21/09/2017

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HOJE NO 
"CORREIO DA MANHÃ"
Empresário português e dois 
nepaleses condenados a penas 
pesadas por tráfico de pessoas 

SEF descobriu 23 pessoas a viver em condições desumanas numa quinta de Almeirim.

O Tribunal de Santarém condenou a 13 e 14 anos de prisão efetiva três homens, um português e dois nepaleses, por terem escravizado e mantido em condições desumanas 23 trabalhadores ilegais, oriundos do Nepal, na apanha de morangos numa herdade em Paço dos Negros, concelho de Almeirim. 
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O empresário português, Pedro Vital, de 42 anos, e o empresário nepalês Nabin Giri, de 33, apanharam 14 anos de cadeia, em cúmulo jurídico, ao passo que Upendra Paudel, empregado do compatriota, de 30 anos, foi condenado a 13 anos.

"Os senhores mantiveram as vítimas num alojamento que nem para animais teria condições dignas", sublinhou a presidente do coletivo de juízes do Tribunal de Santarém, onde o acórdão foi lido ontem à tarde. O caso remonta a junho de 2016, quando uma mega operação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) na propriedade agrícola do empresário português, a "Herdade dos Morangos", encontrou 23 nepaleses a coabitar num anexo de três divisões sem cozinha, janelas, eletricidade, água, saneamento básico e o mínimo de condições de habitabilidade.

O tribunal deu como provados todos os factos constantes na acusação do Ministério Público, nomeadamente que, durante o tempo que ali permaneceram, as vítimas foram obrigadas a beber e tomar banho com água desviada do sistema de rega e a partilhar baldes para fazer as necessidades básicas, entre outras privações. Já com o julgamento em curso, as 23 vítimas tornaram-se assistentes no processo, tendo o Tribunal condenado os arguidos ao pagamento solidário de indemnizações cíveis que oscilam entre os 2.500 e os 8.000 euros, consoante o tempo que cada um passou na propriedade. 

 * Grandes bandidos


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