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"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
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Turquia.
O golpe falhou: 161 mortos, mais
de 2800 soldados revoltosos detidos
Clérigo acusado por Erdogan nega participação no golpe. Presidente turco promete limpeza no exército
A
Turquia foi abalada sexta-feira à noite por uma tentativa de golpe de
Estado levada a cabo por elementos do Exército que, após um momento
inicial, acabou por ser abortada pelas tropas leais ao Presidente Recep
Erdogan. As forças leais ao Presidente abateram alguns militares
revoltosos, assegurando que outros 2839 foram detidos, indicou hoje o
primeiro-ministro Binali Yildirim.
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Yildirim
disse em conferência de imprensa que a situação está "completamente
controlada" e pediu às pessoas para esta noite encherem as ruas com
bandeiras da Turquia, repetindo os apelos de Erdogan.
De acordo com o primeiro-ministro, dos confrontos na noite de
sexta-feira resultaram 161 mortos. Há ainda 1.440 feridos. Numa
declaração anterior à televisão oficial turca, o general Umit Dundar,
chefe do Estado-Maior interino das tropas leais a Erdogan, tinha
confirmado a morte de dois soldados, 41 polícias e 47 civis. "Caíram
como mártires", sublinhou Dundar, referindo-se a estas 90 vítimas
mortais.
Erdogan já disse que a "traição" dos
golpistas constituiu uma "dádiva de Deus" e que vai permitir limpar o
Exército. "Este levantamento, este movimento, é um grande presente de
Deus para nós, porque o exército será limpo", disse Erdogan em
conferência de imprensa, pouco depois de aterrar em Istambul,
assegurando que os golpistas vão pagar caro pela "traição".
O
Presidente turco, que se encontrava de férias num hotel em Marmaris,
estância turística na costa do Mar Egeu e que foi bombardeado esta
madrugada pouco depois de ter saído do edifício, culpou pelo golpe de
Estado os apoiantes do seu arqui-inimigo, Fethullah Gülen, um imã
exilado há anos nos Estados Unidos.
O
movimento que apoia Gülen (Hizmet) já condenou o golpe, num comunicado
em que sublinha que "há mais de 40 anos que Fethullah Gulen e o Hizmet
têm defendido e demonstraram o seu compromisso com a paz e a
democracia".
Em 2013, o fundador do
poderoso Movimento Gülen, com milhões de seguidores na Turquia, entrou
em rutura com Erdogan e o seu Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP,
no poder desde 2002), que apoiou na fase inicial da sua ascensão.
Seguiu-se uma dramática luta pelo poder e o início da repressão ao
Hizmet no país - acusado por Erdogan de pretender construir um "Estado
paralelo" - através do encerramento de dezenas de escolas e processos
judiciais contra figuras políticas e militares associadas a este
movimento.
Num primeiro momento, poucas
horas após o início da rebelião militar, o exército sublevado indicou
ter o controlo do país e estabelecido a lei marcial, ao mesmo tempo que
acusavam Erdogan de ser "traidor" e de ter estabelecido um "regime
autoritário de medo".
Num comunicado
lido na televisão turca TRT, o exército turco, ainda sem um rosto - o
primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, disse que à frente do golpe
estão cerca de 40 comandantes militares, incluindo um general que
entretanto morreu no decurso da tentativa de golpe - assegurou então que
o país seria governado por uma denominado "Conselho de Paz" para dar "a
todos os cidadãos, todos os direitos" e "estabelecer a ordem
constitucional" e "restaurar a democracia".
Mas
as forças leais ao presidente turco, apoiadas por um número
significativo de civis que saiu à rua em resposta aos apelos dos
governantes, acabaram por controlar o golpe.
À
medida que os acontecimentos se desenrolavam na Turquia, vários países
foram afirmando a sua condenação pelo golpe e pedindo respeitos pelos
que foram democraticamente eleitos.
* Quando um político diz que o golpe constituiu uma "dádiva de Deus" é porque é muito pior que os golpistas. Ontem referimos que considerávamos ser Erdogan um bandido, mantemos e acrescentamos. a quem a NATO e a UE lavam a sujidade.
* Quando um político diz que o golpe constituiu uma "dádiva de Deus" é porque é muito pior que os golpistas. Ontem referimos que considerávamos ser Erdogan um bandido, mantemos e acrescentamos. a quem a NATO e a UE lavam a sujidade.
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