Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
22/05/2016
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Sangeeta Bhatia
Pequenas partículas
que podem percorrer seu corpo
para encontrar tumores
E se conseguíssemos encontrar tumores cancerosos anos antes de eles nos prejudicarem, sem clínicas caras ou até mesmo sem uma rede elétrica estável?
Sangeeta Bhatia, médica, bioengenheira e empreendedora, lidera um laboratório multidisciplinar, no qual são pesquisadas maneiras inovadoras para entender, diagnosticar e tratar doenças humanas.
Seu alvo: os dois terços de mortes causadas pelo câncer que ela diz que podem ser totalmente evitadas.
Com uma notável clareza, ela explica a complexa ciência das nanopartículas e divide seu sonho de um novo e radical teste para detectar câncer que poderia salvar milhões de vidas.
Sangeeta Bhatia, médica, bioengenheira e empreendedora, lidera um laboratório multidisciplinar, no qual são pesquisadas maneiras inovadoras para entender, diagnosticar e tratar doenças humanas.
Seu alvo: os dois terços de mortes causadas pelo câncer que ela diz que podem ser totalmente evitadas.
Com uma notável clareza, ela explica a complexa ciência das nanopartículas e divide seu sonho de um novo e radical teste para detectar câncer que poderia salvar milhões de vidas.
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LEONÍDIO PAULO FERREIRA
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Desemprego e refugiados:
dois medos
Eliminados os candidatos dos dois partidos
centristas aliados no governo, a segunda volta das presidenciais
austríacas decide-se amanhã entre Norbert Hofer, da direita populista, e
Alexander Van der Bellen, um ex-líder do partido ecologista. Dadas as
credenciais do FPÖ de Hofer, partido que muitas vezes chega a ser
descrito como de extrema-direita, seria de prever uma espécie de frente
republicana à la française que travasse a sua ascensão à chefia
do Estado, mas nada de mais incerto.
É que ao longo dos anos tanto os
sociais-democratas do SPÖ como os conservadores do ÖVP fizeram alianças
ocasionais com o FPÖ, legitimando a sua presença no leque político
austríaco de uma forma, e voltando à comparação com a França, que nem
esquerda nem direita clássica gaulesas permitiram à FN.
Aliás,
os sociais-democratas do SPÖ, a que pertence o novo chanceler Christian
Kern, governam desde 2015 a província de Burgenland com o FPÖ como
parceiro minoritário. E os conservadores do ÖVP, também hoje no poder em
Viena, contam no historial com a polémica aliança de governo com a
direita populista em 2000 que levou pela primeira vez desde a fundação a
União Europeia a declarar sanções diplomáticas contra um Estado membro.
Na época liderado pelo carismático Jörg Haider, o FPÖ foi alvo de uma
reação concertada das grandes potências europeias, com figuras como
Joschka Fischer, ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, e Nicole
Fontaine, a francesa presidente do Parlamento Europeu, a destacarem-se
pelo tom ácido. A imprensa europeia falou então de um cordão sanitário
que travasse a extrema-direita, mas pouca gente notou que os
pós-fascistas italianos tinham já participado num governo de Silvio
Berlusconi nos anos 1990.
Haider
entretanto morreu e os seus sucessores no FPÖ têm procurado um tom mais
moderado. Hoje o partido é liderado por Heinz-Christian Strache e há
quem veja em Hofer apenas uma marioneta que, caso chegue à presidência,
tudo fará para encontrar um pretexto para dissolver o governo e dar uma
oportunidade ao chefe de ser chanceler. É simplista a tese, porque os
35% de Hofer dão-lhe o melhor resultado de sempre obtido pelo FPÖ e se
for mesmo eleito terá margem para pensar por si mesmo.
Engenheiro
aeronáutico, com pose agradável e um discurso de preocupação social, tem
procurado ganhar eleitores zangados com o bloco central. E a sua
admiração pela britânica Margaret Thatcher coloca-o mais no campo
liberal do que no pós-fascista.
