Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
02/04/2016
JOSÉ JORGE LETRIA
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IN "PÚBLICO"
30/03/16
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Comunismo e rock:
a outra “guerra fria”
Para muitos milhares de cubanos, a longa “guerra fria” entre Havana e Washington terminou muito mais com o som poderoso e mobilizador dos Stones do que com Obama a cumprimentar cordialmente Raúl Castro.
O concerto dos Rolling Stones em Havana, com centenas de milhares de
pessoas a assistir, acabou por ter um carácter tão histórico como o da
visita do Presidente Barack Obama, após décadas de relações cortadas dos
Estados Unidos com a Cuba de Fidel, “Che” Guevara e Raul Castro. Foi a
primeira vez que os cubanos, tanto os mais velhos como os jovens,
puderam assistir a um concerto com esta dimensão e fulgor, num país que
sempre encarou de forma crítica, restritiva e censória a música dos
Stones, dos Beatles e de muitos outros, mesmo tendo e conta que músicos
como Carlos Santana e alguns mais chegaram a identificar-se com a figura
do argentino “Che” Guevara, assassinado em Higuera, na Bolívia, em 1967
pela tropa de René Barrientos e pela CIA.
Ernesto “Che” Guevara,
médico de profissão e guerrilheiro por opção, não gostava de rock e,
quando, integrado como comandante das forças rebeldes comandadas por
Fidel Castro, conquistou Santa Clara, já muito perto do dia 1 de Janeiro
de 1959, data da entrada triunfal dos guerrilheiros da Sierra Maestra
em Havana, após a fuga do corrupto Fulgencio Batista (que acabou por se
exilar em Portugal), proibiu o jogo e também os bailes juvenis pela sua
“frivolidade” em tempo de profundas mudanças sociais e políticas.
Em
1964/65, o rock foi proibido em Cuba, e os Beatles, na terra da
“salsa”, chegaram a ser considerados “agentes do imperialismo”, crítica
que pelo menos John Lennon, combativo como sempre, não teria deixado sem
a resposta adequada. Entretanto, Beatles, Stones, Bob Dylan e muitos
outros construíram obra e carreira, sem quererem saber dessas barreiras
ideológicas que em alguns países os afastavam compulsivamente da
juventude.
Em Cuba, os tempos passaram e um neto de “Che” Guevara,
de seu nome Caisek Sanchez Guevara, tornado guitarrista, foi
politicamente perseguido, acabando por abandonar o país. Deste modo, o
comunismo e o rock viviam uma relação tensa e de grande crispação e
desconfiança, o que levou a que na URSS e nos países da Europa do Leste
que dependiam política e militarmente de Moscovo o rock, mesmo sem ser
proibido, estivesse sujeito à intervenção da censura, fazendo proliferar
o mercado negro em seu redor. Quem queria ouvir ouvia, mesmo que
tivesse de pagar um preço avultado por esse prazer de excepção. Entre o
cubanos que agora em Havana ajustaram contas com décadas de privação,
viam-se pessoas comovidas que falavam de Satisfaction como se citassem uma velha oração proibida.
Na
China de Mao Tsetung, a Revolução Cultural baniu a música rock, que
claramente associou ao imperialismo e às suas mensagens. Na Indonésia,
que matou e viu matar muitas dezenas de milhares de comunistas, o rock
esteve proibido durante mais de três décadas, no Paquistão no final da
década de 70 do século passado e no Afeganistão entre 1994 e 2001.
Ao
ser assassinado com 39 anos em 1967, no meio da floresta boliviana, Che
Guevara não gostava de rock e do que ele representava. Tinha idade e
experiência bastantes para gostar, mas foi som e estilo a que nunca se
afeiçoou, acabando por mudar tantos gostos e mentalidades como algum do
melhor rock seu contemporâneo.
Nos Estados Unidos, na década de
80, a direita radical que teria, com Reagan na Casa Branca, o seu tempo
de glória ergueu-se contra o rock e os perigos da sua mensagem, lançando
o reaccionário selo “Parental Advisory Explicit Content”, que o mercado
e a vida democrática acabaram por esvaziar de sentido e fazer cair no
esquecimento.
Agora, depois de muito caminho andado e sem terem
necessidade material ou artística de conquistar novos públicos e
mercados, Mick Jagger e Keith Richards, ambos com 72 anos, deslumbraram
Havana com a sonoridade inconfundível de uma banda que, com mais de 50
anos de vida, tem tanta pujança simbólica, mediática e mítica como o
próprio Ernesto “Che” Guevara, cujo meio século da morte será celebrado
no próximo ano.
