30/09/2016

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HOJE NO 
"OBSERVADOR"

Coleção Miró 
vai ficar definitivamente em Serralves

Dois meses bastaram para encontrar uma morada definitiva para as obras do ex-BPN. O anúncio foi feito esta tarde: a coleção Joan Miró vai ficar em permanência na Casa de Serralves, no Porto.

Já está escolhida a futura morada das 85 obras de Joan Miró detidas pelo Estado português. O presidente da Câmara do Porto revelou que a coleção vai ficar em permanência na Casa de Serralves e o design expositivo vai ficar a cargo do arquiteto Siza Vieira. O anúncio foi feito esta sexta-feira à noite, na inauguração da exposição “Joan Miró: Materialidade e Metamorfose”, na Casa de Serralves, com as presenças do Primeiro-Ministro, do Presidente da República, do ministro da Cultura e até do líder do Governo espanhol, Mariano Rajoy.
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Rui Moreira referiu que a coleção “notável, coerente e indissolúvel” fica “sob a tutela” da Câmara Municipal do Porto. Não será um museu municipal, mas um polo municipal. O autarca do Porto revelou ainda que, embora o modelo institucional e financeiro ainda esteja a ser finalizado, devendo ser anunciado “dentro de dias”, as receitas da bilheteira reverterão na totalidade para a Fundação de Serralves.

A opção, explicou, foi tomada por ser “a menos onerosa” para o erário público, já que não implica a construção de um museu. Mas também porque o museu de arte contemporânea tem “os recursos técnicos para garantir a maximização deste projeto”. As obras que forem feitas na Casa de Serralves para adequar o espaço ao seu novo objetivo serão suportadas pelo município.

A exposição temporária “Joan Miró: Materialidade e Metamorfose” termina a 28 de janeiro de 2017. Ainda não há data para a abertura definitiva, já com as alterações de Siza Vieira no desenho expositivo. Ao lado de Moreira, o arquiteto portuense lembrou que a Casa de Serralves é um monumento nacional, classificado”, e que ficou provado com esta inauguração que “a Casa recebe muito bem uma exposição como esta “.

Dois meses bastaram para encontrar uma solução para as obras do ex-BPN, atualmente detidas pela Parvalorem e Parups, sociedades criadas para gerir a dívida do banco e tuteladas pelo Ministério das Finanças. Em julho, o ministro da Cultura, Filipe Castro Mendes, disse numa entrevista ao Público que o desejo do Governo era de que as obras ficassem no Porto, “assim o Porto responda”. Dois dias depois, Rui Moreira convocou a comunicação social para responder afirmativamente ao desafio, oferecendo um espaço municipal que servisse de museu, ou nacional, ou municipal.

Terminadas as visitas dos técnicos do Ministério da Cultura aos locais disponibilizados pela autarquia — mantidos em segredo –, António Costa anunciou esta semana que as obras vão “fixar-se definitivamente na cidade do Porto”. Por isso mesmo, Rui Moreira lembrou-o esta noite, como alguém “a quem o Porto fica para sempre com uma dívida de gratidão”.

Na mesma entrevista em que Castro Mendes desafiou o Porto a encontrar uma solução, disse que “não é objetivo de Serralves ficar com os Mirós”.

Dissipada está a dúvida sobre se o Estado vai alienar alguma das obras. Castro Mendes garantiu esta sexta-feira que a coleção ficará sob propriedade do Estado na sua totalidade.

* Lembramo-nos que no governo anterior, aquele de PC/PP, muitas barbaridades se disseram desta colecção, que os quadros eram irrelevantes, que a leiloeira inglesa iria "lixar" o Estado Português, que o sr. Nogueira Leite se irritou muito sempre com aquele ar emproado que toda a gente lhe conhece, enfim um ror de maldições que este governo em estilo discreto foi espanejando e entregou a colecção à Invicta tendo honras, o acto de inauguração, da presença de dois primeiros-ministros.
O governo anterior primou pela asneiredo.

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