As
teses simplistas em relação à Áustria são assim um velho problema. Por
exemplo, este sucesso da direita populista é associado à crise dos
refugiados e a um medo que é mais forte do que o próprio sucesso
económico do país, que, com 5,8% de desemprego, segundo o Eurostat,
parece evidente. Mas as estatísticas nacionais (mais exigentes nos
critérios do que as da UE) falam de 9,1% de desempregados, perto de meio
milhão de pessoas num país de nove milhões. E, em janeiro, os 10,9% de
desemprego registado foram um recorde em meio século. Ou seja, por baixo
que seja o desemprego comparado com o de países como Espanha, Grécia ou
Portugal, para os austríacos assume dimensões assustadoras e é bandeira
fácil para os críticos do sistema.
Portanto,
se Hofer for eleito, terá beneficiado da soma de três fatores:
desemprego acima do habitual, receio gerado pelos 90 mil pedidos de
asilo em 2015 sobretudo por parte de refugiados muçulmanos e um discurso
bem mais sensato do que o do FPÖ no passado. A isto, claro, pode
somar-se o descrédito evidente do SPÖ, que viu o anterior chanceler
demitir-se por falta de apoios, dando lugar a Kern, e do ÖVP. A Europa
estará amanhã de olhos na Áustria, mas atenção, esta UE a 28 não é nada
igual à de 2000, com 15 membros apenas.
IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
21/05/16
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VI-VISITA GUIADA
MUSEU
MACHADO DE CASTRO/3
* Viagem extraordinária pelos tesouros da História de Portugal superiormente apresentados por Paula Moura Pinheiro.
Mais uma notável produção da RTP
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COIMBRA
* Viagem extraordinária pelos tesouros da História de Portugal superiormente apresentados por Paula Moura Pinheiro.
Mais uma notável produção da RTP
*
As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à
mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios
anteriores.
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HOJE NO
"O JOGO"
Fernando Pimenta vence
Taça do Mundo de Duisburgo
A Taça do Mundo foi disputada em português, com Emanuel Silva a ficar em segundo lugar.
O português Fernando Pimenta venceu este domingo a prova de K1 5.000
metros da Taça do Mundo de Duisburgo de canoagem de velocidade,
impondo-se ao compatriota Emanuel Silva, que foi segundo.
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Fernando Pimenta concluiu a prova em 20.14,639 minutos, menos 0,609
segundos do que Emanuel Silva, enquanto o húngaro Richard Janza terminou
no terceiro posto, com o registo de 20.16,623.
Hélder Silva
terminou a competição de C1 200 metros no sexto lugar, enquanto Fernando
Pimenta, João Ribeiro, Emanuel Silva e David Fernandes não foram além
do sétimo lugar em K4 1.000 metros.
Antes, Tiago Tavares concluiu
a final B de C1 200 metro no nono e último lugar e Bruno Afonso e Nuno
Silva foram os quartos a terminar a final B em C2 1.000 metros.
No
sábado, Beatriz Gomes e Helena Rodrigues venceram a prova de K2 200
metros em Duisburgo, enquanto Emanuel Silva e João Ribeiro conquistaram a
medalha de bronze em K2 1.000 metros.
* Os e As canoistas de Portugal são valentes!
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ESTA SEMANA
NA "SÁBADO"
NA "SÁBADO"
Roleta sexual: jovens em orgias
sem medo da sida?
Não é novidade a tendência dos anos 90 dos bug chasers, pessoas
que procuram serem deliberadamente infectadas com o vírus HIV, mas os
jornais internacionais têm reportado uma nova moda: as roletas sexuais.
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Segundo jornais como o Daily Mail e o El Periódico,
o jogo consiste na prática de orgias sem uso de métodos de protecção
contra doenças sexualmente transmissíveis. Entre os envolvidos na festa
sexual, deverá estar, pelo menos, um portador do vírus HIV. Sem saberem
qual dos presentes na orgia tem sida, os jovens trocam
incessantemente de parceiros. Depois, o período até ao vírus HIV ser
detectado costuma ser até três meses e, muitos deles, continuam
envolvidos nestas festas.
