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OS TUNEZA
 O "GARÇOM"



* Do melhor humor angolano


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4-ANTICONCEPÇÃO


SEM ESTROGÉNIO


AMAMENTAÇÃO


Uma interessante série conduzida pela Professora CÉLIA REGINA DA SILVA, Mestre em Ginecologia FCMSCMSP, Coordenadora do Planeamento Familiar.

* Uma produção "CANAL MÉDICO"


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3-QUEM SOMOS  NÓS?




* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.

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JOSÉ JORGE LETRIA

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Comunismo e rock: 
a outra “guerra fria”

Para muitos milhares de cubanos, a longa “guerra fria” entre Havana e Washington terminou muito mais com o som poderoso e mobilizador dos Stones do que com Obama a cumprimentar cordialmente Raúl Castro.

O concerto dos Rolling Stones em Havana, com centenas de milhares de pessoas a assistir, acabou por ter um carácter tão histórico como o da visita do Presidente Barack Obama, após décadas de relações cortadas dos Estados Unidos com a Cuba de Fidel, “Che” Guevara e Raul Castro. Foi a primeira vez que os cubanos, tanto os mais velhos como os jovens, puderam assistir a um concerto com esta dimensão e fulgor, num país que sempre encarou de forma crítica, restritiva e censória a música dos Stones, dos Beatles e de muitos outros, mesmo tendo e conta que músicos como Carlos Santana e alguns mais chegaram a identificar-se com a figura do argentino “Che” Guevara, assassinado em Higuera, na Bolívia, em 1967 pela tropa de René Barrientos e pela CIA.

Ernesto “Che” Guevara, médico de profissão e guerrilheiro por opção, não gostava de rock e, quando, integrado como comandante das forças rebeldes comandadas por Fidel Castro, conquistou Santa Clara, já muito perto do dia 1 de Janeiro de 1959, data da entrada triunfal dos guerrilheiros da Sierra Maestra em Havana, após a fuga do corrupto Fulgencio Batista (que acabou por se exilar em Portugal), proibiu o jogo e também os bailes juvenis pela sua “frivolidade” em tempo de profundas mudanças sociais e políticas.

Em 1964/65, o rock foi proibido em Cuba, e os Beatles, na terra da “salsa”, chegaram a ser considerados “agentes do imperialismo”, crítica que pelo menos John Lennon, combativo como sempre, não teria deixado sem a resposta adequada. Entretanto, Beatles, Stones, Bob Dylan e muitos outros construíram obra e carreira, sem quererem saber dessas barreiras ideológicas que em alguns países os afastavam compulsivamente da juventude.

Em Cuba, os tempos passaram e um neto de “Che” Guevara, de seu nome Caisek Sanchez Guevara, tornado guitarrista, foi politicamente perseguido, acabando por abandonar o país. Deste modo, o comunismo e o rock viviam uma relação tensa e de grande crispação e desconfiança, o que levou a que na URSS e nos países da Europa do Leste que dependiam política e militarmente de Moscovo o rock, mesmo sem ser proibido, estivesse sujeito à intervenção da censura, fazendo proliferar o mercado negro em seu redor. Quem queria ouvir ouvia, mesmo que tivesse de pagar um preço avultado por esse prazer de excepção. Entre o cubanos que agora em Havana ajustaram contas com décadas de privação, viam-se pessoas comovidas que falavam de Satisfaction como se citassem uma velha oração proibida.

Na China de Mao Tsetung, a Revolução Cultural baniu a música rock, que claramente associou ao imperialismo e às suas mensagens. Na Indonésia, que matou e viu matar muitas dezenas de milhares de comunistas, o rock esteve proibido durante mais de três décadas, no Paquistão no final da década de 70 do século passado e no Afeganistão entre 1994 e 2001.

Ao ser assassinado com 39 anos em 1967, no meio da floresta boliviana, Che Guevara não gostava de rock e do que ele representava. Tinha idade e experiência bastantes para gostar, mas foi som e estilo a que nunca se afeiçoou, acabando por mudar tantos gostos e mentalidades como algum do melhor rock seu contemporâneo.

Nos Estados Unidos, na década de 80, a direita radical que teria, com Reagan na Casa Branca, o seu tempo de glória ergueu-se contra o rock e os perigos da sua mensagem, lançando o reaccionário selo “Parental Advisory Explicit Content”, que o mercado e a vida democrática acabaram por esvaziar de sentido e fazer cair no esquecimento.