Para muitos milhares de cubanos, a longa “guerra
fria” entre Havana e Washington terminou muito mais com o som poderoso e
mobilizador dos Stones do que com Obama a cumprimentar
cordialmente
Raúl Castro. Resta agora saber o que vai ficar de tudo isto e até que
ponto Satisfaction poderá ajudar o poder político em Washington
a fazer cessar décadas de embargo que, bem vistas as coisas, tanto
contribuíram para manter no poder os irmãos Castro e o seu modelo de
sociedade, agora já não vinculado a Moscovo, apesar das boas relações
comerciais que se mantiveram após a queda do comunismo, depois do
derrube do Muro de Berlim em 1989.
Neste mundo globalizado, o rock
e o comunismo têm o seu tempo e a sua história, as suas mágoas e a sua
memória. Cabe às gerações futuras determinar até que ponto o mundo
continuará a rever-se nos seus vários legados e cicatrizes.
Escritor, jornalista e presidente da Sociedade Portuguesa de Autores
IN "PÚBLICO"
30/03/16
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No setor masculino, o vencedor foi o queniano Daniel Wanjiru, com 59.20 minutos.
* Acreditamos no valor de Sara Moreira, vai fazer bom resultado no Rio, temos esperança.
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HOJE NO
"RECORD"
Sara Moreira foi nona na
Meia Maratona de Praga
A atleta portuguesa Sara Moreira classificou-se este sábado em nono
lugar na Meia Maratona de Praga, prova dominada pelas atletas africanas.
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A sportinguista, que só agora vai iniciar a sua preparação para
a maratona dos Jogos Olímpicos Rio'2016, concluiu no tempo de 01.10,25
horas, numa prova que proporcionou à vencedora, a queniana Violah
Jepchumba, o melhor tempo mundial do ano: 01.05.51 horas.
Seguiram-se-lhe a etíope Worknesh Degefa, com 1:06.14, e a queniana Gladys Jepkemoi Yator, com 1:08.39.
No setor masculino, o vencedor foi o queniano Daniel Wanjiru, com 59.20 minutos.
* Acreditamos no valor de Sara Moreira, vai fazer bom resultado no Rio, temos esperança.
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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
Ordens contra anúncios. Pedida a
. intervenção do ministro da Saúde.
"Há publicidade enganosa na área da saúde com consequentes prejuízos para as pessoas." A denúncia é do presidente do Conselho Nacional das Ordens Profissionais, Orlando Monteiro da Silva, que perante "a falta de respostas por parte da Entidade Reguladora da Saúde" pede uma intervenção do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.
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Orlando Monteiro da Silva, que dirige a entidade que representa sete ordens (biólogos, enfermeiros, farmacêuticos, médicos, médicos dentistas, nutricionistas e psicólogos), diz que há vários exemplos de produtos com publicidade duvidosa, como é o caso do suplemento Calcitrin.
O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, avança que "a questão não se limita ao Calcitrin, mas a todos os produtos de cálcio". "Prometem o regresso à juventude, contudo, é importante sublinhar que o excesso de cálcio pode provocar pedras no rim, com consequentes prejuízos para a saúde das pessoas", explica. Além disso, frisa, "são produtos com preços extremamente elevados". Já Orlando Monteiro da Silva considera que "este conjunto de práticas tem sido crescente, apesar da legislação". "Verifica-se um aumento dos anúncios que prometem rápidas reduções de peso e até a oferta de cirurgias", afirma o também bastonário dos médicos dentistas.
* Respeitamos muito pessoas como Simone de Oliveira e Manuel Luís Goucha, enormes profissionais e sérias, não compreendemos porque participam em campanhas destas.
Já aqui nos manifestámos contra estas vigarices.
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HOJE NO
"OJE"
"OJE"
BPI. Isabel dos Santos
ganha mais que espanhóis
O BPI tem que reduzir a exposição ao mercado angolano. A ordem vem de Frankfurt. Os acionistas Isabel dos Santos e Caixabank não se entendem. Os espanhóis são quem mais perde: têm 44,4% do banco
Isabel dos Santos é quem mais ganha no “braço de ferro” com os
espanhóis do Caixabank (La Caixa) pela solução para o BPI. A empresária
tem 18,6% do capital direto no banco e mais 2,28% via BIC.
