26/12/2016

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A  22/12  NA
"VISÃO"

Como a mentira do Pai Natal 
pode influenciar o seu filho

É nesta época que os pais mais aldrabam os filhos. Mas manter vivo o mito de que o Pai Natal existe é bom ou mau para as crianças? Têm a palavra os especialistas 
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Chegou a altura em que os miúdos endereçam uma carta ao velhote de barbas brancas, e muitos papás até os levam a conhecer um ou outro (quase sempre num centro comercial), na tentativa de prolongar a magia por mais um ano. Entre enfeites e presentes, os pais dividem-se. E na comunidade científica também as opiniões diferem - alguns acreditam favorecer a criança e outros que pode ser prejudicial, na medida em que influencia negativamente a confiança entre pais e filhos.

Num ensaio recente publicado por Christopher Boyle e Kathy McKay, um psicólogo da Universidade de Exter e uma investigadora de saúde mental, ouvidos pelo Washington Post, o veredito é que o mito do Pai Natal pode levar os miúdos a questionarem o que mais será mentira. Por outro lado, Jacqueline Wooley, psicóloga na Universidade do Texas, crê que as crianças têm ferramentas para descobrir a verdade, e que o envolvimento numa história como esta pode ser uma forma de praticar essa astúcia. Acrescenta ainda que não há evidência de que a crença no Pai Natal abale a confiança nos pais de forma significativa.

Mário Cordeiro, pediatra, comenta que a lenda do Natal deve continuar a fazer parte das vidas dos nossos pequenos: "Não é uma mentira. O Pai Natal existe, na bondade e nas virtudes humanas. É de carne e osso como nós, e é essa transição que as crianças fazem." Além disso, o especialista defende que as crianças de facto acreditam nele por ter um carácter lúdico e simbólico, tal como acreditam no papão e nas princesas encantadas. E mesmo quando descobrem ou já desconfiam que não é real, considera que é sempre bom saber que, não havendo Pai Natal de carne e osso, há-o dentro de nós.

Na verdade há até alguns estudos que comprovam que as crianças são consumidoras racionais de informação, tal como os adultos, e que quando acreditam em histórias como as do Pai Natal estão a aperfeiçoar as suas capacidades de pensamento científico, procurando provas e questionando tudo o que lhes é contado.

* Engraçado esta peça aborda o tema da ficção do Pai Natal com bonomia mas abstém-se de falar da mentira do nascimento do menino Jesus, sintomático!

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