Apesar de muitos duvidarem da
existência destas festas, os tablóides internacionais noticiam esta
tendência e a respectiva preocupação dos especialistas - e grande parte
dos casos reportados acontecem em Espanha.
O que levará os
jovens a tais actos? "No caso das festas de sexo, o estímulo é combinar o
orgasmo com a adrenalina. No entanto, este estímulo é de curto prazo e
as consequências a longo prazo são perigosas. Não só existe o risco de
contrair o HIV, como outras doenças sexualmente transmissíveis", disse a
psicoterapêutico sexual, Kate Morley, ao site HelloU.
Veja o documentário The Gift (2003), para conhecer melhor a realidade dos bug chasers.
* A morte como devaneio...
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ESTA SEMANA NA
"VISÃO"
Portuguesa cria app para mulheres
. conhecerem as suas próprias vaginas
Não basta descarregar a aplicação no telemóvel. Também precisa de uma peça de roupa interior concebida especificamente para explorar esta "ferramenta educacional", que visa prevenir problemas de saúde e esclarecer dúvidas sobre o sistema reprodutivo e a satisfação sexual das mulheres
Sabe onde fica e como funciona o clitóris? Consegue nomear todos os
seus órgãos genitais? E por que são tão importantes os músculos do
períneo? Estas e outras questões relacionadas com o corpo feminino são
respondidas numa aplicação interativa para telemóveis que está a ser
desenvolvida no Reino Unido por uma portuguesa da Marinha Grande.
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TERESA ALMEIDA |
O
projeto que Teresa Almeida apelidou de Labella é a sua tese de
douramento em Interação Homem-Máquina, que está prestes a concluir no
departamento de Computação Científica da Universidade de Newcastle. Já
teve honras de apresentação no jornal britânico The Independent e, à VISÃO, a criadora desvenda um pouco mais do seu protótipo.
"A
ideia é levar as mulheres a olharem para o seu corpo e a refletirem
sobre ele. Não se trata de um jogo, mas de uma forma de abordar assuntos
tabu de maneira divertida", explica.
Desafiar tabus é um modo de vida para esta artista, estilista, pesquisadora e educadora, como é descrita no site da
Universidade de Newcastle. E entre as suas ambições profissionais
nenhuma a entusiasma tanto como usar a tecnologia para desmistificar
temas sensíveis ligados ao bem-estar das mulheres.
Com a Labella,
Teresa Almeida espera facilitar a vida das "mulheres que vão ao médico e
não sabem explicar onde têm um problema", ajudá-las a "prevenir a
incontinência urinária e a manter os órgãos internos no sítio após uma
gravidez" ou a entender a "importância do clitóris" na satisfação
sexual. Mutilação, menstruação e contraceção são outros tópicos que
pondera incluir.
"Muita gente me diz que as pessoas sabem isso
tudo, mas não é verdade. Nos estudos que fiz com mulheres dos 15 aos 52
pude confirmar. Tanto que a minha ideia inicial era centrar o projeto na
importância para a saúde dos exercícios do períneo e só evoluiu para
algo mais abrangente ao aperceber-me da falta conhecimento e das
dificuldades para usarem o vocabulário certo", conta.
Como funciona?
Descarregada a Labella na
internet, sem qualquer custo associado, a utilizadora terá de apontar o
telemóvel para os órgãos genitais e esperar que a aplicação inicie. Para
isso deve ter vestida uma peça de roupa interior concebida para o
efeito, com um padrão que o telemóvel vai reconhecer e que terá um custo
– a definir quando o projeto começar a ser comercializado, "dentro de
alguns meses".
Surgirá então no ecrã uma imagem ilustrada do
pavimento pélvico (ou períneo), igual para todas as utilizadoras e com
múltiplas possibilidades interativas. Teresa Almeida sublinha que "não
se trata de uma fotografia ou imagem real" e que o gesto é apenas
simbólico - inspirado numa ação educativa frequente no Reino Unido, em
que "uma enfermeira se desloca às salas de aula e distribui um espelho
às alunas para que elas olhem através dele para o seu corpo".