Agora, depois de muito caminho andado e sem terem necessidade material ou artística de conquistar novos públicos e mercados, Mick Jagger e Keith Richards, ambos com 72 anos, deslumbraram Havana com a sonoridade inconfundível de uma banda que, com mais de 50 anos de vida, tem tanta pujança simbólica, mediática e mítica como o próprio Ernesto “Che” Guevara, cujo meio século da morte será celebrado no próximo ano.

Para muitos milhares de cubanos, a longa “guerra fria” entre Havana e Washington terminou muito mais com o som poderoso e mobilizador dos Stones do que com Obama a cumprimentar 
cordialmente Raúl Castro. Resta agora saber o que vai ficar de tudo isto e até que ponto Satisfaction poderá ajudar o poder político em Washington a fazer cessar décadas de embargo que, bem vistas as coisas, tanto contribuíram para manter no poder os irmãos Castro e o seu modelo de sociedade, agora já não vinculado a Moscovo, apesar das boas relações comerciais que se mantiveram após a queda do comunismo, depois do derrube do Muro de Berlim em 1989.

Neste mundo globalizado, o rock e o comunismo têm o seu tempo e a sua história, as suas mágoas e a sua memória. Cabe às gerações futuras determinar até que ponto o mundo continuará a rever-se nos seus vários legados e cicatrizes.

Escritor, jornalista e presidente da Sociedade Portuguesa de Autores

IN "PÚBLICO"
30/03/16

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827.UNIÃO


EUROPEIA



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ATENTADO DO LAHORE
O que há por trás
de tamanha violência




FONTE: EURONEWS


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I- VIDA SELVAGEM
2- O terrível crorcodilo
de água salgada




* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.

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RECORDANDO


Maria Fernanda Soares

Gietas


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HOJE NO 
"RECORD"

Sara Moreira foi nona na 
Meia Maratona de Praga

A atleta portuguesa Sara Moreira classificou-se este sábado em nono lugar na Meia Maratona de Praga, prova dominada pelas atletas africanas. 
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A sportinguista, que só agora vai iniciar a sua preparação para a maratona dos Jogos Olímpicos Rio'2016, concluiu no tempo de 01.10,25 horas, numa prova que proporcionou à vencedora, a queniana Violah Jepchumba, o melhor tempo mundial do ano: 01.05.51 horas.

Seguiram-se-lhe a etíope Worknesh Degefa, com 1:06.14, e a queniana Gladys Jepkemoi Yator, com 1:08.39.

No setor masculino, o vencedor foi o queniano Daniel Wanjiru, com 59.20 minutos.

* Acreditamos no valor de Sara Moreira, vai fazer bom resultado no Rio, temos esperança.


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SÓ MAIS 1 MINUTO



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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"

Ordens contra anúncios. Pedida a
. intervenção do ministro da Saúde. 

"Há publicidade enganosa na área da saúde com consequentes prejuízos para as pessoas." A denúncia é do presidente do Conselho Nacional das Ordens Profissionais, Orlando Monteiro da Silva, que perante "a falta de respostas por parte da Entidade Reguladora da Saúde" pede uma intervenção do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes. 
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Orlando Monteiro da Silva, que dirige a entidade que representa sete ordens (biólogos, enfermeiros, farmacêuticos, médicos, médicos dentistas, nutricionistas e psicólogos), diz que há vários exemplos de produtos com publicidade duvidosa, como é o caso do suplemento Calcitrin. 

O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, avança que "a questão não se limita ao Calcitrin, mas a todos os produtos de cálcio". "Prometem o regresso à juventude, contudo, é importante sublinhar que o excesso de cálcio pode provocar pedras no rim, com consequentes prejuízos para a saúde das pessoas", explica. Além disso, frisa, "são produtos com preços extremamente elevados". Já Orlando Monteiro da Silva considera que "este conjunto de práticas tem sido crescente, apesar da legislação". "Verifica-se um aumento dos anúncios que prometem rápidas reduções de peso e até a oferta de cirurgias", afirma o também bastonário dos médicos dentistas. 

* Respeitamos muito pessoas como Simone de Oliveira e Manuel Luís Goucha, enormes profissionais e sérias, não compreendemos porque participam em campanhas destas.
Já aqui nos manifestámos contra estas vigarices.

