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 IV-SEM VERGONHA

1 - A IDADE DA LOBA



ATÉ AO PRÓXIMO SÁBADO

A NOSSA FICÇÃO
A MÓNICA MOREIRA LIMA, jornalista de profissão não chegavam as notícias comezinhas do quotidiano, nem que fosse uma bomba de neutrões.
Pensou, pensou, engendrou equipa tão louca como ela, baratinou os maiorais da TV GUARÁ e "amadrinhou"o "SEM VERGONHA" programa despudorado tão ao nosso gosto, cheio de pimenta por todo o lado, sem qualquer grosseria e divertido.
Ela só pode ser inteligente e boa!

O QUE DIZ A AUTORA
O Sem Vergonha é o programa mais polémico e irreverente da TV brasileira. Já rendeu vídeos para os quadros Top Five do CQC e Passou na TV do Agora é Tarde, ambos da BAND. Foi tema de uma matéria de duas páginas na maior revista de circulação nacional, a VEJA. E culminou com uma entrevista antológica ao Rafinha Bastos, no Agora é Tarde. Todos os programas estão disponíveis no blog e no YouTube. Não recomendo sua exibição para menores de 18 (anos ou cm) para evitar traumas futuros. Falo de sexo sem pudor, sem frescuras, sem meias palavras, sem eufemismos e com muito bom humor. Advertimos que o Sem Vergonha pode provocar ereções involuntárias e uma vontade irreprimível de dar, sem restrições de orifícios.


FONTE: TV GUARÁ

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OS TUNEZA
OS POLÍCIAS


* Do melhor humor angolano


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9-ANTICONCEPÇÃO


SEM ESTROGÉNIO


TABAGISMO



Uma interessante série conduzida pela Professora CÉLIA REGINA DA SILVA, Mestre em Ginecologia FCMSCMSP, Coordenadora do Planeamento Familiar.


* Uma produção "CANAL MÉDICO"


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8-QUEM SOMOS  NÓS?



* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.


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REGINA AZEVEDO PINTO

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Pirâmide de Maslow?

Dizem que sempre chegamos ao sítio onde nos esperam, não é? Portanto, eu vou continuar a levar a dedicação às costas, persistência nos dedos, sonhos no sorriso, amor no coração

Ultimamente tenho dedicado muito tempo a pensar na pirâmide de Maslow. Tenho tentado ver a minha vida através desse triângulo com um vértice brilhante, como se fosse um farol com luz isofásica. Sempre me fascinou a forma como Maslow estratificou hierarquicamente as nossas necessidades, desde as mais intestinais às mais etéreas. Era de facto um homem extraordinário que conseguiu materializar todas as nossas ganas desde as físicas às mais subjectivas.

Partimos sorrateiramente das mais primárias, básicas das básicas como as fisiológicas, pois ninguém escala a pirâmide do Everest de estômago vazio… Depois, munimo-nos do respectivo equipamento, cordas, arnês e afins, tudo para nos aferir segurança e tranquilidade. Temos um trabalho, somos alpinistas na montanha da vida. Quando temos tudo isso bem seguro passamos para dois níveis diferentes, a necessidade de amor, afecto e, no outro patamar, de estima e reconhecimento.

Bem, aqui podemos descansar um bocadinho porque são patamares que exigem muita dedicação e preparação física, não basta carbonato de magnésio para secar a transpiração das mãos e aumentar a aderência, não, não! Aqui, transpira-se na mesma e a aderência escasseia… Estes níveis são difíceis de passar e já não temos “vidas “para usar, já se foram todas.