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Um
dos exercícios sugeridos na aplicação é encaixar os vários órgãos
genitais no lugar certo e, argumenta a autora do projeto, "não é a mesma
coisa tentar fazer um puzzle em cima da mesa ou tentar fazê-lo no
telemóvel com a perceção de que se está a mexer nas peças do próprio
corpo". A intenção é suscitar interesse num assunto sensível e reduzir o
constrangimento a ele associado. Quem preferir, nem tem de vestir as
cuecas - que Teresa Almeida pretende que sejam uma peça de coleção
quando for lançada no mercado, com vários modelos diferentes.
A
aplicação também convida a tocar nas várias partes do corpo visíveis no
ecrã do telemóvel, não só para dar a conhecer as funções que
desempenham, mas também como um desafio para as identificar
corretamente. "Ao clicar na vulva, no ânus, no clitóris ou noutro ponto,
surge o nome biológico dessa parte do corpo e também os nomes mais
populares que as pessoas lhes atribuem. O objetivo é, através de um
toque de humor, alargar o vocabulário das pessoas, que muitas vezes
conhecem as expressões populares e desconhecem a designação biológica",
explica Teresa Almeida.
À pedagogia, a Labella junta uma
preocupação com a saúde, ao ensinar como se devem fortalecer os músculos
do períneo e qual a sua importância. A criadora da aplicação lembra que
essa "é a primeira resposta clínica a casos de incontinência urinária e
uma medida preventiva do problema, tendo o mesmo efeito preventivo na
deslocação de órgãos após a gravidez". Além disso, acrescenta, "a
tonificação desses músculos facilita o prazer na atividade sexual". Os
exercícios recomendados primam pela discrição: ninguém por perto saberá
que os está a realizar e por isso podem ser feitos a qualquer hora e em
todo o lado, "até no metro".
Teresa Almeida, nascida há 41 anos
na Marinha Grande, emigrou em 2003 para Nova Iorque, nos Estados Unidos,
onde permaneceu até 2006 para fazer um mestrado em design e tecnologia;
em 2007 deu aulas de design em Kuala Lumpur, na Malásia; e de 2008 a
2011 foi professora de design e arte interativa em Singapura. Desde
2012, encontra-se na cidade inglesa de Newcastle a trabalhar no
doutoramento que está agora a concluir.
* A verdade é que ainda existem conceitos "pudorentos" relativamente à anatomia genital feminina, parece-nos que esta "app" vem ajudar quem mais precisa.
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* Que se faça justiça!
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ESTA SEMANA NO
"SOL"
"SOL"
Crime em Braga:
empresário morto
denunciou advogados à PJ
«Tornar-se-á mais fácil, na minha opinião, ligar todas as pessoas ao
esquema montado, nomeadamente o tal Emanuel Paulino e o Pedro Bourbon.
Possuo documentos que o comprovam». Foi em outubro de 2014 que João
Fernandes fez esta declaração à Polícia Judiciária, depois de decidir
contar tudo sobre o esquema de ocultação de bens a que a sua família
tinha recorrido para evitar penhoras. Tinha perdido tudo, estava
desesperado e, por isso, decidiu entregar dois dos homens que agora são
suspeitos de o matar. Um deles, Pedro Bourbon, seu amigo de longa data.
A investigação acredita que João foi sequestrado e assassinado em março por ser uma peça-chave num esquema criminoso de apropriação indevida de património. Conhecia os intervenientes, sabia muitos dos seus segredos e carregava consigo o peso de ter arrastado o seu pai e a sua mãe para a teia que lhes tirou o pouco que sobrava de uma vida de riquezas.
SIMULAÇÃO |
A investigação acredita que João foi sequestrado e assassinado em março por ser uma peça-chave num esquema criminoso de apropriação indevida de património. Conhecia os intervenientes, sabia muitos dos seus segredos e carregava consigo o peso de ter arrastado o seu pai e a sua mãe para a teia que lhes tirou o pouco que sobrava de uma vida de riquezas.