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LEAL COMPANHEIRO




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HOJE NO 
"OJE"

BPI. Isabel dos Santos 
ganha mais que espanhóis

O BPI tem que reduzir a exposição ao mercado angolano. A ordem vem de Frankfurt. Os acionistas Isabel dos Santos e Caixabank não se entendem. Os espanhóis são quem mais perde: têm 44,4% do banco

Isabel dos Santos é quem mais ganha no “braço de ferro” com os espanhóis do Caixabank (La Caixa) pela solução para o BPI. A empresária tem 18,6% do capital direto no banco e mais 2,28% via BIC. 

Os espanhóis têm 44,4% e quando for a hora de dividir as consequências da multa milionária por não acatarem a recomendação do BCE/BdP relativamente à exposição a ativos angolanos, o maior perdedor é o maior acionista. Até 10 de abril, o BPI terá de reduzir a participação de 50,1% que detém no BFA angolano. O que aqui está em causa é o não reconhecimento da supervisão africana por parte do BCE. As instituições financeiras europeias com ativos naquela região são fortemente penalizadas. Aliás, estima-se que a nova forma de contabilização dos ativos em Angola aumentaria a exposição do BPI àquele país em 3700 milhões de euros.
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MONA PREVERSA
A opção está a ser discutida há meses entre os dois principais acionistas, sendo que o Caixabank rompeu as negociações na semana passada. A Santoro, de Isabel dos Santos, mantém-se disponível para voltar à mesa das negociações. O valor das ações caiu a pique, mas analistas do Haitong e da CaixaBI acreditam que com o aproximar da data limite imposta pelo BCE/BdP será encontrada uma solução, sob pena de inviabilizarem o banco.

O tema banca voltou à ribalta com base na discussão sobre a “espanholização” do sistema bancário nacional. A imposição da venda rápida do Banif ao Santander, naquilo que alguns chamam de “fato à medida”, redundou numa responsabilidade para o contribuinte da ordem dos três mil milhões de euros.

Entretanto, com o capital angolano a ser considerado de “non grato” pelo BCE, e com a intervenção do PM e do PR no sentido de resolver o diferendo, enquanto aparecia um manifesto anti-espanholização do sistema financeiro nacional, passou para a ordem do dia a discussão sobre a bondade deste ou daquele capital. No sistema discute-se, entretanto, o que será o futuro do setor, com eventuais consolidações. Num cenário em que o BPI fique do lado do La Caixa, já que Isabel dos Santos ficaria a controlar o angolano BFA, pergunta-se sobre a viabilidade do próprio BPI, já que mais de metade dos seus resultados têm origem em Angola. O La Caixa terá de fazer mais e tentar uma aquisição e/ou fusão com o Novo Banco. Esta é uma hipótese.

Entretanto, os angolanos vão ter de se mexer a partir do BCP. Nuno Amado, o CEO do BCP tenta conter a queda do título que se revela difícil. A possível fusão de ações, com o objetivo de existirem menos títulos no mercado e a possibilidade de um aumento de capital para entrada de um novo acionista, está a penalizar as ações, tal como os analistas antecipavam. Com o BCE a “torcer o nariz” a mais capital angolano para o BCP, quem resta? O Sabadell que tem uma posição de longo prazo e que sempre injetou dinheiro ao longo dos últimos sete anos? Ou mais capital chinês? Estes querem estabilidade para entrar.

Fala-se na necessidade de ter centros de decisão nacionais e capital nacional nos bancos. Mas onde estão os capitalistas e o capital? Os últimos 30 anos provaram que os investidores portugueses na banca foram sempre de curto prazo. Veja-se o caso do BCP, um banco que começou com grande volume de capitais nacionais e que em agosto de 2007 valia 15 mil milhões de euros e hoje vale dois mil milhões de euros. E, considerando ainda os 5,3 mil milhões de euros que os acionistas injetaram desde 2008 para cá, a instituição consumiu cerca de 18 mil milhões de euros. Os apelos nacionais continuam. 

Ainda esta semana o presidente da CCIP, Bruno Bobone, anunciava que iria desafiar os empresários a criarem um banco de investimento de capitais nacionais alternativos à CGD.

* Verdadeiramente prejudicado é Portugal.

