12/02/2017

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"DINHEIRO VIVO"

Analistas prevêem crescimento
 do PIB de 1,3% em 2016

Crescimento em 2016 deverá ficar abaixo do ano anterior mas acima das previsões do Governo

A economia portuguesa deve ter crescido 1,3% no conjunto de 2016, segundo analistas contactados pela agência Lusa, estimativa que, a confirmar-se, revela um abrandamento face ao ano anterior, embora fique ligeiramente acima do previsto pelo Governo. O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga na terça-feira a estimativa rápida das contas nacionais trimestrais referente ao quarto trimestre do ano passado, apresentando também a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) no conjunto de 2016. 
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De acordo com a média de previsões de analistas contactados pela agência Lusa, a economia portuguesa deverá ter crescido 1,3% no ano passado. Embora ligeiramente acima da previsão de 1,2% estimada pelo Governo no Orçamento do Estado para 2017, este valor, a confirmar-se, revela um abrandamento do crescimento do PIB face a 2015, quando progrediu 1,5%. 

 O Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) apresenta a estimativa de crescimento económico mais otimista entre as recolhidas pela Lusa, de 1,4%, depois de um quarto trimestre do ano que “correu bastante bem”. 

Após o crescimento económico no terceiro trimestre (0,8% em cadeia e 1,6% em termos homólogos) ter apanhado os analistas de surpresa, o ISEG antecipa que este ritmo se tenha mantido nos últimos três meses do ano, ao crescer também 0,8% em cadeia e 2% em termos homólogos. 

Segundo António da Ascensão Costa, do ISEG, foi “claramente o consumo privado” a explicar o crescimento de 2016, que, no segundo semestre, acelerou, “começando a responder a um conjunto de medidas que tinham sido tomadas” pelo Governo, como o fim faseado dos cortes salariais na Administração Pública. 

Por sua vez, o Núcleo de Conjuntura da Economia Portuguesa (NECEP) da Universidade Católica prevê que o PIB tenha subido 1,3% em 2016, estimativa influenciada também pela “surpresa positiva” do terceiro trimestre. 

Nesse sentido, o NECEP antecipa que o PIB tenha crescido, no quarto trimestre, 0,6% em cadeia e 1,8% em termos homólogos. 

Questionado sobre o que explica o crescimento económico no conjunto do ano, João Borges de Assunção, da Católica, disse que “uma das possibilidades é a maneira como o próprio Governo construiu a política orçamental em 2016, porque há uma série de efeitos que só ocorreram no final do ano”, como a reposição dos salários da função pública e a redução do IVA na restauração. 

Embora apresentem as estimativas mais otimistas, estes dois professores concordam em afirmar que este ritmo de crescimento não é suficiente para que a economia recupere os níveis anteriores à crise, sendo necessários ainda “dois ou três anos”. 

O BPI, por sua vez, antecipa que a economia tenha crescido entre 1,2% e 1,3% em 2016, depois de um quarto trimestre com uma subida entre 0,4% e 0,5% em cadeia e entre 1,6% e 1,8% em termos homólogos. “Parece-nos que, atendendo também à dinâmica do resto do ano, os principais contributos poderão ser das exportações e do consumo privado também. E depois nota-se também uma tentativa de estabilização das exportações para Angola que tem um peso significativo ainda. Também deverá ponderar o reforço da atividade de turismo”, disse a economista-chefe do BPI, Paula Carvalho. 

Já o Montepio apresenta a estimativa mais pessimista, antecipando que o PIB cresça 1,2% no conjunto de 2016 — em linha com o Governo. 

“O abrandamento face a 2015 resultou sobretudo do investimento em capital fixo, que terá caído em 2016”, destacou o economista-chefe do banco, Rui Bernardes Serra. 

O economista salientou ainda que o consumo privado também terá tido “algum abrandamento”, enquanto as “exportações líquidas terão tido um contributo ligeiramente positivo para o crescimento”. 

Para 2017, BPI e Montepio estimam que a economia cresça 1,5% – em linha com o antecipado pelo Governo -, enquanto o NECEP prevê que o PIB avance 1,7%. O ISEG ainda não tem uma estimativa para o conjunto deste ano. 

* Mais importante que a subida do PIB é a transparência dos membros do governo, o que não tem acontecido, os portugueses descobriram que tal como o anterior este governo mente.

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