Os problemas com a fortuna da família começaram em 2008, quando as
empresas de construção do seu pai entraram numa situação financeira que
nunca mais viria a ter retorno. Por indicação de João Fernandes,
consultaram o advogado Pedro Bourbon, que os aconselhou a «proteger» o
património pessoal dos arrestos. Fernando e Maria das Dores, os pais,
perceberam de imediato que o que lhes estava a ser sugerido não era
legal, mas confiaram no plano do advogado.
Segundo a queixa-crime que viriam a apresentar mais tarde, em 2014, a
partir do momento em que os bens passaram para uma ‘sociedade cofre’, a
MonaHome Lda, administrada por pessoas da confiança de Bourbon, os pais
de João Fernandes ficaram «nas mãos» do advogado.
Apesar do medo em embarcar nesta história, a amizade de João
Fernandes com Pedro Bourbon sustentou a confiança da sua família na
altura de transferir tudo o que tinha para uma sociedade que não lhe
pertencia.
O contrato-promessa
Para que não fossem levantadas dúvidas sobre a venda do património à
MonaHome, numa altura em que era previsível que se aproximassem arrestos
– dadas as dívidas das empresas do pai – , o advogado Pedro Bourbon
arquitetou um plano de que viria a gabar-se junto do seu círculo mais
próximo. O objetivo era ter uma sentença de tribunal a obrigar Fernando a
entregar os seus bens à MonaHome. Parece difícil? Mas não foi.
Corria o ano de 2010, quando foi acordado que a compra de todo o
património – avaliado em cerca de dois milhões de euros – seria
sinalizada no contrato-promessa de compra e venda pela sociedade
MonaHome com um milhão de euros, sendo o resto dado na escritura. Apesar
de ficar escrito que o sinal seria um milhão, só foram entregues 100
mil euros aquando do contrato (e esses 100 mil entregues a Fernando eram
do próprio Fernando), havendo a promessa de que os outros 900 seriam
pagos até à escritura. O que, apesar de acordado por escrito, nunca
aconteceu.
Como em caso de incumprimento o vendedor tem de devolver o sinal em
dobro, Bourbon deu ordens a Fernando para faltar à escritura,
colocando-o assim de forma voluntária numa situação de incumprimento,
que o viria a obrigar a pagar dois milhões à MonaHome. A decisão foi das
Varas Cíveis do Porto. Ou seja, o pai de João Fernandes foi obrigado a
entregar tudo o que tinha à MonaHome, mascarando ainda mais o plano para
esconder património.
«Esta sentença foi o culminar da estratégia para esvaziamento do
património pessoal», vieram a revelar mais tarde às autoridades Fernando
e a mulher, Maria das Dores, acrescentando que por diversas vezes
Bourbon se gabou de que «o esquema estava tão bem montado que até tinha o
aval de uma sentença judicial transitada em julgado e que, como tal,
era inabalável e indestrutível».
Quando ditou o seu fim
João acompanhou tudo. Até porque antes da solução encontrada para
proteger os mais de dois milhões do seu pai também ele já havia
recorrido aos advogados para salvaguardar créditos que tinha e aos quais
queria evitar arrestos.
Os problemas surgiram a partir do momento em que Pedro Bourbon, o seu
irmão Manuel e os restantes suspeitos agora detidos passaram a comandar
os destinos do património da família. Entre os créditos de João
Fernandes e os bens dos seus pais, estão em causa perto de quatro
milhões de euros.
Tudo parecia correr bem até 2013. «O comportamento do Sr. Dr. Pedro
Grancho Bourbon alterou-se radicalmente no último ano, tendo começado
por protelar a entrega [a Fernando e Maria das Dores] do dinheiro das
rendas dos imóveis arrendados e a venda de algum património para
realizar dinheiro», lê-se na queixa-crime apresentada pelo casal em
2014, a que o SOL teve acesso.
Na mesma participação lembram que foi aí que a situação saiu do seu
controlo: «O acordado seria precisamente que os participantes
administrariam sem reservas o património».
Insistências e o primeiro ‘não’
Após a mudança de comportamento, os pais de João Fernandes – que terá
sido sequestrado e morto em março – insistiram várias vezes, pedindo
que fosse vendido pelo menos um prédio para que pudessem fazer face a
algumas dificuldades: «Perante a insistência (...) Bourbon acabou por
dizer que [o casal] não tinha direito a rigorosamente nada».