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5 VEZES QUE A SUA 


MÃE O ENVERGONHOU




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HOJE NO 
"A BOLA"

BENFICA
«Chegar aos 100 golos 
deixa-nos cheios de orgulho»
 – Rui Vitória
 
Ao marcar cinco golos ao SC Braga o Benfica atingiu os 100 golos, no somatório de todas as competições, algo que deixou o técnico Rui Vitória muito orgulhoso do trabalho dos seus pupilos.
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«Chegar aos 100 golos deixa-nos cheios de orgulho. É a concretização das nossas ideias e dá corpo ao que temos vindo a desenvolver. Estamos a marcar golos com facilidade, mas não estamos preocupados com isso, porque aquilo que queremos sempre é ganhar. Depois, se for possível marcar mais golos é melhor ainda, mas não estamos preocupados em bater recordes. Agora, é sinal de grande satisfação para nós», afirmou Rui Vitória, em conferência de Imprensa.

* Como adeptos do Sporting não nos agradam as vitórias do Benfica nesta ponta final do calendário da Liga, não sabemos se o Benfica está imparável a caminho do título, mas parece. 
Sempre dissemos bem de Rui Vitória como de Jorge Jesus, deplorámos as guerrilhas entre ambos, mantemos as opiniões. 

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AS CONTAS DA D. CRISTAS"

Para não haver qualquer dúvida sobre a fidelidade das fontes, informa-se que os factos seguintes estão expressos no insuspeito jornal Expresso, de 27 de fevereiro, em local escondido (p. 10,à esquerda, ao fundo).
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 1. A D. Cristas deixou um "buraco" de 340 milhões de euros, no Ministério da Agricultura ;

2. A D. Cristas assume que deixou uma herança que incluía o pagamento futuro de 200 milhões mas que Passos Coelho e M. Luís Albuquerque sabiam;

3. A D. Cristas esgotou num ano (de eleições, recordemos) os milhões de verbas da UE para cinco anos e até excedeu as verbas em 296 milhões de euros;

4. Da dotação global de 576 milhões para ajudas "agroalimentares", a gastar entre 2015 e 2019, a Cristas "comprometeu" 872 milhões, logo em 2015!

A saga poderia continuar (20 milhões de euros de seguros por pagar, 24 milhões de obras no Alqueva...) mas basta isto para medirmos a irresponsabilidade de quem distribuiu milhões em ano de votos, enchendo os bolsos dos amiguinhos da CAP e não só.
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Afinal, andamos a ser aldrabados por quem esbanjou num dia o que fará falta nos anos seguintes. Esta senhora , refinadamente beata, quer agora dar lições de moral e de boa gestão. E está a chefiar um partido!

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HOJE NO 
"OBSERVADOR"
A cientista do cancro, que depois de
. acabar a tese, ficou no desemprego

 Ana Luísa Silva voltou para Portugal com uma bagagem cheia de conhecimentos em imunoterapia para o tratamento do cancro, mas está desempregada desde 2013.

Durante quase dois anos passou os dias ao computador. A consultar bibliografia e a escrever. Escreveu quatro artigos científicos e completou a tese de doutoramento, que defendeu a 22 de dezembro de 2015. Agora, sente os dias demasiado vazios. Ana Luísa Silva é engenheira biológica, mestre em Biotecnologia e agora doutorada em Ciências Biofarmacêuticas, mas está desempregada desde 2013.
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Ana Luísa foi para a Holanda fazer o doutoramento em 2008. Tinha-lhe interessado o projeto proposto pelo Centro Académico de Leiden para a Investigação em Drogas (LACDR, na sigla em inglês). Mas quando terminou o contrato com a Universidade de Leiden, em 2013, decidiu voltar para Portugal. “Estava farta da Holanda e daquele tempo horrível”, diz a investigadora queixando-se da chuva e dos verões tristes. “Os meus amigos estavam todos a acabar o doutoramento e a ir embora.”
E Ana Luísa Silva veio também. Esperava poder arranjar um trabalho na sua área de investigação e deixar as horas vagas para escrever a tese na área da imunoterapia do cancro. “Voltei com a tese ainda por escrever, mas achei que não teria problemas em arranjar trabalho por cá.” Não podia candidatar-se a bolsas de pós-doutoramento por ainda não ter defendido a tese, mas também não conseguia uma bolsa de investigação para mestre por ser sobre-qualificada.

