto”, conta Helena Braga, via Skype, a partir do Texas. Em vez de dispensada, assentou por lá, sempre em colaboração direta com "o mestre", que a nomeou investigadora principal de um projeto com ambições de revolucionar o consumo de energia no mundo. A inovação que faltava, acreditam, para o sol e o vento poderem disputar o lugar do petróleo, gás natural e carvão como principais fontes de energia na rede elétrica. E para os carros movidos a eletricidade passarem a dominar a indústria automóvel.

A descoberta é tão promissora que este americano nascido na Alemanha volta a ser apontado, aos 94 anos, como candidato ao Nobel da Química, depois de ter lançado, em 1980, a semente da era tecnológica em que vivemos, ao criar a bateria de iões de lítio. A nova receita anuncia agora um segundo salto tecnológico, com Helena Braga no centro da investigação. “Os seus contributos para os nossos debates e o seu trabalho no laboratório são o coração do que fazemos”, salienta Goodenough à VISÃO.

Talvez soe mais familiar o termo “bateria recarregável”. Dessas que todos usamos, a maioria no telemóvel, mas também no computador portátil, no tablet, no leitor de música, nas máquinas de fotografar e filmar, no GPS e até no cigarro eletrónico ou no hoverboard, o novo veículo-brinquedo que é uma espécie de mistura entre skate e segway. São as baterias de iões de lítio que dão vida a estes equipamentos sem fios – e não só. Alimentam aviões e carros elétricos. Estão por todo o lado. No topo da pirâmide do seu enorme potencial, permitem armazenar energia solar e eólica, embora com um (grande) senão: os custos elevados e a capacidade reduzida travam a sua comercialização em larga escala.

Um novo mundo
Há 20 anos que se procura ultrapassar este problema. A urgência é tal que a Tesla, a gigante americana na vanguarda dos carros elétricos, não esperou mais tempo e avançou para o mercado das energias renováveis recorrendo a milhares de baterias de iões de lítio, associadas a duas centrais solares: agrupadas em áreas equiparáveis a campos de futebol, estão já a funcionar na Califórnia e no Havai, como pequenas reservas da rede elétrica capazes de responder a necessidades urgentes – sejam picos de consumo ou falhas momentâneas na distribuição tradicional. A AES, empresa produtora e fornecedora de energia com sede nos EUA, também já havia lançado, em 2011, um projeto semelhante, mas dedicado à energia eólica. São casos pontuais, que obrigam a investimentos avultados para escassa acumulação de energia.

E se uma nova geração de baterias, com uma arquitetura diferente, pudesse mais do que triplicar a capacidade de armazenamento e, como bónus, ter custos mais comportáveis? Eureka! É esta a solução apresentada por John Goodenough e Helena Braga. Abre-se a porta para “aumentar drasticamente” a autonomia dos carros elétricos – a maioria só circula cerca de 200 quilómetros de cada vez – e torná-los competitivos, também no preço, face aos que usam combustíveis fósseis. Ganha também realismo a ambição de armazenar um grande volume de energia renovável, até aqui impossível. É um novo mundo que se projeta, mais sustentável e amigo do ambiente. Para o americano, o último desafio “antes de morrer”, como o próprio assume. Para a portuguesa, a oportunidade de fazer a diferença.

“Desde que cheguei aqui, o professor Goodenough sempre falou nisso”, conta a investigadora, nascida no Porto há 45 anos. “Tenho um filho e obviamente que quero deixar-lhe um planeta, mas nunca pensei que pudesse contribuir de alguma forma. Se acontecer será uma honra. Principalmente saber que posso contribuir para melhorar a vida de crianças em certos sítios do mundo onde nem sequer há luz.”

O vidro que tudo mudou
Um acaso. Assim encara Helena Braga o desfecho daquela feliz combinação de materiais, em busca de um condutor de energia (ou eletrólito) sólido, componente-chave para desbravar novos caminhos na evolução das baterias e resolver a principal complicação da tecnologia de iões de lítio: o perigo dos curto-circuitos, que tanto podem afetar telemóveis (no início deste ano, a Samsung retirou do mercado mais de 2,5 milhões de exemplares do Galaxy Note 7, que rebentavam até nos bolsos das pessoas) como já provocaram incêndios e explosões em carros elétricos, aviões e, sobretudo, hoverboards.
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O risco decorre do facto de as baterias atuais apenas funcionarem com um eletrólito líquido. Ao analisar os dados obtidos em 2014 no Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), a cientista ficou surpreendida. Depois de expor a mistura química a diferentes temperaturas, ela e o seu colega de investigação Jorge Amaral chegaram à conclusão que estavam perante um vidro de características únicas: o primeiro eletrólito sólido imune a curto-circuitos e capaz de operar à temperatura ambiente. “Não fazia a menor ideia de que era essa a solução”, admite Helena Braga. Nem ela nem ninguém. Quando a revelaram na publicação científica Journal of Materials Chemistry, a novidade ganhou eco lá fora. E Andrew Murchison, investigador da Universidade de Austin, deslocou-se a Portugal para negociar a patente e a levar para a América, numa parceria com a FEUP e o LNEG. De caminho, convidou Helena Braga a visitar as instalações no Texas e a conhecer John Goodenough.