Enquanto bloqueava o acesso aos donos, a MonaHome ia-se desfazendo de
parte do património por valores bem inferiores aos de mercado.
Quando os Fernandes souberam disso, as relações azedaram de vez. E,
receando perder tudo, acabaram por se juntar a um dos credores a quem
tinha tentado fugir com este esquema. Depois de abrirem o jogo, foi
decretado um arresto à MonaHome tendo em conta as dívidas de Fernando à
empresa desse credor a quem confessaram tudo.
Na chamada ‘empresa cofre’,a MonaHome, havia muitas incongruências: era
uma sociedade com capital social de 5 mil euros, detida por dois homens
da confiança de Bourbon, Luís Monteiro e Nuno Ferreira, e com um
património de dois milhões.
Além disso não era a única sociedade do género ligada ao advogado de
Braga, o que pode indiciar que este esquema estava a ser utilizado com
diversos clientes.
Queixa arquivada
A queixa-crime apresentada em 2014 pelos lesados pedia uma investigação
ao círculo de Pedro Bourbon, bem como às empresas MonaHome, Admirável
Légua, Mocho Elegante, Construções Teixeira e Cunha, Tolo Investments e
Construccions La Posa, por considerarem haver indícios de burla
qualificada e associação criminosa. O Departamento de Investigação e
Ação Penal de Braga concluiu, porém, não se verificarem os requisitos da
prática de qualquer um dos crimes e decidiu arquivar.
No que toca ao crime de burla, esclareceu o MP que não podia fazer
nada, uma vez que «a saída dos imóveis do domínio dos participantes foi
realizada com o acordo destes». Foi aberta instrução, mas o juiz
confirmou a decisão de arquivamento.
A ‘sentença’ de morte
Na sequência desta queixa-crime, João Fernandes decidiu abrir a boca e
apresentar, também ele, uma participação à Justiça. Um passo difícil
que só deu após uma conversa com um elemento da PJ.
«Aproveito para lhe informar que após ter estado a prestar
declarações, e de uma reflexão, decidi eu próprio dar o passo de
apresentar queixa-crime contra as mesmas pessoas, pelo que me fizeram a
mim pessoalmente», escreveu no e-mail enviado à PJ e a que o SOL teve
acesso.
As autoridades acreditam agora que foi nesse momento que esta guerra
ganhou outros contornos. Além de informações sobre os outros elementos
do gangue – entre os quais Emanuel Marques Paulino, conhecido como o
‘Bruxo da Areosa’ –, João tinha na sua posse uma prova de que a venda
dos terrenos à MonaHome não passava de uma simulação. Isto porque a dada
altura tinha conseguido que um dos sócios desta sociedade de fachada
lhe cedesse por escrito algumas quotas da mesma. Na prática o documento
não tinha grande valor, uma vez que não estava assinado pelos dois
sócios, mas em tribunal poderia ser a chave para todo o esquema.
Sobre o ‘Bruxo da Areosa’, apontava-o como o número dois de Pedro
Bourbon. «Era o mentor de burlas e esquemas que fazem, semelhantes ao
que fizeram com o meu pai», contara nessa altura à PJ.
O dia em que foi raptado
O grupo, constituído pelos dois advogados Pedro e Manuel Bourbon, o
‘Bruxo da Areosa’ e outros quatro elementos ligados a cobranças
difíceis, decidiu atacar a 11 de março. Segundo a descrição feita pela
filha de João Fernandes, de oito anos, os homens que os abordaram
estavam encapuzados e começaram de imediato a agredir com violência o
empresário. A criança contou ainda que ouviu os homens gritarem «vamos
matar-te». João, que estaria a ser seguido há já vários dias, terá
apenas tido tempo para pedir ao grupo que não fizesse mal à filha.
Durante os últimos dois meses, os investigadores colocaram os
suspeitos sob escuta e terão concluído que todos sabiam do assassínio do
empresário. Em algumas chamadas, os elementos terão mesmo brincado com a
esperança da família em reencontrar o empresário vivo.