Estamos na antecâmara do último nível, de ganhar o jogo, de chegar ao vértice da pirâmide, portanto, há que sedimentar bem estes patamares para esta construção não oscilar com as nortadas! Aqui temos de nos instalar, dedicar, nutrir, mimar. Aqui, temos de nos dar, de nos entrelaçar. Temos de amadurecer ideias, deixá-las maturar e respirar. Aqui, as coisas partem do coração, tem de existir oração. Então, mas, e se eu não tiver cara metade? E se não gostarem de mim? Como enterro eu a minha bandeira no vértice da montanha? Posso saltar etapas? E se eu achar que a minha auto-realização passa por uma vida nómada, sem uma casa fixa, sem uma zona de conforto? Nunca vou sentir o sentimento de auto-realização? Fico aqui presa a ensurdecer num jogo de espelhos sociais? Esta pirâmide mais parece um labirinto então, ou será que pode ser deformada?

Tendo em conta os dias que correm, esta pirâmide já é obrigada a ter escadas de emergência porque quando nós achamos que a fase dois está completa com sucesso solta-se uma corda e lá vamos nós outra vez “procurar emprego” e estabilizar essa fase. Ai que desassossego!

Querido Maslow, estou confusa! Espero que os patamares sejam permeáveis e que, de vez em quando, façam umas permutas amigáveis, porque senão está o caos instalado e isto mais parece a pirâmide de Babel. Dizem que sempre chegamos ao sítio onde nos esperam, não é? Portanto, eu vou continuar a levar a dedicação às costas, persistência nos dedos, sonhos no sorriso, amor no coração e "maktub" no pensamento. Um dia escrevo em cima do farol.


* Advogada e tem alma de escritora emigrante

IN "PÚBLICO"
04/05/16


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O EIXO DO MAL


* Por questões de Direitos de Autor entenderam os responsáveis da SIC colocar uma sombra sobre este vídeo. Existe vídeo igual no "you tube" mas com uma tradução para português pior que péssima,  não hesitámos, foi o vídeo da SIC que editámos!

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II- VIDA SELVAGEM
3- Serpentes gigantes


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RECORDANDO


Alice Amaro

Procuro e Não Te Encontro


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HOJE NO 
"CORREIO DA MANHÃ"


Conhecer o Túnel do Marão sem pagar 

Autoestrada do Marão inaugurada este sábado à tarde. 

A curiosidade de atravessar pela primeira vez o Túnel do Marão a pé, a correr ou de bicicleta levou esta manhã centenas de pessoas à serra que, a partir de agora, será mais fácil e segura de atravessar. A Autoestrada do Marão - Túnel do Marão liga os concelhos de Amarante e Vila Real e é inaugurada esta tarde pelo primeiro-ministro, António Costa. 
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Antes da cerimónia oficial, a festa foi para quem quis ver e conhecer "sem pagar" o maior túnel rodoviário da Península Ibérica, com quase seis quilómetros. Carlos Valente subiu à serra atraído pela curiosidade, pela causa solidária e também para aproveitar para treinar para uma meia maratona. Antes, a expectativa era muita e, depois de atravessar o túnel e de regressar à boca do lado de Vila Real, disse que a experiência foi "fantástica". 

Foi o primeiro corredor a "cortar a meta" e disse que demorou 42 minutos a fazer o percurso de 12 quilómetros, de ida e volta. Ricardo Pereira optou por fazer a travessia de bicicleta, mas aproveitou para fazer uma espécie de protesto contra os "longos" sete anos que a obra demorou a ficar concluída e as portagens "abusivas" que vão ser cobradas nesta autoestrada, dos 1,95 euros para veículos classe 1 até aos 4,90 euros para veículos de classe 4. "Vim marcar presença, ver a obra e também mostrar um pouco da indignação pelo facto de o túnel ter demorado tanto tempo, quando se podiam ter evitado tantas mortes", salientou este ciclista. 

A nova autoestrada apresenta-se como alternativa ao sinuoso Itinerário Principal 4 (IP4), onde, entre 1996 e 2015, só na área dos concelhos de Amarante e Vila Real, perderam a vida 136 pessoas. Enquanto Ricardo Pereira se preparava para iniciar a viagem pelo túnel, já António Barros estava a regressar. "A experiência foi espetacular. Depois de muito tempo e de tantos anos de espera eis que surge o túnel para podermos fazer a passagem para o Porto", salientou este ciclista à agência Lusa. 

