07/09/2017

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MELHORES CIDADES
5 propostas de cruzamentos mais seguros
 para diferentes modos de transporte

A Associação Nacional de Funcionários de Transporte de Cidades, conhecida por sua sigla NACTO, elaborou seis princípios para desenhar cruzamentos que falam sobre como se pode aproveitar as ruas para oferecer deslocamentos mais eficientes e seguras a todos os usuários do espaço viário - pedestres, ciclistas, usuários do transporte público e motoristas.

Usando como ponto de partida estas diretrizes, a associação formulou cinco propostas que seriam aplicadas em diversos tipos de cruzamentos e que poderiam ser implementadas em diferentes cidades do mundo.

1. Cruzamentos entre avenidas

De acordo com a NACTO, os cruzamentos multimodais, ou cruzamentos de avenidas principais, devem ter certos elementos que permitem distribuir o espaço viário entre os diferentes modos de mobilidade, conferindo maior ordem visual e ao mesmo tempo, torná-lo um local seguro.
O primeiro destes são as ilhas de pedestres: no caso de estarem entre as vias que possuem diferentes direções, oferece aos pedestres - sobretudo os idosos ou aqueles que possuem algum grau de mobilidade reduzida - a possibilidade de esperar em uma área resguardada que possui maior visibilidade ao sinal verde para que possam continuar seu trajeto.
O segundo elemento consiste em proporcionar espaços sinalizados aos ciclistas através de sinalização e pinturas nas calçadas para que não apenas sejam visíveis para quem está de bicicleta, mas também para os demais usuários do espaço viário. Ainda sim, os cruzamentos não devem ser um espaço confuso, mas devem ser parte das ciclovias através da pintura que indique por onde devem circular os ciclistas.
O terceiro diz respeito aos pontos (ou paradas) do transporte público nas avenidas envolvidas, para que possam ser definidos de acordo com os principais destinos, as condições para combinar outros modais de transporte e as condições de rota. Além disto, considera que os passageiros tenham uma área de espera determinada.
O último elemento proposto pela associação aponta que em uma das avenidas envolvidas no cruzamento é possível eliminar as curvas dos automóveis à direita ou esquerda - dependendo de a mão for normal ou inglesa - para que assim seja possível reduzir os pontos de conflito com outros usuários, especialmente com pedestres e ciclistas.

2. Cruzamentos de avenidas com ruas menores

Nos cruzamentos de uma avenida principal com uma rua menor existem riscos podem expor os grupos mais vulneráveis da Pirâmide de Hierarquia de Mobilidade Urbana, ou seja, pedestres e ciclistas.
Esta situação pode ser ocasionada por dois fatores: primeiro porque os motoristas, ao ter a opção de virar em uma rua menor não encontram restrições para diminuir sua velocidade; e segundo porque ao não haver cruzamentos de pedestres nem espaços definidos, a rua se transforma numa zona pouco atrativa para caminhar ou andar de bicicleta.
É por isto que a NACTO recomenda que nos primeiros metros de uma calçada secundária seja implementada uma faixa de pedestres no mesmo nível da calçada, agindo como uma extensão desta. Deste modo, os motoristas são obrigados a reduzir a velocidade, dando preferência aos pedestres, que ficam mais visíveis.
Do mesmo modo, este tipo de cruzamento também inclui parte da ciclovia, ponto cuja preferência é compartilhada pelos ciclistas e pedestres.
Além disso, é aconselhável que ao longo da calçada da rua principal se pintem várias faixas de pedestres para que estes sejam visíveis no momento de cruzar e para que os veículos também diminuam a velocidade nesta via.

3. Elevações em ruas menores

O espaço em amarelo na imagem superior é construído na mesma altura que as quatro calçadas que conecta para dar continuidade às caminhadas e assim beneficiar todos os pedestres. Não obstante, a principal vantagem deste tipo de cruzamento é que em qualquer uma das ruas, é obrigatório que motoristas se detenham antes de entrar nesta área, e a circular em uma menor velocidade.
Para complementar esta proposta que funciona como um espaço compartilhado onde não são necessárias sinalizações nem cruzamentos de pedestres, dá-se a preferência de acordo com a Pirâmide de Hierarquia de Mobilidade Urbana.

4. Mini-rotundas em ruas menores

Nos cruzamentos sem semáforos com um fluxo reduzido de veículos, é aconselhável criar mini-rotundas, de acordo com NACTO.
Isto porque cria espaços viários que obrigam os condutores a reduzir para reconhecer como podem circular, sempre dando preferência aos pedestres e aos ciclistas.
Além disto, como podem ser instalados em áreas residenciais onde é necessário circular a baixas velocidades, reservam uma distância média de 4,5 metros até a esquina das calçadas, proporcionando um espaço seguro para pedestres e ciclistas.
Por último, é possível tornar o entorno mais agradável com arbustos, sem, no entanto, obstruir a visão de algum dos pedestres.

5. Cruzamentos complexos

Antes de intervir em um cruzamento complexo, o que seja irregular ao não possuir forma de cruz, é necessário conhecer como é o cruzamento e o que acontece nele. Para isto, é preciso observar o que existe no local e como se comportam as pessoas ali.
Uma vez feito isto, é possível começar uma remodelação que inclui, entre outros pontos, criar mais cruzamentos, estender as calçadas para reduzir o espaço dos veículos e recuperá-las como espaços públicos, instalar ilhas de pedestres que separam as pistas e que tornem o cruzamento mais compacto.
De esta maneira, pode-se reduzir os pontos de conflito,transformar as pistas para automóveis em novos espaços para a circulação de outros usuários e construir novos espaços públicos.
 

FONTE: archdaily.

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