17/09/2017

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ESTA SEMANA NA 
"SÁBADO"

Sócrates denuncia António Costa a 
jornal espanhol: "Virou-me as costas"

Ex-primeiro-ministro acusa António Costa e a cúpula do Partido Socialista de lhe viraram as costas nestes três anos em que foi investigado no âmbito do processo Operação Marquês
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"Éramos amigos, apesar de tudo o que se dizia. A nossa relação sempre foi boa. Elegi-o como ministro e como meu sucessor natural. Apoiei-o na candidatura à Câmara de Lisboa e depois à secretaria geral do partido. Tudo acabou quando me detiveram e tanto ele como a cúpula do PS viraram-me as costas". É desta forma que José Sócrates descreve a relação com António Costa, numa entrevista ao jornal La Voz de Galicia, publicada este domingo.

Além das acusações ao actual primeiro-ministro português, José Sócrates volta a criticar a justiça portuguesa, reafirmando que está a ser "vítima de uma conspiração política, para impedir uma possível candidatura à Presidência da República, e judicial sem precedentes em Portugal".

"O caso Marquês permanece sem acusação há quatro anos porque não encontraram provas contra mim. Fui detido no aeroporto de Lisboa como um criminoso, metido em prisão preventiva nove meses e libertado por falta de provas", refere Sócrates, acrescentando que é alvo de uma "ilegalidade sem precedentes em Portugal".

O antigo chefe do executivo compara a sua situação com a do ex-presidente do Brasil, Lula da Silva, com a diferença que "o partido dele apoia-o" e o seu não.
O ex-governante diz ainda que os últimos três anos têm sido "muito duros" e admite recorrer ao Tribunal Europeu "caso se esgotem" todos os recursos em Portugal. "Se chegar a esse ponto, acusarei o juiz Carlos Alexandre e a justiça pela actuação contra mim no processo [Operação Marquês] e pelo dano moral que me estão a causar. Não têm o direito de me submeter a esta pressão e desgaste físico e psíquico há três anos. Estão a tentar destruir-me e separar-me da minha família mas não conseguiram, nem vão conseguir", disse.


Sócrates nega ligações a Ricardo Salgado

Na mesma entrevista, José Sócrates garante que não é amigo de Ricardo Salgado, nem pertenceu "nunca ao seu círculo próximo". "Conheci-o depois de ser eleito primeiro-ministro e recebi-o sempre no meu escritório como outros banqueiros, nunca fui ao BES nem tinha o seu número de telefone", esclarece.

O político lembrou até algumas "discrepâncias", nomeadamente quando Ricardo Salgado terá pressionado Sócrates "para pedir o resgate [financeiro] em 2010".

* Portugal e Espanha são países com democracias consolidadas onde até os "promitentes" vígaros dão entrevistas.

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