Os espanhóis
têm 44,4% e quando for a hora de dividir as consequências da multa
milionária por não acatarem a recomendação do BCE/BdP relativamente à
exposição a ativos angolanos, o maior perdedor é o maior acionista. Até
10 de abril, o BPI terá de reduzir a participação de 50,1% que detém no
BFA angolano. O que aqui está em causa é o não reconhecimento da
supervisão africana por parte do BCE. As instituições financeiras
europeias com ativos naquela região são fortemente penalizadas. Aliás,
estima-se que a nova forma de contabilização dos ativos em Angola
aumentaria a exposição do BPI àquele país em 3700 milhões de euros.
A opção está a ser discutida há meses entre os dois principais
acionistas, sendo que o Caixabank rompeu as negociações na semana
passada. A Santoro, de Isabel dos Santos, mantém-se disponível para
voltar à mesa das negociações. O valor das ações caiu a pique, mas
analistas do Haitong e da CaixaBI acreditam que com o aproximar da data
limite imposta pelo BCE/BdP será encontrada uma solução, sob pena de
inviabilizarem o banco.
O tema banca voltou à ribalta com base na discussão sobre a
“espanholização” do sistema bancário nacional. A imposição da venda
rápida do Banif ao Santander, naquilo que alguns chamam de “fato à
medida”, redundou numa responsabilidade para o contribuinte da ordem dos
três mil milhões de euros.
Entretanto, com o capital angolano a ser considerado de “non grato”
pelo BCE, e com a intervenção do PM e do PR no sentido de resolver o
diferendo, enquanto aparecia um manifesto anti-espanholização do sistema
financeiro nacional, passou para a ordem do dia a discussão sobre a
bondade deste ou daquele capital. No sistema discute-se, entretanto, o
que será o futuro do setor, com eventuais consolidações. Num cenário em
que o BPI fique do lado do La Caixa, já que Isabel dos Santos ficaria a
controlar o angolano BFA, pergunta-se sobre a viabilidade do próprio
BPI, já que mais de metade dos seus resultados têm origem em Angola. O
La Caixa terá de fazer mais e tentar uma aquisição e/ou fusão com o Novo
Banco. Esta é uma hipótese.
Entretanto, os angolanos vão ter de se mexer a partir do BCP. Nuno
Amado, o CEO do BCP tenta conter a queda do título que se revela
difícil. A possível fusão de ações, com o objetivo de existirem menos
títulos no mercado e a possibilidade de um aumento de capital para
entrada de um novo acionista, está a penalizar as ações, tal como os
analistas antecipavam. Com o BCE a “torcer o nariz” a mais capital
angolano para o BCP, quem resta? O Sabadell que tem uma posição de longo
prazo e que sempre injetou dinheiro ao longo dos últimos sete anos? Ou
mais capital chinês? Estes querem estabilidade para entrar.
Fala-se na necessidade de ter centros de decisão nacionais e capital
nacional nos bancos. Mas onde estão os capitalistas e o capital? Os
últimos 30 anos provaram que os investidores portugueses na banca foram
sempre de curto prazo. Veja-se o caso do BCP, um banco que começou com
grande volume de capitais nacionais e que em agosto de 2007 valia 15 mil
milhões de euros e hoje vale dois mil milhões de euros. E, considerando
ainda os 5,3 mil milhões de euros que os acionistas injetaram desde
2008 para cá, a instituição consumiu cerca de 18 mil milhões de euros.
Os apelos nacionais continuam.
Ainda esta semana o presidente da CCIP,
Bruno Bobone, anunciava que iria desafiar os empresários a criarem um
banco de investimento de capitais nacionais alternativos à CGD.
* Verdadeiramente prejudicado é Portugal.
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HOJE NO
"A BOLA"
BENFICA
«Chegar aos 100 golos
deixa-nos cheios de orgulho»
– Rui Vitória
Ao marcar cinco golos ao SC Braga o Benfica atingiu
os 100 golos, no somatório de todas as competições, algo que deixou o
técnico Rui Vitória muito orgulhoso do trabalho dos seus pupilos.
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«Chegar
aos 100 golos deixa-nos cheios de orgulho. É a concretização das nossas
ideias e dá corpo ao que temos vindo a desenvolver. Estamos a marcar
golos com facilidade, mas não estamos preocupados com isso, porque
aquilo que queremos sempre é ganhar. Depois, se for possível marcar mais
golos é melhor ainda, mas não estamos preocupados em bater recordes.
Agora, é sinal de grande satisfação para nós», afirmou Rui Vitória, em
conferência de Imprensa.
* Como adeptos do Sporting não nos agradam as vitórias do Benfica nesta ponta final do calendário da Liga, não sabemos se o Benfica está imparável a caminho do título, mas parece.
