16/03/2017

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Ex-assessor de Trump recebeu 63 mil euros de entidades associadas ao Kremlin

O general reformado Michael Flynn, ex-assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, que se demitiu devido à controvérsia pelos contactos com a Rússia, recebeu 68 mil dólares (63 mil euros) de entidades relacionadas com o Kremlin, em 2015.

A informação foi divulgada esta quinta-feira pelo congressista democrata Elijah Cummings, que é o principal representante do partido na comissão da Câmara dos Representantes para a Supervisão do Governo.
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Os registos mostram que a maior parte do dinheiro, mais de 45 mil dólares, foi paga pela cadeia televisiva apoiada pelo governo russo, a Russia Today (RT).

Segundo os documentos, a RT patrocinou uma viagem de Flynn a Moscovo, em dezembro de 2015, durante a qual assistiu a uma gala de celebração do aniversário do canal, onde saudou o Presidente russo, Vladimir Putin.

Os documentos também mostram que Flynn recebeu 11.250 dólares nesse mesmo ano da filial norte-americana de segurança cibernética, Kaspersky Lab, e outros 11.250 dólares da transportadora aérea russa Volga-Dnepr Airlines.

Em fevereiro, Flynn demitiu-se 24 dias depois de assumir o cargo, em plena polémica suscitada por ter mentido ao vice-presidente, Mike Pence, sobre os seus contactos com os russos.

Flynn negou a Pence e a outros altos cargos do governo que tivesse tido contactos com o embaixador russo em Washington, Sergey Kislyak, com quem falou sobre as sanções contra o Kremlin, impostas pelo anterior Presidente, Barack Obama.

Trump decidiu pedir-lhe que renunciasse ao cargo porque tinha perdido a confiança nele, segundo a posição oficial da Casa Branca.

Cummings remeteu os documentos ao próprio Trump, bem como ao secretário da Defesa, James Mattis, e ao diretor da polícia federal (FBI, na sigla em inglês), James Comey, com o objetivo de o Pentágono recuperar esses fundos, uma vez que, no seu entender, Flynn violou as cláusulas da Defesa que impedem que os militares reformados recebam dinheiro de governos estrangeiros.

Segundo as normas, Flynn devia ter pedido a aprovação do Exército para receber tais pagamentos, mas não há registos de tais pedidos.

Entretanto, aumentam em Washington as tensões devido à polémica sobre a possível interferência russa nas eleições presidenciais dos EUA, em 2016.

Na segunda-feira, vai realizar-se a primeira audiência pública no Congresso sobre este assunto, na qual vão testemunhar as principais figuras dos serviços de informações norte-americanos.

* A diferença entre a mafia putinesca e a trumpesca é mínima.

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