Para explorar um novo conceito de bateria a partir do eletrólito sólido, a professora da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) precisava de uma caixa de luvas – câmara isoladora que permite extrair todo o oxigénio do interior e manipular em segurança metais altamente inflamáveis, como o lítio, através de luvas embutidas no equipamento. Uma vez que não tinha nenhuma à disposição em Portugal, o laboratório em Austin depressa se tornou o local de trabalho perfeito: a distância não a impede de, “quase todos os dias”, através do Skype, discutir as experiências com a sua equipa em Portugal (a Jorge Amaral juntou-se Joana Espain, da FEUP); e Goodenough, o sábio americano, encontra-o num gabinete ali ao lado. “Ela trouxe para o Texas um novo vidro que preparou em Portugal, e o nosso diálogo para o desenvolvimento das suas propriedades, tendo em vista uma nova versão de baterias recarregáveis, tem sido extremamente produtivo”, enfatiza o veterano.

Há mais ideias a testar no laboratório – “entretanto mudámos outra coisa, que não posso dizer qual é, e a corrente era muito elevada, o que nos dá grande esperança para podermos melhorar ainda mais”, adianta-nos Helena Braga –, mas a descoberta já anunciada (e patenteada) está agora a ser negociada com mais de 50 empresas, a quem cabe desenvolver a tecnologia e adaptá-la a cada possível utilização, para então se iniciar a produção em série. “O nosso papel não é otimizar uma bateria até ao fim, de forma a que a indústria só faça exatamente como nós fizemos”, explica a portuguesa. “Somos investigadores e o que queremos é fazer uma variedade para se perceber qual o caminho mais interessante.”

Na investigação, cada modelo é único, feito à mão, “como uma peça de artesanato”. São exemplares mínimos, tipo botão, idênticos às pilhas que se usam em balanças ou calculadoras digitais. Nada dá mais gozo a Helena Braga, que diz só ter começado a “saborear” a ciência uns anos depois ter acabado o exigente curso de Física, em 1993, na Universidade do Porto. Agora quer desfrutar ao máximo. E por sentir que há mais a fazer no Texas, não sabe quando regressará a Portugal, onde permanecem o filho e o marido. Helena nunca tinha ficado tanto tempo longe do seu núcleo familiar. Em 2008, mudaram-se todos para o Novo México para ela se dedicar, por três anos, a uma investigação com pilhas AA e outras da mesma ‘família’, no Neutron Science Center de Los Álamos.

'Um pouco mais de azul'
O interesse por esta área foi outro fruto do acaso. Para o explicar, cita um poema do espanhol Antonio Machado: “Caminante, no hay camino, se hace el camino el andar. Al andar se hace el camino, y al volver la vista atrás se ve la senda que nunca se ha de volver a pisar.” Não é estranho que recorra ao idioma original nem que se reveja neste verso. O marido é mexicano e conheceu-o seguindo por caminhos improváveis. Andava à procura de um quadro, lembrou-se que a mãe havia comprado um no México, um par de anos antes, e guardara o cartão de visita do artista plástico autor da obra; enviou-lhe um e-mail e recebeu um convite para uma exposição. 

Começaram a corresponder-se, “sem interferência da imagem um do outro”, até que ela o desafiou a conhecer a Invicta. Nunca mais se largaram, mesmo que não estejam fisicamente juntos desde o último Natal, celebrado em família no Texas. Depois disso, Donald Trump tomou posse e Helena não quis arriscar sair do país e não poder voltar. Agora, acredita, “as coisas já estão a acalmar”. Tanto assim que aceitou o convite para participar numa conferência em Lisboa, a 23 de junho, organizada pela Ordem dos Engenheiros e a Sociedade Portuguesa de Materiais. Será uma estada curta deste lado do Atlântico, mas suficiente para matar saudades e saborear também o seu renovado laboratório no Porto – já equipado, agora sim, com uma caixa de luvas.

Quando regressar a Portugal de vez, a investigadora vai poder voltar a ouvir música enquanto circula pelo laboratório, como tanto gosta. Em Austin, só o faz de auscultadores, por não querer impor o seu gosto musical aos colegas, na maioria chineses, aos quais se junta, em certos dias, Andrew Murchison, o americano que a iniciou nesta aventura. Para torná-la possível, recorreu ao regime de licença sabática durante seis meses, o máximo permitido por lei, e depois à equiparação a bolseiro, como já havia acontecido em Los Álamos, “sem encargos para a FEUP ou a Segurança Social”. É a Universidade de Austin que subsidia a sua presença nos EUA.