Sempre dissemos bem de Rui Vitória como de Jorge Jesus, deplorámos as guerrilhas entre ambos, mantemos as opiniões.
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AS CONTAS DA D. CRISTAS"
Para não haver qualquer dúvida sobre a fidelidade das fontes, informa-se
que os factos seguintes estão expressos no insuspeito jornal Expresso,
de 27 de fevereiro, em local escondido (p. 10,à esquerda, ao
fundo).
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1. A D. Cristas deixou um "buraco" de 340 milhões de euros, no Ministério da Agricultura ;
2. A D. Cristas assume que deixou uma herança que incluía o pagamento futuro de 200 milhões mas que Passos Coelho e M. Luís Albuquerque sabiam;
3. A D. Cristas esgotou num ano (de eleições, recordemos) os milhões de verbas da UE para cinco anos e até excedeu as verbas em 296 milhões de euros;
4. Da dotação global de 576 milhões para ajudas "agroalimentares", a gastar entre 2015 e 2019, a Cristas "comprometeu" 872 milhões, logo em 2015!
A saga poderia continuar (20 milhões de euros de seguros por pagar, 24 milhões de obras no Alqueva...) mas basta isto para medirmos a irresponsabilidade de quem distribuiu milhões em ano de votos, enchendo os bolsos dos amiguinhos da CAP e não só.
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1. A D. Cristas deixou um "buraco" de 340 milhões de euros, no Ministério da Agricultura ;
2. A D. Cristas assume que deixou uma herança que incluía o pagamento futuro de 200 milhões mas que Passos Coelho e M. Luís Albuquerque sabiam;
3. A D. Cristas esgotou num ano (de eleições, recordemos) os milhões de verbas da UE para cinco anos e até excedeu as verbas em 296 milhões de euros;
4. Da dotação global de 576 milhões para ajudas "agroalimentares", a gastar entre 2015 e 2019, a Cristas "comprometeu" 872 milhões, logo em 2015!
A saga poderia continuar (20 milhões de euros de seguros por pagar, 24 milhões de obras no Alqueva...) mas basta isto para medirmos a irresponsabilidade de quem distribuiu milhões em ano de votos, enchendo os bolsos dos amiguinhos da CAP e não só.
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Afinal,
andamos a ser aldrabados por quem esbanjou num dia o que fará falta nos
anos seguintes. Esta senhora , refinadamente beata, quer agora
dar lições de moral e de boa gestão. E está a chefiar um partido!
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O que torna o vírus diferente também o faz mais vulnerável
Criar uma vacina mais eficaz contra o cancro
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HOJE NO
"OBSERVADOR"
"OBSERVADOR"
A cientista do cancro, que depois de
. acabar a tese, ficou no desemprego
. acabar a tese, ficou no desemprego
Ana Luísa Silva voltou para Portugal com uma bagagem cheia de
conhecimentos em imunoterapia para o tratamento do cancro, mas está
desempregada desde 2013.
Durante quase dois anos passou os dias ao computador. A consultar
bibliografia e a escrever. Escreveu quatro artigos científicos e
completou a tese de doutoramento, que defendeu a 22 de dezembro de 2015.
Agora, sente os dias demasiado vazios. Ana Luísa Silva é engenheira
biológica, mestre em Biotecnologia e agora doutorada em Ciências
Biofarmacêuticas, mas está desempregada desde 2013.
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Ana Luísa foi
para a Holanda fazer o doutoramento em 2008. Tinha-lhe interessado o
projeto proposto pelo Centro Académico de Leiden para a Investigação em
Drogas (LACDR, na sigla em inglês). Mas quando terminou o contrato com a
Universidade de Leiden, em 2013, decidiu voltar para Portugal. “Estava
farta da Holanda e daquele tempo horrível”, diz a investigadora
queixando-se da chuva e dos verões tristes. “Os meus amigos estavam
todos a acabar o doutoramento e a ir embora.”
E Ana Luísa Silva veio também. Esperava poder arranjar um
trabalho na sua área de investigação e deixar as horas vagas para
escrever a tese na área da imunoterapia do cancro. “Voltei com a tese
ainda por escrever, mas achei que não teria problemas em arranjar
trabalho por cá.” Não podia candidatar-se a bolsas de pós-doutoramento
por ainda não ter defendido a tese, mas também não conseguia uma bolsa
de investigação para mestre por ser sobre-qualificada.