Dentro do túnel, António Barros disse que o percurso se fez bem, mas que encontrou mais vento do que estava à espera, principalmente na descida, já quando se aproximava da boca do lado de Amarante. "É com imenso prazer que venho fazer esta travessia pela primeira vez e é a única vez grátis", frisou. Segundo dados da câmara de Vila Real, participaram nesta iniciativa cerca de 700 caminheiros, 100 corredores e 160 ciclistas. A quem participou foi pedido um donativo e bens alimentares que serão, depois, entregues a instituições particulares de solidariedade social.

* Não temos ideia de tão original pré-inauguração, boa iniciativa.

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SÓ PARA ALGUNS


Inspecção dos cabos eléctricos de alta voltagem

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ESTA SEMANA NO
"OJE"

Nova ameaça à solvência dos bancos

A banca mundial enfrenta mais requerimentos de capital. E por uma via que não esperava e pela qual muitos apostaram como gerador de comissões num momento em que as taxas de juros convertem o negócio tradicional bancário numa série de receitas 
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O novo foco de preocupação é o negócio da gestão de ativos e patrimónios, materializado nos fundos de investimento e na banca privada. A Comissão de Supervisão Bancária de Basileia, a máxima autoridade regulatória mundial, colocou este tema em grande destaque uma vez que considera que existe o risco de que os bancos resgatem os seus negócios de gestão de ativos em momentos de tensão e que ainda estejam fora de balanço ou cujo peso não possa equivaler a 100% da sua propriedade.

É o denominado step-in risk, o risco de que a banca se lance de cabeça a salvar os seus fundos de investimento em apuros e coloque-se a si mesma em causa. Basileia considera que é um perigo real e que deve estar refletido nos requerimentos de capital de cada banco. Formulou uma consulta pública concluída no final de março e está a finalizar com um estudo de impacto económico que teria esta medida. Com tudo os dados na mão, haverá novidades na segunda metade do ano.

* A banca em grande risco mas não resulta pôr o dinheiro debaixo do colchão e também não são os banqueiros que vão ficar pobres.

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O PODER DA GENÉTICA




Pacientemente juntaram-se a par metade de fotografias de familiares directos, eis o resultado.


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HOJE NO
"A BOLA"
Este domingo há canoagem 
no Parque das Nações

No âmbito das Olisipíadas, a Câmara Municipal de Lisboa (CML), em parceria com a Federação Portuguesa de Canoagem, promove este domingo, às 9.30 horas, na Doca dos Olivais (Parque das Nações), a atividade de canoagem, aberta a todas as crianças e jovens interessados em praticar a modalidade. Os requisitos necessários são ter mais de 9 anos de idade e saber nadar .

Integrada no ‘Programa Clubes de Mar’, no qual já se inscreveram mais de 500 crianças, esta iniciativa pretende recuperar a vocação marítima da cidade, tendo como principais objetivos a democratização do acesso ao Rio Tejo através da prática de desportos náuticos, a formação e a educação desportiva. 

* Infelizmente o tempo não está bom para este desporto.

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UNICEF
Algumas histórias 
nunca foram feitas para crianças



Por que a vida é tão dura? É a pergunta que Ivine, uma menina de 14 anos que foi forçada a fugir de casa, faz a si mesma. Este vídeo conta a trajetória da fuga dela, com sua família.

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ESTA SEMANA NA
"GERINGONÇA"
A direita vê sovietes em todo o lado

O André Azevedo Alves descobriu que há um “ataque soviético contra os contratos de associação”. Quando souber a nua e crua realidade, é de temer que o André aconselhe que todos recolham aos abrigos porque na verdade o que há mesmo é…

[introduzir tema de filme de suspense]

Um espectro que paira sobre a Europa
 Se por “sovietização” entendemos a luta por uma maior cobertura da rede pública então Portugal chega atrasado a essa “sovietização”. Como a tabela abaixo ilustra (OCDE), desta União Europeia de Repúblicas Socialistas Soviéticas fazem parte um grande número de países. 

