23/10/2016

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ESTA SEMANA NA  
"VISÃO"

Dez segredos que as companhias aéreas preferem que não se saiba

Quanto tempo dura o ar das máscaras de oxigénio? E porque é que o combustível às vezes acaba?

Não, as luzes do avião não são reduzidas à noite para ajudar os passageiros a adormecer. Mas que há muitos pilotos a deixarem-se dormir no cockpit, há - e por vezes até adormecem os dois ao mesmo tempo. 
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Fique a par de dez informações que as companhias aéreas preferem não divulgar. Afinal, nenhuma tripulação quer alimentar o pânico a bordo. Já agora, sabe porque é que os pilotos não comem a mesma comida nem partilham as refeições?

Combustível à justa
Quanto mais combustível um avião leva, mais pesado se torna. E, quanto mais pesado se torna, maior é o consumo de combustível. Logo, uma forma de poupar na viagem é não encher demasiado o depósito. "Estou constantemente sob pressão para levar menos combustível do que aquele que me deixaria confortável", afirmou à revista Reader's Digest, sob anonimato, um comandante de uma companhia aérea de topo. O risco é ter de aterrar de emergência antes do ponto de chegada, se por acaso o voo esteve mais tempo no ar do que o previsto - devido a uma tempestade, por exemplo. 

As máscaras de oxigénio funcionam 15 a 20 minutos 
Em caso de despressurização, as máscaras de oxigénio descem automaticamente de um compartimento por cima da cabeça, ouvimos na demonstração de segurança antes das descolagens. O que ninguém diz é quanto tempo elas nos fornecem ar para respirarmos. Normal: ninguém quer os passageiros em pânico por saberem que o oxigénio dura 15 a 20 minutos. É o tempo suficiente para o avião descer para uma altitude respirável, dizem os especialistas. 

Refeições diferentes para os pilotos 
Se há duas pessoas a bordo que sabem como fazer aterrar o avião, o comandante e o copiloto, não há que facilitar quando chega a hora da refeição. Para reduzir a hipótese de serem ambos envenenados, comem pratos diferentes. E estão proibidos de partilhar, por muito apetitoso que pareça o bife do companheiro de cockpit.

Interferência dos dispositivos eletrónicos 
"Até hoje, não há qualquer episódio que prove que um telemóvel afetou um voo", garante o piloto Patrick Smith, autor do livro "Cockpit Confidential". "Mas nunca se sabe", ressalva. Aí reside a questão: não há evidências nem é de esperar que os dispositivos eletrónicos possam causar acidentes, mas para quê arriscar? Em todo o caso, como nota o piloto americano no seu blogue Ask the Pilot, a principal razão por trás da proibição do uso de computadores portáteis durante a descolagem e aterragem é outra: "Evitar que se tornem projécteis de alta velocidade em caso de impacto ou travagem brusca e para ajudar a manter o caminho livre durante uma evacuação. O computador é uma peça da bagagem e a bagagem precisa de estar acomodada para não matar ninguém nem atrapalhar." 

Ter bilhete não implica ter lugar 
Há companhias que lutam a todo o custo contra os lugares vazios e uma das soluções é venderem bilhetes a mais, de modo a precaveram a não comparência de um ou outro passageiro. Quando nenhum passageiro falta à chamada, impõe-se negociar com alguém para ficar em espera. 

Regatear para não embarcar 
No caso de ser um dos contemplados com uma proposta, nada o obriga a aceitar os vouchers de refeição que por norma oferecem na primeira ronda negocial. Se a ideia lhe agradar, sugere-se que faça como se estivesse num daqueles mercados do norte de África, onde até parece mal não regatear. Por vezes a urgência das companhias é tanta que pagam em notas para o fazer mudar de voo - há até países onde a compensação em dinheiro vivo é obrigatória, quando o passageiro assim o exige. 

Ficou mais escuro? 
Não é para o ajudar a adormecer À noite, as luzes da cabina são reduzidas, mas não é a pensar no descanso dos passageiros. Sendo certo que a maioria das companhias disponibiliza almofadas e mantas para o ajudar nesse objetivo, o que se pretende ao escurecer o ambiente é adaptar a visão para o caso de algo correr mal e ser preciso encontrar uma saída. "Ao pré-ajustar os olhos, eles não cegam subitamente enquanto se procura as portas no meio da escuridão ou do fumo", explica Patrick Smith. É também para facilitar a evacuação que as mesas só devem estar rebaixadas no momento da refeição.

De certeza que precisa de uma almofada? 
Por falar em sono, talvez não seja muito boa ideia recorrer às almofadas e mantas dos aviões. Andar descalço também não é aconselhável. E tenha cuidado para não pousar comida diretamente na mesa rebatível. Há relatos de falta de higiéne em várias companhias aéreas e o programa televisivo The Doctors, produzido pela americana CBS, alertou para esses problemas em 2012. "Provavelmente, o maior risco ao entrar num avião é apanhar uma constipação ou gripe. Não se sabe quem esteve ali antes de nós. Quem tocou naquela mesa? Os vírus podem viver 72 horas numa superfície de plástico", exemplificou Travis Stork, um dos "doutores". Muitas vezes, denunciou o programa, as almofadas e mantas não são trocadas entre voos e não há tempo para lavar a carpete. 

Não compre bilhetes para a família e amigos em pacote 
Se vai viajar em grupo, é melhor ponderar bem antes de comprar os bilhetes. Se é o melhor preço que procura, é preferível comprar um a um. Isto porque, quando são adquiridos em conjunto, saem todos ao preço do mais caro. 

Os pilotos adormecem, por vezes ao mesmo tempo
Não, um avião não se conduz de olhos fechados. "É um mito", sublinha o piloto Patrick Smith, sobre a ideia "repetida uma e outra e mais outra vez de que os aviões voam por si e os pilotos estão ali mais ou menos como uma salvaguarda para o caso de algo correr mal". Daí que não veja conveniente adormecer no cockpit, quando a viagem obriga a manter a atenção. Mas, segundo uma sondagem da Associação de Pilotos de Avião do Reino Unido, 56% dos 500 pilotos comerciais inquiridos admitiram já ter adormecido no cockpit. E, quando acordaram, quase um terço deles deparou-se com o outro piloto a dormir. 

* Aereamente aéreos.


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