Nas buscas realizadas esta semana, foram encontradas «várias armas de
fogo, gorros, algemas, elevadas quantias de dinheiro e viaturas, entre
outros objetos e documentos com relevância probatória».
Os arguidos continuavam ontem à noite a ser ouvidos pelo juiz de instrução.
* Que se faça justiça!
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ESTA SEMANA NO
"EXPRESSO"
"EXPRESSO"
Moção desafia PS a avançar com iniciativa para despenalização da eutanásia
Assinada por três dezenas de socialistas, a moção defende a despenalização da morte assistida e a legalização da eutanásia em Portugal. Pretende ainda que não seja punível administrar uma injeção a um doente para lhe tirar a vida, considerando que esta é ainda atualmente “a única forma de eutanásia punida pela lei” despenalização da morte assistida e para a legalização da eutanásia em Portugal
Cerca de três dezenas de socialistas
subscrevem uma moção a apresentar no próximo Congresso do PS que desafia
o partido a tomar iniciativas legislativas para legalizar a eutanásia. O
texto da moção, a que a agência Lusa teve acesso, propõe a criação de
um grupo de trabalho para discutir a despenalização da morte assistida,
grupo a ser constituído por elementos de diversas áreas com relevo para o
tema.
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“O objetivo do debate é o de se avançar para a despenalização da morte assistida e para a legalização da eutanásia em Portugal”, refere a moção setorial que vai estar no congresso dos socialistas entre 3 e 5 de junho, mas sem garantias de que seja discutida e/ou votada.
Subscrita por cerca de duas dezenas de deputados e por mais alguns militantes socialistas, a moção defende que o “ato médico de retirar a vida a um doente terminal a seu pedido reiterado e com o seu consentimento deve deixar de ser punível, como o é, atualmente” pelo Código Penal. Pretende também que não seja punível administrar uma injeção a um doente para lhe tirar a vida, considerando que esta é ainda atualmente “a única forma de eutanásia punida pela lei”.
“Administrar uma dose terapêutica para alívio da dor de um doente terminal e replicar essa dose, mesmo que ela possa provocar a morte, já não é ilegal”, defende o texto, inicialmente assinado pelas deputadas Antónia Almeida Santos e Isabel Moreira.
A moção recorda também que atualmente os médicos já são obrigados a respeitar a declaração de vontade do doente quando é pedido que não lhe sejam administrados mais medicamentos ou quando desejam que lhe sejam desligadas as máquinas de suporte de vida. “Não há por isso razões que impeçam o aprofundamento do debate e a adoção de medidas legislativas adequadas, por iniciativa do Partido Socialista, para dar mais um passo na garantia do princípio da autonomia individual e na afirmação dos direitos dos doentes em fase de fim de vida”, lê-se no texto da moção.
Até ao momento, o Bloco de Esquerda é o único partido a ter assumido que avançará com um projeto de lei sobre legalização da eutanásia. O debate sobre a morte assistida foi desencadeado por um movimento de cidadãos, que lançou um manifesto e posteriormente uma petição, que atingiu mais de oito mil assinaturas e será discutida no parlamento.
* A título pessoal não tenho dúvidas de que na altura própria quero ser "eutanizada"
.
“O objetivo do debate é o de se avançar para a despenalização da morte assistida e para a legalização da eutanásia em Portugal”, refere a moção setorial que vai estar no congresso dos socialistas entre 3 e 5 de junho, mas sem garantias de que seja discutida e/ou votada.
Subscrita por cerca de duas dezenas de deputados e por mais alguns militantes socialistas, a moção defende que o “ato médico de retirar a vida a um doente terminal a seu pedido reiterado e com o seu consentimento deve deixar de ser punível, como o é, atualmente” pelo Código Penal. Pretende também que não seja punível administrar uma injeção a um doente para lhe tirar a vida, considerando que esta é ainda atualmente “a única forma de eutanásia punida pela lei”.