Seria caso para dizer que até na “sovietização” ainda temos muito caminho para percorrer até à convergência com a Europa.

* No poder a direita é arrogante, na oposição reclama por  tudo e por nada.

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GPS

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HOJE NO   
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"

A violação como arma de guerra: 
os filhos do Estado Islâmico

Os combatentes do Estado Islâmico são conhecidos por manterem escravas sexuais. Embora, por norma, obriguem as mulheres a usar contracetivos, há muitas que, mesmo assim, ficam grávidas. As que conseguem fugir ficam com profundas cicatrizes emocionais. O DN publica hoje a 1.ª parte de uma reportagem da revista alemã Der Spiegel

À noite, quando Khaula se deita e finalmente adormece, são muitas as vezes em que sonha com a sua filha. As imagens que lhe aparecem são sempre as mesmas: ela vê as suas mãos juntas sobre o peito, formando uma concavidade. Quando levanta a mão que está por cima vê que tem um pássaro por baixo. Vê o corpo e as penas do passarinho, mas este não olha para ela e da sua garganta não sai qualquer canto. A pequena cabeça do animal não existe.
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ENTERRADA VIVA
"Sempre que tenho esse sonho, não me consigo mexer durante um bocado", diz Khaula. Depois de oito meses como prisioneira do Estado Islâmico (EI), ela deu à luz uma menina. O pai da criança tinha sido o seu verdugo, um iraquiano de Mossul combatente do EI. Ele já tinha muitas filhas e tinha querido Khaula, uma mulher yazidi sequestrada pelo EI, para que esta lhe desse um filho.

Isto passou-se há 12 meses. Khaula está agora a viver na Alemanha, sem a filha. Está sentada na sala do fundo de um café no estado alemão de Bade-Vurtemberga, onde veio para contar a sua história. Ela é uma mulher tranquila de 23 anos, tem o cabelo negro ondulado e gosta de vestir roupas curdas.
Khaula partilha um dormitório com outras mulheres que foram libertadas. O local deve ser mantido em segredo e Khaula não é o seu verdadeiro nome. Como na Alemanha também existem simpatizantes do EI, as mulheres não estão livres de perigo aqui.

Viver com um trauma profundo
O estado de Bade-Vurtemberga acolheu cerca de mil mulheres e crianças do Iraque para as ajudar a aprender a viver com o que lhes tinha acontecido. Jan Ilhan Kizilhan, psicólogo e especialista em trauma da Universidade Cooperativa do Estado de Bade-Vurtemberga em Villingen-Schwenningen, selecionou as mais necessitadas de ajuda no Iraque, para onde viajou uma dúzia de vezes. Anteriormente trabalhou com vítimas de violação no Ruanda e na Bósnia.
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"Apenas as mulheres mais seriamente traumatizadas tiveram permissão de vir para a Alemanha", diz Kizilhan. Esse grupo inclui mulheres como uma yazidi cujo bebé foi fechado numa caixa de metal por um combatente do EI e deixado à torreira do sol à frente dela até morrer. Outra criança foi espancada até à morte por um homem do EI que lhe partiu a espinha.

Em agosto de 2014, o Estado Islâmico invadiu a região de Sinjar no Norte do Iraque, assassinando e raptando milhares de mulheres e raparigas que vieram a tornar-se escravas sexuais dos seus combatentes. Centenas de mulheres que conseguiram escapar aos seus carrascos regressaram grávidas. Os filhos dos combatentes do EI podem ser encontrados hoje na Síria, no Iraque, na Alemanha e, possivelmente, até na Turquia, no Líbano e noutros países onde os refugiados procuraram abrigo seguro. Pensa-se que o número seja da ordem das centenas. Só na região controlada pelos curdos no Iraque, os médicos calculam que esse número se situe entre as 40 e as 100 crianças. Dado o grande número de mulheres que foram sequestradas na região, o cálculo parece ter sido feito por baixo.