A imunoterapia – o estímulo do sistema imunitário para combater o cancro – é uma área de investigação em expansão e Ana Luísa Silva trabalhava num tema específico: a utilização de nanopartículas nas vacinas contra o cancro. Tinha-se especializado num campo tão específico que achou que seria fácil encontrar emprego, mas não foi. “Cheguei à conclusão que existe imensa gente com doutoramento à procura de emprego”, diz. “Como é que há 10 pessoas a concorrer a uma vaga numa área tão específica?” Mas a investigadora sabe que muitas vezes, apesar de o concurso público ser obrigatório, a bolsa já está atribuída a alguém do laboratório.

Com 36 anos, Ana Luísa quer “assentar num sítio e criar raízes”, por isso não se sente muito atraída por bolsas de investigação de três ou seis meses, longe de Lisboa e que nenhuma garantia lhe dão sobre o futuro. Já pensou em desviar-se um pouco da sua área e ir para os ensaios clínicos, mas ficou indignada com as condições: para concorrer a uma vaga nesta área tem de ter experiência profissional, mas para ter experiência profissional tem de primeiro concluir uma formação de 50 horas na empresa. A formação custa 1.500 euros e só os três melhores classificados podem ficar na empresa a ganhar a dita experiência. Mas mesmo depois da formação paga, o emprego que os “três felizardos” conseguem é um estágio profissional do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). “As pessoas pagam para fazer o curso e depois fazem um estágio que metade dele é pago por todos nós”, diz indignada.

E a investigadora tem ainda mais razões para estar desiludida com o IEFP. Estava inscrita desde que voltou da Holanda, não porque ganhasse dinheiro com isso, mas porque alguns empregos pedem que esteja inscrita há seis meses ou um ano. Contudo, quando disse que tinha de se ausentar do país por cinco dias para defender a tese de doutoramento em Leiden, foi obrigada a cancelar a inscrição no IEFP, conta a investigadora. Neste momento, e aos olhos desta entidade, é como se só estivesse desempregada há um par de meses.

O que torna o vírus diferente também o faz mais vulnerável
Agora que não tem os dias completamente preenchidos com a escrita científica, Ana Luísa Silva passa grande parte do seu tempo a ver programas de culinária e a pôr em prática aquilo que aprende, mas na Holanda a receita que preparava era outra: uma solução mais eficaz para uma vacina contra o cancro do colo do útero. Os resultados conseguidos são preliminares e ainda estão longe dos ensaios clínicos, mas as perspetivas são promissoras.

Já existe vacina contra algumas estirpes do papiloma vírus humano (HPV), a principal (se não a única) causa do cancro do colo do útero, e até faz parte do Programa Nacional de Vacinação (só para raparigas com menos de 13 anos). A vacina é eficaz na prevenção da infeção porque tem anticorpos específicos contra determinadas estirpes do vírus (HPV 6, 11, 16, 18), mas uma vez que o vírus se tenha instalado no interior das células, estes anticorpos já nada podem fazer. Quando as células infetadas com o vírus não são eliminadas naturalmente pelo sistema imunitário podem originar lesões pré-cancerígenas, que, por sua vez, podem levar ao desenvolvimento de um tumor maligno.

Os vírus não são seres vivos. Na verdade, os vírus pouco mais são do que material genético dentro de cápsulas, daí que precisem de infetar células de organismos vivos. Nas células que infetam, assumem o controlo: colocam o seu material genético no comando e aproveitam toda a “fábrica” da célula, por exemplo, na síntese de proteínas. À medida que o material genético do vírus vai sendo transcrito em proteínas, e que o vírus dá novos comandos às células infetadas, algumas dessas proteínas aparecem na superfície das células. Estas “bandeiras” que indicam que aquela célula foi “conquistada” são um bom alvo para os tratamentos de imunoterapia.

O HPV 16, uma das estirpes mais agressivas de HPV, também coloca as suas “bandeiras” na superfície das células, qual caminheiro que chegou a um novo pico de uma montanha. Mas a sua vitória é também a sua derrota, porque é essa “bandeira” que vai dizer ao sistema imunitário que se trata de um elemento estranho ao corpo. Sim, o sistema imunitário consegue reconhecer algumas células de cancro, especialmente estas que têm proteínas exóticas à superfície, mas em alguns momentos não consegue ter uma resposta suficientemente eficaz para eliminar todas as células tumorais.

