HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
Exigências dos supermercados
incitam desperdício alimentar
A obsessão dos supermercados com produtos de aspeto perfeito e a
utilização arbitrária da data de validade provocam um desperdício
alimentar maciço que, evitado, podia alimentar todos os que no mundo
passam fome, alertou a ONU.
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Perto de 1,3 mil milhões de toneladas de alimentos são desperdiçados
todos os anos, uma quantidade mais do que suficiente para alimentar os
mil milhões de pessoas que sofrem de fome no mundo, destacou hoje a
Organização para a Agricultura e Alimentação (FAO).
A energia despendida a produzir alimentos que acabam por ser
desperdiçados é a terceira maior contribuição para as emissões globais
de gases com efeito de estufa, a seguir às dos Estados Unidos e da
China, segundo a FAO.
A organização citava dados de um relatório dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável da ONU durante uma conferência, hoje em
Genebra, sobre desperdício alimentar.
No encontro, especialistas da ONU e da sociedade civil defenderam que
o problema exige mudanças decisivas na forma como os alimentos são
vendidos.
Em muitos supermercados ocidentais, apenas nas zonas de alimentos
biológicos é possível encontrar produtos de aspeto imperfeito – pepinos
curvos ou laranjas com falhas na casca.
Segundo Sarah Oppenheimer, do grupo britânico Feedback Global,
cadeias de supermercado de todo o mundo rejeitam produtos alimentares
devido a “imperfeições cosméticas superficiais” e recorrem a práticas
generalizadas como o corte da ponta dos feijões-verdes para caberem em
pacotes impecáveis que implicam o desperdício de 20% do legume.
A especialista apelou por outro lado para um sistema padronizado de
rotulagem, explicando que as etiquetas “data de validade” ou “consumir
de preferência antes de” utilizadas pelos estabelecimentos são confusas e
frequentemente sem qualquer relação com a real data de validade do
produto.
* Os "donos do dinheiro" são os donos das cadeias de distribuição, estão-se nas tintas para a comida desperdiçada porque a "massa" já lhes está no bolso.
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