A violação como arma de guerra
O uso da violação como arma de guerra é um conceito tão antigo como a própria guerra, mas a organização do crime dentro do EI é particularmente pérfido. O Estado Islâmico obriga muitas das mulheres yazidi que rapta a usar contracetivos de forma a garantir que o comércio das mulheres - que são frequentemente vendidas cinco, seis ou sete vezes a diferentes combatentes - não é perturbado pela gravidez.

As que foram libertadas, assim como médicos e psicólogos entrevistados, confirmaram que foram fornecidos contracetivos às mulheres yazidi tornadas cativas. Algumas tomaram as pílulas, mas outras cuspiram-nas às escondidas. Uma mulher relatou mesmo ter sofrido violação anal, porque os combatentes queriam evitar assim uma possível gravidez.

A maioria dos filhos do Daesh, o nome do Estado Islâmico em árabe, não tem mais de ano e meio. Eles são a prova viva da humilhação infligida e representam o ainda maior enfraquecimento dos alicerces da sociedade curda.

Encontrar os filhos do Estado Islâmico não é fácil, até porque a sua sobrevivência é um tabu. Eles levantam também algumas questões sobre o tema da escravatura sexual na região. Por exemplo, como é que os iraquianos do Norte estão a lidar com essas crianças. Que questões enfrentam as mães dessas crianças quando fogem ou são libertadas? E o que faz o EI quando descobre que uma escrava está grávida?
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A procura das respostas a estas perguntas leva-nos não só a Bade-Vurtemberga, mas também a um médico no Curdistão iraquiano. Leva-nos até um juiz especializado na legislação da adoção em Dohuk e à periferia desta cidade, onde descobrimos a bebé Nura deitada num berço.

A história daí resultante não é de bons ou maus, de preto ou branco. É a história de uma sociedade derrotada que, embora profundamente abalada, tenta também manter a sua dignidade. É uma história de confrontação e, ao mesmo tempo, de uma resiliência espantosa, surpreendente até.

Está um dia lindo e quente em Bade-Vurtemberga. Dentro do café, Khaula pede uma bebida de maçã e um panado com feijão que não comerá. Usa saltos altos e um vestido preto, é uma mulher pequena, refinada. Khaula demora várias horas a contar a sua história. Ela não chora enquanto a conta; quase parece que está a relatar o destino de outra pessoa. "Estou a contar a minha história para que a minha família capturada no Iraque não seja esquecida", diz.

O mercado de escravas
A 3 de agosto de 2014, o EI atacou a aldeia de Khaula e no período de um mês tinham desaparecido 5000 pessoas da região. Khaula foi obrigada a entrar num autocarro e levada para uma prisão cheia de centenas de outras mulheres e raparigas. Elas foram então obrigadas a beber a água na qual os esbirros do EI tinham cuspido mesmo à frente delas. Enquanto bebiam foram feitos os preparativos para a sua venda. Khaula caiu nas mãos de um homem do EI, alto, de 45 anos, que usava uma túnica branca e que disse chamar-se Abu Omar. Ele comprou-a por 1,5 milhões de dinares iraquianos, cerca de 1500 dólares, e disse-lhe: "Tu pertences-me." Depois fechou-a numa casa em Mossul, o reduto do Estado Islâmico no Iraque.