O que a imunoterapia pretende fazer é identificar para cada tipo de cancro como pode ajudar o sistema imunitário a produzir uma resposta mais agressiva e eficaz. E é neste ponto que voltamos a trabalho de Ana Luísa Silva. Por vezes, o sistema imunitário não consegue lançar o alerta mesmo com todas aquelas “bandeiras”, por isso a investigadora espera dar um pequeno empurrão: enviar informação (os sinais de alerta) nas nanopartículas das vacinas de tratamento.
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As vacinas de imunoterapia contra o cancro do colo do útero pretendem “mostrar” estas “bandeiras” (proteínas) ao sistema imunitário para que ele produza uma resposta. Neste momento estão em ensaios clínicos vacinas que transportam peptídeos sintéticos (equivalentes a partes das “proteínas-bandeira”) num óleo mineral, como o Montanide ou MF59. Nos casos de lesões pré-cancerosas e quando já existe um tumor, os resultados têm sido promissores, “em alguns casos com remissão total”, diz a investigadora. Mas o Montanide tem algumas desvantagens: como não é biodegradável apresenta alguns efeitos secundários (desconforto, inchaço, dor), o processo de produção é complexo e a resposta do sistema imunitário não é tão forte como se desejaria.

Criar uma vacina mais eficaz contra o cancro
Na preparação de uma vacina, o uso de antigénios (moléculas que podem despertar o sistema imunitário) acarreta menos riscos do que usar o agente patogénico atenuado, como um vírus ou uma bactéria. O problema é que os antigénios solúveis das vacinas, mesmo quando são moléculas do vírus, (como as “bandeiras” que o HPV deixa nas células), não são suficientemente “provocadores” aos olhos do sistema imunitário e acabam por ser eliminados do organismo antes de produzirem o efeito desejado.

O óleo mineral nas vacinas pretende servir como um sinalizador das moléculas que se pretende que o sistema imunitário reconheça como estranhas (adjuvante), mas a resposta ainda não é suficientemente forte. Em alternativa, Ana Luísa Silva e Eleni Maria Varypataki usaram como adjuvantes: nanopartículas, compostas por um polímero natural ou sintético, e lipossomas, vesículas esféricas com uma dupla camada lipídica (mais ou menos como a camada de lípidos da membrana celular).
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Eleni Maria Varypataki
O objetivo é que as células dendríticas (um tipo de células do sistema imune) “engulam” os antigénios e os exponham nas membranas celulares. Funciona mais ou menos como um retrato robô espalhado por todas as esquadras da polícia. As células B (que produzem anticorpos) e as células T (que dão outro tipo de resposta imunitária) preparam as armas e, com base naquele “retrato robô”, percorrem o organismo a destruir os “vilões”. É assim que se espera que a vacina contra o cancro do colo do útero funcione: assim que as células T reconheçam que “proteínas-bandeira” é que pertencem ao vírus, as procurem no organismo, as identifiquem nas células da lesão cancerígena (ou pré-cancerígena) e destruam estas células.

Para potenciar a resposta à vacina, as duas investigadoras propõem a utilização de sistemas de partículas para apresentação dos antigénios às células dendríticas, porque a estrutura, pela forma esférica, mimetiza o tamanho e o aspeto dos patogéneos e, portanto, são mais facilmente reconhecidos como um elemento estranho. Depois, quando estas partículas são “engolidas” (internalizadas) pelas células dendríticas vão libertando as “proteínas-bandeira” aos poucos, prolongando o período em que estas células do sistema imunitário mostram os antigénios (“retratos robô”) na membrana. Mais, apesar de biocompatíveis e biodegradáveis, estas partículas não são tão facilmente eliminadas pelos rins como os peptídeos no óleo mineral.