A
imunoterapia – o estímulo do sistema imunitário para combater o cancro –
é uma área de investigação em expansão e Ana Luísa Silva trabalhava num
tema específico: a utilização de nanopartículas nas vacinas contra o
cancro. Tinha-se especializado num campo tão específico que achou que
seria fácil encontrar emprego, mas não foi. “Cheguei à conclusão que
existe imensa gente com doutoramento à procura de emprego”, diz. “Como é
que há 10 pessoas a concorrer a uma vaga numa área tão específica?” Mas
a investigadora sabe que muitas vezes, apesar de o concurso público ser
obrigatório, a bolsa já está atribuída a alguém do laboratório.
Com 36 anos, Ana Luísa quer “assentar num sítio e criar raízes”, por
isso não se sente muito atraída por bolsas de investigação de três ou
seis meses, longe de Lisboa e que nenhuma garantia lhe dão sobre o
futuro. Já pensou em desviar-se um pouco da sua área e ir para os
ensaios clínicos, mas ficou indignada com as condições: para concorrer a
uma vaga nesta área tem de ter experiência profissional, mas para ter
experiência profissional tem de primeiro concluir uma formação de 50
horas na empresa. A formação custa 1.500 euros e só os três melhores
classificados podem ficar na empresa a ganhar a dita experiência. Mas
mesmo depois da formação paga, o emprego que os “três felizardos”
conseguem é um estágio profissional do Instituto do Emprego e Formação
Profissional (IEFP). “As pessoas pagam para fazer o curso e depois fazem
um estágio que metade dele é pago por todos nós”, diz indignada.
E
a investigadora tem ainda mais razões para estar desiludida com o IEFP.
Estava inscrita desde que voltou da Holanda, não porque ganhasse
dinheiro com isso, mas porque alguns empregos pedem que esteja inscrita
há seis meses ou um ano. Contudo, quando disse que tinha de se ausentar
do país por cinco dias para defender a tese de doutoramento em Leiden,
foi obrigada a cancelar a inscrição no IEFP, conta a investigadora.
Neste momento, e aos olhos desta entidade, é como se só estivesse
desempregada há um par de meses.
O que torna o vírus diferente também o faz mais vulnerável
Agora que não tem os dias completamente preenchidos com a escrita
científica, Ana Luísa Silva passa grande parte do seu tempo a ver
programas de culinária e a pôr em prática aquilo que aprende, mas na
Holanda a receita que preparava era outra: uma solução mais eficaz para
uma vacina contra o cancro do colo do útero. Os resultados conseguidos
são preliminares e ainda estão longe dos ensaios clínicos, mas as
perspetivas são promissoras.
Já existe vacina contra algumas
estirpes do papiloma vírus humano (HPV), a principal (se não a única)
causa do cancro do colo do útero, e até faz parte do Programa Nacional
de Vacinação (só para raparigas com menos de 13 anos). A vacina é eficaz
na prevenção da infeção porque tem anticorpos específicos contra
determinadas estirpes do vírus (HPV 6, 11, 16, 18), mas uma vez que o
vírus se tenha instalado no interior das células, estes anticorpos já
nada podem fazer. Quando as células infetadas com o vírus não são
eliminadas naturalmente pelo sistema imunitário podem originar lesões
pré-cancerígenas, que, por sua vez, podem levar ao desenvolvimento de um
tumor maligno.
Os vírus não são seres vivos. Na verdade, os vírus pouco mais
são do que material genético dentro de cápsulas, daí que precisem de
infetar células de organismos vivos. Nas células que infetam, assumem o
controlo: colocam o seu material genético no comando e aproveitam toda a
“fábrica” da célula, por exemplo, na síntese de proteínas. À medida que
o material genético do vírus vai sendo transcrito em proteínas, e que o
vírus dá novos comandos às células infetadas, algumas dessas proteínas
aparecem na superfície das células. Estas “bandeiras” que indicam que
aquela célula foi “conquistada” são um bom alvo para os tratamentos de
imunoterapia.
O HPV 16, uma das estirpes mais agressivas de HPV, também coloca as
suas “bandeiras” na superfície das células, qual caminheiro que chegou a
um novo pico de uma montanha. Mas a sua vitória é também a sua derrota,
porque é essa “bandeira” que vai dizer ao sistema imunitário que se
trata de um elemento estranho ao corpo. Sim, o sistema imunitário
consegue reconhecer algumas células de cancro, especialmente estas que
têm proteínas exóticas à superfície, mas em alguns momentos não consegue
ter uma resposta suficientemente eficaz para eliminar todas as células
tumorais.