Foi aí que ele a desflorou brutalmente, pressionando-a contra o chão, puxando-a pelo cabelo para a cama, asfixiando-a, amaldiçoando-a e obrigando-a a ouvir os gritos das outras mulheres que estavam a ser torturadas na mesma casa. Passados quatro meses, ele levou-a para casa da sua mulher, que estava grávida. Khaula recebeu ordens para começar imediatamente a ajudar a mulher nas tarefas domésticas, a tratar da roupa e na cozinha. Num ataque de ciúmes, a mulher atirou-lhe uma cadeira. Khaula tentou então enforcar-se numa ventoinha.

"Quero que me dês um filho"
O homem tinha cinco filhas da primeira mulher. Ele disse a Khaula: "Quero que me dês um filho." Durante as várias horas que ela demora a contar a sua história, a determinado momento Khaula diz sobre a filha: "A vida dela não significa nada para mim." Mas também diz: "A criança era muito bonita." Oficialmente o EI não quer que as escravas sexuais como Khaula engravidem.
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O Estado Islâmico publicou um panfleto sobre como tratar as escravas com o título "Perguntas e respostas sobre como manter cativas e escravas", que começou a circular na internet depois do ataque a Sinjar em 2014. Ele estabelece que o sexo com as escravas é permitido. A única menção a gravidez no panfleto está relacionada com o valor de mercado da mulher.

O panfleto lança a seguinte questão: "Se a mulher prisioneira ficar grávida do seu dono, poderá este vendê-la?"
A resposta: "Ele não a poderá vender se ela se tornar mãe de um filho seu."

Por outras palavras, o valor da mulher cai para zero no momento em que engravida. Mas o seu estatuto melhora: como mãe, ela fica numa posição algures entre a de escrava e a de mulher livre. Já não encaixa no conceito de comércio de escravas ou bazar de virgens que o EI perpetua com o objetivo de recrutar novos combatentes. Há regras que vêm do tempo do profeta Maomé que também são mencionadas no panfleto: quando um homem compra uma escrava sexual, ele tem de se abster durante um certo período de tempo antes de ter relações sexuais com ela - um ou dois ciclos menstruais. Essa abstinência é conhecida na lei islâmica como istibra e tem por fim assegurar que a barriga da escrava está "vazia", para que nenhuma criança concebida por outro homem seja imposta ao novo dono.

Quando Khaula percebeu que estava grávida, foi à sala do combatente, pegou numa televisão e carregou-a para cima e para baixo nas escadas durante horas. Outras mulheres empilhavam pedras em cima delas próprias ou saltavam de edifícios altos para forçar um aborto. "Eu tentei tudo, mas não perdi a criança", diz Khaula.

A mulher do combatente em breve ficou com ciúmes, um golpe de sorte para Khaula. "Não quero ver mais a tua barriga", disse ela numa manhã. Deu um telefone a Khaula, que esta usou para marcar o número do irmão em Dohuk. O irmão deu-lhe o endereço de um conhecido para onde deveria ir. Khaula deixou a casa envergando uma burca e aceitou o dinheiro que a mulher lhe ofereceu para fugir. No táxi, em vez de usar a palavra chukran (obrigada, em árabe), teve receio e usou o termo do Daesh "Jazaak Allaahu Khayran".

O conhecido do irmão estabeleceu contacto com uma rede yazidi a operar na região do EI - intermediários que têm frequentemente conseguido tirar as mulheres do cativeiro e passá-las para o território controlado pelos curdos. A rede é dirigida por um homem com base em Dohuk que dá pelo nome de Abu Shuya. Ele está constantemente a fazer malabarismos com três telemóveis e recebeu múltiplas ameaças de morte do EI.

Khaula esperou 40 dias. Abu Shuya mandou então um ajudante que a levou para uma família árabe localizada perto da fronteira. Só avançavam de noite, rastejando durante cerca de cinco horas pelas montanhas. O ajudante teve de carregar com Khaula na tirada final até Peshmerga, pois só ele é que sabia onde estavam localizadas as minas no terreno pedregoso. "Finalmente estava livre", diz Khaula.
Pensa-se que cerca de duas mil mulheres conseguiram escapar com sucesso das zonas controladas pelo EI. As Nações Unidas calculam que ainda aí vivem em escravatura perto de 3500 mulheres yazidi. Outras fontes mencionam que o número pode atingir os 7000.