Ana Luísa Silva e Eleni Maria Varypataki compararam o desempenho das nanopartículas PLGA e dos lipossomas com o de dois óleos minerais (Montanide e esqualeno) nos ratos de laboratório. E concluíram que as nanopartículas eram tão boas como os óleos minerais a estimular o sistema imunitário, com a vantagem de que os sistemas de partículas não apresentavam os mesmos tipos de efeitos secundários que os óleos minerais. Melhor foi demonstrar que o desempenho dos lipossomas supera todos os outros. Como são ainda mais pequenos que as nanopartículas é possível que viajem com mais facilidade até aos capilares e nódulos linfáticos, explica a investigadora portuguesa.
As nanopartículas PLGA foram aprovadas pela autoridade norte-americana do medicamento (FDA, Food and Drug Administration) para uso em dispositivos médicos e sistemas de entrega de fármacos. Na verdade, da degradação destas partículas resulta ácido láctico e ácido glicólico, dois subprodutos do metabolismo normal e que portanto podem ser facilmente eliminados do organismo.

Ana Luísa Silva defende este tipo de vacinas por oposição às vacinas ou tratamentos feitos à medida de cada doente. Quando a vacina é feita especificamente para uma pessoa, podem ser retiradas algumas células do sistema imunitário do doente, que são potenciadas ou melhoradas em laboratório, multiplicadas e reintroduzidas no paciente. “Isso obriga a uma vacina por doente: imensa logística, muito mais caro, menos acessível”, conclui a investigadora. Os sistemas de partículas são específicos para a infeção com um determinado vírus ou da “bandeira” apresentada pelas células cancerígenas. Podem assim ser produzidas em quantidade e com menores custos e servir para mais pessoas.

Mas, por enquanto, este é um trabalho preliminar, visto que as investigadoras não chegaram a testar as partículas com os peptídeos produzidos pela infeção com HPV16. O estudo foi feito com ovalbumina que é um modelo muito conhecido e bem estudado, porque o primeiro passo era perceber se os sistemas de partículas nas vacinas eram mais eficazes que os óleos minerais. Se não fossem, a ideia teria de ser descartada (ou melhorada). Assim, cabe à equipa da Universidade de Leiden que continua a investigação nesta área, ou outras equipas na área da imunoterapia, dar o próximo passo – usar os peptídeos do HPV 16 em vez de ovalbumina.

* Portugal jamais deixará  de ser um país infeliz enquanto  cidadãos como Ana Luísa Silva, estiverem encostados à parede, vergonhoso!




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HOJE NO  
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"

MosquitoWEB, o projeto científico
 em que toda a gente pode participar

Cientistas do Instituto de Higiene e Medicina Tropical querem antecipar provável chegada de espécies potencialmente perigosas de mosquitos a Portugal, e contam com a colaboração da população

O corpo está quase todo coberto de minúsculos pêlos e escamas de um cinzento metálico. A tromba afilada, as patas e a filigrana das asas destacam-se, enormes, e bem definidas. 
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Sob o potente microscópio, o Aedes detritus, um mosquito comum nas regiões do litoral português, parece gigantesco e surge iluminado, como uma estranha visão, mas não para a entomologista médica Teresa Novo, que ali reconhece de imediato as particularidades morfológicas da espécie.

"Este chegou-nos hoje do Montijo. Andava a picar no estádio de futebol", conta a professora e investigadora do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT), da Universidade Nova de Lisboa, que lidera o MosquitoWEB.

O projeto, lançado ali há dois anos, assenta na participação dos cidadãos e tem por principal objetivo antecipar a provável chegada ao território nacional de espécies de mosquitos invasoras e potencialmente perigosas para a saúde, porque podem transmitir doenças como zika, dengue e outras, se existirem as condições para isso.

O pequeno detritus que jaz sob as lentes do microscópio no laboratório de microscopia do IHMT foi entregue em mão, mas essa até nem é a forma mais habitual de ali chegarem as amostras de mosquitos que têm sido enviadas de todo o país, de norte a Sul, mais do litoral do que das regiões do interior.
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O projeto tem uma página na Internet, onde estão descritos todos os passos a seguir por quem queira participar.

Há uma forma certa de capturar os mosquitos, com um frasco e uma folha de papel, e outra de os neutralizar - uma hora no congelador, e já está. Esses procedimentos garantem que o corpo frágil do inseto sofre o menor dano possível para poder depois ser identificado e, se for caso disso, estudado pelos entomologistas do IHMT.

A seguir é só enviar pelo correio, com a etiqueta que o site do MosquitoWeb gera para a identificação da amostra. Todos os participantes recebem uma resposta do projeto, assegura Teresa Novo.
"Em alguns casos as pessoas enviaram-nos as imagens dos mosquitos feitas com o telemóvel, em vez do próprio mosquito, o que também é uma possibilidade, se a fotografia tiver qualidade", explica a investigadora.