O que a imunoterapia pretende fazer é identificar para
cada tipo de cancro como pode ajudar o sistema imunitário a produzir uma
resposta mais agressiva e eficaz. E é neste ponto que voltamos a
trabalho de Ana Luísa Silva. Por vezes, o sistema imunitário não
consegue lançar o alerta mesmo com todas aquelas “bandeiras”, por isso a
investigadora espera dar um pequeno empurrão: enviar informação (os
sinais de alerta) nas nanopartículas das vacinas de tratamento.
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As
vacinas de imunoterapia contra o cancro do colo do útero pretendem
“mostrar” estas “bandeiras” (proteínas) ao sistema imunitário para que
ele produza uma resposta. Neste momento estão em ensaios clínicos
vacinas que transportam peptídeos sintéticos (equivalentes a partes das
“proteínas-bandeira”) num óleo mineral, como o Montanide ou MF59. Nos
casos de lesões pré-cancerosas e quando já existe um tumor, os
resultados têm sido promissores, “em alguns casos com remissão total”,
diz a investigadora. Mas o Montanide tem algumas desvantagens: como não é
biodegradável apresenta alguns efeitos secundários (desconforto,
inchaço, dor), o processo de produção é complexo e a resposta do sistema
imunitário não é tão forte como se desejaria.
Criar uma vacina mais eficaz contra o cancro
Na preparação de uma vacina, o uso de antigénios (moléculas que podem
despertar o sistema imunitário) acarreta menos riscos do que usar o
agente patogénico atenuado, como um vírus ou uma bactéria. O problema é
que os antigénios solúveis das vacinas, mesmo quando são moléculas do
vírus, (como as “bandeiras” que o HPV deixa nas células), não são
suficientemente “provocadores” aos olhos do sistema imunitário e acabam
por ser eliminados do organismo antes de produzirem o efeito desejado.
O óleo mineral nas vacinas pretende servir como um sinalizador das
moléculas que se pretende que o sistema imunitário reconheça como
estranhas (adjuvante), mas a resposta ainda não é suficientemente forte.
Em alternativa, Ana Luísa Silva e Eleni Maria Varypataki usaram como
adjuvantes: nanopartículas, compostas por um polímero natural ou
sintético, e lipossomas, vesículas esféricas com uma dupla camada
lipídica (mais ou menos como a camada de lípidos da membrana celular).
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Eleni Maria Varypataki |
O
objetivo é que as células dendríticas (um tipo de células do sistema
imune) “engulam” os antigénios e os exponham nas membranas celulares.
Funciona mais ou menos como um retrato robô espalhado por todas as
esquadras da polícia. As células B (que produzem anticorpos) e as
células T (que dão outro tipo de resposta imunitária) preparam as armas
e, com base naquele “retrato robô”, percorrem o organismo a destruir os
“vilões”. É assim que se espera que a vacina contra o cancro do colo do
útero funcione: assim que as células T reconheçam que
“proteínas-bandeira” é que pertencem ao vírus, as procurem no organismo,
as identifiquem nas células da lesão cancerígena (ou pré-cancerígena) e
destruam estas células.
Para potenciar a resposta à vacina, as
duas investigadoras propõem a utilização de sistemas de partículas para
apresentação dos antigénios às células dendríticas, porque a estrutura,
pela forma esférica, mimetiza o tamanho e o aspeto dos patogéneos e,
portanto, são mais facilmente reconhecidos como um elemento estranho.
Depois, quando estas partículas são “engolidas” (internalizadas) pelas
células dendríticas vão libertando as “proteínas-bandeira” aos poucos,
prolongando o período em que estas células do sistema imunitário mostram
os antigénios (“retratos robô”) na membrana. Mais, apesar de
biocompatíveis e biodegradáveis, estas partículas não são tão facilmente
eliminadas pelos rins como os peptídeos no óleo mineral.
Ana Luísa Silva e Eleni Maria Varypataki compararam o desempenho das
nanopartículas PLGA e dos lipossomas com o de dois óleos minerais
(Montanide e esqualeno) nos ratos de laboratório. E concluíram que as
nanopartículas eram tão boas como os óleos minerais a estimular o
sistema imunitário, com a vantagem de que os sistemas de partículas não
apresentavam os mesmos tipos de efeitos secundários que os óleos
minerais. Melhor foi demonstrar que o desempenho dos lipossomas supera
todos os outros. Como são ainda mais pequenos que as nanopartículas é
possível que viajem com mais facilidade até aos capilares e nódulos
linfáticos, explica a investigadora portuguesa.