Por cá, como professora universitária, lecionou “todo o tipo de físicas dos dois primeiros anos de engenharia”. Começou a dar aulas em 1996, ainda não tinha o doutoramento, durante o qual estagiou, durante seis meses, na Universidade de Grenoble, em França. O fascínio pela Física surgiu pelos “15 ou 16 anos”, depois de ler a obra Um Pouco Mais de Azul, do astrofísico Hubert Reeves. Decidiu escrever-lhe uma carta, na qual expôs dúvidas sobre entropia, e a resposta deixou-a “derretida”: o franco-canadiano prometeu que esclareceria as questões no livro seguinte, enviou-lhe o mais recente traduzido em português e convidou-a para uma conferência em Aveiro. Na sua “inocência”, como agora lhe chama, fez-se luz sobre uma indecisão crítica na adolescência: “Oh meu Deus, se todos os físicos são assim tão simpáticos, eu quero ir para Física.” E foi.

Começam a ser demasiados acasos, mas o mundo da ciência é propício a coincidências. Veja-se as palavras de Goodenough ao New York Times, a propósito do vidro made in Portugal que acelerou a sua demanda por um planeta mais limpo: “Precisamente no momento certo, quando eu estava à procura, entrou pela minha porta”. E vinha daquela terra onde “chovia muito e pessoas de pés descalços conduziam bois por caminhos cheios de buracos”, como descreve a Ilha Terceira que conheceu, na II Guerra Mundial, enquanto meteorologista das Forças Armadas americanas. Nem ele estava destinado a prever o estado do tempo nem a cientista desse tal recanto na Europa apresentava ideias tão loucas que justificassem recambiá-la para casa.

John Goodenough: A reforma pode esperar
Tem mais do dobro da idade de Helena Braga, mas John Goodenough passou a vida a contrariar preconceitos e a ignorar a data de nascimento (25 de julho de 1922). Aos 12 anos, ainda não sabia ler (era disléxico); aos 24 foi avisado por um professor que era tarde para se iniciar em Física; aos 57 criou as revolucionárias baterias de iões de lítio; e aos 94 surge com outra inovação de implicações globais. Não há dia em que falte ao trabalho na Universidade de Austin, no Texas. Foi ali que o acolheram, em 1986, depois de Oxford, onde criou a tecnologia de iões de lítio, o ter dispensado. 
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Sugeriram-lhe que estaria na hora de se reformar, mas ele tinha outros planos. Para acabar com a dependência do petróleo e evitar conflitos mundiais, não podia parar tão cedo. O projeto começou a desenhar-se na década de 70, impulsionado pela crise que dificultou o acesso dos EUA ao ouro negro (devido ao apoio a Israel no conflito com o mundo árabe). Goodenough trabalhava no MIT, no desenvolvimento dos computadores que permitiram, por exemplo, criar o primeiro sistema de defesa aérea dos EUA. 

Dessas pesquisas nasceram também as memórias RAM. Por ter dado vida a tantos aparelhos portáteis, com a invenção das baterias recarregáveis, recebeu de Barack Obama, em 2013, a Medalha Nacional da Ciência. Nunca chegou ao Nobel, o que muitos veem como uma injustiça. “Espero que seja desta, ele já o devia ter ganho”, frisa Helena Braga. Se acontecer, fintará de novo a “lógica” da idade. A academia sueca não premiou ninguém com mais de 90 anos.

* Portuguesa notável.


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ESTA SEMANA NA 
"GERINGONÇA"

Vice-presidente do PSD 
desautorizada por Passos Coelho

A candidata do PSD à Câmara de Lisboa Teresa Leal Coelho foi a primeira personalidade do partido a reagir às declarações racistas do candidato a Loures, André Ventura. Poucas horas depois da vice-presidente do PSD repudiar as declarações, o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, veio desvalorizá-las.
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HONRADA
Em comunicado, Teresa Leal Coelho distanciava-se das declarações de André Ventura considerando que estas “generalizam comportamentos que só perpetuam os preconceitos e estigmatizam comunidades que fazem parte integrante do tecido demográfico das nossas cidades”. “Não nos revemos nem em pensamento, nem em discurso de natureza discriminatória”, conclui o comunicado.

Poucas horas depois, o líder do PSD veio afirmar que as declarações racistas de André Ventura afinal não eram racistas. “Ninguém pode insistir que se tratam de referências que não caibam num partido com as nossas tradições”, afirmou Passos, garantindo que “Feita esta clarificação, estamos todos tranquilos quanto à campanha que pode ser feita pelo nosso candidato”.

* Teresa Leal Coelho, pessoa em quem não votaremos mas que muito respeitamos, não nos lembramos de alguma  vez ter abdicado de valores sociais e humanos em função de opções partidárias, já Passos Coelho sempre nos pareceu uma amiba formatada pelas conveniências.

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 O CÍRCULO DO ÓDIO

 




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Senso d'hoje
DANIELA SEIXAS
MÉDICA
"PROJECTO CURA"



FONTE: CANAL "Q" - Programa "INFERNO" entrevista conduzida por AURÉLIO GOMES


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