Desde que se iniciou, o MosquitoWEB já recebeu até hoje mais de 200 mosquitos. "Não é muito", reconhece a coordenadora. "Gostaríamos de receber bastantes mais, isso seria sinal de que a população está envolvida", diz Teresa Novo. Mas como o projeto é para continuar, o convite aí fica. 

Afinal, esta é uma forma muito eficaz de antecipar a chegada de insetos potencialmente perigosos para a saúde, e assim garantir que se ataca a tempo para prevenir que se instalem.

"A ideia foi justamente essa", explica Carla Sousa, a investigadora e entomologista médica que lançou o projeto, há dois anos, no IHMT. O MosquitoWEB acaba assim por ser um complemento do programa de vigilância de vetores da Direção-Geral de Saúde.

"O conceito de citizen science [a ciência feita pelos cidadãos] não é novo, há vários países europeus, como a Holanda, a França ou a Alemanha, onde esta monitorização também está a ser feita com a colaboração das populações, e com bons resultados", explica Carla Sousa. A investigadora é uma das autoras, juntamente com colegas de outros países europeus, de um artigo científico publicado no ano passado sobre os resultados deste trabalho nos vários países.

Invasoras andam por perto
Por cá, o que se pode dizer, dois anos e mais de 200 mosquitos depois, é bastante tranquilizador. "Até agora, não há sinal de espécies invasoras em Portugal, nem de qualquer alteração visível nas populações das residentes", resume Teresa Novo.

Das mais de 40 espécies de mosquitos que existem no país, há sobretudo quatro que concentram as atenções dos entomologistas, pela sua importância médica: se estiverem infetados, e infetantes, o Anopheles atroparvus, o Culex pipens, o Culex theileri e o Aedes caspius podem transmitir doenças como a malária, vírus do Nilo ou dirofilária, este um verme que afeta sobretudo os cães. No entanto, os mosquitos que são seus transmissores também podem picar os humanos.

Por isso, os exemplares de Culex pipiens que chegaram ao IHMT no âmbito do MosquitoWEB, talvez mais de uma dezena, estão todos guardados. No futuro, poderão ser úteis para outros estudos.
Quanto às temidas invasoras, uma delas, a Aedes albopictus, ou mosquito tigre, está já bem perto, nas regiões do Sul de Espanha e é de esperar que por aí venha, mais dia, menos dia. A outra, o Aedes aegypti, estabeleceu-se já na Madeira, em 2005, e foi o responsável aí pela primeira epidemia de dengue na Europa desde 1927. O aegypti não chegou ainda ao território continental.

Originário da Ásia, o mosquito tigre, que é transmissor da febre amarela (caso esteja infetado), chegou à Albânia, vindo da América, através do comércio de pneus usados, nos anos 80, e a partir daí foi-se estabelecendo em vários países europeus. Chegou a Espanha em 2004. Ainda não o temos por cá.

*  Vamos ajudar o IHMT!

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Senso d'hoje

YUSRA MARDINI
 MENINA REFUGIADA SÍRIA
“Uma refugiada síria de olho 
nas Olimpíadas do Rio



As irmãs Mardini fugiram da guerra na Síria em agosto de 2015. Viajaram para o Líbano, depois para a Turquia e pagaram contrabandistas para levá-las para a Grécia. A guarda costeira turca, no entanto, retornou sua embarcação. Na segunda tentativa, o pequeno barco estava sobrecarregado. Após cerca de meia hora em alto-mar, o motor falhou.

Em um ato verdadeiramente heroico, as duas irmãs e dois outros refugiados pularam na água e começaram a empurrar o barco rumo à Europa. Três horas mais tarde, todos eles chegaram à ilha grega de Lesbos. Yusra e Sarah finalmente conseguiram chegar à Áustria e, em seguida, à Alemanha.

As irmãs são grandes nadadores. Yusra representou a Síria no campeonato mundial da Turquia, em 2012. Antes de fugir da guerra, Sarah trabalhou como salva-vidas. Depois de chegar à Alemanha, as irmãs contactaram um clube de natação perto de seu abrigo de refugiados. Agora, as duas meninas treinam diariamente – e Yusra espera competir nos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, no Brasil. As chances são grandes.

FONTE:ONU Brasil

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