As nanopartículas PLGA foram aprovadas pela autoridade norte-americana do medicamento (FDA, Food and Drug Administration)
para uso em dispositivos médicos e sistemas de entrega de fármacos. Na
verdade, da degradação destas partículas resulta ácido láctico e ácido
glicólico, dois subprodutos do metabolismo normal e que portanto podem
ser facilmente eliminados do organismo.
Ana Luísa Silva defende este tipo de vacinas por oposição às vacinas
ou tratamentos feitos à medida de cada doente. Quando a vacina é feita
especificamente para uma pessoa, podem ser retiradas algumas células do
sistema imunitário do doente, que são potenciadas ou melhoradas em
laboratório, multiplicadas e reintroduzidas no paciente. “Isso obriga a
uma vacina por doente: imensa logística, muito mais caro, menos
acessível”, conclui a investigadora. Os sistemas de partículas são
específicos para a infeção com um determinado vírus ou da “bandeira”
apresentada pelas células cancerígenas. Podem assim ser produzidas em
quantidade e com menores custos e servir para mais pessoas.
Mas,
por enquanto, este é um trabalho preliminar, visto que as investigadoras
não chegaram a testar as partículas com os peptídeos produzidos pela
infeção com HPV16. O estudo foi feito com ovalbumina que é um modelo
muito conhecido e bem estudado, porque o primeiro passo era perceber se
os sistemas de partículas nas vacinas eram mais eficazes que os óleos
minerais. Se não fossem, a ideia teria de ser descartada (ou melhorada).
Assim, cabe à equipa da Universidade de Leiden que continua a
investigação nesta área, ou outras equipas na área da imunoterapia, dar o
próximo passo – usar os peptídeos do HPV 16 em vez de ovalbumina.
* Portugal jamais deixará de ser um país infeliz enquanto cidadãos como Ana Luísa Silva, estiverem encostados à parede, vergonhoso!
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
MosquitoWEB, o projeto científico
em que toda a gente pode participar
Cientistas do
Instituto de Higiene e Medicina Tropical querem antecipar provável
chegada de espécies potencialmente perigosas de mosquitos a Portugal, e
contam com a colaboração da população
O
corpo está quase todo coberto de minúsculos pêlos e escamas de um
cinzento metálico. A tromba afilada, as patas e a filigrana das asas
destacam-se, enormes, e bem definidas.
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Sob o potente microscópio, o Aedes detritus, um mosquito comum nas regiões do litoral português, parece gigantesco e surge iluminado, como uma estranha visão, mas não para a entomologista médica Teresa Novo, que ali reconhece de imediato as particularidades morfológicas da espécie.
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Sob o potente microscópio, o Aedes detritus, um mosquito comum nas regiões do litoral português, parece gigantesco e surge iluminado, como uma estranha visão, mas não para a entomologista médica Teresa Novo, que ali reconhece de imediato as particularidades morfológicas da espécie.
"Este
chegou-nos hoje do Montijo. Andava a picar no estádio de futebol", conta
a professora e investigadora do Instituto de Higiene e Medicina
Tropical (IHMT), da Universidade Nova de Lisboa, que lidera o
MosquitoWEB.
O projeto, lançado ali há dois anos,
assenta na participação dos cidadãos e tem por principal objetivo
antecipar a provável chegada ao território nacional de espécies de
mosquitos invasoras e potencialmente perigosas para a saúde, porque
podem transmitir doenças como zika, dengue e outras, se existirem as
condições para isso.
O pequeno detritus
que jaz sob as lentes do microscópio no laboratório de microscopia do
IHMT foi entregue em mão, mas essa até nem é a forma mais habitual de
ali chegarem as amostras de mosquitos que têm sido enviadas de todo o
país, de norte a Sul, mais do litoral do que das regiões do interior.
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O projeto tem uma página na Internet, onde estão descritos todos os passos a seguir por quem queira participar.
Há
uma forma certa de capturar os mosquitos, com um frasco e uma folha de
papel, e outra de os neutralizar - uma hora no congelador, e já está.
Esses procedimentos garantem que o corpo frágil do inseto sofre o menor
dano possível para poder depois ser identificado e, se for caso disso,
estudado pelos entomologistas do IHMT.
A seguir é só enviar pelo correio, com a etiqueta que o site
do MosquitoWeb gera para a identificação da amostra. Todos os
participantes recebem uma resposta do projeto, assegura Teresa Novo.
"Em
alguns casos as pessoas enviaram-nos as imagens dos mosquitos feitas
com o telemóvel, em vez do próprio mosquito, o que também é uma
possibilidade, se a fotografia tiver qualidade", explica a
investigadora.
