21/11/2016

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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Juros de Portugal afundam 
após novo máximo

Os juros da dívida pública de Portugal atingiram um novo recorde no arranque da sessão, fixando um novo máximo desde Fevereiro muito próximo dos 4%.

Contudo esta tendência foi de curta duração, com os juros a encetarem depois uma trajectória de queda, que se mantém nesta altura.

A "yield" das obrigações do Tesouro a 10 anos está nesta altura a ceder 13,4 pontos base para 3,718%, o que traduz um recuo de mais de 20 pontos base face ao máximo do dia (3,942%).
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Este alívio surge depois de várias sessões de forte pressão nos juros da dívida pública portuguesa, originados pelas perspectivas dos investidores de que vitória de Donald Trump nos Estados Unidos vai trazer mais inflação e crescimento económico.

No espaço de um mês a "yield" da dívida a 10 anos disparou mais de 50 pontos base (a 21 de Outubro situava-se nos 3,19%), acompanhando a tendência de agravamento de juros que se verificou em vários títulos de dívida soberana, sobretudo na Europa.

A descida registada na sessão desta segunda-feira é a mais elevada desde 10 de Outubro (queda de 14 pontos base) e não segue a tendência verificada noutros países. Em Itália (onde em 4 de Dezembro vai decorrer um referendo que está a deixar os investidores nervosos) os juros dos títulos a 10 anos seguem estáveis nos 2,08% e em Espanha sobem 3 pontos base para 1,62%.

Na Alemanha a "yield" das bunds a 10 anos sobe 0,5 pontos base para 0,278%, pelo que o risco da dívida portuguesa (medido pelo spread face aos títulos da Alemanha) está a recuar para níveis abaixo de 350 pontos base.

A dívida portuguesa pode também estar a beneficiar com a expectativa de que o presidente do Banco Central Europeu, mantenha o discurso de que a política de estímulos é para continuar. Mario Draghi discursa esta segunda-feira no Parlamento Europeu.

O IGCP vai avançar na quarta-feira com o último leilão do ano de obrigações de longo prazo, uma emissão que também tem contribuído para pressionar os títulos de Portugal. Habitualmente, antes de um leilão (no mercado primário) os investidores que pretendem participar vendem os títulos no mercado secundário.

O IGCP quer colocar entre 500 e 750 milhões de euros em obrigações do Tesouro com maturidade em 15 de Abril de 2021.

* Boa notícia para os portugueses em geral, bera para os críticos panfletários.

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