23/09/2017

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HOJE NO 
"RECORD"
Mundiais de Ciclismo:
 Os favoritos são outros, mas Machado e Guerreiro não excluem surpresa

Tiago Machado e Ruben Guerreiro, a cara e coroa da seleção que no domingo vai alinhar na prova de fundo dos Mundiais de Ciclismo, atribuíram o favoritismo aos suspeitos do costume, mas não excluíram uma surpresa interpretada por Portugal.

Tiago Machado (Katusha Alpecin) e Ruben Guerreiro (Trek-Segafredo) representam polos opostos na comitiva de seis corredores, ao serem o mais velho e mais novo do elenco selecionado por José Poeira -- os outros são Nelson Oliveira (Movistar), Rui Costa (UAE Team Emirates), José Gonçalves (Katusha Alpecin) e Ricardo Vilela (Manzana Postobón) - para, no domingo, lutar pelo segundo título mundial, nos 267 quilómetros da prova em linha dos Mundiais de Bergen (Noruega).
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"Eu acho que vai ser um percurso duro, porque é um sobe e desce constante, não há partes planas, e a última subida já vai ser feita ao fim de 265 quilómetros. Depois dessa quilometragem toda, qualquer ascensão vai fazer mossa. Acho que pode ser discutido por um grupo pequeno, mas acho que não vai ser um pelotão compacto que vai chegar ao final", prognosticou à Lusa Machado, que na quinta-feira fez o reconhecimento do traçado com os 'miúdos' da equipa portuguesa.

'Veterano' nestas andanças - "em competições como esta, a experiência é um detalhe que pode vir a ser crucial" -, o ciclista de 31 anos, que está pela sétima vez a representar Portugal em Mundiais (fê-lo em 2005 e 2006, como sub-23, e em 2008, 2009, 2013 e 2014, em elites), apontou os nomes do eslovaco Peter Sagan, do belga Greg van Avermaet, do australiano Michael Matthews e do norueguês Edvald Boasson Hagen como principais candidatos.

A estrear-se entre as elites, Ruben Guerreiro ainda acusa algum nervosismo perante a missão que lhe está reservada para domingo, mas não se atrapalha a atribuir o favoritismo a Sagan, duplo campeão mundial, e Van Avermaet, campeão olímpico, sem excluir também "nomes das grandes Voltas", como o colombiano Rigoberto Urán, prata em Londres2012, e, quem sabe, um hipotético candidato nacional.

"Acho que nós podemos ter uma palavra a dizer. Temos uma boa seleção e estaremos à espreita de uma boa oportunidade", disse à Lusa o novato de 23 anos, que se mostrou disponível para "ajudar Portugal e desempenhar da melhor maneira" o seu papel, depois de uma temporada que não lhe correu como ambicionava, mas que está a terminar da melhor maneira.

A entreajuda é o mote constante de cada participação portuguesa em Mundiais e, no domingo, no exigente traçado de Bergen, Tiago Machado garante que não será diferente.

"Ainda não se falou de estratégia, mas eu sou profissional e tento sempre cumprir as ordens que me são dadas. No entanto, há situações de corrida que não podemos contornar e se surgirem oportunidades, não vou travar, acho eu", disse à Lusa o ciclista da Katusha Alpecin.

O famalicense abordou ainda as possibilidades de Rui Costa, campeão mundial em 2013, lembrando que o percurso desta vez não se adequa às suas características: "Ele não tem é as armas dos outros candidatos. Isso é lógico. Mas cabe-nos a nós fazer um tipo de corrida que não permita que o desfecho seja aquele que estão a prever".

A embalar a seleção portuguesa está também a medalha de bronze que fugiu (por sete segundos) a Nelson Oliveira no contrarrelógio de quarta-feira.

"É uma motivação extra. Termos um colega de seleção que esteve a sete segundos da medalha acho que é um motivo de orgulho para toda a comitiva e vamos com outro tipo de moral para a prova", reconheceu Machado, que em Bergen está a partilhar quarto como o quarto classificado do 'crono' dos Mundiais.

* Desejamos que ganhem mas também que  usufruam da beleza da cidade. Bergen nos séc IXX e início do XX teve uma relação muito estreita com Portugal por causa da indústria de pesca.

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