Desde que se iniciou, o
MosquitoWEB já recebeu até hoje mais de 200 mosquitos. "Não é muito",
reconhece a coordenadora. "Gostaríamos de receber bastantes mais, isso
seria sinal de que a população está envolvida", diz Teresa Novo. Mas
como o projeto é para continuar, o convite aí fica.
Afinal, esta é uma
forma muito eficaz de antecipar a chegada de insetos potencialmente
perigosos para a saúde, e assim garantir que se ataca a tempo para
prevenir que se instalem.
"A ideia foi
justamente essa", explica Carla Sousa, a investigadora e entomologista
médica que lançou o projeto, há dois anos, no IHMT. O MosquitoWEB acaba
assim por ser um complemento do programa de vigilância de vetores da
Direção-Geral de Saúde.
"O conceito de citizen science
[a ciência feita pelos cidadãos] não é novo, há vários países europeus,
como a Holanda, a França ou a Alemanha, onde esta monitorização também
está a ser feita com a colaboração das populações, e com bons
resultados", explica Carla Sousa. A investigadora é uma das autoras,
juntamente com colegas de outros países europeus, de um artigo
científico publicado no ano passado sobre os resultados deste trabalho
nos vários países.
Invasoras andam por perto
Por
cá, o que se pode dizer, dois anos e mais de 200 mosquitos depois, é
bastante tranquilizador. "Até agora, não há sinal de espécies invasoras
em Portugal, nem de qualquer alteração visível nas populações das
residentes", resume Teresa Novo.
Das
mais de 40 espécies de mosquitos que existem no país, há sobretudo
quatro que concentram as atenções dos entomologistas, pela sua
importância médica: se estiverem infetados, e infetantes, o Anopheles atroparvus, o Culex pipens, o Culex theileri e o Aedes caspius
podem transmitir doenças como a malária, vírus do Nilo ou dirofilária,
este um verme que afeta sobretudo os cães. No entanto, os mosquitos que
são seus transmissores também podem picar os humanos.
Por isso, os exemplares de Culex pipiens
que chegaram ao IHMT no âmbito do MosquitoWEB, talvez mais de uma
dezena, estão todos guardados. No futuro, poderão ser úteis para outros
estudos.
Quanto às temidas invasoras, uma delas, a Aedes albopictus,
ou mosquito tigre, está já bem perto, nas regiões do Sul de Espanha e é
de esperar que por aí venha, mais dia, menos dia. A outra, o Aedes aegypti,
estabeleceu-se já na Madeira, em 2005, e foi o responsável aí pela
primeira epidemia de dengue na Europa desde 1927. O aegypti não chegou
ainda ao território continental.
Originário
da Ásia, o mosquito tigre, que é transmissor da febre amarela (caso
esteja infetado), chegou à Albânia, vindo da América, através do
comércio de pneus usados, nos anos 80, e a partir daí foi-se
estabelecendo em vários países europeus. Chegou a Espanha em 2004. Ainda
não o temos por cá.
* Vamos ajudar o IHMT!
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* Vamos ajudar o IHMT!
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YUSRA MARDINI
FONTE:ONU Brasil
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Senso d'hoje
YUSRA MARDINI
MENINA REFUGIADA SÍRIA
“Uma refugiada síria de olho
nas Olimpíadas do Rio”
As
irmãs Mardini fugiram da guerra na Síria em agosto de 2015. Viajaram
para o Líbano, depois para a Turquia e pagaram contrabandistas para
levá-las para a Grécia. A guarda costeira turca, no entanto, retornou
sua embarcação. Na segunda tentativa, o pequeno barco estava
sobrecarregado. Após cerca de meia hora em alto-mar, o motor falhou.
Em
um ato verdadeiramente heroico, as duas irmãs e dois outros refugiados
pularam na água e começaram a empurrar o barco rumo à Europa. Três horas
mais tarde, todos eles chegaram à ilha grega de Lesbos. Yusra e Sarah
finalmente conseguiram chegar à Áustria e, em seguida, à Alemanha.
As
irmãs são grandes nadadores. Yusra representou a Síria no campeonato
mundial da Turquia, em 2012. Antes de fugir da guerra, Sarah trabalhou
como salva-vidas. Depois de chegar à Alemanha, as irmãs contactaram um
clube de natação perto de seu abrigo de refugiados. Agora, as duas
meninas treinam diariamente – e Yusra espera competir nos Jogos
Olímpicos no Rio de Janeiro, no Brasil. As chances são grandes.
FONTE:ONU Brasil
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