“Administrar uma dose terapêutica para alívio da dor de um doente terminal e replicar essa dose, mesmo que ela possa provocar a morte, já não é ilegal”, defende o texto, inicialmente assinado pelas deputadas Antónia Almeida Santos e Isabel Moreira.
A moção recorda também que atualmente os médicos já são obrigados a respeitar a declaração de vontade do doente quando é pedido que não lhe sejam administrados mais medicamentos ou quando desejam que lhe sejam desligadas as máquinas de suporte de vida. “Não há por isso razões que impeçam o aprofundamento do debate e a adoção de medidas legislativas adequadas, por iniciativa do Partido Socialista, para dar mais um passo na garantia do princípio da autonomia individual e na afirmação dos direitos dos doentes em fase de fim de vida”, lê-se no texto da moção.
Até ao momento, o Bloco de Esquerda é o único partido a ter assumido que avançará com um projeto de lei sobre legalização da eutanásia. O debate sobre a morte assistida foi desencadeado por um movimento de cidadãos, que lançou um manifesto e posteriormente uma petição, que atingiu mais de oito mil assinaturas e será discutida no parlamento.
* A título pessoal não tenho dúvidas de que na altura própria quero ser "eutanizada"
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“Ter um emprego deixou de ser fato de isenção em relação à pobreza”. A frase é do Movimento Erradicar a Pobreza que realizou este sábado o II Encontro para tentar combater este flagelo. No entanto, os baixos salários, a instabilidade familiar, e as famílias cada vez mais frágeis estão a agravar o problema. O Movimento estima que 27,5% dos portugueses estejam a viver no limiar da pobreza. Os mais afectados são mulheres a viver em famílias monoparentais, com filhos a cargo; mulheres idosas e crianças.
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Esta retirada, “resultou num aumento da intensidade da pobreza das crianças em 44%”, refere um estudo do economista José Alberto Pitacas apresentado neste encontro. Deste encontro resultou ainda uma petição que procura 7000 assinaturas para que os deputados possam renovar “as decisões das resoluções de 2008 e promovam políticas que ataquem as raízes da pobreza e tendam à sua erradicação”.
* Esperamos por acções deste governo para atenuar esta chaga social, consideramos que ainda não houve tempo de governação suficiente para com seriedade podermos "desancar" na equipa de António Costa.
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ESTA SEMANA NO
"DINHEIRO VIVO"
"DINHEIRO VIVO"
27,5% dos portugueses
vivem no limiar a pobreza
Em apenas três anos (2010-2013) a intensidade da pobreza aumentou 30% e um em cada três pobres perdeu o acesso ao RSI
“Ter um emprego deixou de ser fato de isenção em relação à pobreza”. A frase é do Movimento Erradicar a Pobreza que realizou este sábado o II Encontro para tentar combater este flagelo. No entanto, os baixos salários, a instabilidade familiar, e as famílias cada vez mais frágeis estão a agravar o problema. O Movimento estima que 27,5% dos portugueses estejam a viver no limiar da pobreza. Os mais afectados são mulheres a viver em famílias monoparentais, com filhos a cargo; mulheres idosas e crianças.
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“As condições de vida de três milhões de
portugueses não são compatíveis com uma existência digna”, alerta o
movimento, salientando que a massificação dos baixos salários como
“modelo económico dominante durante o período de austeridade” a
“fragilização das relações laborais” acentuou a dimensão do problema.
“Em apenas três anos (2010-2013) a intensidade da pobreza aumentou 30% e
um em cada três pobres perdeu o acesso ao RSI”.
Esta retirada, “resultou num aumento da intensidade da pobreza das crianças em 44%”, refere um estudo do economista José Alberto Pitacas apresentado neste encontro. Deste encontro resultou ainda uma petição que procura 7000 assinaturas para que os deputados possam renovar “as decisões das resoluções de 2008 e promovam políticas que ataquem as raízes da pobreza e tendam à sua erradicação”.
* Esperamos por acções deste governo para atenuar esta chaga social, consideramos que ainda não houve tempo de governação suficiente para com seriedade podermos "desancar" na equipa de António Costa.
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