Escolhas difíceis
É para Dohuk, uma cidade com meio milhão de habitantes localizada a 75 quilómetros de distância de Mossul, no Norte do Curdistão iraquiano, que as sobreviventes do terror do EI vão em primeiro lugar. Está rodeada por cidades de tendas e montanhas de cor ocre. É aqui que chegam as mulheres grávidas e onde são feitos os abortos dos bebés do Estado Islâmico. É também onde os bebés sobreviventes são dados para adoção.
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Khaula encontrou-se com o irmão num campo em Dohuk. Nessa altura estava no sexto mês de gravidez. "Eu estava tão feliz, nem sabia como o abraçar", diz ela. Nessa noite vestiu várias camadas de roupa numa tentativa para esconder a barriga, mas toda a gente continuava a olhar para ela. Uma noite, o seu tio chamou-a de lado e disse-lhe: "Por favor, não queremos bebés do Daesh."

Ela decidiu fazer um aborto e encontrou um médico que lhe deu medicação para provocar o parto. Passou dois dias num hotel e depois foi para o hospital como uma doente normal. "O pai da criança está a combater na frente", disse-lhes. Deu à luz uma menina com o cabelo escuro e a cara de um passarinho bebé. Anteriormente, ela tinha imaginado o que seria ter um bebé, como seriam as suas mãos minúsculas e o seu cheiro de recém-nascido.

Agora a bebé estava deitada a seu lado, morta. "Os médicos não queriam que ela morresse, mas houve problemas", diz ela. Khaula olhou para ela e tocou-lhe ao de leve no pé com a ponta do dedo.
Depois tapou a criança recém-nascida morta com um cobertor. O seu primo foi buscá-la de carro e, juntos, puseram a menina num saco de plástico e saíram da cidade para enterrar a bebé à beira de uma estrada. Khaula ficou no carro. Conta que o seu único pensamento era: "Assassinei uma criança."

A seguir ao enterro, o seu tio matou um cordeiro como expiação. Depois, Khaula foi para a primavera branca em Lalish, um local sagrado yazidi, para se limpar. Aí recebeu uma bênção de Baba Sheikh, o líder espiritual yazidi, o qual, desde 2014, acolheu centenas de mulheres violadas de volta à comunidade.

* Esta barbárie foi na Idade Média ou existe em pleno século XXI?


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HOJE NO
"RECORD"
Marcha ataca pódio 
no Mundial de Seleções

A Seleção Nacional feminina de marcha terá hoje o pódio como objetivo no Campeonato do Mundo de Seleções, a realizar em Roma. Desde 2004, Portugal foi sucessivamente 4º, 2º, 1º, 4º e 3º nesta competição e a equipa composta por Ana Cabecinha, Inês Henriques, Vera Santos, Susana Feitor e Daniela Cardoso tem boas hipóteses de subir ao pódio pela quarta vez em seis edições. As três últimas terão outro objetivo em mente: a melhor entre elas será a terceira portuguesa apurada para os Jogos Olímpicos, onde já estão Ana Cabecinha e Inês Henriques.
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Menos hipóteses terão os atletas masculinos – os irmãos Vieira e Miguel Carvalho nos 20 km e Pedro Isidro nos 50 km. Esta última prova será histórica, pois pela primeira vez foram admitidas mulheres. Mas apenas uma se inscreveu – a norte-americana Erin Talcott, cujo melhor de 4h33m22s é superior ao de três dos seus colegas de equipa, por sinal muito fraca!

