HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
/DA MADEIRA"
Campanha do MInistério do Ambiente
para quem ainda não percebeu
a gravidade da seca
A
agricultura é maior consumidor de água, e tem de haver esforço de
racionalização, mas a campanha de sensibilização dirige-se aos cidadãos
que ainda não perceberam que o país está em seca, disse o ministro do
Ambiente.
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“É verdade que a agricultura é o maior consumidor de
água e tem de haver um esforço de racionalização do seu uso”, mas se há
setor que já percebeu que há seca, porque sofre “na pele” os seus
efeitos são os agricultores, referiu João Matos Fernandes.
O
governante esteve numa audição na comissão parlamentar do Ambiente,
Ordenamento do Território, Descentralização, Poder local e Habitação,
pedida pelo Bloco de Esquerda para ser analisada a posição de Portugal
na conferência das Nações Unidas para o clima, que decorre até
sexta-feira, em Bona.
Está a decorrer uma campanha de
sensibilização para o consumo de água, aconselhando os cidadãos a
pouparem um recurso que é escasso, ainda mais em ano de seca.
O
ministro não afastou a necessidade de haver campanhas setoriais para que
se reduza o consumo de água num conjunto de setores produtivos, muito
particularmente no agrícola.
A questão do consumo de água pela
agricultura foi principalmente colocada pelo deputado do Partido Animais
Pessoas e Natureza, PAN, André Silva, e pela deputada do CDS/PP
Patrícia Fonseca, embora com abordagens diferentes.
André Silva
quis saber por que razão o Ministério do Ambiente decidiu fazer uma
campanha no setor doméstico, aquele que menos consome água, já que a
pecuária e a agricultura gastam “70 a 80% do total deste recurso”.
André
Silva colocou na mesa, à sua frente, cinco garrafões de água de
plástico vazios para demonstrar a proporção dos gastos de água da
agricultura e pecuária e do consumo doméstico.
A deputada do
CDS/PP considerou que “o setor agrícola é muitas vezes acusado, talvez
um pouco injustamente, de ser um grande consumidor de água” e defendeu a
necessidade de haver uma preocupação com as perdas de água na
agricultura.
Para Patrícia Fonseca, o investimento realizado na
rede de abastecimento doméstico “não tem paralelo na agricultura”, já
que, apesar das estruturas mais recentes serem eficientes, ainda existem
muitas antigas, nas quais as perdas de água não estão resolvidas.
“O
que estamos a fazer é ma campanha para o comum das pessoas que ainda
não percebeu ainda que está em seca e se calhar mora em zonas que na
prática nunca virão a estar em seca”, defendeu o ministro.
Acerca
da conferência da ONU para o clima (COP23), a decorrer em Bona, e para
onde irá na terça-feira, o ministro disse que se espera elaborar “o
livro das regras que irá definir com detalhe” o que são ações de
mitigação ou mecanismos de transparência iguais para todos os países.
“Portugal defendeu que a transparência é para todos” e que é preciso trabalhar em conjunto, frisou.
O
Acordo de Paris definiu que a cada cinco anos os países aumentam a sua
contribuição para a redução das emissões de gases com efeito de estufa.
“Portugal
já antecipou o que será a contribuição de 2020 quando elaborou roteiro
de neutralidade carbónica apontou o objetivo de ser neutro em carbono em
2050”, o que vai além da meta da União Europeia, resumiu João Matos
Fernandes.
“Portugal está á frente da média da UE nas renováveis
mas isso só significa mais responsabilidade”, e não será uma
justificação para deixar de progredir, defendeu o ministro
Com a
posição assumido pelo Presidente dos Estados Unidos, o financiamento do
Acordo de Paris pode enfrentar mais dificuldades, apontou o governante e
recordou que Portugal destinou dez milhões de euros do Fundo Ambiental
para apoiar projetos de mitigação e adaptação às alterações climáticas
existindo já trabalho feito com Moçambique, Cabo Verde e S. Tomé e
Príncipe e mais recentemente com Guiné-Bissau.
* Pela água morre o peixe!
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