16/10/2016

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ESTA SEMANA NA  
"SÁBADO"

Tem 11 anos, hidrocefalia
 e está a caminho dos Grammy

Ele nem fazia ideia do que era um Grammy Latino. Quando lhe contaram que existia uma possibilidade de receber a estatueta ficou mais ou menos indiferente. Mas os pais explicaram-lhe e mal entendeu o que se passava... ficou histérico: "Deu uns saltos tremendos, louco de alegria", lembra a mãe Antónia Vega à revista SÁBADO. 
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 Adrián Martín Vega tem 11 anos, é natural de Málaga e foi nomeado para os Grammy latinos que acontecem no dia 16 de Novembro. Lleno de Vida (ou cheio de vida), o seu álbum de estreia lançado este ano e já disco de ouro, está nomeado para melhor álbum de pop tradicional – ao lado de outros grandes nomes como Andrea Bocelli.

O rapaz ultrapassou a barreira da idade mas não só. Adrián nasceu com hidrocefalia e uma má-formação nos braços. Quando ainda estava na barriga da mãe, os médicos não acreditavam que sobrevivesse e o seu crescimento foi repleto de dúvidas: será que vai andar? Será que alguma vez vai falar, comunicar? Tudo acabou por acontecer, a seu tempo, mas entre muitas intervenções médicas: Adrian foi sujeito a cerca de 15 operações nas mãos e à cabeça.

Tinha apenas um ano e meio quando começou a entoar melodias. A primeira coisa que apanhou foram os "parabéns" mas logo começou a cantar copla (música típica andaluza) com a avó. A música sempre fez parte do ambiente familiar. O rapaz tem um irmão, Rafa e duas irmãs – Maria e Sonia – todos mais velhos do que ele, mas é com Sonia que mais tem partilhado o gosto pela música: juntos cantam flamenco e fizeram um vídeo juntos, a cantar o tema Qué Bonito, de Rosario Flores, que já está a caminho dos sete milhões de visualizações.

Foram os vídeos caseiros, partilhados nas redes sociais, que ajudaram o rapaz a dar o salto. Foi assim que chegou a castings e aos talent shows espanhóis. O nervosismo era sempre muito, antes de subir ao palco mas, uma vez lá, tudo desaparecia, continua a mãe. "É mesmo um artista."

A percussão e os duetos
Adrián dispara o seu objectivo em poucas palavras: "Gostava muito de ser cantor profissional", diz à SÁBADO. O rapaz não só canta como tem um talento especial para a percussão. Aprendeu sozinho, sem aulas de música, e hoje não larga o cajón flamenco (uma caixa de madeira que emite som) nem a bateria. Em casa passa horas a tocar e a experimentar novos temas.

Nos dias que correm a sua agenda está cheia: todos os dias, da parte da manhã, tem aulas numa escola de educação especial e as tardes estão reservadas para as aulas de música. Quando tem um concerto, os pais tentam marcá-lo no período de férias; no futuro, terá que pedir autorização para faltar e ter mais aulas de apoio fora do horário normal, explicam os pais.

Nada foi planeado. As oportunidades surgiram e a do álbum, Lleno de Vida, foi mais uma: aí Adrián teve a oportunidade de gravar duetos com reconhecidos cantores espanhóis, como Rosario Flores, India Martínez, Coti, José Mercé, Estrella Morente, Niña Pastori e José Luis Perales. "Sentiu-se muito importante, aumentou-lhe muito a auto-estima", continua a mãe.

Na escola toda a gente o conhece, na rua também. Adrián não percebe bem o que é isto da fama mas, entretanto, é preciso manter a normalidade, lembram os pais. Não têm dúvidas que esta será a carreira do filho mas, para já, é preciso "desfrutar de cada momento, cada dia." E cantar por gosto. A família passou uns dias de férias em Lisboa onde Adrián também cantou - desta vez, aprendeu o fado. 

* Fantástica a existência de meninos como este.

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