Estrelas no Algarve
O 2º meeting do circuito nacional – Meeting Vítor Tavares, organizado pela Casa do Benfica de Faro, hoje às 17h30, contará com primeiros planos nacionais, além de numerosos estrangeiros, em estágio no Algarve. Várias leoas vão preparar a Taça dos Campeões Europeus, no final do mês, na Turquia, nomeadamente Dorcas Bazolo (100 m), Cátia Azevedo (400 m), Salomé Afonso (800 m), Vera Barbosa, Andreia Crespo e Patrícia Lopes (400 m barreiras), Shaina Mags (comprimento) e Jessica Inchude (peso). O Benfica apresentará André Marques (400 m), Diogo Mestre (400 m barreiras), Edi Maia e Diogo Ferreira (vara), Tsanko Arnaudov (peso) e Marcos Caldeira (comprimento), este tendo como principal adversário o progressivo Miguel Marques (J. Vidigalense).

* Desejamos a vitória!

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HENRI 
CARTIER-BRESSON

CAFÉS
















Henri Cartier-Bresson (Chanteloup-en-Brie, 22 de agosto de 1908 — Montjustin, 3 de agosto de 2004) foi um fotógrafo do século XX, considerado por muitos como o pai do fotojornalismo.
Cartier-Bresson era filho de pais de uma classe média (família de industriais têxteis), relativamente abastada. Quando criança, ganhou uma câmera fotográfica Box Brownie, com a qual produziu inúmeros instantâneos. Sua obsessão pelas imagens levou-o a testar uma câmera de filme 35mm. Além disto, Bresson também pintava e foi para Paris estudar artes em um estúdio.
Em 1931, aos 22 anos, Cartier-Bresson viajou à África, onde passou um ano como caçador. Porém, uma doença tropical obrigou-o a retornar à França. Foi neste período, durante uma viagem a Marselha, que ele descobriu verdadeiramente a fotografia, inspirado por uma fotografia do húngaro Martin Munkacsi, publicada na revista Photographies (1931), mostrando três rapazes negros a correr em direção ao mar, no Congo.

Quando eclodiu a Segunda Guerra Mundial, Bresson serviu o exército francês. Durante a invasão alemã, Bresson foi capturado e levado para um campo de prisioneiros de guerra. Tentou por duas vezes escapar e somente na terceira obteve sucesso. Juntou-se à Resistência Francesa em sua guerrilha pela liberdade.

Quando a paz se restabeleceu, Cartier-Bresson, em 1947, fundou a agência fotográfica Magnum junto com Bill Vandivert, Robert Capa, George Rodger e David Seymour "Chim". Começou também o período de desenvolvimento sofisticado de seu trabalho.
Revistas como a Life, Vogue e Harper's Bazaar contrataram-no para viajar pelo mundo e registrar imagens únicas. Da Europa aos Estados Unidos, da Índia à China, Bresson dava o seu ponto de vista especialíssimo.
Tornou-se também o primeiro fotógrafo da Europa Ocidental a registrar a vida na União Soviética de maneira livre. Fotografou os últimos dias de Gandhi e os eunucos imperiais chineses, logo após a Revolução Cultural.
Na década de 1950, vários livros com seus trabalhos foram lançados, sendo o mais importante deles "Images à la Sauvette", publicado em inglês sob o título "The Decisive Moment" (1952). Em 1960, uma megaexposição com quatrocentos trabalhos rodou os Estados Unidos em uma homenagem ao nome forte da fotografia.


TEXTO: WIKIPÉDIA
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876
Senso d'hoje

  EUGENIO AMBROSI
RESPONSÁVEL  EUROPEU
DA "OIM"
"Os refugiados podem reforçar 
o nosso sistema social"


*Como integrar os refugiados nas sociedades europeias, sabendo que muitos deles necessitam, para além de aprender a língua e encontrar um emprego, de ajuda especializada para enfrentar os traumas provocados pelas situações que viveram?
A jornalista Sophie Claudet entrevistou Eugenio Ambrosi, responsável europeu pela Organização Internacional para as Migrações (OIM).


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